Final Fantasy X-3 - Os Hinos escrita por Mirytie


Capítulo 4
Capítulo 4 - Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Depois da reacção exagerada de Yuna, Paine ficou a olhar para o horizonte até ver Luca ao longe. O sol já tinha nascido e já tinha chegado um barco à doca com mais duas equipas para o torneio de blitzball.

Havia várias pessoas à espera dos barcos e da Invocadora Suprema. Todos batiam palmas, enquanto as equipas do primeiro barco eram apresentadas e iam saindo. Quando o pessoal da doca deu permissão para o barco deles ancorar, Paine afastou-se e entrou num dos quartos. Só ia sair quando as equipas e a Yuna saísse. Não queria estar lá quando a multidão tentasse entrar no barco à força para apertar a mão da amiga.

No entanto, Yuna entrou no quarto dela, seguida por Rikku.

- O barco está a ancorar. – avisou Yuna, normalmente. Como se a noite passada nunca tivesse acontecido – Vamos sair juntas. Os outros vão sair com a equipa.

- Preferia esperar até que as pessoas saíssem do cais. – disse Paine, levantando-se da cama, como se tivesse acabado de acordar.

- Vá lá, Paine. – disse Rikku – Podemos escapulirmo-nos entre a multidão e ir dar uma volta por Luca.

- Achas mesmo que as pessoas não vão ver a Yuna? – perguntou Paine, deixando-as de boca aberta – Ou que ela perderia de vista o namoradinho?

O silêncio instalou-se por alguns segundos mas, quando Rikku ia defender a prima, Yuna sorriu.

- O Tidus vai estar ocupado com a equipa e claro que vamos conseguir passar despercebidas. – disse Yuna, continuando a sorrir, mas não era um sorriso sincero – Também quero ver o torneio de blitzball com as minhas amigas.

Paine sentiu-se mal por ter dito aquilo e suspirou.

- Podemos tentar escapulir. – disse Paine, levantando-se – Mas, se alguém apanhar a Yuna, eu continuo sem vocês.

- Não te preocupes. – disse Rikku – Afinal, eu era uma das guardiãs dela. É óbvio que não vou deixar que lhe toquem nem que seja raptada.

Rikku decidiu não mencionar que já tinha acontecido…e na companhia de todos os guardiões.

Paine encolheu os ombros e acompanhou-as até ao deque aonde já estavam a introduzir as equipas e os fãs gritavam como loucos pelos seus jogadores preferidos. Para surpresa de Paine, não ouviu o nome do namorado de Yuna. Apesar de ele ser bem-parecido e um bom jogador, pelo que tinha visto na noite anterior, ninguém parecia olhar para ele e, aqueles que olhavam, não pareciam saber o nome dele.

Outra coisa que ela devia investigar.

- Então, vamos enquanto as equipas estão a sair. – disse Yuna – Como não estou com o meu kimono, não devo ser fácil de reconhecer.

Isso tornou-se uma mentira quando uma das fãs reconheceu Yuna e pediu-lhe para que lhe apertasse a mão. Daí houve uma reacção em cadeia e, no fim, a multidão dividia-se em dois grupos: o grupo que queria ver as equipas a sair e o grupo que queria ver a Invocadora Suprema. Rikku estava prestes a ir em seu salvamento, quando Paine agarrou-lhe o braço e puxou-a para longe da multidão.

- Espera! – exclamou Rikku – Tenho de salvar a Yuna!

- Quem é o Aron!? – perguntou Paine, imediatamente. Sabia que Rikku respondia verdadeiramente quando faziam-lhe perguntas rápidas, por isso decidiu aproveitar-se.

- Ele era um dos guardiões da Yuna! – exclamou Rikku, pondo imediatamente uma mão em frente à boca quando se apercebeu do que tinha dito. Zangada, virou-se para Paine – Para que é que fizeste isso!? Para que é que queres saber!? Ouvi dizer que andas a fazer perguntas…!

