Final Fantasy X-3 - Os Hinos escrita por Mirytie


Capítulo 5
Capítulo 5 - Dsoje


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Depois de terem conseguido escapar à população de Luca, subiram e encontravam-se imediatamente em Mi’ihen Highroad. Não havia muitas pessoas lá, apesar de terem começado a construir cabanas aqui e ali. Os construtores limitavam-se a olharem para Yuna e a fazerem uma rápida vénia para voltarem para o trabalho. As pessoas que passavam cumprimentavam rapidamente Yuna, agradeciam pelo trabalho dela e continuavam a caminhar.

Yuna gostava de Mi’ihen Highroad. Ninguém tinha tempo para conversar hoje em dia porque estavam a transformar as antigas ruínas nalguma coisa aonde as pessoas pudessem viver e deixar os filhos brincarem. Apesar de Yuna não achar que era boa ideia deixar as crianças brincar por ali, uma vez que passavam vários veículos e carroças por aquela estrada.

Já os homens que reconheciam Tidus, paravam tudo e iam falar com ele sobre o torneio de blitzball para congratula-lo. Falam-lhe sobre os movimentos e os golos que os tinham impressionado e, algumas vezes, que tinham mudado de equipa por causa dele. As mulheres olhavam para ele discretamente e coravam ou davam risinhos, uma vez que não tinham coragem de falarem com ele.

E foi aí que Yuna começou a não gostar de Mi’ihen Highroad. Porque, quando Tidus estava a falar com um dos construtores alegremente, duas raparigas aproximaram-se dela timidamente.

– Yuna-sama, aquele rapaz é seu amigo? – perguntou uma das raparigas, obtendo uma resposta positiva de Yuna – Então, se não se importar, sabe dizer-nos se ele já tem alguém?

– Alguém? – perguntou Yuna, fingindo que não sabia o que elas queriam dizer – Como assim?

– Sabe… - gaguejou a outra – Uma namorada.

– Ah! – Yuna suspirou e pensou como é que podia responder a uma pergunta daquelas. Afinal, já se tinham beijado, ela já lhe tinha dito que o amava, mas não estava nada explicito, certo? – Eu realmente, não sei. Terão de lhe perguntar a ele.

As raparigas olharam uma para a outra e baixaram os olhos. Não tinham coragem para falarem com ele e Yuna sabia disso. Estaria a ser muito má? Talvez devesse apresenta-los. Afinal, se Tidus sentisse o mesmo que ela sentia por ele, não haveria perigo. Por isso, Yuna olhou para Tidus e chamou-o.

Este terminou a conversa e aproximou-se imediatamente de Yuna.

– Estas raparigas gostavam de falar contigo. – disse Yuna, vendo as raparigas a corarem.

– Está bem. – disse Tidus simplesmente, olhando de seguida para elas – O que é que se passa?

Uma das raparigas olhou para ele mas desviou os olhos logo de seguida. A outra, por sua vez, olhou para ele e sorriu.

– Estávamos só a perguntar-nos se já teria alguém. – murmurou ela – Sabe, como…namorada.

Tidus olhou para Yuna, confuso e depois franziu as sobrancelhas. O que é que ela lhes tinha dito?

– A Yuna não vos respondeu? – perguntou Tidus.

– Não. – disse a rapariga – Ela disse-nos que não sabia. Que teríamos de perguntar-lhe.

– Nós vimos o jogo. – disse a segunda rapariga – Foi espectacular. Mas não tivemos hipótese de falar consigo.

– Bem, vou ter de responder mais tarde. – disse Tidus – Mas vocês vivem aqui perto, certo? Eu posso passar por aqui para vos dar uma resposta, depois.

Elas coraram ao mesmo tempo e cada uma apontou para uma cabana do outro lado da estrada.

– Nós moramos ali. – disse a primeira.

– Então vou tentar voltar. – disse Tidus, surpreendendo Yuna – Quando tiver a resposta, é claro.

– Pode demorar o tempo que quiser. – e, sem dizerem mais nada, as raparigas afastaram-se, enquanto murmuravam algumas coisas.

Tidus olhou uma última vez para Yuna, que mantinha os olhos no chão, abanou a cabeça e começou a andar.

– O que é que se passou? – perguntou Wakka, aproximando-se de Yuna – O que é que ele disse? Queres que fale com ele?

Yuna abanou a cabeça e começou a andar também, fazendo Wakka encolher os ombros. Nunca tinha percebido o que se passava entre aqueles dois. Obviamente gostavam um do outro. Isso conseguia ver. Mas o comportamento deles não era o mesmo de antes. Bem, era o esperado. Yuna já não enfrentava a morte e já não era frágil, Tidus já não era o seu guardião que tinha de a proteger de tudo e qualquer coisa.

