O Anjo Caído (HIATUS) escrita por Manu


Capítulo 7
Capítulo VII – “Borrão”




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“Aqueles olhos verdes me fitavam... Me fitavam...”

Aquela imagem quase sem forma, aquele borrão... Mesmo na escuridão das Trevas, não saía da minha cabeça. E eu não consigo parar de me perguntar “Quem é você?”. A dor que antes me corroía já havia passado e só me sobrara uma sensação de vazio. Eu apenas ouvia meu coração bater enquanto meus olhos lutavam para se abrir.

Eu estava caído em algum lugar e não enxergava nada além da escuridão. Entretanto, de repente, um barulho de chuva encheu meus ouvidos. Meus olhos se abriram aos poucos e eu puxei uma espada que estava sob a minha mão esquerda. Levantei-me e olhei para frente: uma longa estrada de via única, repleta de casas antigas para todos os lados.

Andei, mancando, arrastando a espada que eu agora percebi que estava com a ponta da lâmina ensanguentada. Borrões de imagens e gritos vinham a minha mente à medida que eu avançava.

Eu me lembrava dessas imagens, de algum modo... Mas tão vagamente.

Quando percebi, estava em frente a uma casa de madeira. Adentrei. Vi então uma trilha de sangue no chão e a segui. Cheguei a uma escada onde um corpo de um homem estava caído. Virei o rosto dele para a minha direção com a ponta da espada e me recordei de seu grito quando morreu. A espada escorregou da minha mão.

— Eu... Me lembro de você! — Falei espantado. — Lembro-me do seu rosto amedrontado... Mas... — Observei o homem novamente. — Quem é você...?

Assustei-me com um grito vindo do andar de cima. Recolhi minha espada do chão e subi as escadas devagar, arrastando a lâmina sobre cada degrau.Encontrei um corpo feminino de mais ou menos trinta ou quarenta anos no último degrau. Agachei ao lado do corpo e lembrei-me do grito da mulher só de olhar para ela. Ouvi outro barulho, dessa vez, vindo de um quarto. E para lá me encaminhei.

A minha mente me lembrava de uma respiração ofegante. Não minha, mas de outro ser. De uma mortal.

Abri a porta.

O barulho... Vinha da porta do guarda-roupa. À medida que eu me aproximava do móvel, mais o barulho ficava claro para mim. Alguém com muito medo se exprimia dentro dali. Alguém pequeno. Alguém inocente. Alguém que eu não fui capaz de matar no passado.

URIEL... ELES APAGARAM PARTE DA SUA MEMÓRIA”, disse uma voz dos céus na minha cabeça. Inspirei uma grande quantidade de ar e abri meus olhos de verdade.

Avistei aquele ambiente claro... O hospital. Lá estava eu, no corpo de Arian, outra vez.


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Notas finais do capítulo

Estão gostando? e-e heheh