Burajiru - a Epopéia de Aoyama-senpai no Ocidente escrita por Europeu


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Amigos, aqui está o nono capítulo da minha fic... Primeiramente, quero pedir desculpas por erros de digitação em alguns trechos da história, mas sou um pouco ruim em digitar... Mas tá dando para entender, né? Deixamos o papo de lado e vamos à história...



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CAPÍTULO 9   

Final de junho. O inverno finalmente chegou à cidade de Vale Verde, mostrando toda a sua força. O ar nos últimos dias estava gelado, com temperaturas que não passavam de 15 graus centígrados. Nas ruas, as pessoas tentavam se agasalhar como podem: enquanto os ocidentais caminhavam com sobretudos, jaquetas e até mesmo chapéus, vários descendentes de orientais da cidade andavam pelas ruas vestindo quimonos típicos da estação, intercalados com sandálias típicas japonesas ou mesmo tênis.

Nas montanhas que circundam Vale Verde, tudo estava calmo, tranqüilo, monótono... Até que um grito de uma garota, um forte estrondo e um som de uma árvore centenária tombando para o chão interromperam a tranqüilidade do lugar. Estes sons vieram do Santuário Xintoísta de Vale Verde, conhecida como Nishi-Nihon Jingu, onde duas jovens estavam paradas no campo ao lado do torii, observando a queda da árvore.

 

- Motoko! Como você conseguiu derrubar esta árvore? – Arashi estava espantada com o golpe de espada que sua amiga acabara de fazer contra uma das árvores do santuário.

- Simples, Arashi... Anos de dedicação e treinos... – Motoko guardou a sua espada numa bolsa ao seu lado e arrumou o seu quimono de cor azul – Durante o tempo que estive em Hinatasou, treinei bastante até chegar a este ponto. E aqui, continuo a treinar a espada todos os dias. Esta é a vida de um samurai: treinar e treinar para atingir a perfeição na espada.

- Hum, entendo... – Arashi também ajeitou o seu quimono, de cor vermelha, e caminhou para mais próximo da jovem samurai – Motoko, por que não pára de treinar por hoje e aprecia comigo esta maravilhosa paisagem? Assim, você relaxa um pouco.

 

Logo, as duas amigas passaram a observar a paisagem vista do alto de um morro, onde ficava o santuário. A vista era espetacular: logo abaixo, no pé do morro, via-se toda a área urbana de Vale Verde, incluindo o gigantesco complexo siderúrgico da Sidernibra em plena atividade; à esquerda, dava-se para avistar o morro Araçoiaba, um dos pontos mais altos da região, e pequenas cidades como Araçoiaba da Serra e Capela do Alto; e à direita, era possível avistar as cidades de Sorocaba, Votorantim e Salto de Pirapora, tendo ao fundo a Serra de São Francisco e o começo da Serra de Paranapiacaba. Em dias mais claros, era possível até mesmo ver cidades distantes como Itu e Piedade e lugares como a Rodovia Castello Branco.

 

- Realmente, é um vista exuberante. Imagem tão bela como esta, só vi quando escalei o Monte Fuji há um ano atrás com a minha irmã – Motoko imediatamente se lembrou da subida ao Monte Fuji que fez com Tsuruko há quinze meses atrás, quando ainda vivia na Hinatasou – Você já escalou o Monte Fuji quando morava no Japão, Arashi?

- Não... Não tive esta oportunidade. Quando morava no Japão, quase não saía do Santuário de Ise, onde vivi toda a minha infância e parte da minha adolescência. Na verdade, só descobri o que é a vida de verdade depois que cheguei aqui ao Brasil – Arashi viera à Vale Verde três anos antes, quanto tinha apenas 15 anos de idade. Seu pai, o sacerdote Hiroshi Kishu, cuja família vivia no Santuário de Ise há séculos, fora designado para substituir o recém-falecido sacerdote de Nishi-Nihon Jingu; e toda a sua família (ele, sua esposa e sua filha única) se mudou para o Brasil, onde se instalaram em uma casa ao lado do santuário. Ao desembarcar em terras brasileiras, Arashi, que até então vivia quase todo o tempo no santuário, se limitando a apenas ir para a escola, passou a ter mais liberdade para passear e fazer o que quiser, desde que não esquecesse da religião xintoísta e da sua prática.

 

Após apreciarem a paisagem por alguns minutos, Arashi percebeu que o frio havia aumentado de intensidade e convidou Motoko para entrar no santuário. Dentro do prédio, uma construção de madeira em estilo nipônico datada de 1953, as duas jovens se ajoelharam e começaram a rezar para os Kamis, que seria como “deuses” para os ocidentais. Quando terminaram as suas orações, elas seguiram para uma casa existente ao lado, também construída em madeira e estilo japonês clássico.