- Eu só quero saber quem é na verdade aquele rapaz e o que é que aconteceu realmente naquele dia em que derrotaram o Sin. – respondeu Paine, largando Rikku – Sou vossa amiga. Porque é que não me querem dizer?

- Só os guardiões e o invocador podem saber essas coisas. – respondeu Rikku, olhando para a prima – Agora, tenho de ir buscar a Yuna. Ela não gosta de situações como esta…

Mas, quando olhou, a prima já não estava lá.

- Não era preciso. – disse Yuna, aparecendo ao lado das amigas, com Tidus ao seu lado – Eu posso tomar conta de mim mesma.

- Eu vi o teu sorriso falso ao longe. – disse Tidus, brincando com a cara dela – Fazes sempre essa cara quando estás com problemas mas queres fingir que está tudo bem.

Yuna riu-se e afastou-se.

- Os outros nem se deram conta que eu tinha desaparecido. – disse Tidus, suspirando – Fiquem longe das multidões, por enquanto. Eles vão estar à procura da Yuna como se ela fosse uma deusa.

Yuna abanou a mão em despedida quando viu Tidus a afastar-se e arrastou as amigas até estarem num sítio mais escondido.

- Peço imensa desculpa. – disse Yuna, vergando-se – Não sabia que eles iam reconhecer-me com esta roupa. Vou ter cuidado para a próxima.

- Não tens de pedir desculpa. – disse Rikku, decidindo esconder o que tinha acontecido entre si e Paine – Também devia ser eu a proteger-te. Em vez disso, o Tidus teve de se afastar do grupo para te salvar.

Tidus queria salvá-la, pensou Paine. No fundo ele devia saber que Yuna sabia cuidar-se sozinha mas, a Yuna por quem ele se tinha apaixonado precisava de constante salvamento. Paine sentiu um pouco de pena do rapaz. Yuna nunca voltaria a ser a Invocadora indefesa que ele conhecera. Afinal, ela tinha amadurecido para procura-lo.

Mas, o que é que o Aron e o Tidus tinham em comum? Porque é que ele tinha dito que, se Yuna não tinha mencionado Aron, ele também não merecia ser mencionado?

Só Yuna podia responder a isso, mas ela não parecia estar disposta a fazê-lo.

Luca tinha vários sítios para se esconderem, mas as pessoas também eram insistentes naquela cidade. Por isso, Yuna decidiu ir falar com o homem que lhe tinham referido, que pretendia fazer outro concerto. Pelo menos lá, estariam a salvo de multidões.

- Yuna-sama. – disse o homem, surpreendido – Para dizer a verdade, não tinha muitas esperanças que viesse.

Isso porque não tencionava ir, mas era uma questão de sobrevivência.

- Eu só vim aqui para recusar a sua oferta. – disse Yuna, com as amigas atrás dela – Um terceiro concerto é impossível da maneira que estão as coisas, agora. E eu não consigo subir ao palco com tanta facilidade.

- As coisas estão perfeitas, agora. – corrigiu o homem – Acabou de salvar Spira pela segunda vez. Os bilhetes vão estar esgotados em menos de um minuto.

- Como disse, eu tenho medo de palcos…

- Isso pode ser arranjado. – disse o homem, interrompendo Yuna – Há maneiras de pôr as luzes para que não consiga ver a audiência mas para que eles consigam vê-la a si.

- Mas eu vou saber na mesma que eles estão lá. – insistiu Yuna, dando um passo atrás.

- Seria uma grande oportunidade. – disse o homem – Não só para nós, mas também para vocês. Os concertos seriam bastante lucrativos.

Então agora já não era só um, pensou Yuna.

- Ouça, ela já disse que não quer! – exclamou Paine, com a paciência no seu limite – Se quer algo lucrativo, porque é que não vai procurar noutro lado!? Tenho a certeza de que há muitas raparigas que estariam mais do que dispostas a preencher o lugar.

