- Tem mesmo certeza!?

- Absoluta.

... 
3 meses

Eu sairia com o Victor Hugo hoje. Encontraria ele no shopping. Me arrumei, e quando deu a hora fui. Cheguei no shopping e ele já estava no lugar combinado.

- Malu! Que bom que chegou.

Nos comprimentamos com beijinhos no rosto.

- Oi Victor.

- Já comprei os ingressos! Vamos!?

- Vamos!

Subimos a escada rolante. Passamos pela moça que confere os ingressos, compramos pipoca e suco e fomos para a sala de cinema. Faltavam uns 15 minutos pro filme começar. E escolhemos um lugar lá em cima, na última fileira. Fomos subindo até que ele parou.

- O que foi Victor Hugo!?

- Do outro lado tem uma angulação melhor! Vamos! Pode ser!?

Fazer o que, né!? Victor era agradavel, porém muitas vezes, MUITO nerd. O que era fofo, mas... Argh! Mas ele não era o Rodrigo! Fui andando pela fileira perdida nos meus pensamentos, e pisei no pé de alguem...

- Foi mal moço. Desculpa!

- Er... Tudo bem.

Eu reconhecia aquela voz a 100 kilômetros de distância. Rodrigo!

- Rodrigo!?

Me virei e lá estava ele, maravilhoso como sempre.

- Rodrigo!?

- Maluzinha!?

Ficamos nos encarando por um tempo.

- Você veio aqui só pra me vigiar!? Você sabia que eu vinha ao shopping, e veio saber com quem e como eu estava.

- Não é isso, é que...

Olhei e lá estava Clarissa. Vadia desgraçada! Tinha vontade de mata-la, mas manti a calma.

- Er... Oi Clarissa.

- E ai Malu!?

Malu!? Quem deu essa intimidade pra ela.

- Malu, está tudo...

Vish! O Victor tinha acabado de chegar.

- Er... Oi Clari.

- Hey VH!

- E então... o que fazem aqui!?

- Er viemos assistir Cidade dos ossos.

Percebi que o Victor podia ser nerd, mas as vezes era bobo.

- Foi um prazer ve-los aqui. Mas eu e a Malu temos que pegar um lugar.

- Temos!?

- Sim, Malu. Temos.

- Er... então "tá". Tchau Rodrigo, tchau Clari.

- Falou Malu.

Ela tinha um jeito estranho. Victor me puxou até o lugar que tinhamos escolhido. E sentamos, fiquei encarando Rodrigo com aquela vadia.

- Qual seu problema Malu!?

- Nada Victor.

- Malu. Eu sei. Já saquei tudo. Você e aquele moleque tem alguma coisa, e você está com ciúmes da Clari. Amor, eu saquei tudo depois desse encontro entendi tudo. Você parecia querer voar no pescoço da Clari, por isso eu te puxei até aqui.

Amor!? Ele me chamou de amor!? Parecia mais caridade do que interesse.

- Está tão na cara assim!?

- Hum... Sim está, Malu.

- Er... Foi mal Victor. E a gente nem se conhece direito...

- Magina gatinha. Acho que por enquanto poderemos ser bons amigos... Enquanto o filme não começa, o que você acha de irmos nos conhecendo melhor!?

Ele não se tocou!? Ele mesmo falou que entendeu que eu gostava do Rodrigo. Ele percebeu minha cara e completou.

- Não menina! Estou falando no bom sentido!

- Ok. Meu nome é Maria Luisa, mas prefiro Malu. Tenho quase 16 anos, estou no 2° do Médio. Gosto de ler, escrevo as vezes. Amo Percy Jackson, Instrumentos Mortais, e uns outros livros. Agora você fala de você...

- Hum... Ok. Victor Hugo, tenho 17 anos, pode me chamar de Victor, VH, porém não me chame apenas de Hugo. Apesar de disserem que eu sou "nerd". Sou um nerd legal, e curto festa. Adoro ler, Instrumentos Mortais é minha saga preferida.

Como assim 17!? Ele está na faculdade! Deveria ter uns... sei lá... 19! Ele ainda era "de menor" assim como eu.

- 17 anos!?

- Sim. Por que a pergunta!?

- Você não é muito novinho pra faculdade!?

- Er... Na verdade não. É que eu passei direto.

Nerd! Isso o descrevia, mas era um nerd engraçadinho, diferente dos filmes americanos.

- Você faz Matemática!?

- Er... Eu faço duas faculdades...