 

- Sente-se um pouco no sofá, Motoko – disse Arashi, enquanto tirava suas sandálias de madeira – Quer comer alguma coisa?

- Bom, trouxe um bentô (espécie de marmita japonesa, com vários tipos de peixes e frutos do mar) lá da loja. Ele está lá na minha scooter; vou pegá-lo – Motoko saiu da casa e voltou com duas caixas altas e multicoloridas, colocando-a sobre a mesa na frente do sofá. Em questão de segundos, as duas amigas começaram a degustar a refeição que a jovem samurai trouxe.

- Puxa... Esta comida da loja da sua irmã é maravilhosa, hein? – Apesar de trabalhar na loja de Tsuruko, Arashi nunca havia experimentado uma refeição do restaurante de lá.

- Ah, realmente ela é muito boa... Você sabe que entrou um novo sushiman no restaurante, e ele está fazendo o maior sucesso... Ele é de uma cidade lá do Sul do Brasil, mas não me lembro do nome... – Motoko pôs a mão na cabeça – Acho... Bem... O nome da cidade era... Blumenau...

- Blumenau? Sorata e eu fomos para esta cidade no ano passado. Ela é maravilhosa; foi colonizada por imigrantes que vieram da Alemanha no século passado. Fomos para uma festa que acontece lá, um nome esquisito, algo como Oktoki.. Obtokeru... Oktobero... Caramba, é difícil falar este nome – Arashi estava se referindo à Oktoberfest, uma tradicional festa da região.

- Ah, sobre o Sorata, gostaria de fazer uma pergunta sobre você e ele – Motoko olhava para os olhos da amiga, enquanto colocava na boca mais um pedaço de sushi com os seus hashis – Como você o conheceu? E como começou o namoro entre os dois?

 

Arashi engoliu o seu pedaço de lula e respirou fundo.

 

- Motoko, por que você quer saber sobre isso?

- Não, é que apenas estou curiosa em saber como vocês se conheceram...

- Tá bom, vou começar a contar a história, mas vai ser um pouco longo – Arashi se ajeitou no sofá – Tudo começou quando cheguei ao Brasil, aos 15 anos de idade. Duas semanas depois da minha chegada, estava no colégio quando, na hora do intervalo, comecei a passar mal. Um rapaz do terceiro colegial que estava passando por lá naquele instante viu a minha situação e me levou à enfermaria, onde fui tratada. Depois da aula, procurei este rapaz para agradecer pela ajuda e, como ele não tinha pressa para ir embora, ficamos conversando na cantina da escola até a hora dele seguir para Sorocaba, onde fazia um curso técnico. Aí a amizade foi fortalecendo até que, um dia, ele disse que estava completamente apaixonado por mim e me pediu em namoro; então, eu aceitei a proposta no ato, pois eu estava completamente apaixonada e o queria para sempre ao meu lado. Desde então, Sorata e eu mantemos uma grande amizade; para se ter uma idéia, nós nunca brigamos.

- Legal... Eu não tenho a mesma sorte que você, Arashi... Ter uma pessoa que te ama e te preocupa durante todas as horas do dia... – Motoko abaixou a cabeça e colocou as palmas das suas mão nos seus olhos, tampando-a. Em seguida, respirou bem profundamente.

- O que você tem, Motoko? Você tá legal?

- Estou bem, sim... Apenas estou um pouco cansada...

- Não, você não está cansada. Sei que está sentindo algo. Desde que comecei a falar sobre o Sorata, você está assim – e a jovem, sem papas na língua, perguntou diretamente – Você está apaixonada pelo Roberto, Motoko?

 

A samurai não respondeu.

 

- Te fiz uma pergunta: você está apaixonada pelo Roberto? Sim ou não?

 

Novamente, Motoko ficou calada, com a sua cabeça abaixada e com um olhar triste.

 

- Pode falar sem medo, minha amiga. Não vou contar para ninguém. Vou repetir: você está apaixonada pelo Roberto?

 

Depois de dois minutos de silêncio ensurdecedor, Motoko finalmente abriu a boca e disse bem baixinho:

 

- Eu o amo, Arashi... Eu o amo demais...

- Ah, eu sabia... E desde quando gosta dele?

