Seaweed Brain escrita por SeriesFanatic


Capítulo 14
Anaklusmos




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Bessie nadou tão rápido, que Percy estava quase vomitando. Ele começou a se perguntar o que tártaros realmente tinha acontecido com Bessie durante todos esses anos, mas antes que pudesse chegar a alguma conclusão do paradeiro do híbrido, Percy viu um monstro perto da costa. Do ponto de vista do príncipe, parecia uma bola com tentáculos nojentos, uma boca imensa com dentes afiados e do tamanho de uma casa; o bicho estava nadando preparando-se para sair do mar e provavelmente fazer de Annabeth seu jantar.

    - Deseje-me sorte Bessie. – disse Percy pegando a espada de algas que levava consigo.

    - Mu. – disse Bessie.

    - Obrigado... ah... seja lá o que você tenha dito.

Ele saiu das costas de Bessie e nadou o mais rápido que pode para conseguir pressão e acertar o monstro, mas não deu muito certo, a criatura se remexeu como um touro mecânico e submergiu; mesmo sendo por do sol, a luz fez os olhos de Percy arderem muito. Percy se segurou com força na espada encravada (no que ele achou ser a testa do horrendo monstro) e submergiu junto, como tinha a calda de peixe no lugar das pernas, ele só contava com os braços para fazer alguma coisa. Quando viu o penhasco, seu coração se acelerou mais ainda (e dessa vez não foi por causa da adrenalina), Annabeth estava linda de matar. Mas foi tudo tão rápido que ele não pode dizer muita coisa sobre como ela estava bela, mas uma coisa ele tinha que admitir: em situações de vida ou morte, Annabeth ficava perfeita.

    - PERCY! – Annabeth gritou ao vê-lo.

    - OI SABIDINHA! – ele gritou sendo chacoalhado pelo monstro. – E AI, TUDO BEM?

    - MEUS DEUSES! VOCÊ PODE FALAR! – ela exclamou surpresa.

    - É... LONGA HISTÓRIA! SE SOBREVIVERMOS, EU TE CONTO TÁ! PROMETO!

    - URRRRRR! – urrou o monstro.

A criatura se jogou para trás caindo com força na água, a pressão (por causa da força do bicho) foi tanta que a cabeça de Percy parecia que ia explodir, isso sem contar a dor no corpo por causa da queda na água. A pele de craca da coisa estava machucando a barriga e a calda de Percy, enquanto seus braços pareciam gelatina de tão mole, mas ele não podia desistir, não podia deixar que essa coisa, seja lá o que fosse, matasse Annabeth. O monstro levou os tentáculos para suas costas e começou a tentar puxar Percy, ele se encolheu para não ser pego, mas os tentáculos além de gosmentos e ásperos; pareciam ter espinhos, o que fez Percy se arranhar todo.

Ele conseguia ouvir a voz de Annabeth gritando na superfície, mas as palavras exatas ai é outra história, Percy estava atordoado e machucado demais para entender. Então os tentáculos os pegaram; primeiro o sacudiram até Percy desejar ser capaz de vomitar o próprio estômago, depois o jogaram contra as pedras, por último o atiraram para fora d’água num ângulo de quinze graus.

    - PERCY! NÃO! – gritou Annabeth ao vê-lo sendo jogado (desmaiado) para longe.

Os tentáculos verde musgo começaram a subir pelo penhasco, as lágrimas dominavam o rosto de Annabeth, que soluçava pedindo ajuda. O rapaz que ela amava, mesmo sem conhecer direito, provavelmente estava morto, um monstro imenso e fedido estava prestes a mata-la... naquele momento o rosto do pai lhe veio a mente e também o cheiro agradável de maresia que Percy tinha. Era isso, ela ia morrer como sacrifício, o ponto auge da sua vida foi arrumar briga com os Romanos idiotas e ela nunca sequer havia beijado ninguém, muito menos o garoto que gostava. Annabeth fechou os olhos se preparando para a dor e deixando o choro aumentar. Ela sempre foi orgulhosa, mas estava prestes a morrer, Percy provavelmente estava morto e não havia como sair dessa, então que se dane o orgulho! Uma cachoeira descia por seu rosto.