Como assim duas faculdades!? Na idade dele tem gente que não faz nem uma. Quem dirá duas! Duas faculdades! Meu Deus!

-Duas!? De que!?

- Matematica e Medicina.

Medicina!!! Ele fazia Medicina!? Como assim Medicina!?

- Medicina!?

- Sim. Sempre foi meu sonho. Meu pai sempre quis que eu fizesse matematica, mas eu sempre quis medicina. Então faço os dois!

Ai meu Deus! Quanta nerdeza.

- Nossa! Meu Deus! Você é mesmo uma caixinha de surpresas.

Ele deu um risinho, e olhou pros lados.

- Não olha agora, mas um certo Rodrigo está nos encarando.

- O Rodrigo!? Sério!?

- Sim.

Quando eu tive certeza que o Rodrigo era o cara certo, tudo mudou. E eu não tinha tanta certeza agora. Estava confusa.

- Que bom pra ele.

Eu falei friamente.

- Eu que sou a caixinha de surpresas!? Você gostava do garoto e agora não se importa! Ai meu Deus. Não faz isso não, gatinha. Me quebra o coração, depois me dá esperanças...

- Nunca te quebrei o coração, e nem esperanças...

- E o que me diz sobre o Rodrigo agora!?

- Hum... Um garoto confuso.

- Sendo assim... Gata por acaso você é filha de Ártemis!? Por que parece que você não existe.

Começamos a rir instantaneamente e enquanto ria percebi que muita gente nos olhava, e Rodrigo nos fuzilava com o olhar.

- Ai Victor, essa foi péssima.

- Ah sim. Tenho outras melhores...

- Melhor que essa!?

- Gata você não é a Katniss, mas flechou meu coração.

Rimos mais.

- Essa não foi tão pessima assim.

- Só um pouquinho.

As luzes começaram a se apagar.

- Depois te conto mais gatinha. Agora vamos ver o filme.

Ele se acomodou na cadeira enquanto os trailer passavam.
Depois de uns 15 minutos o filme realmente começou. Ouvi muitas criticas boas sobre o filme. Parei de prestar atenção nas coisas ao meu redor e passei a prestar atenção no filme. Mas... quando Heart by Heart tocou, eu senti meu coração doer... Eu comecei a pensar que queria estar ali com o Rodrigo, e quando eu olhei pra ele... quando eu olhei pra ele... ele estava beijando a Clari. Senti uma mistura de nojo, com raiva, ódio. Estava completamente enjoada. Queria correr, gritar, bater, socar, queria acabar com aquilo. Mais do que tudo, eu queria vomitar. Por que ele estava fazendo aquilo!? Eu não era boa o suficiente pra ele!? Aquilo era pior do que ver ele com a Renata. Por mais que a Renata fosse maravilhosa, eu sabia que com ela nunca iria durar. Mas com essa tal de Clari eu não sabia nada.

- Malu quer sair daqui!?

Eu queria! Eu queria sair dali para outra galaxia. Mas não podia estragar o filme...

- E perder o filme!? Não. Magina Victor.

- Tem certeza!?

- Tenho sim.

- Mesmo!?

- Claro.

Ele me abraçou e me aconcheguei enquanto viamos o resto filme. Não como namorados, mas como amigos e ele estava me ajudando em um momento complicado. Não! Eu não ia cair nas garras dele, e não planejava ficar com ele. Eu queria o... Eu achava que eu queria o... por estava tão dificil sair aquele nome!? Talvez porque nesse exato momento ele e a Clari estivessem se pegando ali perto. Como fui burra! Eu acreditei demais! Burra! Burra!

- Malu!? Maria Luisa!?

Quem e por que estava atralhando meus pensamentos!?

- O QUE!?

- Calma Malu! É que o filme acabou! Só dá a gente aqui! E bom... os faxineiros.

- Ah! Foi mal.

- Vamos!?

- Claro.

Ele me guiou pelas escadas, eu estava perdida demais para qualquer coisa. Onde Rodrigo estaria!? Ele estaria com a Clari!? Me dava até enjoo pensar neles juntos.

- Malu você está bem!?

- Só um pouco enjoada.

- Está com tontura!?

Sim eu estava. Estava perdida pensando nos dois.

- Er... sim.

- Maria Luisa! Você está grávida!?

Como assim grávida!? Eu não tinha me relacionado com ninguém, além do mais eu era virgem! Como assim grávida!?

- Dá onde você tirou isso!?

