A vida nunca será normal escrita por Babii Chan


Capítulo 5
Alex, foi a síndrome.


Notas iniciais do capítulo

Sumi um pouco, não é? rç Mas, bom, vim com outro capítulo cheio de coisas novas... mistérios... entre outros o3o



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O momento foi tenso e gostoso, admito. Eu não sabia como eu consegui amar uma pessoa em tão pouco tempo como aquele. Somente um dia. Nada de mais. 

No dia seguinte, acordei mais cedo do que o de costume. Pelas sete horas da manhã eu já estava de banho tomado e havia preparado um café da manhã com as comidas que Alex tinha em casa. Eram oito horas quando alguém bateu na porta, eu estava terminando de fritar os ovos e o bacon. Corri atender a porta para que as frituras deliciosas não queimassem. 

– Olá, bom dia. O Alex está? – perguntou a mulher que tocou a porta. Era morena, e alta. Provavelmente havia posto um silicone nos peitos. 

– Olá. Está, mas dormindo. Poderia voltar mais tarde, lá pelas dez ou onze? – Eu não sabia que horas ele acordava, então supus um horário mais próximo do almoço. 

– Desculpe, mas eu preciso urgentemente falar com ele.

– Ele está dormindo. Aliás, o que queres com ele? – perguntei, já com um tiquinho de raiva dentro de mim. Ela parecia não ser uma boa companhia.

– Eu quero falar com ele, já disse. Além disso, há algo queimando na cozinha. – ela falou. Corri para a cozinha e desliguei o fogão, sorte que não havia pegado fogo. Voltei para a porta. A mulher havia sumido. Fechei-a e fui ao quarto de Alex arrumar minha cama antes que ele acordasse. Chegando ao quarto dele observei que tinha... alguém na minha cama! Era aquela mulher que estava na porta anteriormente. Espiei pela porta para ver o que ela estaria fazendo lá. Ela levantou-se lentamente e subiu na cama de Alex, acariciando seu rosto e peito. Como era forte! Soltei um suspiro longo e "alto". A mulher deveria ter ouvido, pois se levantou e correu para baixo das cobertas. 

Resolvi pegá-la no flagra. Entrei no quarto e sentei na cama, onde a mulher havia se escondido. Estava macio de mais para o meu gosto. Supus, então, que ela tivesse ido mais para perto de Alex. Deitei-me na cama e aninhei-me em Alex, propositalmente e não propositalmente. Fiz um movimento brusco de mais, e Alex acordou. Eu não havia percebido, pois ele estava virado para a direita. Ele virou-se para mim e gritou baixo. 

– AH! 

Eu ouvi o grito e logo me distanciei. Saí do quarto correndo e corada, mesmo contra a minha vontade. Fui terminar de fritar os ovos  e o bacon que havia esfriado e perdido o sabor e fui esquentar a água para o café. Preparei a mesa pensando onde aquela mulher poderia estar. 

– Lize... o que foi aquilo? – ele perguntou todo desengonçado. Provavelmente havia saído da cama naquele momento. 

– Tinha uma mulher... morena, alta, peituda... ela foi até sua cama e entrou de baixo das cobertas... – falei, pausando, em média, três segundos a cada reticências.

– É sério, Lize. Me fale a verdade. 

– Mas... mas... – meus olhos se encheram de lágrimas, mas eu me contia para que elas não caíssem. – Acredite em mim, por favor!

– Ah claro, tinha uma mulher e você foi fazer o que? Consultar se ela não estava fazendo coisas comigo? Por favor, Lize. A VERDADE! – ele gritou.

– NÃO. Eu fui ver se ela tinha saído ou algo assim. Queria que ela sumisse daqui porque eu preparei um café da manhã para tomarmos juntos. Eu queria um momento com quem eu amo. Mas percebi que foi tudo em vão. Adeus Alex. 

– Não vá. Eu... não acredito. Pois eu estava acordado bem antes de você levantar. Não senti absolutamente nada nem ninguém perto de mim na cama. – Mas... Como?, pensei. 

– Vou. Adeus, espero que lembre-se de mim quando estivermos em uma idade mais avançada e chore até a morte de desidratação, lembrando das horas em que poderíamos ter vivido e dos momentos no quarto escuro, embaixo das cobertas, fazendo loucuras. Lembre-se disso e se orgulhe. Orgulhe de ter ficado com aquela vadia, pois se não fosse ela você nunca choraria por mim, certo? Adeus.

