Dramione: The End Will Never Come escrita por Rafinha


Capítulo 5
Capítulo 4. Na Floresta Proibida




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E ali estava eu, beijando alguém que pensei que jamais beijaria. Mas o beijo foi com toda certeza, gostoso até demais. Eu me senti livre. Me senti especial. E a vontade era de nunca mais largar o garoto. De uma certa forma, com o beijo as preocupações foram se indo, e todas as lágrimas que eu derramara por causa daquela fofoca, parecia que agora estavam fazendo algum sentido. Eu me senti nas nuvens, e o que me mantinha lá era esse beijo. É impossível descrever. Mas eu tenho a certeza que esse beijo foi uns dos melhores da minha vida porque, mesmo eu percebendo que nossas vidas ficariam muito ruins depois desse beijo, eu continuei. Durante ele eu tive a sensação de "foda-se tudo!". Isso nunca foi como eu planejei, não era minha intenção, eu fiquei tão corajosa, bebida na mão.

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Meus olhos iam se abrindo lentamente, e aos poucos eu podia perceber onde eu estava –ou não–. Era escuro, não conseguia ver nem a palma de minha mão, e já era a terceira vez que isso acontecia. Da última vez que acordei aqui –não faz muito tempo–, eu tinha sonhado exatamente com o beijo entre mim e Draco. E então eu acordara. Mas não tive forças para levantar, minhas pernas estavam muito doloridas, tinha sangue no chão, a dor de minha cabeça era imensa, e eu não sentia minhas pernas, apenas uma angústia insuportável. Por esse motivo, voltei a dormir. Mas agora é diferente, apenas a cabeça dói, e a dor nas pernas é pouca. Percebo que estava deitada em uma poça de sangue, na minha poça de sangue.

Levanto-me, um pouco tonta. Escoro minha mão na "parede" em que eu estava escorada, e noto que é um tronco. Olho para cima e finalmente percebo: Estava dormindo embaixo de uma árvore gigante.

Observo o meu redor, vejo que o local é todo preto, cheio de árvores gigantes com folhas escuras. Os raios de sol não penetram aqui, mas é possível ver um pouco dele se tentarmos vê-lo. Sim, eu estou na Floresta Proibida.

Começo a andar, tentando achar alguma saída. Paro por um momento, tentando decidir para qual lado vou. Mas enquanto fazia isso, posso escutar as palavras atrás de mim.

— Estupefaça! — grita alguém atrás de mim.

Olho rapidamente para trás.

— Protego Horribilis!

De inicio tento identificar a voz, mas decido não fazer isso. Depois tento ver quem é, mas é impossível, está muito escuro. Por isso resolvo apenas atacar.

— Bombarda Máxima!

E lanço o feitiço. Mas não em meu oponente, e sim no chão próximo a ele. Quando a magia toca no alvo, rapidamente cria uma explosão e a pessoa é lançada longe. Mas infelizmente, meu inimigo conseguiu cair de pé.

— Estup-- — grito, mas sou interrompida.

— Sou eu, Granger!

E então eu paro. Fico tranquila e deixo Malfoy se aproximar.

— Foi mal ter usado o feitiço em você, não sabia quem era. — ele diz ao chegar perto de mim.

— Tudo bem.... — sorrio. — Mas ei, o que estamos fazendo aqui?

Ele solta uma risada.

— Como se você não soubesse. — ele diz, sentando ao lado de minha poça de sangue.

— Não, não sei! — falo em um tom elevado. — Acho que bati com a cabeça e não lembro muita coisa. A última coisa que lembro é... — eu ia falar sobre o beijo lá no pátio, mas resolvi ficar quieta.

— Bom. — ele suspira, irritado por ter que contar a história. — A professora formou duplas. E essas duplas teriam que entrar na Floresta Proibida. Com apenas um objetivo: Pegar um ovo que Ângela colocou aqui. Teremos uma semana para isso--

— Não! — grito. — Ela não pode fazer isso! E as outras aulas?

— Ela pediu permissão....

— Mas... — digo, um tanto perplexa.

— E só saímos daqui com o ovo ou quando se passar uma semana.

— Aquela mulher é louca.

— Ela é estúpida.

— Nojenta.

— Babaca.

E do nada começamos a rir.

— Mas espera, por que eu estava machucada?

 Novamente Draco suspira.

— Quando a gente estava procurando o ovo, começamos a discutir, então nos separamos. E você caiu e se machucou feio.

— Quanto tempo fiquei desacordada?

— Dois dias.

Sinto um frio na barriga. Fiquei dois dias inteiros exposta a criaturas perigosas. Sinto um pouco de medo, mas pelo menos não estou sozinha, Draco está ao meu lado.

— Bem, vamos logo, Granger. — ele fala enquanto se levanta. — Quero sair dessa floresta estúpida.

E juntos, andamos reto, sem nem saber para onde iríamos.

— Sabe, Draco. Eu sempre te odiei, e muito. Mas é estranho agora, parece que estou passando a gostar de sua companhia.

Draco fica quieto por um momento.

— Eu também. — o loiro fica olhando para baixo. — Não decidi direito ainda meus verdadeiros sentimentos por você. Mas posso dizer que ódio não é mais. Desde essa fofoca idiota, venho sentido que você é a única que me compreende, a única que sabe o que eu sinto. É tão estranho, e meu coração acelera em alguns momentos com você.

— Exatamente. — digo. — Ao seu lado os meses parecem semanas, as semanas parecem horas, as horas parecem minutos, e os minutos parecem segundos.

— Ora bolas! Pare de ter os mesmos sentimentos que eu! — e começamos a rir feito idiotas. — Mas a verdade é essa, eu sinto o mesmo. Parece que o tempo passa rápido quando estamos ao lado de pessoas legais.

Aquelas palavras me tocaram. "Pessoas legais". Eu já estava me achando uma idiota por achar Draco uma pessoa legal e ele me odiar. Mas vejo que estava enganada. Mas.... Eu sei que será problema, será problema. Vamos acabar nos ferrando, eu sei que Draco é problema. Mas por quê? Por que o coração gosta de nos ferrar? Luto dentro de mim mesma, me controlando para não dizer tudo o que eu sinto para Draco.

— Granger cuidado! — Draco berra.

E só então eu vejo, um gigante enorme, com seus gigantescos punhos prontos para nos esmagar. Desviamos do soco por pouco, mas o impacto nos faz voar longe. Mas por causa do pavor, conseguimos levantar o mais ligeiro possível.

Corremos lado a lado, dando zigue-zague, tudo para despistar aquele gigante. Meu coração está para sair pela boca, de tão assustada que estou. E quando eu penso que não poderia piorar, eu me surpreendo com um penhasco enorme na floresta proibida. E aquele é o limite, não dá mais para ir para frente, senão caímos. E para trás também não, ou vamos ser esmagados. Olho para baixo, e vejo apenas escuridão pelo penhasco, mas ouço o som de água. Dificilmente, mas ouço. Talvez pular não seja má ideia. E como se pudesse ler meus pensamentos, Draco me encara.

— Vamos? — pergunto.

— Vamos! — ele responde com certeza.

E juntos, de mãos dadas, pulamos na imensa escuridão.


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