- Desde a primeira vez que o vi – Motoko continuava a falar com a voz bem baixinha – Eu estava indo para o meu treino quando o vi com a mãe dele na rodoviária. Aí, eu parei a minha scooter no sinal e ele começou a me olhar; naquela hora, um sentimento surgiu dentro de mim, um sentimento inexplicável... Então, acelerei forte para fugir daquela sensação. Mas o vi novamente no parque, o confundi com um tarado e tentei atacá-lo, mas desmaiei e ele me ajudou...

- E quando vai se declarar para ele?

- Não sei, Arashi... Não tenho coragem para dizer para ele. Me diga, Arashi, o que eu faço?

- Bem, não posso dizer muita coisa, Motoko. É bom você falar logo para ele tudo o que sente; é melhor do que ficar escondendo dentro de você este sentimento. Senão, pode ficar tarde demais. Vai por mim, amiga...

- Mas, Arashi... Já te disse, não tenho coragem para isso...

- Sei que você tem! – Arashi elevou o seu tom de voz - Se não tivesse coragem não teria conseguido derrubar aquela árvore... Coragem você tem, isso eu sei! Se você realmente o ama, tem que contar tudo que você sente, sem enrolação! Se fosse você, eu iria até a casa dele e contava toda a verdade. Vai visitar o Roberto hoje?

- Vou sim... Daqui a pouco irei para a casa dele; vou ter umas aulas de português com ele...

- Então faz o seguinte, Motoko. Pegue um papel e escreva uma carta, dizendo tudo que você sente por ele. Então, no momento certo, você vai entregar esta carta. Já que não tem coragem de falar para ele diretamente, isto pode ajudar.

- Certo... Na verdade, ontem comprei dois livros para dar de presente para ele... Posso dar os livros hoje, juntamente com a carta.

- Excelente idéia, amiga. Aí, você entrega a carta juntamente com os livros. Tenho certeza que ele vai adorar – Arashi olhou para os olhos da Motoko e deu um dos seus raros sorrisos – Vai por mim. Tenho certeza que dará certo.

  

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- Bem, encerramos aqui a nossa aula de português e história do Brasil por hoje. Tem alguma dúvida da aula de hoje, Motoko?

- Nenhuma, Roberto. Entendi tudo sobre a aula de hoje. Obrigada por ter me ensinado – Motoko estava sentada em uma cadeira ao lado de Roberto, na mesa da sala de jantar da casa dele; ela acabara de ter uma aula particular de língua portuguesa e de história do Brasil que seu amigo ocidental vinha ministrando já há dois meses.

 

Ao ouvir a resposta da amiga, Roberto se levantou e abriu a geladeira na cozinha, de onde tirou uma garrafa de refrigerante. Trouxe o recipiente até a mesa, pegou dois copos de vidro e ofereceu um pouco do refresco para Motoko, que aceitou na hora. Após tomar o líquido, a garota-kendo ajeitou o zíper da sua jaqueta azul em estilo esportivo, levantando a gola até cobrir todo o pescoço; em seguida, olhou meio sem jeito para o rapaz e começou a falar.

 

- Roberto, posso te perguntar uma coisa?

- Claro, Motoko. Sobre o quê?

- Bom... Eh... Você já namorou uma vez na vida?

 

Roberto ficou surpreso com a pergunta e ficou um tempo calado, mas logo voltou a falar.

 

- Hum... Não, nunca namorei, Motoko. Na verdade, posso dizer que sou um encalhado. Mas já levei muitos foras na minha vida. O último foi ano passado, com uma garota da faculdade; na verdade, fui molenga demais, pois não disse logo para ela que a gostava e acabou ficando com outro. Deus, aquilo quase me fez cair em depressão... – Roberto baixou um pouco a cabeça e se calou por uns segundos – Mas, hoje estou me recuperando deste episódio que quase me enlouqueceu. Eu a amava muito, mas muito mesmo. Porém, ela deixou a faculdade e, como ela mora em uma cidade meio longe, perdi o contato com ela. Isso me ajudou a esquecer a paixão por ela. Mas, fazer o quê? É a vida... E você, já namorou?

- Roberto, nunca namorei, mas também me apaixonei por um jovem lá no Japão... Acho que te contei a história uma vez, mas aquilo foi um verdadeiro choque para mim. Também fui uma tonta por não ter me declarado logo, porém o rapaz gostava de outra e acabou se casando com ela. O choque foi tão forte que até hoje não me recuperei... Roberto, eu gostava tanto dele, tentei me aproximar mais do rapaz, mas aquela infantilidade que eu tinha há alguns anos, de odiar homens e de achar que todo homem era um tarado, não permitiu que eu me declarasse para ele; em vez de dizer que o amava, ficava aplicando golpes com a minha espada por qualquer coisa... Eu devia ter contado logo para ele... Eu devia... – E lágrimas começaram a rolar no rosto da Motoko.

