Recomeçar - Uma Fanfic Blackwater escrita por Katy Dreamer


Capítulo 22
Tarde demais para se desculpar


Notas iniciais do capítulo

Gente, please, comentem! Sério, preciso de apoio. Fiquei chateada com os poucos coments do capitulo anterior. Se querem que eu continue com a fic, então me falem. Podem até falar que não gostaram mas falem!

Outra coisa, não se esqueçam de abrir os links e ouvir as músicas pra ler o capt. É essencial ouvir as músicas para sentir a emoção. Sem contar que as músicas são EXCELLENT! Por favor, ouçam-nas!

Boa leitura!



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— Diga! — gritei. Dessa vez ele se virou e se aproximou com um pouco de desgaste e dor.

— Imprinting!

***

— Im... Impr... O que? —minha cabeça deu um giro de 360 graus. Que droga é essa? — sua expressão passou a ser mais séria do que a de costume. Seus olhos semicerraram, passando a me encarar com um pouco de tristeza, talvez até pena.

Aquela fúria de antes foi diminuindo gradualmente, de acordo com seus batimentos cardíacos. Respirou fundo e relaxou os músculos tensos por nossa discussão há poucos minutos.

Abriu a boca, como se fosse falar algo, mas perdeu a coragem, fechando-a novamente. Dei um passo em sua direção, olhei no fundo de seus olhos procurando algum sinal de verdade, de sinceridade, de vida.

— Imprinting. — disse por fim. Continuei na mesma. Apenas senti uma força, um pressentimento sussurrando em meu ouvido: não adianta fugir! Meu peito se comprimiu, como se eu fosse descobrir uma coisa importante, porém desagradável. — O Seth teve um Imprinting com você.

— O Seth... Do que... Do que você tá falando? — a confusão só aumentava a cada palavra que ele pronunciava. — O que é isso?

— Reneesme, eu acho que... Não te contei a história até o final. Agora vem a parte mais louca, mas mesmo assim, tenho a obrigação de te perguntar: você quer ouvir? — parecia um pai que fala de sexo pela primeira vez com o filho.

Um medo percorreu meu corpo. Agora era diferente. Agora envolvia o Seth. Não senti tanto medo de escutar a verdade. Admito que senti dor, mas medo não.

— Não cheguei aqui para parar agora. Eu não quero, eu preciso. — disse tentando soar o mais decidida possível. De certa forma, estava, mas o temor não se afastou por conta da minha decisão. — Mas só te peço uma coisa. Por favor, Jacob, não minta. — dessa vez, fui sincera comigo mesma. Não preciso de mentiras

Ele respirou fundo, da maneira mais lenta possível. Acho que estava tentando ganhar tempo.

— Não vou mentir. — deu um sorriso forçado. Pareceu mais que ele estava tentando me consolar. — Imprinting, foi isso que o Seth sofreu. Um Imprinting por você. É como se... A gravidade que existe na Terra não fizesse mais efeito nenhum sobre ele. Você é o motivo para ele continuar aqui. A razão pela qual ele existe. Vou explicar melhor. Quando você nasceu, o Seth entrou na sua casa. Ele estava com muita raiva. Raiva por tudo que estava acontecendo. Ele sempre foi muito sensível. Sofria só de ver um amigo sofrer. Só que quando ele te viu, quando pôs os olhos nos seus, essa magia de lobo dominou o corpo e o coração dele. Por isso ele sempre está ao seu lado. Por conta de uma magia forte que não pode ser rompida, que o tornou preso a você. Sem você, ele... Morre.

Choque. Eu estava em estado de choque. O que eu ouvi não pode... Não! Não pode ser verdade! Desde quando eu nasci... Por isso o Seth... Esconderam de mim tanto tempo... Magia? É isso que faz o Seth... Como?

— Não... — disse em um sussurro. Surpreendi-me ao ver que ainda podia sussurrar. Meus olhos nem se abriram, ardiam muito, porém eu não chorava, nem havia mais lágrimas para isso.

— Sinto muito. — abaixou a cabeça. — Só achei que... Você tinha o direito de saber. — dirigiu-se à sala, deixando-me sozinha na cozinha. Sozinha, não, já que a dor e a mágoa não me libertavam.

