Seaweed Brain escrita por SeriesFanatic


Capítulo 3
A noiva de Percy




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A casa de Sally e Paul parece com a dos Flintstones, só que feita de arrecifes escuros. Paul, o marido de Sally, era um cara super legal, professor em uma das escolas de Atlântida e um bom padrasto. Cabelos e olhos castanhos, calda cor de canela e sempre usando um casaco tweed, ele parecia um vovô prestes a contar mais uma história para os netos, mas era novo e tinha uns poucos cabelos grisalhos. Sally é um doce de pessoa! Cabelos castanhos, olhos multicoloridos e uma calda da mesma cor que a do filho. Ela havia encantado o então príncipe de Atlântida, Poseidon, durante a faculdade, com seu jeito calmo, artístico e romântico, mas depois de dez anos de casamento, o amor acabou e eles se divorciaram. Então Sally conheceu Paul e meses depois Tyson nasceu, dando uma companhia para o bebê Percy. O rapaz bateu na porta e encontrou Paul de roupão.

– Percy, não está meio tarde para você estar na rua brincando com Blackjack? – Paul disse protetor.

– Er... eu sei... mas... minha mãe está acordada?

– Está. Entre. Ah, lamento Blackjack, mas você é metade do tamanho da sala. – disse Paul.

“Tudo bem, vou esperar aqui fora chefe.” Disse Blackjack.

Percy piscou para o hipocampo e entrou na casa de sua mãe. Ele ia visitá-la quase todo dia, mas desde que conheceu Annabeth, ele não havia ido (mesmo isso tendo acontecido há 24 horas). Percy pediu que Paul os deixasse a sós e Sally fazia carinho no cabelo do filho da mesma forma que sempre fez, como se ele ainda fosse uma criança. Ele contou sobre Annabeth e o encontro nada amigável entre Poseidon e Atena.

– Sabe que segredo é esse? – ele perguntou por fim.

– Lamento filho, não sei. Mas sei que seu pai nunca gostou dessa rainha. As poucas vezes que ele a mencionou, foram com palavras horríveis. Eu só deduzi que são inimigos há alguns anos. – Sally disse, serena como sempre.

– Tem alguma coisa errada. Eu sinto. – ele disse firme.

– Percy, por mais que eu concorde com seu pai sobre você não ir para o mundo dos humanos, eu também acho que você deve seguir seu coração. Porém, se seu pai tem um segredo, você não deve tentar descobrir.

– Por quê?

– Porque todos nós temos segredos filho. Eu sei que você quer ver essa garota novamente, mas infelizmente, você não pode. Ela é uma humana Percy e os humanos são ruins.

– Toda regra tem uma exceção.

– Eu sei disso meu filho. Mas estou falando para sua própria segurança. Deixe essa história do seu pai em paz e esqueça essa menina. Poseidon por acaso já disse quem é sua noiva?

– Não. E não me importa quem ele escolha, eu não irei me casar com alguém que eu não amo!

Sally apenas encarou o filho, Percy estava fazendo birra igual a quando era criança.

– Querido, na vida não fazemos só o que queremos, às vezes temos que fazer sacrifícios...

– Você casou com o papai mesmo sendo contra a vontade do vovô não foi? – ele interrompeu.

– Foi. Mas é diferente Percy, seu pai não era o herdeiro do trono, era seu tio Netuno. Seu pai só assumiu depois que seu tio faleceu e eu já estava casada com ele. – Sally explicou, gentil como sempre.

– Porque existe essa estúpida lei que obriga o herdeiro do trono a casar com quem o rei escolher? – Percy reclamou.

– Eu não sei, querido. Mas seja lá quem for sua escolhida, ela será uma garota de sorte. – disse Sally.

Percy voltou para o palácio sem nenhum ânimo. Ele não queria esquecer Annabeth. Ele simplesmente não podia esquecê-la. Ela era uma lembrança tão boa, calorosa, bonita... parecia até um sonho, mas felizmente, era real. E ele não podia simplesmente perdê-la. No dia seguinte, fez Grover, Rachel e Tyson irem com ele para a biblioteca da cidade atrás de algum livro que falasse sobre como sereianos poderiam ganhar pernas para viver na terra.

– Isso é chato. – Tyson disse enquanto quase babava em um dos livros de tanto tédio.

– Percy, até as aulas de iniciação a álgebra com a senhora Dodds são mais emocionantes que isso. – Grover reclamou.

– Qual é gente, vocês não estão ajudando! Eu TENHO QUE encontrar alguma coisa que me ajude a ir procurar Annabeth. Eu não vou desistir dela. – Percy disse determinado.

– Bem, você pode não desistir dela, mas eu desisto de tentar te ajudar. Isso aqui tá me dando enxaqueca e sereias não tem enxaqueca. – Rachel bufou.

– Ei, essa fala é minha! – Grover exclamou.

– Percy... posso ir brincar com Arco-Íris? – Tyson perguntou igual a uma criança.

Percy bufou, coçou um pouco a cabeça e disse para os amigos irem fazer o que quisessem. Mas ele não iria desistir de Annabeth. Ao por do sol, a biblioteca estava prestes a fechar e Percy teve que sair. Ele foi nadando cabisbaixo em direção ao palácio, quando ouviu alguém chamar seu nome atrás de um pedregulho.

