The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 43
|Jack| Lies Part III


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo, preciso dizer que este é o capítulo que eu mais odiei de escrever até hoje.
Vocês vão entender por quê e por favor, não me odeiem.



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A vontade de sair correndo até Rapunzel era incontrolável. Era ela, a sua garota, a sua flor. Como Jack pôde ferir os sentimentos daquela garota que ele amava tanto?

“Vocês são sempre tão tolas e ingênuas a ponto de acreditar que cada palavra bonita que digo é verdade.”

Não. Rapunzel não é assim.

“Eu consegui o que queria de você. Foram apenas beijos insignificantes que nem lembro mais o sabor. Eu achei que você era diferente, Rapunzel. Eu por um momento te achei interessante, mas... é uma burrinha.”

Rapunzel era a pessoa mais interessante que ele conhecera! Como pudera dizer isso...

“Sabe, nunca daria certo nosso relacionamento. Somos de Legiões diferentes.”

Mas claro que dariam certo sempre. Jack ficou pensando se sua Rapunzel, sua Punzie, ainda sentia o mesmo que ela sentia antes. Porque ele a cada dia que passava só conseguia amar mais e mais.

– Pai! – Jack ouviu Soluço gritar. Todos os que estavam presos, Jack notou, ele conhecia: Rapunzel, Stoico e Elliot.

– Filho! – o grito de Stoico soou como dor. Jack apertou os olhos e viu que Stoico começara a chorar compulsivamente. – Soluço meu filho... Jack? Jack! Meus filhos... – Stoico soluçou alto e chorou mais.

Elliot que era o mais desolado entre eles ficou paralisado ao ver Merida. Merida gritou:

– Elliot, pelo Fogo! Fique calmo, Ellie, fique calmo que já estou indo.

Merida guardava a flecha em sua mão na aljava novamente e tirava o cabelo do rosto. Ela queria passar por aquela pista perigosa? A probabilidade de cair era mais alta do que conseguir passar.

Mas Jack não reparava em nada disso. Era apenas Rapunzel. A garota olhava para ele sem nem piscar. Ele não conseguia interpretar sua expressão. Estava feliz? Irritada? Surpresa era meio óbvio que sim, mas... Ela ainda o amava?

E onde estaria a pessoa que Rapunzel mais amava?

– Eu já estou indo. – disse Merida desesperada. – Soluço, Jack, vocês ficam aqui com esses dois enquanto eu vou lá.

– Mas como vai abrir, Merida? – Perguntou Soluço. – Deve ter um modo especial.

Merida escutou Elliot gritar. Ele dizia:

– Medalhão!

Medalhão...? Que porcaria esse garoto está querendo dizer?, pensou Jack. Foi então que ele entendeu.

– Merida, ele está dizendo que a chave é um medalhão.

Merida assentiu com a cabeça e olhou para Soluço.

– O que você acha que devemos fazer?

– Essa mulher saiu desta sala antes, lembram? Deve ter algo no seu bolso.

Soluço verificou o vestido verde escuro da mulher, envergonhado.

– Estranho, não parece ter nada...

– Você não sabe procurar nada mesmo, Soluço! Olhe pra você, só de olhar pro corpo dela já está todo vermelho, se controle! – Jack empurrou Soluço e encarou a mulher. Ele era mais alto que ela, por isso baixava-se um pouco para observar todos os cantos do vestido, a bainha do vestido, a cintura, o decote...

– Está gostando do que vê, garotinho? – perguntou Gothel com uma voz calma e sedutora.

– Eu já vi coisas melhores e sem nenhum vestido. E acredite: eram anos luz melhor do que estou vendo agora.

Gothel gargalhou azeda. Ela sussurrou na orelha de Jack, provocando arrepios:

– Sabe quem estava preso naquela jaula além daqueles três? A pessoa que Rapunzel mais amava? Não era você, né? Deve ser porque a pessoa que ela mais amou na vida era eu.

Jack olhou horrorizado para ele. Como assim? Aquela mulher que mantinha Rapunzel presa na torre, a mulher que Rapunzel tinha medo, mas amava incondicionalmente era essa... Bruxa velha?

