A Princesa E O Plebeu escrita por Camy


Capítulo 3
2. Dezessete anos


Notas iniciais do capítulo

Eu ia esperar mais, mas... ;33

~~ enjoy



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A vida de Ash estava boa. Ele tinha uma noiva de classe social igual à sua, tinha seus alunos – virara Mestre de Armas – e conseguira um bom casebre para morar após o casamento. Além disso, a princesa estava longe. Ele sabia que a amizade proibida um dia acabaria. Um mero plebeu jamais poderia ser o melhor amigo da princesa. Muito menos poderia beijá-la. Sorriu ao se lembrar do toque doce. Não podia dizer que estava feliz com a partida dela, mas sabia que viera para o melhor. Ela já se fora há um ano. Não voltara após oito meses como prometido, então ele sabia que ela não voltaria mais. E havia aceitado isso.

Ash caminhava tranquilamente pelas ruas de terra, feliz por finalmente conseguir se conformar com a injustiça que era sua vida, quando viu a noiva correr até si com um papel amarelado nas mãos. May era linda. Os orbes safiras eram hipnotizantes, ainda mais em contraste com os cabelos castanhos sempre bem arrumados. Ela corria com um sorriso no rosto. Ele a esperou.

– Bom dia, flor do dia – depositou um selinho nos lábios carnudos.

A garota enrubesceu. Principalmente pela demonstração de afeto em público – algo realmente incomum naquela época.

– Bom dia, querido. Olhe! – mostrou-lhe a folha.

Ele sorriu e leu o que estava escrito. Seu rosto perdeu o tom, sua boca ficou seca e ele respirou de forma irregular. As princesas haviam voltado. E trouxeram seus noivos.

– Ah… legal – disse apenas.

– O rei fará uma grande festa amanhã à noite para comemorar. Todos da cidade estão convidados, inclusive nós. Aparentemente, todos poderão dançar com as princesas e com os príncipes.

Ela estava animada, ele sabia, mas não podia ir ao baile. Ela estaria lá, sua eterna melhor amiga. E ele não podia vê-la – prometera a si mesmo que havia abandonado a amizade louca. Portanto ele combinou com May que eles iriam à festa às oito.


Estavam conversando animadamente. Apenas os três – Ash, Drew e May – esperavam pelas princesas e seus futuros cônjuges. De seu grupo de amigos, é claro. O jardim do palácio nunca estivera tão lotado. Ash comprara uma roupa especialmente para a ocasião, assim como sua belíssima noiva. O melhor amigo – Drew – não deixara de perceber a beleza de sua futura esposa, ele sabia, mas realmente não conseguia se irritar com o esverdeado. No momento, estava nervoso demais esperando pela ruiva.

Uma música solene começou a tocar e todos os olhares foram para o rei e a rainha, que observavam seus convidados com os mais belos sorrisos.

– E agora, quero lhes apresentar os meus futuros genros! – bradou o orgulhoso rei.

Todos aplaudiram animadamente e observaram os casais descerem a escada que estava ao lado do Trono.

A primeira a aparecer foi Violet. Estava magnífica, como sempre. Seu marido possuía cabelos castanhos e bem arrumados. O sorriso galanteador presente em seus lábios arrancou inúmeros suspiros femininos. Dayse a seguia de perto. Os cabelos loiros escorriam como uma cascata até suas o início da saia avantajada de seu vestido. Ao seu lado, um garoto de cabelos verdes escuros sorria divertido. Não era o homem mais bonito que as meninas já haviam visto, mas havia toda uma aura brincalhona ao seu redor. Dayse possuía um sorriso verdadeiro no rosto ao descer; havia acabado de ouvir uma piada. Lily foi a próxima. Ao seu lado, um homem de olhos quase fechados. Ash não se importava realmente com as irmãs da amiga, mas não pôde negar que todas brilhavam de tão belas. Com as mãos suando, ele a viu aparecer.

Os cabelos ruivos estavam presos no mais elaborado penteado que ele jamais veria novamente. O vestido, justo até a cintura, evidenciava o corpo que ele já vira mil vezes, mas no qual nunca realmente reparara. Era rosado, no mesmo tom daquele do dia em que se conheceram. Ela descia a escadaria com o sorriso mais meigo que ele já vira. Quis rir ao mesmo tempo em que se sentia hipnotizado. A mulher – porque ela não podia ser uma simples menina – que descia as escadas em nada lembrava a moleca que ele tinha como melhor amiga. Em nada lembrava a ruiva louca que amava a água mais do que tudo. Que, mesmo aos quinze anos, ainda gostava de brincar de pirata. Ela o procurou com os olhos – ele sabia que era a ele que ela procurava – e ele se perdeu nas esmeraldas. Eram profundas, Ash sabia, mas havia se desacostumado a vê-las. Não havia mais nenhuma barreira social o impedindo de se perder ali, simplesmente porque todos os outros homens do salão também a admiravam. E então ela mordeu o lábio inferior, sapeca, lhe dando o sorriso matreiro que ele conhecia tão bem. Ash sorriu de volta – não conseguiu evitar – e ela olhou para as outras pessoas no salão, fazendo mais do que bem o seu papel principesco.