- Motoko, posso te dizer uma coisa? – Roberto fixou o seu olhar nos olhos tristes da jovem, abriu um sorriso e começou a falar com uma voz bem doce – É melhor esquecer este cara. Ele já é casado, provavelmente ele ama a esposa. Ele não é o único rapaz do planeta. Tenho certeza que tem alguém que te ama, que quer ter você ao seu lado para sempre. Pode estar aqui, em Sorocaba, em São Paulo, em Tóquio, em qualquer lugar; e ele pode aparecer a qualquer momento. Por isso eu digo, Motoko: nunca desista! Se você se apaixonar por alguém, não perca tempo e declare logo para ele; não desperdice a próxima oportunidade.

 

A jovem nipônica, ainda embebida em lágrimas, ouviu o conselho de Roberto e fixou o seu olhar no rosto dele, enquanto soluçava.

 

- Roberto... Roberto...

- Hã, o que foi desta vez, Motoko? Está se sentindo legal?

 

O rapaz simplesmente não entendeu a atitude da jovem, que não parava de olhar no seu rosto. De repente, uma sensação de prazer e desejo surgiu dentro dele, e também começou a olhar para o rosto da oriental. Por três minutos, os dois jovens ficaram olhando o rosto de cada um, sem esboçar nenhuma reação externa, até que Motoko começou a aproximar a sua cabeça com o rosto de Roberto; a cada segundo que passava, seu rosto se aproximava cada vez mais. Até que o telefone tocou, e Roberto, ao ouvir o sinal, acordou da “hipnose”, se levantou da cadeira e foi até o aparelho.

 

- Alô?... Sou eu mesmo... Oh! Olá, tio Augusto! Tanto tempo... Espere um instante, por favor? – Roberto deixou o fone ao lado do aparelho e correu para a sala de jantar – Motoko, vou ter que ficar um tempo no telefone. Meu tio lá de Lisboa está na linha e acho que vou demorar. Não se importa de ficar um tempo sentada no sofá da sala enquanto converso com ele?

 

A samurai concordou com Roberto, que voltou para o telefone, e se dirigiu para o sofá da sala de estar, onde ficou sentada vendo o amigo conversando no aparelho. Depois de ficar mais de dez minutos na linha, Roberto sentou no sofá da sala ao lado de Motoko.

 

- Roberto, acho que já vou indo... Lembrei que tenho que fazer uma coisa lá no meu quarto.

- Já, Motoko? Mas são 15:00 ainda... Vai fazer o que lá, sozinha? Sua irmã está na loja e o Hideki está em Brasília, à viagem de trabalho.

- Vou treinar mais um pouco a minha espada... E vou descansar a cabeça também. Não estou legal; acho que não dormi direito hoje.

 

Assim, os dois jovens caminharam até o portão de casa, onde Motoko abriu o baú da sua scooter e tirou dois pacotes embrulhados.

 

- Isto é para você, Roberto – entregou os dois pacotes e mais uma folha de papel dobrada com uma mensagem escrita em kanji – Estes presentes são para dizer que te adoro como amigo. Te considero a pessoa mais gentil e carinhosa que já conheci fora da minha família. Aceite-os, por favor.

- Claro. Aceito-o com todo o prazer – Roberto abriu os dois pacotes e levou um susto ao ver os presentes: dois livros em português, sendo um contando a história da tradicional Viação Cometa e a edição em português e preto-e-branco do livro Tintin no País dos Sovietes, lançado originalmente em 1929 – Nossa Senhora! Não acredito! Só pode ser um sonho! Motoko, eu sonhava em ter estes livros a qualquer custo! Não precisava ter gastado tanto dinheiro com isso! Estes livros são caríssimos!

- Que isso, Roberto? Esta é apenas uma forma de dizer que gosto muito de você; é um agradecimento por tudo que você me fez nos últimos seis meses na minha adaptação aqui no Brasil – Motoko levantou o assento da sua moto e tirou o seu capacete – Mas, gostaria que lesse também esta carta que te dei junto com os livros, por favor.

 

Roberto pegou a folha de papel, desdobrou-o e começou a ler os ideogramas.