– E cadê a família de Rapunzel?

Gothel acompanhava com os olhos os movimentos de Jack. Lentamente ela respondeu:

– Eu sou a família dela.

– Não. Quero dizer o pai e a mãe.

– Isso realmente não tem importância para você.

– Achei!

Jack puxou um cordão que estava envolta do pescoço de Gothel. Escondido dentro do decote, entre os seios estava um medalhão negro. Jack sorriu:

– Decotes sempre escondendo surpresas agradáveis.

Jack puxou o colar do pescoço de Gothel. Gothel parecia furiosa, como se tivesse roubado o maior tesouro dela.

– As suas ordens, Merida.

Soluço ficou segurando os reféns enquanto Merida se preparava para passar. Merida respirou fundo várias vezes, suando fria e tirando o cabelo do rosto para se refrescar. Ela teve uma última ideia.

– Jack, me empresta sua espada.

– O quê? – Ela não precisava de uma espada.

– Só... me empresta sua espada.

Jack tirou sua espada da bainha e entregou a ela. Merida focou em seu vestido e com um movimento cortou a saia longa do vestido até o joelho.

Soluço abriu a boca de modo aleatório. Quando ele viu que eu observava, tratou de fechar e me olhou de um modo que dizia: “Não se atreva”.

– Sinceramente, não entendo porque consideram vulgar uma mulher usar vestidos curtos! Esses vestidos longos são pesados e desconfortáveis... Tira toda minha agilidade. De um modo libertador, Merida jogou o resto de sua saia no abismo, caindo rodopiando, caindo sem fim. Merida suspirou de alívio. – Agora eu consigo.

Merida usou a espada com uma bengala para se estabilizar. Jack notou que ela não se atrevia a olhar para baixo, apenas para frente. Elliot parecia estranhamente orgulhoso, algo como: “Essa é minha garota, a garota rebelde que corta as saias”. Mas Soluço olhava para ele, tentando não mostrar raiva. Qual era o problema desses dois?

De um modo milagroso, Merida conseguiu chegar ao outro lado. A ruiva olhou para o cadeado grande e colocou o medalhão dentro, como uma chave. O cadeado abriu.

– Merida! – gritou Elliot, correndo até ela para poderem se abraçar. Eles se abraçaram afetuosamente, batendo na costa um do outro, demonstrando saudade.

– Me desculpe, Elliot, me desculpe por te meter nessa, por não te contar nada, me desculpe por ser uma amiga horrível. – Jack teve impressão de que se deixasse, ela continuaria a se desculpar para sempre.

– Tudo bem, eu estou com você. Isso é o suficiente para mim, eu estou com você. – Elliot sussurrou, acariciando o cabelo volumoso de Merida.

Ele claramente não sabia de Soluço. E quando soubesse? E Soluço? Jack sabia que essa história prometia.

Quando se soltaram, Rapunzel olhou para ela. Rapunzel parecia ferida, machucada. Mas não por fora; por dentro. Pura e simplesmente ferida por dentro. Jack pensou na possibilidade da culpa ser dele.

Elas trocaram o mais rápido do abraço, a mesma coisa com Stoico. Isso não era hora de se abraçarem, quis berrar Jack, mas talvez ele só estivesse querendo o abraço de Rapunzel também.

– Como você vai fazer? – perguntou Soluço do outro lado.

– A ponte não aguenta o peso de todos, temos que ir de dois em dois. – respondeu Elliot, pensativo. Merida confirmou com a cabeça.

– Elliot tem razão! – ela gritou para Soluço. – Vamos de um e um.

Eles formaram a fila, Elliot na frente. Elliot estava com a espada, tentando se equilibrar para passar para o outro lado. Rapunzel ia atrás dele, segurando timidamente na barra de sua camisa para se equilibrar. Cinco minutos depois e eles tinham passado.

