O Anjo Caído (HIATUS) escrita por Manu


Capítulo 11
Capítulo XI - "Destino"


Notas iniciais do capítulo

Ooooooooi! Nossa, demorei para fechar esse capítulo demaais. Estava com um bloqueio criativo danado! hahah. Mas pelo menos esse capitulo ficou mais grandinho! rsrs (:



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Descompassada minha respiração estava por conta da minha própria atitude inesperada e o esforço muscular repentino... Contudo aquilo foi muito mais que necessário. Arian não estava entendendo nada... E nem precisava.

— Biblioteca...? — O humano pensou um pouco.

Ele explicou-me de modo simples e objetivo e depois que obtive a informação, me encaminhei ao local.

No caminho Etthan não parava de fazer perguntas, logo ordenei a ele que se calasse e parasse com o questionário. Mesmo nervoso, ele obedeceu.

Não, eu não sabia quem estava a favor ou contra mim... Mas de uma coisa eu tinha certeza: eu precisava de informações, e havia somente dois caminhos para consegui-las estando num corpo de um humano... Pesquisar ou... Realizar rituais. É claro que eu preferiria somente pesquisar, mas... Isso não faria aquelas criaturas maleficentes (desditosas e inúteis, diga-se de passagem...) parassem de me torturar pelo simples fato de eu agora habitar um corpo frágil, sensível e humano. Sim, eles com certeza gostam de me ver sangrar...

Os rituais eram necessários e... Quem sabe talvez não fosse preciso buscar sangue de qualquer homem ou mulher por aí, já que dentro de um humano já estou... Ou não. Por via das dúvidas, acho que precisarei de algum amigo ou pessoa que se relaciona com Arian para realiza-los. Talvez eu só precise de algumas gotas de sangue... Pelo menos assim espero. Só prefiro que... Não seja necessário matar ninguém.

Abri um livro bem antigo, amarelado e... Cheio de pó. Aquilo me fez tossir como um louco. Uma garota estranha de avental me repreendeu: fez um gesto com o indicador sobre os lábios, pronunciou um som estranho e sussurrou “Não faça barulho!”. Fora que depois bufou com seu nariz fino e empinado. Comprimi minhas mãos propositalmente. Eu realmente quis feri-la naquele momento...Não é possível controlar as reações do corpo de Arian. Esse tipo de reflexo humano não pode ser inibido tão facilmente. Garota estúpida.

Bom... Depois que aquele monte de papéis conseguiu ativar todas as alergias ocultas do corpo de Arian e seu rosto estava avermelhado, finalmente fui capaz de virar a página, visualizando algo que não fosse a contracapa mofada.

“O que procura?”.

— Não comece Arian... — Adverti.

“Começar o que? Só estou perguntando...”.

— Justamente isso. Pare de me questionar.

“Você está utilizando o meu corpo, entretanto eu continuo aqui Uriel. Não ficarei apenas observando tudo o que você faz”.

— Bem que poderia...

A garota entediante de antes olhou para mim.

— O que foi? Gamou? — Perguntei.

Seu rosto corou no mesmo momento e envergonhada ela o escondeu dentro do seu livro novamente.

“Uriel!”, advertiu.

— O que foi... — Atendi revirando as páginas do livro.

Retirei a blusa e a amarrei na minha cintura... Aquele local estava quente.

“Não vai me fazer parecer rude para pessoas que eu nem conheço, não é?!”.

— E por que não...?

“Oras...! Não é necessário explicação! Você diz que ‘é você e apenas você’, mas na realidade... É a minha vida, meu corpo, como as pessoas me veem e...! Um anjo não pode simplesmente tomar isso de mim! Até mesmo você, Uriel!”.

Aah, que pena... — Caçoei e soltei um risinho.

“...Humph! Então é assim?! Vai ficar caçoando de mim e nem dar ouvidos ao que eu digo?!”.

— Sim... — Levantei daquela mesa e fui ao encontro da garota. — Você trabalha aqui, não é?

— S...sim. — Respondeu receosa, me estranhando. Provavelmente por ter me visto “falar com o vento”.

— Há algum outro lugar nessa biblioteca com livros sobrenaturais?

— S...sim. —Respondeu ainda mais receosa. Guardou seu livro no avental e levantou-se. — Siga-me.

A garota me levou ao fundo da biblioteca, destrancou uma porta velha, marrom e desbotada. Adentramos lá e demos de encontro com uma sala repleta de gibis e mangás antigos, alguns plastificados. Logo adiante havia uma escadaria que provavelmente levava ao subsolo.

