The Dark Behind The Light escrita por Baikal, lyra


Capítulo 1
Prólogo




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Uma avenida toda iluminada por múltiplas e variadas cores, são telões com as imagens de outros pontos de uma cidade maravilhosa, seja ao dia, onde os vidros espelhados refletem a luz do sol, ou à noite, quando as lâmpadas e telas cintilam de modo fascinante. Ruas e viadutos enormes repletas de carros dos mais confortáveis e luxuosos, atividade cultural empolgante, com destaque para o Theatre Stadium, uma combinação de estádio de esportes e casa de shows, vídeos e apresentações teatrais. Um par de estátuas, um guerreiro vigoroso com sua espada apontada para o alto e uma dama de olhos afiados apontando seu rifle para o horizonte, repousam na praça ao centro da cidade, aos seus pés brincam crianças e reploids, vigiados por alguns adultos de feição tranquila, todos cercados por imponentes arranha-céus, veículos e mechas voadores...
- Uma cidade símbolo da prosperidade econômica, um lar de heróis e lendas, que conta uma história ímpar de resistência a Mavericks e boa convivência entre humanos e andróides. Esta é Eveland, um convite a ser cidadão no paraíso possível, real, criado pela ética e o progresso.

The Dark behind the Light

“A sombra por trás da luz”

uma história de Rockman X entre os episódios 4 e 5

E assim terminava uma voz eloquente de narrar o vídeo informativo, mais parecia uma propaganda, da megalópole de Eveland. A imagem do centro urbano desapareceu do painel cristalino, que em seguida, passou a exibir várias notícias e informações recortadas e montadas de um modo aparentemente enigmático. Ao lado direito do painel estava Signas, líder dos Maverick Hunters. Do lado esquerdo, Alia, a operadora de suas missões. De pé, diante deles e a algum metros, estavam Rockman X e Zero. Este com os braços cruzados e a mão direita roçando em seu queixo, enquanto olhava com a vista estreita para os dados no painel. Já X tinha o olhar perdido, ora indo para Alia, ora para Signas, vez em quando sobrando para Douglas, que estava no canto daquela sala reservada para assuntos táticos. O herói de armadura azul tinha muitas perguntas, e não sabia por qual começar, mas foi o vermelho, com apenas uma pergunta, que falou primeiro.

- Signas, que Mavericks estão agindo neste lugar? Eu não reconheci nenhum. E esta cidade, tem algo de estranho nela. Acho que já vi algo a respeito antes, mas não me recordo de ter ido lá.

A pergunta objetiva, falada com uma voz grave e forte, atraiu a atenção de todos. Signas não demorou a responder, já tinha pensado na questão ao planejar a missão.

- Não é raro que poucos hunters conheçam Eveland, a maioria nunca passou por lá, e nunca um hunter agiu nestas cidades. Eles têm uma força policial e um serviço privado de segurança que acreditam ser suficientes. Até o incidente com a Repliforce, o número de irregularidades reploids na região foi menor que o normal, e reprimido localmente, sem jamais pedir nossa ajuda. Nos últimos meses este índice elevou-se, mas tem sido analisado como fruto de tensões sociais. Eu investiguei e não é bem o que parece...

Apontando para um dos quadros exibidos no painel, Signas mostrou um gráfico que mostrava uma curva acentuada de mais de 400% de elevação nos crimes violentos em Eveland, e de 1600% em outras regiões do continente. Ao passo que nas áreas próximas da Hunter Base ou que mantém mínimos contatos com esta grande cidade, e que tiveram crescimento semelhante de sua população e economia, a curva no máximo chegava a 100%. Em seguida, mostrou um arquivo de armas pesadas encontradas em uso por bandidos comuns nestas cidades onde houve grande aumento de violência, e por fim, uma amostra de diagnóstico médico a respeito de um software, estas informações pareciam indecifráveis por terem termos técnicos demais. Signas abaixou sua mão e voltou a explicar.

- Como podem ver, tudo indica que Eveland é o centro de um intenso tráfico de armas e pelo que Lifesaver analisou de uma amostra que obtemos, de dispersão de um tipo de vírus. É extremamente difícil identificar os responsáveis, pois a imprensa local apenas divulga os chefes de gangues e suas informações são suspeitas, pois há um sistema de interferência que impede que outros lugares rastreiem e confiram as informações. E pelo que checamos, todos os repórteres estrangeiros que registraram interesse em investigar o lugar, desapareceram. Precisaremos checar isto pessoalmente, antes disso, apenas é possível conhecer mais sobre o lugar.

Alia emendou sem dar intervalo à fala de Signas, dizendo preocupada:

- Eu tentei romper o sistema de interferência, mas só é possível se tiver uma antena lá dentro. Douglas e eu preparamos um veículo para dar suporte à missão. Como desta vez não temos um alvo em crise para enviá-los e dar resposta imediata, precisamos que estejam lá e reajam assim que encontrarem uma irregularidade. Precisamos ter provas de quais são os culpados reais e saber o que estão tramando, para podermos pegá-los sem comprar uma guerra desnecessária com toda a cidade. O carro já está em produção, tem defesas, sistema de comunicação, equipamentos para suporte e um aparelho individual de teletransporte.

