Fui virando a cabeça devagar, eu estava com um medo dos infernos, mas não podia evitar eu era curiosa demais pra só sair correndo e não olhar na cara do indivíduo (pareci uma policial falando indivíduo), enfim terminei de virar a cabeça e vi aqueles olhos azuis me encarando, era o idiota do Benson, eu queria bater muito nele, além da peste me ver chorando ainda me deu o maior susto, fez com que eu pensasse que ia ser estuprada em um parque.

– Hm é você – Falei com desprezo

– Sim sou eu, o menino lindo que por acaso é seu vizinho – Me segurei pra não dar um soco nele, quem ele pensa que é? Um Zac Efron da vida?

– Nossa como você é modesto Benson ­– Falei soando o mais irônica possível­

– Ok chega de falar das minhas qualidades, vamos falar do porque você se encontra sentada nesse parque sozinha e a essa hora da noite – Disse Luke

– Apesar desse assunto não ser da sua conta, eu briguei com minha mãe – Eu disse um pouco desanimada

– Por quê? Ah já sei! Aposto que ela não quis comprar um ingresso do show do Justin Bieber pra você – Disse o idiota rindo – Aí você gritou que não era justo e veio correndo pra cá. Acertei? – Perguntou Luke com um tom brincalhão

– Você é um imbecil – Levantei e saí andando – E para sua informação eu nem gosto do Justin Bieber – Gritei enquanto andava apressadamente pelas ruas mal iluminada

– Então é do que? Da One Direction? – Gritou enquanto se levantava e vinha correndo atrás de mim

– Me recuso a responder – Falei irritada

Passaram-se uns 3 minutos, Luke andava ao meu lado e estava um silêncio muito constrangedor, porém eu preferia assim, nem parei pra perceber que esse parque era um pouco longe da minha casa, muito menos que já havia parado de chover (eu sou muito desatenta as coisas, Meu Deus!), continuamos andando até que Luke resolveu quebrar o silêncio.

– Mas então, qual foi o real motivo que você brigou com sua mãe? – Ele perguntou enquanto chutava uma pedrinha

– Nada que seja da sua conta – Falei um pouco seca, mas me arrependi – Foi mal é que eu não quero falar sobre isso... Mas assim por curiosidade, o que você estava fazendo naquele parque? – Perguntei envergonhada

– Nada que seja da sua conta – Ele com aquele sorrisinho irritante no canto da boca – Nunca te contaram Holly que tudo que você diz pode ser usado contra você? – perguntou ainda com o sorriso debochado

– Talvez tenham contado, mas eu devia estar ocupada demais para prestar atenção – Eu disse com o mesmo sorriso

– Ah é mesmo? E eu por acaso poderia saber com o que você estava tão ocupada? – disse rindo enquanto parava enfrente a porta da minha casa

– Torno a repetir Benson. Nada que seja da sua conta – Sorri – Boa Noite Benson – Nem o esperei responder e fechei a porta deixando um Luke parado do lado de fora.

Me arrependi de ter entrado no momento em que vi meus pais me encarando preocupados, meu pai suspirou aliviado e minha mãe correu e veio logo me dando um abraço, nem parecia a mesma mulher que algumas horas atrás estava gritando comigo.

– Meu Deus Holly eu pensei que você tivesse sido seqüestrada – Juliet disse preocupada – Nunca mais faça isso, nunca mais, eu achei que tinha acontecido alguma coisa com você, não consegui pregar o olho de tão preocupada. Você saiu e nem disse pra onde ia, por mais que tenha acontecido aquilo eu ainda sou sua mãe e me preocupo com você, me preocupo muito. – Minha mãe falava rápido

– Holly, eu e sua mãe ficamos preocupados, eu até saí pra te procurar, mas eu rodei o quarteirão e nem sinal de você – Meu pai falava com um tom preocupado, assim como de Juliet – Sua mãe estava a ponto de chamar a polícia – Papai falou, minha mãe como sempre exagerada

– Ok chega de melação – Disse sem paciência – Eu estou aqui não estou? Estou bem e sem nenhum arranhão, porém estou molhada e necessito de um banho quente antes que eu morra congelada – Falei enquanto saía do abraço da minha mãe (sim, ela ainda estava me abraçando) e subia as escadas em direção ao meu quarto.

