A Verdade escrita por mybdns


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Acho que vocês vão ficar tipo assim *o* lendo este capítulo. Eu daria tudo pra ver suas reações. Ou vocês vão gostar muito ou vão pensar: esta menina é louca não é? auaasuhahahuhuha,mesmo assim eu espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/399200/chapter/14

Emitimos um mandado para a casa dos Franklin e estávamos esperando a resposta dos superiores. Já estávamos indo para a segunda semana de investigações e o caso estava cada vez mais difícil de ser solucionado. Eu ficava até quase três horas da manhã, todos os dias naquele laboratório, analisando e reanalisando todas as evidências. Quase não via meu marido. Um dia, cheguei em casa e ele estava acordado.

– Oi amor, tudo bem?

– O que você acha, Anne? – disse ríspido.

– O que foi, Allan? O que deu em você?

– O que deu em mim? Acho que você deveria saber. Anne, eu estou cansado dessa vida! Você vive para o seu trabalho.

– Eu pensei que você entenderia.

– Eu juro que eu tentei. Mais desde que você entrou na Polícia de Nova York você mal para em casa. Depois desse caso, de uma cara que você só viu uma vez na vida, você tem mudado! Há quanto tempo nós não saímos? Há quanto tempo não transamos? Anne, eu sinto que estou perdendo minha esposa.

– Você não está me perdendo! Eu só tenho muito trabalho... Tudo está complicado, Allan.

– Anne, eu quero ter filhos.

– Não é o momento certo, Allan.

– QUANTO TEMPO VOCÊ QUER ESPERAR? – disse alterando a voz.

– Allan, abaixe o tom, por favor.

– ANNE, EU NÃO SOU UM DOS SEUS SUSPEITOS, NÃO ME MANDE ABAIXAR O TOM PORQUE EU NÃO VOU ABAIXAR.

– AH, É? VOCÊ QUER FALAR ALTO, NÓS VAMOS FALAR ALTO.

– VOCÊ PARECE UMA CRIANCINHA, SEMPRE FOI MIMADA.

– EU SOU MIMADA?

– ANNE, COM O DINHEIRO QUE VOCÊ HERDOU VOCÊ NÃO PRECISARIA TRBALHAR, NUNCA MAIS. LARGUE ISSO E VENHA VIVER A SUA VIDA, DO MEU LADO.

– VOCÊ É IDIOTA?

– Anne, você eu vivi minha vida inteira indo atrás de você. Por causa do seu trabalho, você nunca faria isto por mim. – disse pegando seu casaco e as chaves do carro.

– Aonde você vai?

– NÃO TE INTERESSA.

– EU SOU SUA ESPOSA, EU TENHO DIREITO DE SABER.

– Não você não tem. – disse batendo a porta e me deixando lá, sozinha.

Sentei-me no sofá e deixem que as lágrimas caíssem. Eu sabia que isso um dia iria acontecer. Eu sabia que o conto de fadas que eu vivia iria se transformar em pesadelo. Adormeci ali mesmo e só acordei de manhã.

Tomei um banho gelado e vesti qualquer coisa. Passei numa padaria e comprei um cappuccino. Allan não tinha dormido em casa e eu estava preocupada.

– Bom dia, Flack. – disse quando o encontrei no elevador.

– Bom dia, detetive. Você está péssima. O que aconteceu?

– Nada de mais. – disse, um pouco sem jeito.

– Tudo bem, então. Gente se vê.

– Okay.

Eu estava visivelmente chateada e ainda tinha vontade de chorar, mas eu aprendi a ser uma pessoa forte.

– Oi detetive Hudson, como vai? – perguntou Tyler.

– Bem. – menti.

– Conseguimos um mandado para a casa dos Franklin.

– Ótimo. Você vem?

– Não, seu pai está te esperando.

– Obrigada por avisar. – fui encontrar com Mac para voltarmos à casa dos Franklin.

– Bom dia, querida. Você está bem?

– Sim.

– Não parece.

– Eu estou bem, não precisa se preocupar. – disse irritada.