  Caro Roberto,Primeiramente, quero te dizer que estou muito feliz por ter você como meu amigo. Já faz seis meses que a gente se conhece, e neste intervalo de tempo descobri que a sua terra não é um lugar ruim para se viver, como ouvia na época que eu morava no Japão. Mas, se não fosse a sua ajuda, certamente a minha adaptação no Brasil seria bem mais difícil. Por isso mesmo, comprei estes dois livros como uma forma de agradecimento por tudo que você fez e ainda faz por mim.Entretanto, o objetivo desta carta é outro. Quero te contar uma coisa, desabafar na verdade... Roberto, gosto de você, muito mais do que como amigo...Roberto, eu te amo.É difícil saber quando eu comecei a me apaixonar por você, mas na primeira vez que eu te vi, quando você chegou de viagem do Exterior, meu coração disparou e senti uma sensação de desejo e amor muito forte. Muitas pessoas não acreditam em amor à primeira vista, porém descobri que isto existe; me apaixonei por você desde a primeira vez que te vi. E a minha paixão por você foi aumentando com o passar dos dias, pois fiquei encantada pelo seu esforço em ensinar as coisas do seu país para mim, e admiro a sua vontade de viver; pode ter certeza que existem poucos homens como assim no mundo. E pensar que me apaixonei por aquele paspalho lá no Japão...Não quero estender muito esta carta, mas vou dizer uma coisa: mesmo que você goste de outra pessoa, fique sabendo que sempre estarei ao seu lado, nas horas alegres e tristes, nos dias radiantes e obscuros, no topo do mundo ou no fundo do poço... Pode até ser que você goste de outra garota, mas decidi abrir o meu coração desta vez, para evitar o que passei em Hinatasou, onde eu fiquei enrolando e perdi o cara que eu gostava para outra...Por isso, quero que continue a amizade comigo, mesmo que você fique assustado com esta declaração. Preciso muito de você. Preciso de alguém para aprimorar a minha espada, para conseguir uma vaga em uma faculdade daqui, para ser feliz...Pense nisso e faça o que o seu coração pedir.Um grande beijo,Motoko Aoyama

Os olhos de Roberto se encheram de lágrimas ao terminar de ler esta carta. Aquela era a primeira vez que uma garota se declarava para ele. Enquanto isso, Motoko começava a colocar o capacete em sua cabeça. Antes de cobrir o seu crânio com o equipamento de segurança, a samurai ouviu a voz emocionada do seu amigo.

 

- Motoko... Posso fazer uma coisa que eu sempre sonhei em ti? – Roberto estava extremamente emocionado com a carta que recebera da sua amiga.

- Oh... Roberto... – Motoko deixou o capacete em cima da sua cabeça, cobrindo apenas o seu cabelo e abraçou o jovem. Em questão de segundos, os rostos se aproximaram, ambos fecharam os seus olhos e, a partir daí, surgiu um forte e longo beijo em seus lábios quentes e macios; o ritual durou exatos e eternos oitenta segundos, quando Roberto tirou os seus lábios nos da Motoko e passou a olhar a sua amiga com um olhar apaixonado.

 

- Roberto, eu te amo... Quero você ao meu lado para sempre... – disse Motoko, com uma voz bem baixa.

- Também te amo muito, minha samurai... Motoko, a partir de hoje viverei para te fazer feliz, pode ter certeza... Te adoro... – e Roberto ficou abraçado a ela até o momento dela cobrir o seu rosto com o capacete, subir na scooter e ligar o veículo. Após colocar os seus óculos de sol através da pequena viseira, Motoko deu um sinal de despedida com as mãos para o seu novo namorado.

 

- Vê se me liga hoje à noite, Roberto! Gosto muito de você! – gritou, enquanto acelerava o veículo para seguir para a sua casa.

- Pode deixar, Motoko! Te amo! – respondeu, enquanto via a sua namorada se afastando com a sua scooter. E a partir deste episódio, Roberto José Antunes e Motoko Aoyama deixaram de serem meros amigos para se tornarem um casal de namorados.

  

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Notas finais do capítulo

Bom, este foi o nono capítulo, sem nenhum erro de digitação... Como vêem, a história vai pegar fogo... Motoko se declarou para Roberto e os dois começaram a namorar. No que vai dar nisso? Só lendo os capítulos que postarei me breve...

Ah, isso que dá quando não se pesquisa: tem um erro no capítulo 7; quem canta a música Ex-Dream, tema de abertura do animê X-1999 NÃO é a banda X-Japan, mas sim o cantor japonês Miyuji. Mas esta banda realmente gravou uma música para o filme baseado neste mangá da Clamp, chamada X.


Então, estarei em breve com o décimo capítulo da minha fic. Abraços e até logo!



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