Wakka suspirou e começou a andar passados alguns segundos, juntamente com Paine e Rikku. Talvez tudo melhorasse com o passar do tempo, ou piorasse e Tidus saísse de Besaid ou até mesmo ficasse pelo caminho e os deixasse.

Era no que Paine também pensava, mas esta pensava que isso seria o melhor que podia acontecer. Para ela, ele era uma pedra que podia cair a qualquer momento em cima de Yuna e em toda a população de Besaid. Se ele ficasse para trás por vontade própria, seria melhor do que desaparecer subitamente e deixar Yuna a sofrer outra vez.

De qualquer maneira, eles já pareciam estar a afastarem-se de qualquer maneira.

Mushroom Rock foi o próximo destino do grupo. Decidiram que seria uma passagem rápida e, logo de seguida, iriam para Djose , onde descansariam durante um dia. Yuna tinha permissão para dormir no Templo, apesar de já não ser tecnicamente um “Templo” e mais um sitio aonde os Al Bhed se divirtiam. Independentemente disso, os anteriores Invocadores tinham sempre direito a passar lá dias para descansarem. O restante grupo iria dormir na pousada que se encontrava ao lado do Templo, porque Yuna também não queria que Tidus entrasse no Templo.

– Então, vocês vão marcando os vossos quartos. – disse Yuna – Eu vou mudar de roupa à casa-de-banho.

Quinze minutos, Wakka já tinha reservado os quartos e Yuna já tinha vestido o kimono. Com o cabelo liso a flutuar por cima dos seus ombros e o bastão na su mão direita, Yuna aproximou-se de Paine e de Rikku, decidindo ignorar o facto de Paine ter dado dois passos atrás quando ela o fez.

– Eu tenho de ir a um sítio. – murmurou Yuna – Preciso que venhas comigo, Rikku. E preciso que nos cubras, Paine.

– Aonde é que vão? – perguntou Paine, mesmo sabendo que não iria receber uma resposta verdadeira – Porque é que não posso ir convosco.

– Nós só vamos cumprimentar algumas pessoas no Templo. – mentiu Yuna – Mas os outros também vão querer vir quando não há necessidade. Diz-lhes que nós fomos ver as redondezas.

– O teu namorado vai saber que eu estou a mentir. – disse Paine, vendo a cara de Yuna a ficar mais pesada.

– Mesmo que saiba que estás a mentir, não vai vir atrás de mim. – disse Yuna – Faz-me esse favor.

– Está bem, mas não posso prometer nada. – disse Paine.

– Obrigada. – Yuna pegou no braço de Rikku e saíram da pousada.

– Aonde é que elas foram? – perguntou Wakka, aproximando-se de Paine quando viu Yuna e Rikku a saírem – Está quase a anoitecer.

– Nós vamos dar uma volta pelas redondezas. – disse Paine, preparando-se para sair também – Voltamos antes do anoitecer. Não se preocupe.

– Protejam a Yuna! – exclamou Wakka, antes de Paine sair – Ela não leva as armas quando usa o kimono!

– Entendido! – concordou Paine, saindo logo de seguida.

Yuna fechou os olhos e inspirou fundo.

– Tens a certeza de que é seguro? – perguntou Rikku, que se encontrava com a prima nas traseiras do Templo, sem saber que Paine as tinha seguido e estava agora a observá-las em silêncio – E se alguém vê?

– É a minha única opção se quero descobrir como parar isto. – Yuna olhou para a prima e bateu com a sola da bota no chão – Agora, eu não estou habituada a fazer isto por isto, se eu cair, quero que me apanhes antes que bata com a cabeça no chão.

– Nem sabes se ele te vai obedecer! – exclamou Rikku.

– Bem, se não obedecer, vai ser um grande problema, não vai? – Yuna sorriu e preparou-se – Vamos lá!

Yuna começou a rodar o bastão onde começou a formar-se uma espiral de fogo até se transformar numa bola de fogo em frente a Yuna que caiu ao chão logo de seguida. Tentando lembrar-se dos passos, ela baixou-se e levou uma mão ao chão, aonde se formou imediatamente um símbolo. Quando a terra levantou-se e um cão de fogo saiu de lá de dentro, Paine parou de respirar. Felizmente para Yuna, Ifrit apanhou-a com o seu braço, tal como fez tantas vezes há dois anos atrás.

Quando Yuna ficou frente-a-frente com ele, disse a mesma frase que tinha dito quando o vira pela primeira vez. – Podes…ajudar-nos?

Nesse momento, a fé de Ifrit – um Crusader – apareceu ao lado do cão de fogo.

– Não precisas de dizer isso, Yuna. – disse ele – Já nos conhecemos há muito tempo. Sabes que te vou ajudar, se puder.

– Ifrit. – começou Yuna – Porque é que estás de volta? Pensei que as fés tinham acordado.