Depois de dizer isso, eu estava pronta para sair daquela casa, mas algo me ocorreu: desmaiei, eu acho. Senti uma leve pressão e desmaiei. A última coisa que ouvi foi o som de Alex gritando por ajuda e correndo para pegar o telefone, se bem que era isso. Não me lembro de ter acordado, eu poderia, sim, ter virado um anjo ou algo assim. Mas eu voltei à vida. 

Mamãe estava no Hospital comigo falando com o médico. 

– Ela provavelmente teve um impacto na cabeça. A síndrome vai causar muitas dessas. – ouvi o médico dizer. A SÍNDROME! Meu Deus! Eu havia começado a chorar loucamente ao pensar que a mulher da casa de Alex fosse uma miragem. Chorei mais e mais. O médico percebeu e chamou a enfermeira para tomar conta de mim.

– O que foi, querida? – perguntou a enfermeira.

– Descobri algo... – falei, interrompendo a frase, como quem diz "quer saber?". 

– Continue, se quiser. Pode me contar tudo.

– Eu briguei com o amor da minha vida, achei que ele estava me traindo com uma mulher que entrou na casa dele sem permissão e se agarrou nele... Ele não sabia de nada... Nem eu. Não lembrei-me que tinha uma síndrome idiota. E... – fiz uma pausa meio que dramática.

– E?

– E... você acha que eu deveria... – fiz mais uma pausa.

– Deveria...? – perguntou ela, estava com um tom impaciente.

– Deveria ter contado para ele... que eu tenho essa síndrome? Será que me ajudaria? – perguntei para a enfermeira. Ela pensou um pouco e virou-se para mim olho-a-olho. 

– Acho que deveria. Seria melhor, até porquê ele... 

 Ele? – eu perguntei. Entendi o quão chatas são essas pausas.

– Ele se sentiria mais seguro ao saber que era uma miragem. Ele não discutiria com você, só poderia lhe alertar. Ele cuidaria mais de você. – ela disse. E eu compreendi. Me senti uma tonta idiota por não contar e, ainda mais, por saber que tudo aquilo era a mais pura verdade. Comecei a chorar silenciosamente. 

– Não chore. Vai ficar tudo bem, eu prometo. Não te conheço bem, nem ele, mas posso te garantir que vai dar tudo certo. – disse a enfermeira. Incrível a capacidade dessas mulheres! Elas nos reconfortam muito, e olhe que nem psicólogas são.

– Obrigada, de verdade. – falei, ainda pensando como elas, enfermeiras, conseguem.

– Não há dique, esse é meu trabalho. 

– Você é psicóloga? Médica? – nós rimos.

– Não – ela deu uma risada leve (como o famoso "rs" da internet) – Sou enfermeira ou, se preferir, ajudante do psicólogo. – ela deu mais uma risada semelhante ao "rs".

– Ah, só podia. – eu ri. 

– Bom, bela mocinha, preciso ir cuidar dos outros pacientes, se precisar de algo é só chamar! 

Ela estava saindo pela porta quando eu gritei.

– Espere! 

– O que foi? – ela perguntou.

– O meu namorado, se posso ainda chamá-lo assim, como posso vê-lo? Me explicar? Não sei o número dele...

– Quem namora e não sabe o número do boyfriend? – ela riu.

– Eu – eu ri – É que começamos a "namorar" ontem. 

– Ah sim. Então... posso ver se conheço ele ou se tem passagem pelo hospital. Qual o nome dele?

– Alex Marouni. Se tem mais algum nome, eu não sei. – falei.

– Alex... MAROUNI? – ela perguntou, ressaltando a palavra Marouni (e pronunciando errado. O certo seria "marroni" e não "maroni".

– Este...

– Eu-eu-eu-eu. Eu conheço ele! – disse ela.

– Sério? 

– Sim. Ele é meu... – ela disse, novamente fazendo a pausa. 

– Seu?

– Irmão. – ela falou, meio que gritando.

– Ele... tem irmã? 

– Sim, eu – ela deu uma risadinha.

– Nossa. Ele nunca me contou isso.

– Ele tem vergonha de mim, eu acho. Nunca fala de mim pra ninguém. – ela afirmou. Deveria ter razão.

– Mas... – meus olhos se encheram de água. 

– Ele não parece que esconde coisas, não é? Ele esconde muitas coisas de todo mundo. Você tem que se cuidar, ele não é o tipo de pessoa que alguém gostaria de namorar. 

– Ele é a pessoa mais incrível que eu já conheci. Por favor, eu preciso falar com ele – falei, mudando de assunto.

– Claro. Eu vou ligar para ele. Já volto. – e saiu. Achei estranho ela ser irmã dele e ainda pronunciar errado o próprio sobrenome (eu e Alex discutimos isso durante o filme, no cinema).


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado u3u



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