The Big Four - As Legiões Colidem escrita por River Herondale


Capítulo 25
|Rapunzel| Brisella & Brant


Notas iniciais do capítulo

Hey! Se você ainda não leu o capítulo anterior, não leia essa! Você não sentirá o mesmo impacto neste cap se não tiver lido a anterior, hehe.
Eu espero que gostem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/399440/chapter/25

Rapunzel nunca percebera o mundo desse jeito como Jack falara. De fato, neste momento ela observava o seu redor. Ela conseguia absorver de tudo que ela via alguma coisa. Tudo ao seu redor deveria ter uma história, seja da folha que caiu de determinada árvore até quem pisou naquele solo a procura de seu Soul-Patronus em seu aniversário de 16 anos. Tudo é mais profundo do que se pensa.

Tudo que a natureza fazia era gracioso. Desde o modo que o vento batia nas folhas e elas balançavam até os grãos de terra do chão. Todos os elementos combinavam entre si.

– Eu também entendo porque você foi escolhido para estar na profecia. – disse Rapunzel, voltando a olhar para Jack.

– Por quê? – ele perguntou, sorrindo de lado, mostrando sua covinha.

Ela não respondeu. Às vezes as maiores respostas não precisam ser respondidas em diálogo.

Ela soltou suas mãos das dele e pulando alegremente ela pegou uma flor do arbusto ao lado e pôs em seu cabelo, cantarolando.

Ele ficou a observando, boquiaberto pela sua graciosidade.

Ela arrancou os sapatos e continuou a dançar e cantar uma música que ela ouvia sua mãe cantarolar quando ela era pequena.

– Você canta bem. – disse Jack, sorrindo com as mãos no bolso.

Ela parou de cantar e o encarou perplexa.

– Minha mãe sempre cantarolava essa música por mais que nunca tenha a cantado para mim. Você considera minha voz boa?

– Absolutamente. De todas as vozes que me lembro de ouvir, a sua é a melhor.

Ela sorriu sem graça e aproximou-se dele.

– Você sabe dançar? – ela perguntou, puxando seus braços com as mãos trêmulas e suadas. Mas a ideia de ser aproximar tanto de garotos não era tão assustadora com antes.

– Você já dançou em par? – perguntou Jack, encarando os olhos divertidos da garota.

Rapunzel olhou para ele e sorriu.

– Nunca dancei acompanhada. – ela revelou.

Ele pegou sua cintura e começaram a dançar.

Ele já havia dançado com várias garotas. Darcy dançava muito bem e vários passos que eles faziam eram passos que Darcy havia ensinado a ele nos festivais. Talvez Darcy não fosse tão inútil assim.

Não precisava de música. O som do vento juntamente com a água correndo e os cantos dos pássaros faziam com que eles tivessem a melhor orquestra que poderiam ter numa dança.

Não se sabe quanto tempo eles dançaram. Momentos bons não se percebem o tempo.

A mão dele estava em sua fina cintura. A outra segurava firmemente a pequena mão dela. O tempo havia parado enquanto ele olhava para as esmeraldas que eram seus olhos.

Seus pés dançavam em perfeita harmonia. Eles não se moviam de modo elaborado. Eles apenas se moviam. Se moviam de acordo com o coração, para lá e para cá, lentamente. O corpo deles não tinha um centímetro de distancia. Eles estavam realmente grudados.

No final, sem mesmo perceberem eles estavam na beira de uma cachoeira, com os pés na água, relaxando.

– Se não fosse pelos ocorridos com o pai de Soluço, eu poderia dizer que hoje é o melhor dia de todos. – sussurrou Rapunzel, com o maior sorriso no rosto.

– Eu gosto de acreditar que sempre haverá um dia melhor do que o melhor dia de todos nos esperando.

Rapunzel o encarou e refletiu as palavras rapidamente e começou a acreditar na mesma coisa que ele. O futuro sempre guardará uma agradável surpresa.

Jack desviou o olhar e ficou olhando as águas cristalinas da cachoeira e arrancou sua camisa se jogando na água, o que fez Rapunzel ficar vermelha.

– Jack, vista-se agora! – gritou Rapunzel perplexa com a cena.

– Por quê? Só tirei a camisa! Isso é algo normal entre homens.

– Eu sei disso, mas continua sendo estranho. – ela disse, tampando os olhos com as mãos delicadas.

– Como sabe? – ele riu. – Pensei que a única pessoa que conhecesse fosse sua mãe.

– Eu li sobre. Eu amo ler. – ela disse ainda desconfortável.

– Já leu algo sobre duas pessoas nadando em um riacho? – ele sorriu de orelha a orelha.

Rapunzel abriu um dedo que estava em seu rosto para poder encarar o garoto de cabelos brancos. Ele tinha um corpo tão diferente de Stoico, ela pensou. Nem todos são iguais.

– Nunca li. Daria um belo livro. – ela disse, voltando a fechar os dedos no rosto

– Por que ler sobre isso se você pode viver? – Jack jogou água nela com as mãos.