Rapunzel quando pulou da ponte, olhou demoradamente para Jack, que também encarava. Deveria ir abraça-la imediatamente, mas teve medo de ela recusar. Jack Frost, você não tem medo! Mas ela se virou e ignorou Jack. Ela deu um oi fraco para Soluço e não quis ver a mãe. Deveria doer demais olhar para a pessoa que mais amava e que mentiu a vida inteira. Bom, mais um ponto em que Rapunzel e Jack tinham em comum.

Depois era a vez de Merida. Merida insistia:

– Por favor, Senhor Stoico, vá na minha frente.

– Não, não, não. Você tem que ir na frente.

– Eu insisto, por favor.

– Não, Merida. Sua vida é mais importante e eu preciso te proteger.

Merida suspirou insatisfeita e cedeu. Ela pulou na ponte e andou alguns passos e se virou para ver se Stoico vinha atrás. Ele parecia com muito mais medo, suas pernas tremiam ao tentar andar.

– A dica é não olhar para baixo, apenas para frente. – disse Merida.

– Eu estou tentando.

– Foque em apenas um ponto. Olhe para Soluço, apenas para ele e concentre-se. Daqui a pouco estaremos todos seguros.

– Sim, sim...

Jack suava frio porque Stoico estava claramente nervoso. Faltando apenas meio metro para chegarem ao outro lado, a ponte começou a tremer. Merida soltou um grito, quase se desiquilibrando.

– O que está acontecendo? – gritou Soluço desesperado.

– A jaula notou que temos foragidos. Não vai levar muito tempo para tudo isso desmoronar e todos nós cairmos para o infinito sem fim. – disse Gothel pacientemente.

– Merida, tome cuidado! – ouvi Soluço dizer. – Ajude meu pai.

Merida agarrou a mão gigante de Stoico para se equilibrarem. Faltando pouco para chegarem, toda ponte desmoronou. Se Merida não tivesse sido rápida e jogado todo seu corpo para fora, teria caído. Soluço soltou um berro estridente.

Jack correu até Merida e pegou em sua mão, ajudando-a a sair da beira do precipício. Milagrosamente Stoico continuava a segurar a mão de Merida fortemente. Merida parecia fazer força para não soltar, já que Stoico deveria ter três vezes mais que o peso dela. O suor fez com que a mão dela escorregasse, Stoico caindo.

– NÃO! – gritou Jack. Soluço não havia se movido, em choque. Seus olhos estavam vazios e sua mão apertava a corda que prendia a mãe de Rapunzel e Elijah com tanta força que as juntas dos dedos estavam sem cor. Jack abaixou a cabeça, tentando enxergar vestígios de Stoico.

Seu coração parou ao ver que ele segurava o pé de Merida. Pela Água, ele estava vivo.

– Dê impulso para frente, Merida.

– Não consigo sem meus pés. – Droga, seria impossível, pensou Jack, aflito.

Rapunzel se aproximou, segurando a mãe de Merida também.

– Você vai ter que fazer muita força, eu sei que consegue.

Mas Jack sabia que não daria. Stoico era muito pesado e tinha que ser rápido, antes que todo o salão despencasse. Jack ouviu a voz de Stoico mais para baixo:

– Filho!

Stoico deveria estar chamando Soluço, mas Jack decidiu responder por ele.

– S-sim.

– Saiba que eu te amo muito. Você é mais que um filho para mim.

– Por que está dizendo isso? – Jack estava apavorado.

– Diga ao seu irmão que... Diga a Soluço que eu o amo muito e tenho orgulho de ele ser quem ele é. Vocês são meus maiores tesouros e salvem as Legiões. Façam isso pelo velho pai de vocês.

E sem poder dar adeus, Jack viu Stoico soltar o pé de Merida e cair para o infinito sem fim.

Jack se arrependeu profundamente de nunca ter chamado Stoico de pai e nunca ter dito que também o amava.

– Eu estou com medo. – Soluço sussurrou.

– Não tenha. Eu sou seu pai. Eu vou te ajudar.

"Você está comigo."

Capítulo 12 - The Soulmate-Patronus


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Notas finais do capítulo

Dispenso comentários aqui, deixo que vocês comentem por mim.