The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 44
|Hiccup| Lonely


Notas iniciais do capítulo

O capítulo passado eu sei que foi injusto e cruel, mas estranhamente não me arrependo.
Estou tendo dificuldade no desenvolvimento das cenas de ação, tanto é que estou atrasada, mas estou me esforçando por vocês :)
Sabe excesso de pensamentos, mas a maldita dificuldade em colocá-la em palavras? Eu estou com isso, mas espero que eu tenha feito um bom trabalho aqui tentando mostrar o desespero de Soluço.
Vamos ler?



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Soluço cerrou os olhos fortemente, tentando apagar o que acabara de ver, tentando acreditar que isso não passava de um pesadelo.

Mas as lágrimas que caíam em sua camisa eram a prova de que o que acabara de acontecer era real.

Jack se aproximou de Soluço lentamente após ajudar Merida a sair da beira do precipício. Soluço virou a cabeça bruscamente, não querendo olhar Jack.

Ele não entendia e nem sabia por que, mas estava com raiva dele.

Não só de Jack como dele mesmo. Ele nem ao menos pôde se despedir, nem pôde falar com o pai. Por que ele teve que ir assim tão bruscamente?

Ele queria ter ouvido o pai, entendido o que ele gostaria de dizer, porque é claro que o pai dele gostaria de dizer algo. Mas agora estava sozinho. Sem pai e sem mãe.

– Me desculpe. – sussurrou Jack. Ele parecia abatido, mas diferente de Soluço, ele estava duro, seco. Soluço chorava, seu rosto todo grudento de lágrimas.

– Cale a boca. – Soluço balbuciou, não conseguindo parar de chorar. – Você não conhecia ele.

– Ele também era meu pai.

– ELE NÃO ERA SEU PAI! DROGA, JACK, ELE É MEU PAI, SEMPRE SERÁ SÓ MEU! CACETE, VOCÊ NÃO SABE NADA SOBRE NÓS DOIS.

Jack parecia pela primeira vez sem palavras. Merida pegou a corda da mão de Soluço e afagou seu ombro.

– Me dê isso, Soluço, não precisa mais segurar os prisioneiros.

Soluço soltou a mão lentamente, olhando para o nada. Claramente estava traumatizado e... perdido.

Rapunzel fitava os dois de longe. Ela estava sozinha em um canto, tentando ignorar Gothel. Seus olhos estavam avermelhados, pois reprimia um choro.

Depois de um tempo, quando o choro de Soluço se estabilizou, ele disse:

– Sabe o que me dá mais raiva? – ele levantou o olhar, encarando Jack. – Ele não se despediu de mim. Ele falou por último com você, não comigo. É injusto; eu sou o filho dele.

– Ele tem orgulho de você. Faça isso por ele a partir de agora.

Soluço deu um soluço baixinho, reprimindo outra onda de choros.

– De que adianta fazer isso por ele se no final não estaremos juntos de novo?

***

Merida tentou insistir que Soluço descansasse, mas ele não aceitou. Todos saíram rapidamente após ouvir mais sons de desabamento. Era óbvio que já haviam notado que eles haviam fugido.

Elliot, o amigo de Merida, andava a todo o momento ao lado dela perto demais como fosse perdê-la. Soluço andava na frente sozinho, ignorando os prisioneiros. Rapunzel andava um pouco a frente de Merida, não olhando para trás de modo algum, pois Gothel estava lá. Jack ficava atrás de todos, como guarda. Soluço achou estranho o fato de estarem todos juntos novamente, mas ele continuar se sentindo sozinho. Era um vazio dentro dele irreparável.

Soluço mesmo que não vesse, sentia o olhar de seus amigos queimando sua costa. Não havia choro. Pelo menos não mais. Provavelmente não havia caído ainda a ficha de que seu pai nunca mais voltaria para ele, que nunca mais o veria, a não ser em seus sonhos.

Cruelmente as memórias o atingiram. Seu pai o levando para sua primeira aula, seu pai sorrindo e tocando em seu ombro para confortá-lo, seu pai ajudando-o a superar cada aniversário sem a mãe.

