Nunca quis tanto voltar para casa. Nem quando vivia no colégio interno, onde me sentia solitária quase sempre, quis tanto como quero agora. O pior não é ter que ficar aqui, é ficar aqui e não saber se todos estão bem, se todos estão vivos...

Aquele lugar sempre estava úmido, frio e sombrio.

Hoje eu me casarei com Loki, e governaremos juntos Jotunheim. Que piada!

Meu vestido, longo e branco, reluzia no reflexo do espelho a minha frente, com umas tiras de couro claro decaiam pelos lados, meus cabelos estavam presos no alto da cabeça, onde mais tarde sustentariam uma coroa, e em meu rosto nada tinha, apenas minha expressão facial, com um leve sorriso nos lábios.

– Tudo bem Helena, por Midgard. – já estou falando como eles. – Ou Terra, tanto faz. – respirei fundo – Devo ser a noiva mais exótica do universo. Onde se viu um vestido tão estranho como esse? – sorri – Espero que esteja bem, Tony. – sussurrei e virei-me de costas para o espelho.

– Está linda Helena! – sorriu Loki ao me ver.

– Tanto faz. – sorri de volta.

– Seja boazinha comigo meu amor, afinal não é todos os dias que os Jotuns assumem sua forma humana, por intermédio meu, é claro, e exigi isso tudo para lhe agradar. – disse sorrindo, novamente.

– Oh, talvez eu lhe agradeça mais tarde. – sorri marota, enquanto abria a porta do quarto para que ele se retirasse.

– Estarei lhe esperando, Helena.

– E eu serei a de branco, Laufeyson. – bati a porta na sua cara, eu realmente não tenho noção do perigo.

Duas criadas do castelo me guiavam rumo à sala do trono, onde aconteceria o casamento, confesso que estava nervosa, eu não queria aquilo, não nessas circunstâncias, não aqui.

–

A cerimônia, bastante estranha, até cômica estava se desenrolando rapidamente, já que o rei realizava o casamento, no caso Loki, que estava duplamente atrapalhado no meio disso tudo.

– Prometo um lugar sem regras, sem guerras, sem intrigas, onde possamos construir nossa família, e governarmos juntos. – proferiu Loki, seus votos aos quatro ventos.

– Prometo ser o melhor para você, meu senhor. – sorri fitando seus olhos.

–

Estava sentada no trono que tinha sido posto para mim, ao lado de Loki, observando a festa que acontecia, diversos seres alienígenas se divertiam e conversavam entre si, enquanto eu estava entediada. Loki fazia questão de que ficássemos pelo menos por perto, o que nos levava a ficarmos realmente próximos, demais.

– Venha Helena, está na hora. – sorriu e estendeu-me a mão.

– Hora? De que? – levantei-me e peguei em sua mão.

– De você ser minha, meu amor. – sorriu, daquela forma que fazia meu corpo estremecer, e meu coração bater freneticamente no lado esquerdo do meu peito.

Nessa dança quem escolhe a música é o Loki, e eu, eu danço conforme ele mande.

E no momento eu me odeio, me odeio por não conseguir odiá-lo.

Céus, eu amo, Deus sabe como o amo.