- Está irritada com o namorado, enjoada, com tontura! Gravidez!

- Não Victor! Eu não estou grávida. O Rodrigo não é meu namorado, e bem... nos nunca...

- Ah, sim. Entendi novinha.

Novinha!? Que termo mais funk pra quem é nerd.

- Novinha!?

- Er... sim mina. Vem ki qui eu vai pra cima.

Comecei a rir desesperadamente.

- O que é isso Vitu!?

Ele estava rindo.

- Isso é tipo estilo panicat, novinha.

- Para Vitu!

- Tá chega! Já deu por hoje!

- Sim, chega Vitu.

- Vai começar a me chamar de Vitu!?

- Er... talvez. Por que!?

- Nunca me chamaram de Vitu. 
- Você não gosta!?

- Er... Pode ser. Não vou discutir com uma moça grávida.

Ele passou a mão na minha barriga.

- Quantos meses amor!? Temos que decidir o nome do nosso bebê!

- Vitu Caraleo! Não tem bebe nenhum! Eu sou... hum... novinha. E você não é pai.

- Amor! Está dizendo que eu sou corno!?

- Vitu para!

- Me explica esse negocio, amor!

Ele estava zoando! Só pode!

- Vitu para!

- Só quando você dizer quem é o pai!

- O pai de quem!?

- Do nosso bebê.

Era melhor entrar na brincadeira e acabar logo com isso.

- Você é o pai do nosso baby, e ele vai chamar Jace se for menino e Annabeth se for menina.

- Hum... pensaremos.

Foi ai que algo inesperado aconteceu. Uma senhora se aproximou e me entregou um par de sapatinhos.

- Tinha comprado pra minha neta, mas eu vi vocês dois tão jovens, e falando do bebê que essa jovem tão bonita está esperando... Espero que sejam felizes. E eu creio que seram...

O que!? Ela achava que eu estava grávida! Eu tinha cara de grávida!? Eu parecia uma grávida!? Estava tão obesa assim!? Como assim bebê!? Eu e o Victor Hugo!? Oi!?

- Mas...

- Magina filha! É um presente pra abençoar esse bebê lindo que vai nascer. Se puxar a vocês dois nascerá um bebê muito bonito. Está no inicio da gestação, não é!? Já dá pra saber se é menino ou menina!?

- Er... Mas...

- Amor não fique com vergonha. A moça só está sendo gentil.

Quando ele falou moça a senhora se sentiu jovem.

- O rapaz tem razão. Quero que sejam felizes. Adeus!

Ela se despediu e saiu. E eu fiquei abismada. Como assim bebê!?

- Vitu! Você enganou a senhora!

- Não enganei não.

- Claro que sim! Tadinha!

- E o que eu faço com esses sapatos!?

- Guarda! Se um dia, você ficar grávida de verdade você dá ao seu bebê.

- Hum... ok. Mas você enganou ela! Nos nunca nem nos beijamos.

- Não seja por isso.

E o Victor me beijou. Primeiro afobado, depois suave. Me afastei.

- Vitu...

-Ei! Minha esposinha. Foi na boa. Só um teste. Não precisa se preocupar. Eu sei que seu coração ainda está preso no Rodrigo e eu sou seu amigo!

O que eu diria!? Que não foi bom!? Eu não poderia mentir. Foi muito bom, ele cheirava a sabonete, e o seu beijo tinha gosto de menta. Eu preferia menta a doce, mas isso não vinha ao caso. Ele passou a mão pelo cabelo loiro, e seus olhos azuis estavam fixos nos sapatinhos.

- Só amizade!?

- Por enquanto!? Sim apenas amizade.

Vi Clari e Rodrigo se pegando... 
- Vitu me leva embora.

- O que foi!?

- Enjoo e tontura.

- Tem certeza que não está gravida!?

- Caraleo Vitu! Não! Não estou grávida.

E eu não estava! Eu só estava com nojo. Nojo do Rodrigo e da Clari juntos. Eu estava com... nojo!?

- Er... Malu. Quer ir mesmo pra casa!?

- Er... Não sei.

Ele olhou pra onde eu olhava. E se tocou.

- Vem Marilu.

- Marilu!?

Que apelido era aquele!? Marilu!?

- É Malu!

- Ok, princesa. Não vamos discutir! Vamos sair daqui, ok!?

Olhei mais uma vez e vi Rodrigo e Clari se pegando.

- Vamos.

Ele foi me guiando, eu segurando os sapatinhos. Ele me levou até o estacionamento e de lá subimos a escada de emergencia.