Uma mão suave tocou seu ombro e, por mais que o ato fosse o mesmo, o peso da mão era diferente da de pai. Merida estava com os olhos marejados e em um impulso envolveu Soluço em um abraço. Ela sussurrou em seu ouvido, tremula:

– Eu não sei o que dizer, mas me sinto na obrigação: eu estou com você. Eu imploro, Soluço, que deixe-me te ajudar. Eu estou com você.

Soluço apertou mais Merida no abraço e disse com toda a força na voz que sobrara:

– Ele vai voltar, né?

O corpo de Merida enrijeceu. O que dizer sem mentir ou machuca-lo?

– Em seus sonhos, Soluço. Em seu coração, pois ele mora aí agora. Quem nos ama nunca nos deixa, porque nem a morte é mais forte que o amor.

Ele parecia convencido disso, já que se soltou do abraço e envolveu sua mão na mão de Merida. Isso dava força para ele continuar.

***

– Onde estamos indo? – perguntou Elliot, quebrando o silêncio. Jack que segurava os reféns, respondeu:

– Esses mentirosos estão nos levando para até nossas armas.

– E isso aí que vocês estão segurando não são armas? – Elliot perguntou novamente, perdido sem entender absolutamente nada que acontecia.

– Nossas armas especiais. As armas que os deuses nos deram, entendeu?

Elliot assentiu com a cabeça e a baixou, sem graça. Ele queria mais respostas, por mais que ele sentisse que nunca seria o suficiente.

Chegando novamente ao topo da escada, Jack soltou bruscamente os presos, que caíram duramente no chão.

– Abram a porta e prometo que soltaremos vocês. – Jack disse azedo, olhando para seu falso tio Elijah. Elijah parecia amedrontado comparado a Gothel, que estava seca e insensível. Elijah levantou-se e aproximou da maçaneta da porta e encaixou sua mão, a palma pressionada e os dedos abertos. Um pó negro saiu entre os dedos e a porta abriu, dando acesso a todos eles.

Não era um corredor nem um cofre, como Griflet contara. Era uma sala escura e a tapeçaria tinha desenhos de heróis mortos e um só homem no topo de todos: Breu.

A porta se fechou com um estrondo e todos se viraram quando tochas se acenderam, dando luz a sala.

As armas estavam lá, dispostas em na parede como um troféu.

E em um trono, a frente das armas, estava Breu, sorrindo sarcasticamente. Em pé ao lado estava Griflet Potestatem, com um sorriso tão azedo quanto do próprio deus.

***

– Griflet? – Elliot disse alto demais, perplexo. Jack o repreendeu com o olhar.

Breu levantou-se do trono com uma espada empunhada e chegou perto do grupo, mais perto do que Soluço imaginaria ele chegar. Breu não aparentava raiva ou desagrado: estava satisfeito.

– Estou surpreso. – disse Breu com um sorriso falso. – Não pensei que sairiam vivos da Nuvem. Os Subestimei.

– Para ser seu seguidor só poderia ser pateta, isso eu sempre soube. Mas hoje isso foi comprovado. Foi tão fácil arrebata-los. – Jack comentou, fazendo Breu rir ironicamente.

– Os meus seguidores são inteligentes o suficiente para aceitar que eu sou quem os salvarão. Infelizmente não tive tempo de prepara-los decentemente para essa guerra, mas os mais fortes estão em campo de batalha neste exato momento.

– Não por muito tempo, não até a gente acabar com você. – Jack enfrentava Breu bravamente, mas era estupido naquele momento. Breu parecia se divertir com ele.

Breu soltou Elijah e Gothel com um golpe de espada, rasgando a corda. Eles saíram e mudaram de lado, ficando ao lado de Griflet como guardas de Breu.

– Falta uma hora para o plano realmente começar. – Breu disse calmamente, olhando para seus pequenos inimigos de dezesseis anos. – Não adianta tentar fugir, qualquer movimento brusco eu interpretarei como uma ofensa. Enfim, em uma hora os quatro castelos das legiões serão explodidos, levantando assim apenas um castelo: o meu. Por enquanto é só diversão, uma pequena guerra entre as legiões, algo que fazia muito tempo que eu não via e sentia saudades. É tão irônico ver cada um defendendo seu elemento sendo que um completa o outro! É ridículo, é fraco. O meu elemento é o melhor, no final das contas; não depende de ninguém.