Percy não soube dizer por quanto tempo ficou apagado, mas acordou com as ondas do mar batendo em seu rosto, ele estava jogado num conjunto de pedras perto da costa de Atenas; cada misero centímetro do corpo dele doía por causa da queda e da luta, sua cabeça latejava e sangue saia de seu nariz. Ele também tinha a leve impressão de que seu cabelo deveria estar vermelho de tanto sangue, porque sentia que havia um buraco em seu crânio. Então viu Gaia admirando seu monstro subindo pela parede do monte que dava para o mar. Percy não conseguia ver Annabeth e esperava que ela estivesse bem, mesmo estando acorrentada e sem ter como fugir. Gaia segurava a espada Anaklusmos; cabo envolvido em couro, feita de bronze celestial e com o nome gravado no cabo.

Ele fez o que qualquer pessoa sensata faria, foi para a água e tentou pegar a espada enquanto nadava; Gaia estava sentada em um rochedo com a ponta afiada da espada e o pé de sua calda dentro d’água. Apesar da imensa dor no corpo, ele conseguiu nadar até tocar na espada e logo se sentiu renovado, era melhor que comer ambrósia. Tentou puxar o objeto, mas Gaia ergueu a espada, puxando-o, e deu um sorriso diabólico. Percy tentou puxar a espada para si, mesmo estando segurando na ponta e cortando sua mão ao mesmo tempo; ele não sabia explicar o que era, mas algo naquela espada que o deixava alegre, como se os dolorosos cortes em suas mãos por segurarem a parte afiada nem existissem.

    - Desista Perseu, você não é páreo para mim! – riu Gaia.

    - Desculpa ai ô dona cara de terra, mas eu não estou nem ai pra você! – respondeu ele.

    - Sua namoradinha já está morta rapaz, o monstro está subindo o penhasco apenas para ir destruir a cidade de Atenas! Não há como salvar alguém que já morreu! – Gaia riu triunfante.

Percy não soube dizer se era verdade ou não, mas uma parte dele parecia saber que o que ela disse era verdade, pois ele ficou com tanta raiva, mais tanta raiva que seu rosto ficou vermelho (não por causa do sangue), ele puxou a espada com força e ajeitou em sua mão, colocando a ponta no pescoço da feiticeira, que ficou pálida mesmo com a cor da pele sendo castanho café.

    - Impossível. – ela disse surpresa. – Você não deveria ser capaz de segurar essa espada.

    - Bem, acho que as leis da física discordam. – ele disse sem saber muito bem o que havia dito.

    - Mate-me tritãozinho e assista a preciosa e bela cidade de Atenas ser destruída por um monstro que só pode ser controlado por mim. – ela jogou.

    - Mande-o recuar, AGORA. – ordenou Percy.

    - Acha que só porque você talvez vá ser o futuro rei de Atlântida que eu irei obedecê-lo moleque? – ela riu com desdém. – Vá sonhando!

    - Mande-o recuar ou eu irei enfiar essa espada em seu pescoço! – ameaçou.

    - Faça isso e o monstro ficará desgovernado, a única coisa que pode matar aquele bicho é essa espada e você não pode andar, já que não tem pernas. Não há ninguém em Atenas que possa segurar essa espada. – riu ela contando vitória.

    - Obrigado. – disse Percy sério.

    - Pelo que tritão?

    - Por me dizer qual é o ponto fraco do monstro.

Ele ergueu a espada para o alto e um pégaso passou voando, Nico montava no animal e segurou a espada, com a mesma facilidade que Percy, e voou para montanha para derrotar o monstro.

    - O QUE...?! – disse Gaia espantada.

    - Eu posso ser lesado, Gaia, mas acontece que Quíron não é.

    - Eu deveria ter matado aquele centauro há anos!

    - Pois é, ainda bem que não matou!

Gaia pegou Percy pelo pescoço e o levantou para fora d’água, Percy sabia que os sereianos não podiam passar muito tempo com a cabeça para fora do mar; a respiração dele já estava pesada, com Gaia o asfixiando então... digamos que Percy desmaiou.  No morro, Zoë e Bianca atiravam flechas contra o monstro enquanto Thalia tentava cortar as cordas das mãos de Annabeth. A loira não sabia bem explicar como os tios tinham ido parar ali com Zoë Doce-Amarga, pois estava de olhos fechados esperando sua morte, só sabia explicar que ouviu Nico soltando um uivo de guerra e barulho de flechas sendo disparadas. Quando abriu os olhos, Zoë, Bianca e Nico estavam distraindo aquela coisa enquanto Thalia usava Aegis para se aproximar de Annabeth, nos quinze minutos seguintes, a situação não havia mudado muito.