Atravessamos aquela sala curiosa comigo analisando o local.

— Não toque em nada por aqui. — Ela advertiu. — São itens de alto valor, principalmente pela idade.

Afastei minha mão de um daqueles montes de papéis. Sim, eu realmente estava para tocar num dos objetos... Curiosidade de anjo não mata, aliás.

Chegamos à escadaria e de uma estante a moça retirou um lampião e o acendeu com um fósforo qualquer que estava em seu bolso.

À medida que descíamos mais velhas e danificadas se encontravam as paredes. É como se não haviam feito limpeza a partir daquele ponto... Humph. Humanos imundos...

Felizmente, alguns minutos depois nós avistamos outra porta antiga, porém esta continha um pequeno quadrado de vidro que permitia certa visão do que estava ali dentro: estantes e mais estantes de pó, pelo que era possível ver em meu campo de visão.

A humana destrancou a porta.

— Aqui está... Por favor, não danifique nada. — Ela abriu a porta para mim.

Aquele lugar era silencioso e... Velho. Justamente como eu previa... Porém pior.

A moça andou lentamente por ali, observando seu arredor com as mãos no quadril.

— Há muito tempo que ninguém vem aqui, raramente as pessoas procuram este tipo de livros... Eu diria que essa sala foi praticamente esquecida nos últimos anos. — Ela suspirou olhando para o chão.

Meu nariz estava... Incomodando-me. Comecei a coça-lo com a manga da camisa áspera e bege de Arian. Não tenho ideia como aquela mulher era capaz de suspirar nesse lugar. O corpo de Arian nem consegue respirar direito.

— Justamente por isso a sala está... — uma montanha de livros que estavam apoiados numa mesa caiu como que num efeito dominó no chão, espalhando pó para todos os lados. Eu e a moça começamos a tossir. — Empoeirada. — Ela terminou a frase com dificuldade e deu-me um lenço. — Tome. Cubra seu nariz e boca com isso a não ser que queira morrer... — Brincou.

Mesmo estranhando a expressão utilizada pela humana peguei o pano. Continuávamos a tossir e meu rosto já se encontrava avermelhado novamente. Vesti logo aquele lenço enquanto a moça já corria a porta.

— Ah... Meu nome é Eileen. Qualquer coisa que precisar me chame. Nós... — ela tossiu duas vezes sem querer — Fechamos às onze da noite.

—... Ok. Obrigada.

A porta rangeu e fechou-se num baque e depois disso passei horas e horas lendo aqueles livros. Muitos deles me pareciam idiotas... Principalmente os de História Sobrenatural. Os artigos escritos sobre mim eram tão... Insultantes. A imaginação dos humanos realmente vai longe. Desde quando eu visto um “maravilhoso manto de rubi” e estou disposto a agir como servo dos humanos? Ah, somente em seus devaneios, humanos!

Aqueles livros... Estavam me cansando e irritando. Porém, considerando que agora habito um mero corpo humano e não possuo mais dons... Não tenho escolha.

Aconteceu que por horas eu li páginas e mais páginas, descartei numa pilha livros que acreditava que não eram verossímeis, até que enfim encontrei algo útil.

“Arcadia, Terra Santa, aonde todos os homens e mulheres eram de coração puro, revestidos de bondade e felicidade. Berço humano perfeito, mais longe do pecado o possível. Solo aonde Adão e Eva residiriam antes de pecar. Lugar que, por gerações, só nasciam pessoas de coração virtuoso. Com certeza, era o local onde habitavam as pessoas mais cheias de graça na Terra”.

“Então... Isso era Arcadia? Onde se localiza?”, perguntou-me Arian.

— Não sei exatamente... Mas parece que existe uma profecia.

“Profecia...?”, indagou.

“A ultima esperança, a descendência da última habitante de Arcadia... Sua Graça que é exposta em teus olhos brilhantes tem de ser preservada. Teu coração é casto, apesar das angústias. Nasceu com um propósito que deve ser cumprido e não interrompido. O bem sofrerá com seus súditos em declínio por conta do inimigo. O mal logo ansiará por poder e em busca da descendente irá: esta terá de ser protegida... E no tempo certo, seu destino será concretizado”.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Enrolei demais para dizer algo que presta? rsrs.
Eu amei o nome da bibliotecária, sei lá... "Eileen", achei bontinho! heheh Será o nome da minha filha, quem sabe! rs.
Obrigada Trystan, por comentar no último capitulo, Thalessa e Namicchin também por continuarem lendo! ^-^