Rapunzel se distanciou da margem do riacho, mas Jack saiu rapidamente da água todo molhado, a abraçando e levando-a para dentro da água.

Eles mergulharam abraçados, abafando o grito que ela deu ao sentir o frescor da água entrando em toda sua roupa.

A sensação de estar submersa na água era ótima. Rapunzel nunca sonhara com isso antes e era tão confortável.

Quando eles voltaram ao imerso, Jack passou sua mão no cabelo longo dela, tirando-o de seu rosto.

Ele a encarou longamente, analisando todo seu rosto, sua simetria, os cabelos dourados que escureceram um pouco na água, tornando-o um fio de ouro, o tom avermelhado de suas bochechas, e por fim a curva de sua boca.

Com um olhar decidido, ele a beijou.

Ela ficou tão surpresa em ter em sentir a boca dela na sua que ficou completamente rígida, tentando agarrar algo que não havia. Algo dentro dela dizia que ela precisava fechar os olhos. Ela observava a expressão dele de prazer e conforto. Por fim, ela se rendeu ao amor.

E tudo parecia perfeito. O frescor da água, o corpo quente de Jack, a mão dele exatamente na nuca dela e a outra em sua cintura, o que fizera sua barriga ficar fria. Era ótimo ter essa sensação.

Talvez essas fossem as sensações de amor, pensou Rapunzel. Uma mistura de confiança, conforto, paz e sensibilidade, mas ao mesmo tempo insegurança.

O beijo foi longo, mais longo do que qualquer beijo que Rapunzel pudesse imaginar e melhor do que qualquer beijo apaixonado de casais de livros que ela já lera.

Talvez seja porque esse fosse o problema dos sentimentos.

Ele não pode ser compreendido, mas ele pode ser sentido.

E talvez isso seja quase a mesma coisa.

E Rapunzel não pode deixar de pensar em como a natureza a ajudava nisso. Em como a harmonia perfeita entre eles era influenciada pela harmonia da natureza.

Porque como o amor, a natureza não quer compreendida. Ela quer ser sentida.

***

Quando saíram da água, Jack deitou-se, apoiando sua cabeça no colo de Rapunzel confortavelmente enquanto olhavam as nuvens imensas do céu.

Rapunzel acariciava os cabelos brancos de Jack, o que o deixava relaxado e seguro.

Jack fechava os olhos lentamente, com um sorriso bobo no rosto incapaz de ser tirado.

– Você provavelmente nunca ouviu a história do amor proibido entre uma garota da Legião da Água com um garoto da Terra? – perguntou Rapunzel. Ela sentiu-se confusa por um momento. Será que isso que eles sentiam um pelo outro era amor?

– Se eu já ouvi não me lembro. – respondeu Jack. – Água divina, que eu não perca a memória novamente e me esqueça deste momento. Mas que palhaçada de destino!

Rapunzel sorriu e pigarreou. Essa era sua história predileta.

– Bem, havia uma garota, Brisella, que era apaixonada por flores. Algo não esperado de alguém proveniente da Legião fria como a Água – Rapunzel riu desconfortável, passando suas mãozinhas na nuca de Jack, fazendo com que ele se arrepiasse. – Brisella ia escondida no pôr do sol até a fronteira das Legiões e observava secretamente as flores da Legião da Terra. Era fascinante pra ele, sabe? Ver tantas flores coloridas.

Jack fez que sim com a cabeça, sorrindo de modo que seus lábios curvaram-se torto, afundando-se no colo de Rapunzel.

– Uma vez, Brisella aproximou-se demais da Legião da Terra. Ela se escondeu entre os arbustos e ficou observando as belas e alegres pessoas da Leda Terra dançando e cantando felizes em comunhão. Estava tendo um festival.

Um garoto chamou sua atenção entre todos que dançavam. Ele era gracioso e leve, como todos da Terra, mas sua postura dizia algo sobre ele: ele era um príncipe.

A meia noite, quando a festa acabou, Brisella percebeu que o príncipe não havia ido embora. Ela estava cuidando das flores que floresciam apenas nesse horário.

Mas enquanto procurava um balde, percebeu que não havia água. O príncipe começara a ficar preocupado. Como poderia cuidar das flores que são sem molhá-las?

Brisella então convocou seu Soul-Patronus, um beija-flor, para molhar as plantas. O príncipe ao ver aquele belo animal de água, assustou-se e pegou sua espada:

“Quem estiver aí, mostre-se agora!”

E Brisella não teve outra opção. Saiu de seu esconderijo e o encarou.

Os olhos do príncipe a olhou em todos os ângulos, e deixou derrubar sua espada. A beleza fria de Brisella era algo fazia seu coração enlouquecer.

O cabelo dela era escuro da cor da água à meia noite. Eles estavam trançados, deixando suas orelhas longas à mostra. Seus olhos eram claros misteriosos como o reflexo das estrelas nos lagos. Seu vestido longo e azul alongava sua aparência, deixando-a semelhante a uma deusa.

E todos os dias à meia noite, Brisella e o príncipe Brant se encontravam. O amor deles os completavam. Um precisava do outro como a flor precisa da água.