– Como quiser. – nós entramos no carro e fomos para a casa. Batemos na porta e a Sra. Franklin nos atendeu.

– Vocês de novo?

– Temos um mandado. – disse mostrando um papel.

– Deixe-me ver. - o Sr. Franklin tomou o papel da minha mão.

– Podemos entrar agora? – perguntou Mac.

– Podem.

Eu fui para a parte de cima e Mac ficou no térreo. A casa havia sido reformada, algumas coisas estavam diferentes. Entrei justamente no quarto em que eu fiquei e me deu um arrepio. Era o quarto dos pais da Sra. Franklin.

– Eu sinto muito, não queria incomodar vocês.

– Você não está incomodando, querida. – disse a mulher.

– Obrigada.

– Fale a ela, mulher.

– Cale a boca, Oswald.

– Algum problema?

– Não. – disse a mulher.

– Sim. – disse o homem.

– Não ou sim?

– Sim. Eu vou contar. Eu não confio no marido da nossa filha, ele é estranho.

– Porque, Oswald?

– Acho que ele tem vida dupla. Esse italiano não me engana.

– Como disse? Ele é italiano?

– Sim, da Sicilia.

– Você conhece seus pais?

– Oh, não. Eles morreram há anos.

– Tudo bem. Em que ele trabalha?

– Ele diz que tem uma agência de modelos.

– E onde é esta agência?

– Desculpe, eu não sei.

– Tudo bem. Podem me indicar onde é o quarto do casal?

– É na porta ao lado.

– Obrigada. Aqui está meu cartão. Se precisarem de algo ou temerem algo, me liguem.

– Ah, muito obrigado.

Sai do quarto e fui para o outro. Tirei uma luva do bolso e coletei uma amostra de DNA da escova de dente do Sr. Franklin e sai.

– Pronto?

– Pronto, Mac.

– Qualquer coisa, entramos em contato.

– Tudo bem. – disse o homem fechando a porta.

– Estranho. – disse Mac.

– Estranho vai ser o que eu tenho pra te contar. – contei-lhe a história que Oswald me contou e ele ficou impressionado.

– Será que ele tem alguma coisa a ver com os mafiosos?

– Eu acho que sim. Ele disse que o genro tem uma agência de modelos.

– Agência de modelos?

– Sim.

– Isso não está me parecendo boa coisa.

– Não mesmo. – nos voltamos ao laboratório e eu dei a amostra de DNA para Lindsay analisar.

Voltei para o distrito e tentei ligar para Allan, mas ele não atendeu. Eu estava me sentindo culpada.

– Está com problemas em casa? – perguntou Caroline.

– Dá pra perceber, é?

– Dá sim. Isso é normal. Vocês se casaram muito cedo.

– Acho que foi um erro.

– Então diga a ele.

– Acho que já percebeu.

– Oi detetive Taylor.

– Olá, Caroline. Temos notícias boas. O DNA da escova compartilha 50% de alelos com um cara que está no nosso sistema.

– Quem?

– Enzo Rossetti.

– Ele é filho do...

– Sim.

– Como vamos pegar esse desgraçado? Não temos provas que ele está com as meninas.

– A agência. Temos que descobrir onde é agência. – disse Caroline.

– E temos que ir rápido.

Mais um dia terminou e a noite caiu. Voltei para casa por volta da uma da manhã e vi um carro desconhecido estacionado na minha vaga da garagem. Entrei pela porta da cozinha sem fazer barulho e ouvi algumas risadas vindas do meu quarto. Subi as escadas devagar e quando cheguei na porta do meu quarto, vi uma cena que me chocou. Allan e Monica, sua ex-namorada que ele um dia me jurou não sentir nada por ela estavam lá, transando na minha cama.

– ALLAN, COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO COMIGO?

– ANNE, EU SINTO MUITO.

– NÃO, VOCÊ NÃO SENTE.