    - PEGUEI! – Nico gritou no céu com a espada dourada em mãos.

    - MATE-O! – Thalia gritou como resposta.

Annabeth viu o tio utilizar-se do pégaso branco para chegar perto do monstro, mas os tentáculos atrapalhavam Nico de chegar perto da cabeça, então Thalia finalmente conseguiu livrar Annabeth das cordas e elas trocaram um abraço.

    - Desculpa por ter sido uma idiota, o noivado não foi sua culpa. – disse Thalia.

    - Desculpas aceitas, obrigada por salvar minha vida. – sorriu Annabeth.

    - Dá licença, será que dá para vocês virem ajudar?! – gritou Bianca.

Thalia tirou a adaga da cinta e deu para Annabeth, que abriu um largo sorriso. As duas juntaram-se a Zoë e Bianca e tentaram conter o monstro antes que ele subisse no morro e partisse para destruir Atenas.

    - Onde está Luke? – Annabeth perguntou.

    - Liderando o exército da cidade para a defesa. – disse Bianca.

    - Foi a primeira vez na vida que eu vi meus irmãos cooperarem em algo. – disse Thalia.

    - Os primos também estão ajudando! O que é um milagre porque eu nunca achei que fosse ver Piper, Silena e Drew segurando espadas! – complementou Thalia.

Annabeth riu só de imaginar a cena, ela conseguia ver Leo e Charlie com fogo grego e atirando fogos de artifício naquele monstro, mas Silena, Piper e Drew? Definitivamente não. Com o canto dos olhos, Annabeth viu uma vaca peixe proteger Percy de uma sereia cor de terra, ele estava desmaiado em cima de umas rochas. Annabeth sentiu como se o peso do céu tivesse saído de seus ombros quando ela viu que Percy, apesar de sangrando muito, ele estava vivo.

    - NICO! MATE LOGO ESTE MONSTRO! – gritou Zoë.

    - NÃO CONSIGO! – ele respondeu.

    - Passe a espada! – ordenou Thalia.

Ela correu para onde os tentáculos não pudessem alcançar e Nico jogou Anaklusmos, a lâmina brilhou quando tocou na mão de Thalia, emanando poder. Ela correu disparada até o bicho, cada tentáculo que aparecia na frente de Thalia, era cortado e espada era tão poderosa, que fazia as partes cortadas do monstro virarem areia. Seja lá o quão poderosa fosse aquela espada, ela fazia a criatura urrar de dor (bem, ao menos pareceu um urro). Thalia conseguiu subir na cabeça e cravou a espada bem em cima da boca em forma de O e nojenta do bicho, que virou areia, fazendo a menina cair do precipício. Nico fez o pégaso voar o mais rápido para pega-la, mas a gravidade foi mais rápida.

    - THALIA! – gritou Annabeth.

    - Ah meus deuses! – chorou Bianca.

    - Nico, você está com o Pégaso, voe até a água e mergulhe, veja se consegue acha-la. – orientou Zoë.

    - Certo. – ele disse fazendo o animal descer.

Enquanto Nico procurava Thalia, Bessie fazia com que Gaia não matasse Percy. Thalia não havia morrido na queda, ela prendeu a respiração e nadou até Percy, puxando-o para debaixo d’água e fazendo-o acordar, ela deu Anaklusmos para ele e submergiu sem fôlego.

    - Ah, filha de Zeus... eu esperei muito tempo para ter minha vingança contra seu pai. – riu Gaia ao ver Thalia nadando perto de onde estava Gaia e Bessie.

    - THALIA! – Nico gritou ao ver Gaia indo para cima dela com uma adaga preta em mãos.

    - NÃO! – gritou Annabeth.

Gaia pulou em cima de Thalia afogando-a, pegou a adaga e enfiou no estômago da menina, que parou de se debater e deixou ser levada par ao fundo do mar. Antes que Gaia contasse vitória, Percy enfiou Anaklumos em sua barriga. A última coisa que a bruxa viu antes de virar pó, foi Bessie levando a filha de Zeus de volta a superfície.


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Notas finais do capítulo

Sem o mínimo de cinco comentários/reviews, sem capítulos novos.