O noivo possuía os cabelos arrepiados e castanhos. Mas o que prendia a atenção era o sorriso arrogante que irritou imediatamente ao garoto de cabelos negros.

Todos desceram e se postaram lado a lado. O rei sorriu.

– Minhas princesas, por favor, anunciem ao nosso amado povo quem são os homens com quem se casarão.

– Este é Rudy – Violet sorriu.

O homem deu um passo à frente e sorriu galante. Mulheres suspiraram ante a beleza quase divina dele. Fez uma reverência ensaiada e voltou para o lado da noiva, enlaçando-lhe a cintura.

May apertou a mão do noivo e este observou as mãos dadas. Olhou para frente. Misty encarava as mãos com um olhar um tanto quanto… enciumado? Não, era apenas soberania, ele sabia.

– Este é Tracey – falou a risonha Dayse.

O príncipe foi à frente e quase caiu em sua reverência desajeitada, antes de recuperar o equilíbrio e se curvar perfeitamente. O povo caiu na risada. Ele voltou ao seu lugar e enlaçou sua noiva pela cintura.

– Este é Brock – Lily corou.

O moreno, tão galanteador quanto Rudy, também foi à frente, porém não possuía a beleza celestial do primeiro e conseguiu arrancar apenas risos da plateia com seu pseudo sorriso galanteador. Assim como os outros dois, ele voltou ao ser lugar e enlaçou a noiva pela cintura.

Misty olhou para Ash e ele soube que ela o estava provocando. Quis rir.

– Este é Gary.

A reação do público foi irrelevante quando este se curvou. Ele só tinha olhos para o sorriso malicioso nos lábios vermelhos que provara há mais de um ano. Estreitou os olhos e enlaçou May com um braço. A pequena guerra secreta começara. Quando Gary voltou ao seu lugar, ela o fez abraçá-la um pouco mais forte do que teria acontecido.

– E, agora que estão apresentados, bailemos! – a rainha sorriu. – A janta estará à disposição de quem desejar.

Mas ninguém parecia muito interessado em comer. Todos foram para a pista de dança, assim como os príncipes e as princesas. Drew sentou-se em uma mesa, sabia que muitas garotas adorariam ser seu par, mas ele não queria nenhuma delas. Queria sua rosa. Queria May. Esta, porém, era a noiva de seu melhor amigo e ele não viu nenhuma opção senão observar com inveja disfarçada a amada e o amigo dançarem.

Eles rodopiaram e Ash realmente tentou prestar atenção na garota à sua frente, mas seus olhos sempre acabavam na ruiva. Na princesa que dançava com o noivo irritantemente arrogante. Passaram quase uma hora inteira sem pararem com a dança. E a ruiva já dançara com mais de cinco homens diferentes. Foi quando Drew a tomou para dançar que Ash resolveu agir.

Ele tinha dezessete anos quando a tirou para dançar em público. Largou a noiva com um sorriso e se aproximou do melhor amigo, tocando-lhe o ombro.

– Me permite?

– Claro – o esverdeado sorriu, procurando com os olhos a moça com quem quisera dançar o tempo inteiro.

Ash tocou na cintura – ainda mais fina graças ao corpete – e eles começaram a dançar.

– Demorado – ela reclamou, com o nariz torcido.

– Não podia simplesmente te roubar de um desconhecido. Além disso, eu tava me controlando pra não acabar com o seu noivinho – respondeu sem cerimônias.

– Oh, coitado! – mas a risada não pôde ser evitada. – Gary é uma graça; um ótimo dançarino.

– May também – a provocou.

– Eu danço melhor do que qualquer uma que venha a encontrar – a soberana se mostrou presente.

Ash riu, puxando-a para mais perto e a fazendo rodopiar.

– Eu danço melhor que o seu principezinho.

Ela apenas riu. Sentira falta dele. Queria abraçá-lo e correr para a cachoeira, onde se perderiam em meio à água e tudo voltaria a ser como era antes.

Mas nada jamais seria como era antes. Porque agora ambos estavam noivos. E ambos bailavam sem se preocupar com o amanhã. Porque, a partir daquele momento, a noite era deles. Afinal, Ash não deixaria ninguém mais dançar com a sua princesa.

Continua…


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Hein, hein, hein?
Veio pouca gente dessa vez u-u
Mas os reviews de vocês são tão fofos *--*

E então, o que acharam?
Mereço review?

Bjs e teh + ^3^/



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