Griflet aumentou seu sorriso, concordando com as palavras de seu chefe.

– Agora que todos estão juntos, posso pegar o que preciso para depois me livrar de vocês.

Breu aumentou o sorriso e olhou para Griflet, confirmando alguma coisa. Griflet sorriu de volta e bruscamente se aproximou de Rapunzel, carregando-a em seus braços.

Rapunzel batia na costa dele, tentando a todas as custas se soltar, mas Griflet era forte. Jack pegara sua espada e estava pronto para acertar Griflet quando Breu se interpôs:

– Eu não faria isso, Jack Frost, até escutar o que tenho a dizer.

Jack olhou Merida, que confirmou com a cabeça para esperar. Griflet soltou Rapunzel aos pés de Breu, que sorriu satisfeito, pegando no cabelo da loira.

– Fazia gerações que eu não via legionárias da Terra nascerem com este dom.

Rapunzel puxou sem cabelo contra o corpo, enojada com o toque de Breu.

– O dom da cura que doura os cabelos com esse brilho de ouro, essa aura angelical e poder. É só o que eu preciso para incrementar meus poderes.

Breu ergueu sua mão para pegar a espada, mas não encontrou nada. Quando levantou o olhar, a própria espada estava apontada em seu peito, empunhada por Gothel.

– O que está fazendo, Gothelia? – Breu estava mais surpreso do que gostaria de parentar.

– Não ouse machucar minha filha. – disse Gothel entredentes.

– Não me diga que ama essa garotinha insuportável? Gothelia, por favor! – Breu debochou.

– Só... solte... Rapunzel. – Gothel tremia diante de Breu, seus olhos estavam enxaguados, como se não quisesse estar fazendo o que fazia. Breu afastou a mão do cabelo de Rapunzel.

– Pronto, está vendo? – Breu sorriu maliciosamente e Griflet que estava ao seu lado, estendeu sua espada a ele, que pegou e rendeu Gothel.

– Agora entregue minha espada. – Breu pediu insistente. Havia algo de importante nela?

– Eu não vou deixar você matar minha filha.

Sem paciência, Breu deu um grito enquanto abaixava sua espada para atingir Gothel. Mas ouviu a voz de Jack:

– Espere!

Breu se virou e viu que Jack mantinha Rapunzel presa em seus braços, a mão em sua boca para ela não gritar. Jack estava todo vermelho com a força que fazia. Sua espada estava pendida ao lado do longo cabelo de Rapunzel, pronto para cortar.

– Se não nos soltar, eu corto o cabelo de Rapunzel.

Breu olhou para ele perplexo. Se cortasse, o poder sessaria.

– Não ouse cortar um fio de cabelo dela.

– Então nos solte.

– Não será possível isso.

– Tudo bem então. – Jack abraçou Rapunzel e com os braços em cima do ombro dela, cortou bruscamente o cabelo, libertando os longos fios loiros para trás.

O cabelo de Rapunzel escureceu, ficando castanho. O corte estava torto, mas dera certo pelo olhar horrorizado de Breu. Os fios no chão havia, perdido o brilho dourado também.

No lugar de sorriso irônico, surgiu uma carranca no rosto de Breu. Ele falou:

– Muito bem, até agora só brincamos. Vamos jogar de verdade então, não é Jack Frost?

Breu ordenou que Elijah e Griflet atacassem todos. Com um golpe mortal, Breu atacou Gothel, furando sua barriga. Gothel caiu no chão, a espada voando para longe do qual Breu pegou. Com um olhar cruel ele disse:

– Só saiam daqui quando todos estiverem mortos, é uma ordem.

E desapareceu.


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Notas finais do capítulo

Desculpe qualquer erro e espero que esteja indo em um caminho satisfatório a vocês ;)
Que tal um review para me deixar sorrindo?
[atualizado dia 20/01] http://fanficb4-guerradaslegioes.tumblr.com/post/72727103123/capitulo-43-no-ponto-de-vista-de-stoico < capítulo 43 em ponto de vista de Stoico