- Mesmo assim, isto não vai passar tão rapidamente como esperávamos. – disse Rikku, enquanto saiam da sala onde tinham deixado o homem deprimido – Pode ser como depois de teres acabado com o Sin.

- Não creio que vá demorar tanto tempo. – disse Yuna – Não tardará muito até que eles esqueçam o problema com o Vegnagun.

- Mesmo que eles esqueçam…

- Podemos ir sempre viver com o Kimahri. – brincou Rikku, pondo os braços atrás da cabeça – Só temos de agir normal e não chamar a atenção das pessoas. Vamos ser apenas mais algumas pessoas a assistir aos jogos. Afinal, a Yuna nunca viu o Tidus a jogar um jogo inteiro.

Yuna sorriu e anuiu com a cabeça. A positividade da prima acalmava-a sempre. Era por isso que tinha sido capaz de esquecer aquela discussão com a Paine. Esperava nunca mais ter de falar com ela sobre aquilo. Afinal, eram amigas. Ela queria que continuassem assim.

Tal como Rikku tinha dito, as três misturaram-se com a multidão e entraram no estádio. Quando viu Tidus a entrar na esfera, Yuna sorriu e assobiou, fazendo com que Tidus olhasse para ela e sorrisse, mesmo antes do jogo começar.

Como esperado, eles ganharam e Tidus tinha sido o centro das atenções. Afinal, da última vez que tinha jogado, tinha deixado Wakka brilhar por ser a primeira vitória da equipa desde há muito tempo. Mas agora, sob a ordens de Wakka, Tidus tinha jogado durante o tempo todo e brilhado durante o jogo inteiro.

Quando chegaram às finais, Tidus já era considerado pela multidão como a estrela da equipa. Já havia raparigas a sussurrar como ele era lindo e como queriam que ele autografasse as camisolas delas no fim do jogo. Houve até alguns grupos de fãs que mudaram de equipas.

No fim, depois de ganharem, Yuna não se teve de preocupar com as multidões atrás dela, porque estavam todos em volta de Tidus e da restante equipa.

“Já tens namorada?”, “Queres sair comigo”, “Foste tão fixe!”, “Ensinas-me a jogar como tu?”

Tidus sentiu-se como se estivesse em Zanarkand, outra vez. Zanarkand já não era a sua casa, mas era bom sentir-se assim mais uma vez.

No entanto, Yuna não se sentia da mesma maneira. Olhava para a multidão, com os braços cruzados e as sobrancelhas franzidas. Havia demasiadas raparigas à volta dele. Se calhar, se fosse até lá, eles virassem a atenção para ela e o deixassem em paz. Não, provavelmente as raparigas continuariam agarradas a ele. Mas valia a pena tentar, certo?

Quando Yuna deu um passo em frente, Rikku agarrou-a.

- O que é que estás a fazer? – perguntou a prima – Vamos para os bastidores antes que as pessoas te vejam aqui!

- Ela tem razão. – concordou Paine – Não tardará muito até que um deles te veja. Podes falar com o teu namorado e dizer-lhe como estás com ciúmes quando ele estiver lá dentro.

- Eu não estou com ciúmes! – protestou Yuna, seguindo as amigas até aos bastidores – Só acho que ele está rodeado por demasiadas rapa…pessoas.

- Então dizes-lhe isso depois. – disse Rikku – Mas a verdade é que ele é famoso, agora. Não tão famoso como tu, Yuna. Mas, se se soubesse que vocês estão juntos, a comoção chegaria a níveis catastróficos.

Yuna olhou para trás mais uma vez e começou a pensar se devia anunciar que eles estavam juntos. Poderia ser bom e trazer mais felicidade a Spira. Não. Até ela resolver o problema das fés, não iria fazer nada do género.

Mas iria dizer alguma coisa a Tidus quando ele chegasse aos bastidores.

Começou a pensar numa maneira de lhe dizer que estava com ciúmes.


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Notas finais do capítulo

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