– E acordaram. – explicou ele – Quando salvaste Spira pela segunda vez, decidimos usar algum dos nossos poderes para trazer o sonho de volta. Mas parece que foi demais. Apesar de Yevon estar morto, ele prendeu-nos nos Templos e essas prisões vão estar lá para sempre, mesmo que estejam vazias. No entanto, se o sonho entrar num Templo nós vamos ser sugados de volta para as prisões, obrigados a adormecer novamente.

– Peço imensa desculpa. – pediu Yuna, baixando a cabeça – Eu não sabia.

– Não peças. Estou contente por te servir se precisares de mim. – disse o homem – Mesmo que isso signifique que volte a ter de sonhar. No entanto, tu não queres perder o teu sonho, outra vez. Por isso não o podes deixar entrar em mais nenhum Templo.

– A fé do Bahamut disse-me que há uma maneira para trazer o Tidus de volta, completamente. – disse Yuna – Que eu só tinha de encontrar a minha outra metade.

– A tua outra metade? – o homem pensou nisso, enquanto Ifrit olhava para Paine de lado. Só a besta sabia que ela estava lá e Paine estava horrorizada ao ver os olhos negros do cão do Inferno a olharem para ela – Tens alguma ideia de quem é a tua outra metade?

– O Tidus, foi o que eu pensei. – confessou Yuna – Mas ele é o sonho. Ele não pode salvar-se a ele próprio.

– Tens razão. – concordou o homem – Porque é que não tentas ir até à Farplane? Pode ser que encontres alguma resposta lá.

– Porquê a Farplane? – perguntou Yuna – Achas que a minha outra metade está morta? Isso seria inútil.

– Não sei de nada. – disse o Crusader – Mas sei que a Farplane é um bom sitio para pensar. Pode ser que te lembres de alguma coisa. Afinal, se a criança te disse aquilo, é porque já conheces a tua outra metade, apesar de não saberes quem é.

Yuna concordou e continuaram a falar, enquanto Paine se afastava. Então aquilo era um aeon. E a maneira como se invocavam era espectacular. Sabia que a Yuna antes de se juntar às Gullwings era tímida e um pouco assustadiça, por isso achava que era incrível que ela não tivesse medo de invocar tais criaturas.

E o Tidus era um sonho? Um sonho!? O que é que isso queria dizer? Ela conseguia vê-lo e com certeza não estava a sonhar. O Wakka e todas as outras pessoas conseguiam vê-lo. Não era um sonho colectivo.

Ainda faltavam muitas peças para completar aquele puzzle. Mas, primeiro, queria experimentar uma coisa.

Por isso, voltou à pensão e chamou por Tidus.

– O que é que se passa? – perguntou ele – Aonde é que está a Yuna?

– Ela está a ver as redondezas com a Rikku, mas ela pediu-me para te mostrar o Templo. – mentiu Paine – Este Templo está especialmente mudado graças aos Al Bhed.

– A sério? – Tidus sorriu – Há muito tempo que não via um Al Bhed, para além da Rikku, quero eu dizer.

Tidus seguiu-a sem desconfiar de nada. Quando Paine abriu as portas, Tidus abriu a boca. Estava completamente diferente. Sem o hino das fés e com as maquinetas dos Al Bhed por todo o lado, ninguém perceberia que aquilo tinha sido um sítio sagrado e apenas disponível a alguns, noutros tempos.

Para conseguir ver melhor, Tidus entrou no Templo e ia cumprimentar um dos Al Bhed quando o hino começou a espalhar-se pelo Templo, causando o alvoroço. Já Paine parecia bastante calma, enquanto olhava par a perna translucida de Tidus. Tinha quase um sorriso na cara.

– É melhor sairmos daqui. – disse Paine, calmamente, agarrando o ombro de Tidus.

Confuso e chocado, tal como todos os Al Bhed presentes, Tidus deixou-se arrastar. Quando saiu, a perna de Tidus voltou ao normal, mas a cara dele parecia um bocado pálida, preocupando um pouco Paine.

– Não estou a sentir-me muito bem. – disse Tidus, quando Paine o largou – Vou deitar-me um pouco no meu quarto. Diz à Yuna…ah, Yuna. Eu vou deitar-me um bocado, vemo-nos amanhã.

Assustada, Paine virou-se e viu Yuna e Rikku em frente ao Templo, a olhar para ela, enquanto Tidus entrava na pousada.

– Paine. – começou Yuna mas, quando ia gritar com ela, deu-lhe um aperto no peito e as lágrimas vieram-lhe aos olhos. Com o lábio a tremer, virou-se para a prima – Rikku…

Sem hesitar, Rikku avançou e abraçou-a, ouvindo-a a soluçar.

– Eu vou perdê-lo, outra vez! – gritou Yuna, desesperadamente, fazendo com que Paine se sentisse mal.

– Está tudo bem. – murmurou Rikku, direccionando um olhar letal a Paine – Vai ficar tudo bem.


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Notas finais do capítulo

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