- Já veio aqui!?

- Er... Não, Malu. Mas... sempre tive vontade.

- Ah, ok.

- Quer desabafar!?

- Eu preciso.

- Grite!

- O que!?

- Grite! Desabafe gritando pro mundo.

Fui até a grade e gritei. Pensei em me jogar dali. Seria melhor! Eu não precisava estar do jeito que eu estou agora. Acabaria com isso, e o Rodrigo podia ficar a vontade com aquela vaca. Gritei!

- EU ESTOU ER... QUER DIZER... ESTAVA APAIXONADA POR UM IDIOTA! E EU NUNCA DEVIA TER DEIXADO DE ODIA-LO! ENQUANTO EU QUERO ME JOGAR DAQUI, ELE ESTÁ SE PEGANDO COM UMA VADIA!

O Victor Hugo me puxou pela cintura. Que raios ele estava fazendo!?

- ME solta! ME SOLTA!

Ele continuou me segurando. Até que me soltou.

- O que foi isso Vitu!? O que você pensa que está fazendo!?

- Você pretendia mesmo se jogar!?

- Er... sei lá.

- Não vai se jogar não. Quer matar o nosso bebê!?

- Vitu não estou grávida!

O que ele estava pensando!? Ele estava acreditando na própria mentira!?

- Malu... Quando você ficar grávida... Qual vai ser o nome do nosso bebê!?

Nosso!? Como assim NOSSO! Eu não ia ficar grávida de ninguém! NINGUÉM!

- Er... Bebê!? Eu não quero ter filhos...

- Como não!? Quero um filho ou filha no minimo!

Oi!? Ele estava planejando se casar comigo!?

- Você vai ter os seus filhos. Com a SUA esposa. Não comigo, ok!?

- Qual seria o nomes Malu!? Se for menino. E bom... eu for o pai...

Eu ri. Mais do que eu esperava. 
- Você!? Pai!?

- Não vejo graça nenhuma.

- Mas eu sim.

- Mas fala ai... Qual seria o nome do seu filho!?

Eu nunca havia pensado nisso. Deveria ser o nome de alguem que marcou minha vida. Ronaldo, o nome do meu primeiro professor!? Eca! Não. Astolfo, nome do meu avô!? Nem pensar. Só tinha meu pai e...

- Rodrigo...

- O que tem ele!?

- Se um dia eu tiver, o que não é provavel, um filho, vai se chamar Rodrigo.

- Nosso filho vai chamar Rodrigo!?

- Cara, Rodrigo. Para! Nos não vamos ter filhos, ok!?

- Eu curti. Rodrigo é um nome bonito. Mas... E se você ter um filho do - ele fez uma pausa - Rodrigo!?

Vish. Eu pensei nisso. O Rodrigo é importante pra mim. E era mais fácil que eu me casasse com o Rodrigo do que com o Victor. E... Se o Rodrigo concordasse... Hum...

- Victor Hugo...

- O que!? Você está brincando!? Se ficar com um coloca o nome do outro!?

- Os dois são importantes. Você sabe que eu sou apaixonada pelo Rodrigo. E que você é um amigo. Que está me ajudando. Então fique feliz com a honra.

Na verdade além disso, eu sempre amei esse nome, Victor Hugo.

- Ok, senhorita. Agora o sol está se pondo e são cinco e meia da tarde. Então após o Sol se pôr vou te levar pra casa.

- O que!? Me levar pra casa. Er... Não!

- Xiiiu!! Olhe o Sol...

Olhei e a vista estava maravilhosa. Sentei-me ao lado do Victor e observamos o sol se despedindo. E depois de um tempo ele se foi...

- Bonito o pôr do sol, não é Malu!?

- Não é!?

- É sim. Agora vamos Malu.

Ele me ajudou a levantar e descemos as escadas de emergência. Paramos no estacionamento.

- Espere aqui, ok!?

- Pode ser.

Ele saiu andando e eu fiquei lá paradinha com meus pensamentos. O que ele estava aprontando!? E ele achava mesmo que iamos ter filhos!? E onde estaria Clari e Rodrigo, na melhor das hiposteses, caminhando de mãos dadas por ai, na pior estariam... er... no banheiro... hum... não queria nem pensar nessa! Isso me dava vontade de vomitar. Logo um carro parou na minha frente. E o motorista baixou o vidro. Era o Victor! Ele estava em um... aquilo era um Captiva!?

- Que carro é esse!?

