Já tinha bastante tempo desde a última vez que eu havia dormido. Não consigo fechar os olhos, limpar a mente e divagar no mundo dos sonhos, e isso está acabando comigo, espiritualmente e fisicamente falando.

Loki nesse momento dormia serenamente ao meu lado, a face delicada demonstrava uma paz que nunca havia visto, seus lábios finos esboçavam um leve sorriso, os cabelos negros como a noite estavam bagunçados sobre a nossa cama, sua respiração era leve, calma, tranquila.

Ele parecia um anjo.

Só parecia.

E lá estava eu, Helena Marie Stark sorrindo, totalmente entregue ao Deus das Travessuras, nossa que inteligente.

– Já acordada minha rainha? – sussurrou Loki, beijando meu pescoço em seguida.

– Não consigo dormir. – disse, virando-me em seguida para ele.

– O que lhe impede, amor meu? – sorriu, passando-se para cima de mim, encarando-me com seus orbes verdes extremamente brilhantes.

– Eu não sei bem... – sorri, passando meus dedos entre seus cabelos, arrumando-os.

– Talvez eu possa ajudar. – sussurrou Loki ao pé do meu ouvido, logo beijando-me em seguida.

– É, talvez você possa. – sorri e entreguei-me mais uma vez.

As carícias de Loki eram cada vez mais ousadas, ele sabia exatamente o que fazer para me forçar a implorar por si, e céus, eu implorava aos berros, entre soluços, da forma mais impensada possível, que chega a ser algo, vergonhoso.

Porém nada importava, não quando seu corpo estava junto ao meu, não quando seu coração batia freneticamente em seu peito, não com suas mãos percorrendo meu corpo, não com as sensações que sentia só de tê-lo em mim e para mim.

–

– Meu rei, minha rainha, desculpe interrompê-los, mas trago notícias de vosso interesse – disse um guarda real que entrara repentinamente na sala e sem ser anunciado.

– Bem, já que entrou, prossiga. – Loki disse, olhando-o ligeiramente.

– Um asgardiano foi encontrado aos arredores do castelo, Senhor. – disse o gigante de gelo disfarçado de humano, magicamente.

– Só não me diga que meu querido irmão veio me visitar... – sorriu Loki com escárnio.

– Não Senhor, não é Thor, é um espião. Posso levá-lo a sala do trono? – perguntou o homem.

– Claro, ande. – Loki levantou-se rapidamente da mesa onde estávamos comendo, e estendeu sua mão para mim – Venha, vamos receber o nosso convidado. – sorriu.

–

– Então significa que estás aqui a mandado de Thor? – questionou Loki.

– Sim Senhor, tenha de piedade eu sou só um servo...

– Cale-se! – gritou Loki – Aqui é meu reino, aqui são seguidas as minhas ordens, as minhas leis, e de acordo com a lei você deve morrer.

– Senhor, por favor...

– Minha rainha, mate-o! – disse Loki, virando-se para me encarar com um sorriso debochado nos lábios – Aceite isso como um presente de casamento, amor meu. – alargou seu sorriso.

– Loki, não. – disse.

– Estou ordenando Helena, mate-o. – encarou-me sério.

Levantei, olhei em seus olhos, peguei a adaga, que antigamente pertencia a Loki e agora é minha, direcionei-me ao pobre homem que jazia de joelhos a minha frente evitando meu olhar.

– Olhe-me nos olhos asgardiano. – puxei seu rosto rudemente – Isso vai doer. – sorri.

Enfie-lhe a adaga no lado esquerdo do peito e observei o sangue jorrar lentamente, vendo a vida sumir de seus olhos, vendo-o morrer, ao meus pés.

Loki quer uma rainha malvada.

Então ele terá uma rainha malvada.