I Was Here escrita por bolchevicky


Capítulo 20
A Última Carta


Notas iniciais do capítulo

É triste esse capítulo e decidi acelerar um pouco o tempo.
.
Apesar de triste, espero que gostem ...
.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/398400/chapter/20

Don't let yourself go
'Cause everybody cries
And everybody hurts, sometimes

Everybody Hurts, R.E.M

POV Bella:

" Querido Edward,

Queria que você soubesse que quando olho para trás e lembro daquela menina que queria entender tudo, com medo de que não coubesse tamanha quantidade de informação dentro de si. Coube e ainda cabe. E quanto mais entra, mais sobra espaço para a dúvida. Compreendo hoje que nunca entenderei a morte, os sonhos, a sensação de dejá-vu e as premonições. Nunca entenderei por que temos empatia com uma pessoa e nenhuma com outra. Não entendo como o mar não cansa, nem o sol. Não compreendo a maldade, ainda que a bondade excessiva também me bote medo.

Enfim, venho por meio desta carta lhe dizer que sou grata. Sim, grata. Por me fazer ver que pessoas aparecem, somem, voltam, e se vão pra sempre. Por ter me feito sorrir naquela noite que eu queria muito chorar, e por me fazer chorar naquela noite em que tudo que eu precisava era um sorriso. Te agradeço por de certa forma ter me feito bem, e por ter me feito mal. Por me enxergar como sou. Exatamente assim. Dramática, exagerada, chorona, insegura, louca e sua. Me ensinou que posso querer me entregar ao ponto de te deixar saber da minha vida, de forma inteira, meu passado, presente e me fazer ver que eu consigo querer alguém em meu futuro. É uma pena que nem tudo que queremos, acontece. Quero te dizer que te odiei todas as vezes que me tratava mal, e todas as vezes que era um idiota comigo, mas te amava todas as vezes que vinha pro meu lado querendo carinho. Eu tinha vontade de acertar em cheio sua bochecha com um soco, todas as vezes que você fazia eu me sentir idiota por te dizer o que sentia. Tinha vontade de te dar um beijo quando era bobo só pra me arrancar um sorriso. Você me disse que iria embora, e eu não pude te pedir pra ficar como fez quando eu queria ir. Tudo bem, eu não queria ir, mas precisava. Você pediu que eu ficasse, e fiquei. Você já foi tantas vezes e voltou. Me mandou ir e eu não fui. Aí que tá a pequena diferença, você vai e volta, e eu? Eu nunca fui. Eu sempre fiquei. Quando você ia fazer merda, onde eu estava? Com você, pedindo que não a fizesse. Quando não estava bem, onde é que eu estava? Do seu lado te consolando e te pedindo pra ficar bem, pra que eu pudesse ficar também. Todas as vezes que pisava na bola, eu sempre permaneci, e sempre aceitei. Talvez esse seja o erro da história, e meu. Eu sempre aceitei. Seus carinhos e socos, suas palavras bonitas e as feias também. Eu sempre aceitei, e não, nada de reconhecimento. Porque se reconhecesse, faria no mínimo, ficar comigo, do meu lado. Você do nada parou de se importar, começou a fazer pouco caso de mim, como se tanto faz tanto fez. Como se eu nunca tivesse significado nada. Eu nem sei mais em que acreditar. Hoje você é assim e amanha é assado. Age positivamente em um dia, e de forma negativa no outro. Desculpa. Desculpa ser tão complexa, eu só queria, que pelo menos dessa vez, tivesse durado. Obrigada por me fazer ver que posso carregar alguém dentro de um coração do tamanho da palma da minha mão. E você sabe, tanto quanto eu, que eu preciso ir porque eu estou presa a você de um jeito que não faz bem a nós dois. Vou deixar você viver. Eu te amei, Edward. E ainda te amo, nunca vou lhe negar isso. ”

Eu confesso que eu tinha mais coisa a dizer, mas não podia. Fechei a carta e coloquei na frente da minha porta. Porque eu sabia que ele viria me procurar, mas eu já estaria longe.

Já se passou um ano e a gente ainda continuava nisso. Ele com a Tânia e comigo, ao mesmo tempo. E eu estava aceitando isso muito bem... Até um tempo atrás. E eu percebi que se ele me amasse mesmo, já teria dito isso. Já teria terminado com ela. Oh Deus, só eu dizia o quanto o amava. E ele nunca me respondia com algo digno.

E por fim, resolvi mudar de Forks. Vou para Seattle, não é tão longe daqui e podia visitar meu pai sempre que ele precisasse. Vou me matricular lá e começar uma vida longe da bagunça que Edward deixou aqui.

Refletindo sobre minha decisão, peguei minhas malas e caixas e coloquei na minha velha caminhonete, que ainda funcionava muito bem, apesar do barulho ensurdecedor.

E não decidi pensar nas consequências, porque demorei muito tempo para pensar no melhor para mim. Não decidi pensar na Alice, nos meus amigos que eu fiz durante esse último ano, no meu pai... Resolvi apenas ir e procurar o melhor para mim.

E pensando nisso, senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto, queimando minha pele, como se fossem feitas de fogo. E olhei para trás, vendo Forks sumir aos poucos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não me matem, okay? shauhsuhas
.
Beijos para os meus lindos,
Vicky