“Can I drive you home?

Can I crash into your life?

Can you fix my soul?

Can you break my heart tonight?

‘Cuz angels don’t cry, and we are,

just 2 of them, and we’re falling through the sky.

And tonight, I’ll get down on you.”

            No dia seguinte, assim que ela cordou, o médico deu-lhe alta no hospital. Helena ajudou-a a se vestir, enquanto eu esperava no lado de fora do quarto.

(Narração Bill off – Lisa on)

            Levei alta depois de, talvez, dois dias no hospital, eu queria ficar com o Bill, mas eu não podia. Ele é um Rock Star, e eu, uma simples garota que só é a namorada dele. Mas não estou brava, apenas um pouco triste por eu não poder vê-lo durante alguns meses. “Só” alguns meses.

            Bill me colocou com delicadeza em uma cadeira de rodas assim que eu já estava totalmente vestida. Ele me levou, com a minha mãe junto, para fora do hospital e a luz do sol me ofuscou. Fui levada até o carro de minha mãe, sem trocarmos uma só palavra no caminho.

            Antes mesmo dele me tirar da cadeira, juntei minhas forças e sozinha levantei-me e equilibrei-me com a perna direita e com as costelas doendo demais para se dizer. Me abracei a ele e comecei a chorar.

            -Não chore, senão eu vou chorar também! –ele suplicou.

            Levantei a cabeça para olhar o rosto dele, fiquei na ponta do pé e o beijei. Ele retribuiu apaixonadamente, foi um beijo doce, de tirar o fôlego, porém já um beijo de saudade. Quando nos separamos, ele disse.

            -Se cuida, minha flor.

            -Você mais ainda, Mackie! –Dei mais um abraço nele. Então ele me carregou, e me colocou no carro. Eu e ela fomos embora, deixando meu amado para trás. Por enquanto.

(Narração Lisa off – Bill on)

            Foi difícil deixar Lisa longe de mim novamente. Mas foi para o bem dela. Ela tem que descançar, se recuperar do acidente. Muitas coisas ocorreram já na vida da minha pequena. Ela merece um descanço. Por isso deixei que ela fosse. Agora terei que ficar longe dela por praticamente um ano, já que iremos pela primeira vez fazer uma turnê na América do Norte. Eu nunca fui para lá! *-*

* * *

            Um ano se passou. A banda ganhou prêmios no EMA07 e fizemos um show lá com a música “Monsoon”, e sinceramente esse show ficará para a história do EMA, porque foi o máximo com os efeitos de água caindo na gente!

            Além de nosso sucesso nos USA. Não é nada, nada, comparado ao sucesso que já temos na Europa, mas já é alguma coisa.

            Mas isso são paenas algumas coisas que aconteceram.

            Elisa? Bom, ela fez 14 anos no final do ano, e já se recuperou (fisicamente, não sei mentalmente) do acidente. Não consegui falar com ela todos os dias por alguns motivos.

            Primeiro porque ligação internacional fica muito caro então eu ficava entre ligar para ela e ligar para minha mãe; segundo porque a nossa agenda de banda estava tão lotava que mal tínhamos tempo para dormir. Eu também mudei um pouco o visual. Tirei as mechas do cabelo, e agora nem sempre eu o arrepio.

            Eu emagreci e cresci também. Tenho 1,88m agora, cresci 8 cm, e estou pesando 54 kg. Elisa não gostou de saber do quão magro estou, mas por mais que tente, não consigo engordar, oras! E também, tenho 19 anos, não sou mais um adolescente!

            Quando nós (a banda) chegamos em casa, primeiro abrimos a porta da frente e entramos, óbvio. A cabeça de Lisa apareceu no topo da escada toda sorridente. Ela desceu as escadas correndo usando apenas uma camisola (detalhe, era um Sábado, 10h da manhã), toda radiante. Soltei as malas no chão e ela pulou me abraçando, e eu quase caí no chão.

            -Senti saudades. De todos vocês! –ela começou.

            -Também senti saudades suas, pequena! –disse. Ela se soltou do meu abraço e foi abraçar os outros.

            -E outra, essa casa é grande e quieta demais sem vocês por aqui. –disse, abraçando o Gustav. –Por isso...

            -Por isso...? –perguntei, querendo saber o que ela estava escondendo.

            -Kamille dormiu em casa essa noite. Kami!

            Kamille desceu as escadas e ficou vermelha ao avistar o Tom. E ela também estava de camisola. O Tom já devia estar imaginando coisas com ela. Vocês sabem como ele reage ao ver moças bonitas. Tarado forever.

            Lisa se abraçou à amiga após dar oi a todos.

            -Gente, essa é Kamille. Kamille, não preciso dizer quem eles são, não é? –e a amiga negou com a cabeça. Mudinha que nem não-se-o-que.

            -Prazer em conhecê-la, Kamille. –Tom foi até ela e beijou a mão da garota como um “perfeito cavalheiro”. Como se ele fosse um.

            Puxei Lisa de lado e subi as escadas com ela. Chegando no quarto, tasquei um beijo um tanto quanto demorado nela para tirar um pouco da saudade que era insuportável.

            Quando paramos o beijo, dei uma boa olhada nela. Ela já parecia uma moça, não mais uma criança, pois já estava perdendo os traços infantis, tava ganhando curvas de mulher, além disso, ela também cresceu.

            -Qual a sua altura atual, Lisa?

            -Er... 1,67m.

            -Está alta, ehn?

            -Claro que estou! Tenho quase 15 anos, estou na 8ª série, e meus pais são altos, o que você esperava, Bill? E você, não vou nem comentar, vara de vassoura! –ela disse, com cara de maliciosa quase rindo. Eu ri.

“Blessed kisses waiting.

I’ll get down on you, get down on you.

(…)

Can I fill ou up with my emptness tonight?

Can I hold your hand as we slip into the light?”