PI PI PI PI PI.....

– Mas que merda é essa? – Disse caindo da cama lentamente. Que porcaria de Pi, Pi é esse?

– Samantha levanta você vai se atrasar. – Ouvi minha mãe gritando lá debaixo. Esse ai deve ser o tal do relógio que ela disse que iria comprar. Oh negocio irritante que não para de apitar.

– Ô mãe desliga essa merda de despertador aqui. Eu vou quebrar ele. – Gritei, enquanto tentava levantar do chão com as pernas todas enroladas no edredom.

Fui direto para o banheiro com o Pi Pi se repetindo na minha cabeça. Me arrumei e desci pra tomar café morrendo de dor de cabeça.

– Bom dia filha. – Disse minha mãe sorrindo como sempre.

– Tem remédio pra dor de cabeça ai? – Disse pegando uma maçã.

– Tem sim – Ela disse se virando pra pegar o remédio. – Não dormiu bem por que? O que aconteceu filha?

– Sei lá, mãe. – Disse pegando o remédio.

A campainha tocou e ela foi atender, obvio que era o matador. Droga de escola. Tomei o remédio e fui pra sala.

– Bom dia Sam. – Ele disse sorrindo. Sorriso bonito. Garoto chato.

– Fala ae. – Disse pegando minha bolsa.

– Tchau mãe. – Disse empurrando o matador pra fora e fechando a porta. Agora você pergunta: por que você esta agindo assim Sam? Simples, to sem paciência e com dor de cabeça, quero ir pra escola logo, dormi na sala de aula e voltar pra casa e dormi mais.

– Ta de mau humor Samzinha? – Ele perguntou enquanto ligava o carro.

– Claro que não. O dia ta tão lindo que eu to pensando em sair do carro e ir andando. – Disse com toda a minha ironia.

– Credo Samantha. O que aconteceu? Você ta pior que todos os outros dias. – Ele disse me olhando enquanto estávamos parados no sinal.

– Ai Pierre fica quieto vai. – Disse fechando os olhos e me aninhando no banco do carro. Garoto retardado, a culpa é dele se eu não dormi direito. Idiota, ele fez macumba pra eu estar nesse estado. É impossível um ser humano ficar sem dormir e no estado que eu estou por causa de outro ser, que ouse dizer, não é humano.

Calculando (a essa hora da manhã?) agora eu tenho uns 5 minutos pra cochilar até chegar a escola.

– Samantha. Sam. Já chegamos.

– To acordada já. – Resmunguei me virando, mentira porque não tinha pra onde virar, mentira de novo, eu cai nos braços do Pierre, melhor do que a calçada, claro.

Arregalei os olhos na hora, pulei dos braços do Pierre peguei minha mochila e sai correndo. Quando olhei pra traz o Pierre estava com cara de idiota com a boca aberta tentando entender o que havia acabado de acontecer, serio, a cara dele estava muito engraçado e eu como pessoa normal que sou, comecei a rir no meio da escola toda descabelada. Pra quem estava com um humor razoavelmente péssimo eu evolui. Bipolaridade olá.

Como bela desastrada que sou também né, esbarrei em alguém e novamente estava eu lá no chão. E ai chãozinho que tal nós assumirmos publicamente nosso relacionamento? Oh senhor, a que ponto da loucura eu cheguei.

– Tudo bem Sam? - Disse o ser que eu quase matei. Quando olhei era o Austin.

– To bem Austin. - Disse enquanto ele me ajudava a levantar.

– Posso saber do que você estava rindo. - Quando ele disse isso a cara do Pierre veio na minha mente e eu comecei a rir, rir muito. O sinal bateu e eu olhei pro Austin ainda rindo e ele estava olhando pra mim com a mesma cara do Pierre só que sem a boca aberta. Eu deixei o Austin lá e fui indo pra sala, rindo sempre. Cheguei na sala e o professor ainda não havia chegado, me joguei na carteira rindo e vi a May vindo.

– Do que você ta rindo que nem uma hiena ai Sam? - Ela perguntando se sentando na carteira de frente pra mim.

– Mayte você tinha que ter visto a cara do Austin e a do Pierre. - Disse rindo. Gente, quando vou parar de rir?

– Eu já vi eles hoje e estão com as caras de sempre. - Ela disse com uma cara que dizia "Você ta louca. Para de rir."

– Não May, você tinha que ver, serio.

– Ta bom Sam. Já deu já. Para de rir. Vamos fazer o trabalho de Biologia amanhã? - Ela perguntou mexendo na agenda dela.

– Tem trabalho é? Vamos. Que aula é agora? - Disse arrumando minha mochila encima da mesa pra apoiar a minha cabeça.

– Sociologia.

– Legal, vou dormir aqui me chame na hora do lanchinho. - Disse e fechei os olhos.

– Sam você é uma piada e vai ser ferrar nas provas desse jeito. - Ouvi ela dizer, mas já estava vendo o coelho correndo pela sala me chamando (Alice é vida).

– Sam, hora do lachinho. - Disse a May me cutucando.

– Comida. - Disse me levantando e puxando a May pro refeitório.

Peguei o lanche la e fui me sentar na mesa junto com a May. Eu estava devorando minha comida lá de boa na lagoa até que me aparece o Pierre e os seus amigos.

–E ai Sam.- Disse o Jake. Já disse que adorei esse garoto? Pois é eu adorei ele.

– E ai Jake. - Disse bebendo meu suco de maracujá.

Todos os seres se sentaram na mesa e adivinha quem se sentou do meu lado? O Pierre. Só observo ele.

– Vamos no cinema amanhã? - Disse o Nicholas que estava sentado do lado da May só com olhares pra cima dela, se é que vocês me entendem.

– Amanhã não é quarta? - Disse o Cam.

– É, e dai? - Respondeu o Nicholas.

– E dai que amanha é dia de dormi. - Respondi o obvio.

– Todo dia é dia de dormir pra você Sam. - Disse o Pierre. Mentira porque ele nem sabe da minha vida. O pior é que todo mundo concordou e riu.

– Vocês nem me conhecem, podem parar de rir ai. – Disse terminando de toma meu suco.

– Vamos sim. Que filme vai passar? – Disse a May, traíra. Eu não vou mesmo.

– Ah sei la, a gente vê na hora. – Respondeu o Nicholas e o sinal bateu.

Voltamos pra sala e eu dormi de novo. Agora eu me pergunto: os professores não veem isso não? Melhor pra mim.

– Vamos embora Samantha. – Abri meus olhos e o Pierre estava puxando meu braço.

– To indo matador. – Disse meio grogue enquanto ele me puxava pelo corredor, segurando minha mão. Espera minha mão, a mão dele, mãos dadas, corredor. Soltei-me dele e fui à frente. Pra quem estava grogue ainda eu me recuperei rapidinho hein.