Apenas mais uma mentira, apenas mais uma dor. Era assim que tentava encarar, mas era doloroso demais até para pensar. Só queria acordar e olhar ao meu redor, ver que tudo não passou de um sonho, apenas um pesadelo e bastava apenas chamar meu pai e minha mãe, eles viriam junto com o vovô e vovó. Todos sorrindo. Tia Alice entraria no quarto com tio Jasper e sentariam cada um de um lado na cama. Tio Emmentt e tia Rosalie entrariam rindo e conversando. Por fim, Seth apareceria radiante dizendo: Eu te amo.

Mas sei agora que tudo seria fingimento. Pura mentira. Não há verdade ou sentimentos na frase Eu te amo pronunciada por qualquer um deles, por que tudo não passa de uma mentira. Uma mentira sem fim.

Até Seth mentiu. Ele não me ama. Não está comigo por vontade, e sim, por obrigação. Por conta de uma droga de magia que o prende a mim. É óbvio que ele também me considerava um monstro quando estava na barriga da Bella. Privou-me da verdade só para continuar tendo o “brinquedinho” dele nas mãos. Sempre cuidando de mim, fingindo se importar se realmente eu estava bem. Eu o odeio! Odeio! Odeio todos, cada um deles! Mentirosos!

Saí da cozinha, passando diretamente pela sala até o lado de fora casa. Nem me importei em despedir-me do Jacob. Ele deve estar até feliz em não ter mais que se preocupar com a minha presença.

Pela primeira vez, vi-me perdida, sem ninguém em quem confiar, sem ninguém para compartilhar a dor, ninguém para pedir ajuda, ninguém para amar. Mas nem adianta tentar, já era tarde demais para pedirem perdão.

***

OneRepublic – Apologize https://www.youtube.com/watch?v=ZSM3w1v-A_Y

Caminhando e deixando os pensamentos se organizarem. Era apenas o que eu fazia, embora entre um pensamento e outro, uma lágrima escorria em meu rosto. Eu acreditei neles, por que fiz isso?

Andei tanto que quando dei por mim, já estava na porta da minha casa. Não estava ansiosa para nosso reencontro, mas tinha que ser feito. Aquela voz que ouvi antes do Jacob me contar sobre o Imprinting agora faz sentido: Não adianta fugir!

Antes que eu entrasse, quase toda minha família saiu apressadamente da casa. Suas expressões de desespero eram desconhecidas por mim. Provavelmente meu pai já havia contado a todos. Sempre lendo minha mente e invadindo minha privacidade.

— Nessie... Por favor, escute-me. — Seth se apressou em falar.

— Não há o que falar, Seth. — disse baixo. Limpei as lágrimas, mas não disfarcei a dor. Deixei claro para todos o quanto me feriram. ­­— Não há o que explicar. É tarde demais para pedir perdão.

— Não fala isso... — disse Seth chorando.

— Reneesme, precisamos convers... — meu pai começou, mas tratei de interrompê-lo.

— Para de me dizer o que eu tenho que fazer! Não precisamos conversar, não precisamos fazer mais nada! O estrago já foi feito, as lágrimas já foram derramadas. — surpreendi a todos com minha agressividade.

— Não fala assim com seu pai, Reneesme. — minha mãe o defendeu. — Se mentimos foi para te proteger.

— Sério?! Acham mesmo isso? Proteger-me? A única coisa que fizeram foi mentir, mentir e fingir que me amavam. Que amor é esse?

— Eu te amo, Reneesme. Nunca menti sobre isso. — pelo visto, ofendi o Seth. Não estou nem aí. Ele me machucou primeiro.

— Não tenho mais certeza disso. — olhei em seus olhos. Percebi o quanto isso o magoou, pois ele perdeu o brilho nos olhos que sempre teve.

— Você não sabe de nada, Reneesme! — dessa vez, foi tia Rosalie.

— Não sei? Então me conta! Ah! Esqueci. Nem você e nem ninguém nunca me contou. Sempre mentiu. Sempre me escondeu. Então, fica quieta! — fui o mais rude o possível. Todos fizeram uma cara de espanto. Melhor assim. Melhor que saibam que não estou brincando.