– Olá? – Percy disse espiando para ver se via alguém.

– Olá Perseu. – disse um bicho.

– MEUS DEUSES, SOCORRO! – ele gritou ao ver o animal.

Parecia uma vaca. Só que era uma enguia. Mas ainda assim parecia com uma vaca.

– Meu nome é Hera e eu tenho a solução para os seus problemas. – disse a vaca enguia.

– Hera não era o nome de uma das filhas de Cronos? Que foi morta por suas irmãs após matar Zeus? – Percy falou assustado e com o pouco de conhecimento que tinha sobre a história do mundo humano.

– Sim. – Hera respondeu.

– E ela era uma vaca.

– Não seu idiota, ela era uma humana.

– Não... não foi nesse sentido que eu quis dizer. Ela era uma vadia.

– Correto.

– Então porque teus pais te deram o nome de uma vadia?

A enguia parecia que queria se enrolar no pescoço dele e matá-lo ali mesmo. Mas se conteve.

– O motivo por qual meus pais me deram esse nome não vem ao caso. A questão é: eu posso resolver seu problema. Posso fazer com que você encontre a jovem princesa Annabeth.

Os olhos de Percy se iluminaram, seu coração estava a mil por hora e ele até corou.

– Você pode é? – ele disse sonhador.

– Bem... eu não. Mas minha senhora pode. Gaia é a feiticeira mais poderosa do mar. Ela pode lhe transformar em humano. – Hera sorriu.

– Eu já ouvi falar dela. Não é uma que vive rodeada de peixinhos, cantando o dia inteiro, com um garfo no cabelo?

– Não seu imbecil, essa é a Pequena Sereia. E ela nem existe, é só uma história boba para crianças criança.

Percy pareceu ofendido quando Hera disse isso, afinal ele gostava essa história, isso fazia dele uma criança?

– Mas Gaia é real. Ela pode te dar pernas para você encontrar sua queria Annabeth e ser feliz para sempre com ela! – Hera disse com um falso sorriso encantador.

– Eu não sei não... preciso pensar... – Percy disse meio desconfiado.

– Me encontre aqui, amanhã, mesma hora. Se você não vier, eu saberei que você não deseja encontrar novamente aquela linda moça... – Hera o provocou.

– EI! Eu quero sim! – ele exclamou, mas então ouviu a voz da razão. – Mas preciso pensar.

– Até amanhã garoto. Que Hipnos ilumine seus sonhos! – Hera disse nadando para longe.

Percy ficou meio desconfiado e foi para o palácio. Além de brigar com Anfitrite de novo, ele ainda teve que ouvi sermão do pai por ter faltado à aula de esgrima. Tyson parecia tão interessado no seu prato de salada... ou apenas fingiu que não havia nenhuma briga ao seu redor. Depois do jantar, Poseidon fez os três esperarem na sala do trono, com Percy e Anfitrite discutindo mais ainda e Tyson encarando a parede. Poseidon entrou com seu tridente e sentou em seu trono, sendo acompanhado pela guarda real.

– Ah... papai... aconteceu alguma coisa? – Percy perguntou ao estranhar a formatação dos guardas.

– Não filho, os guardas estão aqui para dar boas vindas há alguém muito especial. – Poseidon sorriu.

– ACHARAM O NEMO?! ELE TÁ AQUI?! – os olhos de Tyson se iluminaram.

–Ah... não filho... – Poseidon disse com a testa franzida. – Estou falando da futura esposa de Percy.

– QUE?! – Percy e Tyson gritaram.

– Até que enfim! Casa logo esse moleque pra ver se depois da noite de núpcias ele deixa de ser um palerma. – disse Anfitrite.

– Em primeiro lugar, não tem nada de errado em ser virgem. Em segundo lugar, eu não sou um palerma. Seja lá o que tártaros isso for. E em terceiro lugar... qual é pai! Eu tenho 18! Não vou me casar agora! – disse Percy.

– Silêncio. – Poseidon disse firmemente. – Eu decidi que sim, então fim de papo.

Pelo canto do olho, Percy viu Grover e Rachel. Grover tinha um olhar solidário e Rachel estava corando de raiva. Então a futura rainha entrou, ela tinha uma calda salmão, olhos castanhos ameaçadores, cabelos castanhos com uma badana vermelha e era corpulenta. Usava uma camisa do AC/DC e Percy se lembrava dela da escola, era a valentona que infernizara sua vida desde sempre.

– Percy, conheça sua futura esposa: Clarisse. Filha do barão Marte. – Poseidon disse alegre.

Percy engoliu em seco e quase desmaiou. Apesar dele sempre ter visto Clarisse irritando, maltratando e implicando com todo mundo, ele viu algo diferente no rosto dela naquele momento. Havia medo ali. Clarisse não estava nada contente com aquela situação da mesma forma que Percy. Então nosso querido tritão bolou um plano, mas como estamos falando de Percy, ele bolou um plano horrível: Iria pedir ajuda de Hera e Gaia para ir a terra e encontrar Annabeth. Mesmo que a princesa não quisesse nada com ele, não haveria nada no mundo que o fizesse voltar para Atlântida e casar com Clarisse. Estava decidido.


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