Abri a porta e encontrei o meu quarto do mesmo jeito que deixei, fui até meu armário, peguei um short e uma blusa folgada e coloquei encima da minha cama, logo após andei até o meu banheiro, abri o chuveiro deixando a água esquentar, enquanto isso eu me despi e esperei um pouco mais até o banheiro ser tomado pela fumaça, então entrei debaixo daquela água quente e maravilhosa, fiquei lá por uns bons minutos, dessa vez não fui interrompida pelo meu pai e nem por ninguém, aproveitei para pensar no que ocorreu, desde a briga até a parte em que eu fecho a porta na cara do Luke, o que será que ele fez depois disso? Será que ele foi direto pra casa ou ficou andando por aí? Será que ele só me acompanhou por educação? Será que ele voltou para aquele parque? (Porque mesmo eu estou pensando no Luke? Ou melhor, porque eu me importo com o que o Benson faz?), saí dos meus devaneios quando percebi que estava com a ponta dos dedos murchas, peguei a toalha e rapidamente me sequei, andei devagar até a minha cama e rapidamente me vesti, retornei ao banheiro e penteei meus cabelos, nem olhei muito no espelho, sabia que ia estar com a mesma cara de cansada de sempre.

Fui me deitar, mas minha barriga roncou muito alto, logo me lembrei de que não havia comido nada, pois no exato momento em que eu ia comer minha mãe resolveu brigar e eu acabei ficando com fome, saí da cama com uma preguiça enorme, mas mesmo assim desci e fui até a cozinha, não tinha ninguém ali embaixo, estava tudo apagado, e como euzinha tenho muito medo do escuro fui acendendo todas as luzes, quando finalmente cheguei a tão sonhada cozinha, imediatamente abri a geladeira e fui pegando tudo que eu iria precisar para fazer um sanduíche que fosse capaz de matar minha fome que nesse momento está me matando,acho que levei uns 2 minutos pra fazer um sanduíche comível (N/A sei que não está certo falar comível, mas eu nunca fui certa mesmo) e apresentável, o coloquei cuidadosamente – leia: joguei – no prato e peguei uma latinha de alguma coisa que achei na geladeira, não sei o que era, mas parecia ser gostoso, equilibrei tudo na minha mão e subi a escada bem devagar, não tinha como apagar as luzes, mas isso nem importava, porque se com a luz acesa eu já derrubo tudo imagine com a luz apagada, enfim cheguei com tudo inteiro no quarto, bem o sanduíche desmontou um pouco, mas a minha fome era tão grande que eu nem me liguei muito nisso, só queria devorar aquilo e assim fiz, 2 minutos depois já tinha devorado o sanduíche que em modesta parte estava muito delicioso e o refrigerante ou suco, sei lá o que era aquilo, mas que era extremamente bom já estava no meu estômago , levantei com uma preguiça enorme e fui escovar meus dentes (Sou uma boa menina) e depois ter meu merecido sono de beleza (como se eu fosse muito bonita), voltei pra cama e literalmente me joguei, estava tentando achar uma posição confortável, mas não obtive sucesso, fiquei lá deitada toda desengonçada quando me lembrei que amanhã eu tinha aula, inferno porque eu tinha que lembrar disso? Não tinha feito nenhum exercício, nem sequer toquei na minha mochila, comecei a pensar na bronca que iria levar da baranga mal amada da minha professora de química, mas fui interrompida por uma batida na porta, era minha mãe, tentei fingir que estava dormindo, mas ela percebeu.

– Sei que está acordada Holly – minha mãe falou calmamente – Olhe eu queria me desculpar por mais cedo, eu só estava estressada por causa de algumas coisas que aconteceram mais cedo e acabei descontando em você. Mas tenho uma pergunta, o que te faz pensar que eu dou mais atenção ao James do que a você minha filha? – Ela perguntou com um olhar triste e eu apenas dei de ombros, não estava a fim de falar nada – Escute, eu amo vocês dois igualmente, vocês e o seu irmão são as coisas mais importantes pra mim, não pense que eu o amo mais o James, talvez eu dê sim um pouco mais de atenção a ele, pois James segue muito o que os amigos dele fazem e eu tenho medo que ele possa acabar, como posso dizer? Saindo do caminho e você sabe como eu sou preocupada, mas com você minha filha eu não preciso disso, pois sei bem das suas amizades que você não se deixa influenciar por ninguém e isso me deixa mais aliviada, mas eu te amo tanto quanto amo o James – ela terminou de falar e eu percebi que estava chorando, queria abraçá-la, mas simplesmente não consegui.

– Tudo bem mãe – Eu disse triste

– Sabe, eu estava guardando isso para te entregar quando você fosse mais adulta, mas acho que esse é um bom momento – Ela sorria enquanto secava as lágrimas, eu finalmente consegui ver o que estava na mão dela e quase tive um treco.