— Reneesme! — tia Alice me repreendeu. Nem liguei pra ela. Alice é outra mentirosa.

— Foi o Jacob, não foi? Vou matar aquele cachorro!— meu pai já estava gritando. Sua expressão me deu medo por um segundo, mas logo os outros seguraram meu pai pelo braço.

— Ele só me contou a verdade. Não o culpe por ser sincero comigo. Enquanto você — me virei encarando minha mãe. Ao olhá-la, lembrei-me da história que Jacob me contou. Minha mãe sempre foi uma falsa e egoísta com ele. — Tenho vergonha de ser sua filha. — se ela tivesse lágrimas para chorar, elas já estariam escorrendo.

— Essa não é a filha que eu coloquei no mundo. — ela disse bem séria. Nunca vi tanto rancor e mágoa em sua voz. Por um momento pensei em deixar tudo de lado. Esquecer tudo e correr para os braços da minha família, mas essa ideia pareceu estúpida quando ela continuou a falar. — Se tem vergonha de ser minha filha, como acha que me sinto em relação a ser sua mãe? Não tenho mais orgulho disso. — uma facada perfurou meu peito. Foi assim que me senti. Uma vontade de sumir, de nunca ter existido para ter ouvido isso dominou meu peito, só que um ódio mortal tomou o lugar dessa dor.

— Bella! — disse a vovó — Ela só uma menina, uma criança. Você está se ouvindo? — mamãe piscou os olhos algumas vezes, não que precisasse disso, mas acho que estava prestando atenção nas próprias palavras. Sua expressão mudou na hora. Ficou com cara de arrependimento.

— Vamos conversar, Reneesme. Por favor. Por mim. — Seth ficou sério. Seus olhos clamavam por um abraço, mas isso não me comoveu. Talvez só um pouquinho.

— Fala. — fui direta.

— Já deve saber do Imprinting, não é? — não respondi. Ele prosseguiu — Você tem que entender que eu te amo. Nunca menti sobre isso. É uma magia de lobo inevitável. Não tive escolha. Apenas te vi pela primeira vez e aconteceu. Desde então você passou a ser o centro do meu universo. Entendeu? Entendeu que você é o ar que eu respiro? Entendeu que eu te amo? Não posso ficar longe de você. Eu não posso, simplesmente não consigo. Por favor, não faça isso comigo. Estou implorando.

— Você se ouviu, Seth? — perguntei, não acreditando no que ouvi. — Você parou pra pensar, só por um segundo, no que acabou de me falar?

— Sim, eu disse que te amo! — ele gritou.

— Não, você disse que se apaixonou por uma garota só de olhar pra ela. Você é louco? Tem algum problema? Você se apaixonou por um bebê recém-nascido, que nunca viu na vida! Você diz que sua vida depende da minha! Isso é doentio! Você entende isso? Entende que é uma doença!

— Você entendeu errado. Eu não me apaixonei. Não há nada romântico! Eu te amo, mas como um pai, um irmão, um amigo. Eu juro! Só que esse amor é mais forte que eu. Eu não posso me controlar. Eu não posso ficar sem você. Entendeu?

— E onde entra minha opinião nessa história? E se eu não quiser você? Terei que conviver com um doente, mentiroso? — acho que não poderia ter magoado mais o Seth, mas foi necessário. Sua expressão melancólica dava pena.

— Não quer ficar comigo? Quer distância, é isso?

— Por que não me contou? — nem me dei ao trabalho de responder a pergunta.

— Por medo da sua reação. Por que eu não queria te ver assim. — disse controlando as lágrimas que desciam compulsivamente em seu rosto. — Desculpe.

— Tarde demais para se desculpar.

— Perdoe-nos, Reneesme. — disse vovô. — Só queremos seu bem. Nunca quisemos te magoar.

— Não é assim que funciona. Não podem mentir pra mim, não podem me magoar e depois só pedir desculpas.

— O que vai fazer agora? — tia Rosálie foi bem direta na pergunta, como sempre, tentando não demonstrar emoção. Só para não borrar a maquiagem, eu aposto.

— Sei exatamente o que fazer.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Concordam com a atitude da Nessie? Está certa ou errada? Justa ou injusta? Comentem!