– QUER SABER, EU NÃO SINTO MESMO. EU NÃO SEI COMO FUI TÃO IDIOTA PARA NÃO PERCEBER QUE EU E VOCÊ NÃO TEMOS NADA A VER. NOSSOS CORPOS NÃO SE ENCAIXAM, NÓS NÃO TEMOS QUÍMICA.

– TUDO BEM. É ISSO ENTÃO? ACABOU? ENTÃO ESTÁ ACABADO. AMANHÃ MESMO EU ENTRO COM O PEDIDO DE DIVÓRCIO.

– Será melhor assim.

– SAI DA MINHA CAMA SUA VAGABBUNDA DESGRAÇADA. – disse puxando os cabelos de Monica.

– Você perdeu, Annelies. De novo. – ela disse com um sorriso sarcástico nos lábios.

– Eu quero você fora da minha casa, Allan.

– Tudo bem.

Eu desci correndo as escadas, peguei meu carro e sai sem rumo. Eu não podia acreditar no que o Allan havia feito. Nunca pensei que ele faria uma coisa dessas comigo. Parei num bar na Times Square e fique sentada lá por alguns segundos.

– Garçom? – chamei. – pode me trazer uma cerveja, por favor?

– Sim senhorita.

Estava terminado o segundo copo de cerveja quando senti alguém atrás de mim.

– Se continuar bebendo assim, não vai conseguir ir para casa.

– Ah, oi Flack. O que faz aqui?

– Eu sempre venho aqui descontrair um pouco. E você? Porque não está em casa com seu marido?

– Eu não tenho mais marido.

– Vocês se separaram?

– Sim. Mais eu não quero te encher com as minhas histórias.

– Pode contar se sentir à vontade. Eu percebi que você precisa desabafar com alguém e a Stella está viajando...

Ele pediu uma cerveja e eu contei toda a minha história triste de traição. Já passa das duas e nós estávamos um pouco alterados quando pedimos a conta.

– Acho melhor pegarmos um táxi. – ele disse.

– Acho que sim. Depois pegamos os carros.

Demos sinal para o táxi e entramos.

– Onde é sua casa mesmo? – ele perguntou um pouco confuso.

– Eu não quero ir para casa.

– Pra onde você vai então?

– Não faço a mínima ideia.

– Lá em casa tem um quarto de hóspedes. Pode ficar lá se quiser.

– Obrigada. – o táxi parou na frente da casa de Flack e nós descemos.

– Eu não estou conseguindo achar as chaves.

– Vamos pular pela janela.

– Acho que você bebeu demais.

– Você também. – eu ri.

Ele finalmente achou as chaves e nós entramos.

– Fique à vontade. Quer vinho?

– Nós bebemos demais.

– Não importa. – ele disse pegando a garrafa e colocando um pouco nas taças. Pouco tempo depois, a garrafa já havia acabado e nós estávamos rindo feito dois idiotas.

– Você tem belos olhos, Don.

– Os seus também são bonitos.

– Posso te beijar, detetive?

– Só se você me deixar te beijar primeiro. – ele disse isso e colou seus lábios nos meus. Eu estava vulnerável e ainda por cima bêbada. Não tinha noção do certo e do errado. Inacreditavelmente, eu me lembro de tudo que se passou naquela casa. Ele me levou para seu quarto, enquanto nossas roupas eram jogadas pelo chão. Ele me colocou com delicadeza na cama e eu tive uma das melhores noites da minha vida. Agora eu entendia o que Allan havia me dito horas antes. Nossos corpos não se encaixavam. Não havia química. Com Don, era tudo diferente. Ele conseguiu me fazer sentir bem, me sentir segura, coisa que com o Allan eu nunca senti.

– Que fogo, hein?

– Eu te cansei, detetive?

– Você está me desafiando?

– Só se você quiser.

– O seu pai vai me matar.

– Ele não precisa saber disso, detetive. Esse vai ser o nosso segredinho.

– Eu sou muito bom em guardar segredos.

– Você é bom em outras coisas também, Don. – disse lhe dando um beijo.

– Não me provoque.

– Já provoquei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!