Elas fariam qualquer coisa para ficarem juntos.

Mas em uma noite, eles perderam completamente a noção do tempo. Brant e Brisella passaram a noite juntos e os guardas da Legião da Terra os encontraram deitados entre as flores. Essa foi a gota d’água.

Eles pegaram o príncipe bruscamente e o distanciaram da garota. Por conta de sua extrema beleza, eles acreditaram que ela era uma feiticeira da Água convocada para seduzir o príncipe e derrotar toda a Legião da Terra. Muita beleza pode ser perigosa.

Quando o rei soube, a Brant algo que ele nunca poderia concordar: abandonar sua Brisella e casar-se com alguém da realeza, fortalecendo seu reino para qualquer ataque futuro.

Brant não concordou. Fugiu do castelo após duelar com seu pai. Espada a espada. Seu pai fez uma cicatriz imensa com a ponta da arma em Brant, que ia dos lábios até a sobrancelha. Por mais que a dor fosse terrível, ele fugiu e correu até a Legião da Água a fim de se juntar a sua amada.

Mas Brisella estava presa. Ela seria julgada na praça por ter se relacionado com um rival.

Brant quando descobriu o que o destino esperava de sua amada, não pensou duas vezes. Ele precisava interromper.

Sorrateiramente ele se apresentou ao rei da Água e propôs um acordo: Se soltassem Brisella, poderiam julgar Brant em seu lugar.

O rei nunca poderia recusar tal proposta. Ter o herdeiro do rei da Terra em suas mãos seria a melhor provocação, assim provando sua superioridade.

Então arrancaram Brisella da prisão, colocando Brant no lugar. Brisella não conseguia suportar a ideia de ver seu grande amor sendo julgado em frente a toda população.

E no domingo de manhã toda população foi assistir ao julgamento. Não levou muito tempo e foi então decidido que separariam Brant de seu Soul-Patronus, um gavião.

A cerimônia era horrível. Prenderam o gavião, cercando-o com os Soul-Patronus mais fortes que havia na Legião da Água e forçaram Brant a se distanciar cada vez mais de seu Soul-Patronus.

Horas dolorosas de passaram. Eles puxavam Brant cada vez mais longe do animal. Ele gritava de agonia.

Não sei se é verdade, mas dizem que a dor assemelha-se como se estivessem arrancando lentamente sua medula espinal para que a dor fosse intensa e lenta.

Brisella ficara a todo esse momento proibida por seus pai de ir à cerimonia. Mas ela fugiu da casa de seus pais, pronta para fazer o que quer que fosse para absolver Brant de seu terrível destino.

O que ela não esperava era que Brant estivesse a 10 metros de distância de seu Soul-Patronus. O Gavião estava sem vida no chão. A luz que sempre tinha dentro dos Soul-Patronus havia se apagado. Não havia o que fazer.

A visão fora tão terrível que Brisella desmaiou. Brant estava suado, com a roupa grudada em seu corpo por conta da dolorosa jornada de se dividir com seu animal. Mas como se eles tivessem uma conexão, Brant levantou a cabeça exatamente na direção de Brisella. Lágrimas brotaram de seus olhos quando viu sua Brisella no chão. Ninguém a havia ajudado e Brant julgou que o motivo era que ela deveria estar morta.

A dor era imensa. Ficar sem seu Soul-Patronus é a mesma coisa que ficar sem alma.

Mas ficar sem sua Brisella era mais insuportável do que qualquer dor.

E seu último pensamento foi como Brisella era linda.

Dizem que quando Brisella acordou, ela não pode acreditar na dura realidade.

Ela ainda poderia ter seu Soul-Patronus ao seu lado, mas a sensação era a mesma que Brant tivera antes de morrer: um vazio.

Ela não suportaria viver em um mundo sem seu amado.


E justos partiram desse mundo.

Os olhos de Rapunzel estavam começando a ficar molhados de lágrimas. Ela lera tantas vezes a história, mas nunca essa história tivera um impacto tão forte como antes.

– O que você achou? – ela perguntou levemente gaguejando por estar segurando soluços.

Jack que estava com os olhos fechados, abriu. Ele a encarou e disse:

– Pode ser muito cedo para dizer isso, Rapunzel, mas acho que você precisa saber. Não importa o material que nos diferencie. A substância diferente que me torna legionário da Água e você Terra. Só sei que mesmo que exista essa barreira entre nós, nada me proibirá de ama-la. Nada que seja mais forte do que isso que eu sinto, que me faça desistir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Quero muuuuuitos comentários, hein? Bem longos u.u
E eu gostaria realmente que vocês mandassem pra mim um link da fanfic favorita de vocês. As que vocês leem e amam, rs
Gostaria de agradecer alguns leitores que eu chamaria de Maiores Motivadores Ever: Myh que sempre me emociona, Princess Dance que me trata com muito carinho, White que está sumidinha mas é um amor, Sazuro Sakura que é muito fofa e todos os outros leitores lindíssimos que eu tenho ♥ obrigada.
Ps: Não revisei o capítulo, muitos erros provavelmente. Sorry :(