Douglas olhou animado para Zero e X, que testariam em breve sua criação. X não estava nem um pouco animado, tinha ficado contente com o vídeo e ficava imaginando quem iria estragar um lugar que ia tão bem... e por quê? O outro, repassava o olho sobre os dados, concentrado em ver os irregulares que agiram por ali e frustrando suas tentativas de reconhecê-los. Eram todos novos, mau sinal, o que o fez prestar atenção no que dizia ali sobre o tal vírus. Tendo se aproximado do painel, Zero deixou X para trás, por pouco tempo, Alia se aproximou nele, pondo a mão sobre seu ombro e sorrindo. Pego em sua distração, sorriu nervoso de volta, fechando os olhos e confirmando.

- Eu entendi, Alia. Desta vez vamos ter de procurar um Maverick que não faz questão de ser notado, que está fazendo alguma coisa parecida com o que o Dr. Doppler fez. Não é? Mas temos alguém importante por lá que seja, hum... como o Doutor era na sua cidade? Um líder disfarçado de boa pessoa?

Signas pegou a pergunta de X e apontou para ele uma reportagem exibida no canto direito do painel, ele e Alia foram para lá, enquanto Zero permaneceu atento ao vírus. X focou sua visão na leitura da manchete e testou em seu banco de dados as imagens das pessoas fotografadas ali. “Presidente da Companhia Dok Wards, Dok Ordo, inaugura nova ala do Research Center”. Ali constavam um reploid alto, de ombros largos, sobretrajado com um blaze preto – marcado por uma gravata vermelha e um lenço branco no bolso direito – e chapéu largo na mesma cor; abaixo dele havia um cão robótico, semelhante a um dobberman, mas bem mais robusto; mais atrás, e um tanto oculta por seus ombros, aparecia uma reploid vermelha, de cabelos prateados e com cachos volumosos e bem delineados, com um elmo a cobrir quase toda a sua face, exceto os olhos de cor igualmente rubra, afiados de tal modo que deram um arrepio em X; no canto oposto da foto havia cientistas e políticos identificados pela legenda da foto, a mesma que dizia apenas que aquele reploid imponente era Dok Ordo “e seus gentis acompanhantes”. Curioso sobre como o jornal podia chamar aquelas duas figuras nada amigáveis de “gentis”, X olhou para Alia e pediu para ela, apenas com a expressão, um pouco mais de detalhes. A resposta foi imediata.

- Dok Ordo e sua companhia financiam muitas obras e projetos de Eveland. Ele tem ações majoritárias nas principais empresas de lá e é sua fábrica de mechaniloids e armas que fornece para a polícia. Fora esta grande influência em importantes setores da cidade a única suspeita sobre ele é sua “sorte” nos negócios, nunca um empresário foi tão filantrópico e investiu em tantos projetos não lucrativos e conseguiu manter sua empresa na primeira linha do mercado. Signas acredita que, como em outros casos parecidos com este no passado, Dok tem forçado os negócios com crimes que ele abafa controlando a imprensa e subornando a polícia. Bom,... é uma possibilidade apenas, a primeira vista, teremos de caçar os Mavericks que lideram gangues criminosas na cidade, e verificar o que há em comum entre eles.

X balançou a cabeça, afirmando que entendeu para a operadora, e voltou a olhar a foto, parece que só nesta hora Zero retirou-se do foco de leitura anterior e olhou na mesma direção que X.

- Zero, quem acha que é essa que está atrás dele?

- Não faço idéia, mas não importa, se são eles os Mavericks, nós vamos descobrir e vamos caçá-los.

- Ah, sim... É o nosso trabalho...

O punho branco sob o braço azul fechava-se apertado. Caçar todos os Mavericks e então permitir a paz que o mundo merece, este era o seu trabalho. Tinha medo somente de uma coisa, de que fosse uma tarefa impossível, que Mavericks sempre existiriam e aí, estariam lutando em vão. Mas era corajoso o suficiente para continuar tentando enquanto tivesse meios. Aquela propaganda de Eveland era mentirosa, o paraíso é sempre alguma coisa ainda para acontecer, que precisa ser buscada é aquilo que falta para tornar o mundo melhor. E pela impressão que Rockman X tinha, sempre vai ter alguém que quer algo mais, por isto que o paraíso devia morar no futuro, atraindo as pessoas para ele.

- Eu estou pronto.


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Notas finais do capítulo

Glossário (coloco aqui termos em idioma estrangeiro ou definições próprias da série Rockman/Megaman X)

Reploid (do jap. repliroid): Robô capaz de pensar, sentir e agir por conta própria, sem nenhum programa ou ser humano que lhe controle ou limite. Rockman X foi o primeiro robô com esta capacidade, os demais foram criados a partir dele, com exceção do misterioso Zero.

Maverick (em jap. Irregulares): Quando um reploid comete um crime deliberadamente, atribuí-se a ele o título de irregular ou Maverick, sendo então caçado para que seja "deletado", isto é, destruído.

Research Center: Do inglês, Centro de Pesquisas.



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