- É um dos carros do meu pai...

Um dos!? E como assim ele dirigia!? Não ia entrar em fria não. 

- Tá, mas... Você é menor! Não pode dirigir.

- Quer que eu te mostre a carteira de motorista!? Meus pais me emanciparam. Então tirei a carteira de motorista e posso dirigir. E em algum tempo terei 18 anos.

- Se me mostrar a carteira eu entro no carro.

Ele pegou a carteira e me entregou pude ver, ele era realmente apto.

- Ok. Vamos.

Entrei no carro e seguimos o caminho em silêncio, o único que fazia barulho era o GPS, já que eu havia colocado meu endereço. Depois de um tempo, finalmente chegamos. Meu pai estava na porta!? Por que ele estaria na porta!? Desci do carro e o Victor também...

- Boa noite...

- Boa noite filha...

- Er... Pai esse é o Victor Hugo, Victor Hugo esse é meu pai...

- Boa noite Sr. Esteves.

Como ele sabia o nome do meu pai!? Ah... Era por conta da apresentação... O clima estava meio tenso.

- Boa noite Victor.  Er... Você tem quantos anos menino!? Quer dizer... Você dirige. 

- Ah, sim sr. Esteves. Eu tenho 17, faço 18 ainda esse ano. Mas meus pais me emanciparam pra mim poder dirigir...

- Hum... Quer entrar!?

O que!? MEU PAI ESTAVA CONVIDANDO ELE PRA ENTRAR!?

- Obrigada sr. Esteves, mas eu creio que tenho que ir...

- Não, Victor. Eu insisto.

Ele olhou pra mim que tentei sorrir, mas estava chocada demais pra isso.

- Acho que tenho uns minutinhos.

Entramos e nos sentamos no sofá, eles começaram a conversar.

- E então Victor... Já faz faculdade!?

- Faço sim, na verdade duas, matematica e medicina.

Meu pai se surpreendeu.

- Duas grandes carreiras... Mas por que duas!?

- Meu pai sempre quis que eu fosse matematico, mas eu sempre quis ser médico. Então faço as duas faculdades e estou me dando bem em ambas...

- Hum... E seu pai!?

- Bom, ele não olha muito por mim. Sempre ocupado.

Victor pareceu muito triste e meu pai tentou consola-lo.

- Lógico que olha por você Victor. Mas se precisar de um pai, e o seu não estiver disponivel. Pode vir falar comigo, ok!?

- Obrigada, sr. Esteves.

- E o que seu pai faz da vida!?

- Ele é advogado, um advogado teoricamente famoso.

- Hum... Mas e sua mãe!?

- Ela apresenta um programa de televisão... Já ouviram falar de Patricia Gama!? E de Cristiano Gama!? E do filho anti-social deles!? Quer dizer, meu irmão mais velho faz essa parte, de ser perfeitinho, creio que ele seguira com o prestigio da familia. Eu quero coisas mais simples pra mim. Quero uma familia, uma coisa mais comum.

Ele parecia sonhador. E como assim ele era filho do Cristiano e da Patricia Gama!? O irmão dele era o... Leo! Um dos solteiros mais cobiçados do país. Ele também era, mas por ser "anti-social" não era como Leo que por muitas vezes estampou as capas de revistas da Carol.

- Que bom, filho. Que bom que tem seus valores.

- Hum... Obrigada por tudo.

Victor olhou no relogio.

- Tenho que ir...

- Mas Victor você ficou pouco tempo...

- Desculpe. Eu venho aqui um dia, para que conversemos mais.

Ele se levantou e o acompanhamos até a porta.

- Muito obrigada, sr. Esteves. Fico muito feliz por poder contar com o senhor.

- Magina, filho. Volte quando precisar.

- Tchau Malu...

- Tchau Vitu...

Então ele entrou no carro e se foi. Eu e meu pai entramos em casa.

- Malu e o Rodrigo!?

- Eu não tenho nada com ele. E ele está com uma menina, a Clari.

- Sério!?

- Sim, pai. Ele conheceu ela na palestra, assim como conheci o Victor lá, mas ele ficou com ela. E eu e o Victor fomos só no cinema.

- Calma Filha.

- Desculpa papai. É que... eu não quero falar do Rodrigo.

- Muito bom esse moço. Gostei dele.

- Que bom, papai. Vou subir pro quarto, ok!?

- Vai lá amor.

Subi, tomei banho e coloquei pijama. Onde Rodrigo estaria agora!?