“Why you look so familiar?

I could swear that I have seen your face before.

I think I like that you seem sincere.

I think I’ll like to get to know you a little bit more.”

            Eu estava lá, olhando os produtos do Diddl (revistas, bloquinhos, etc.), quando um cara loiro praburro chega perto de mim.

            -Com licença, mas você por acaso se chama Elisa? –ele me perguntou, olhando para mim.

            -Sou eu sim. Por quê?

            -Você não está me reconhecendo.

            -Hum... não! Deveria?

            -Sou eu, Andreas, o amigo de infância do Bill Kaulitz!

            Tentei lembrar. Me recordei que quando Bill tinha 9 anos eu sempre o via junto com um garoto bem loiro, que estava sempre me deixando de lado na hora das brincadeiras deles, só porque eu era muito novinha.

            -Andreas! Eu lembro sim! Quanto tempo! –sete anos para ser mais exata. Ele foi embora de Magdenburg quando ele e Bill tinham 11 anos.

            Tentei com o máximo de esforço dar um sorriso que parecesse sincero, pelo menos. Porquê na verdade sempre odiei ele.

            -Verdade. Falando em tempo, ele te deixou muito bela para uma garota da sua idade... 14, certo? –e ele deu um sorriso safado.

            -Obrigado, mas estou muito bem sem as suas cantadas ridículas!
            -Certo, certo. E como anda o Bill? Está conseguindo lidar com a fama que ele tem?

            -Bem. Muito bem, se quer saber.

            -Que legal. Cadê ele?

            -NO estúdio da Bravo TV daqui.

            -Legal. E você? Virou uma dessas fãs ridículas da banda dele?

            Que insulto. Não sou ridícula.

            -Mais fanática do que eu, impossível. Só que eu pelo menos sou mais pacífica.

            -Haha. Não compreendo.

            -Eu não sou igual àquelas fãs que ficam berrando só de vê-los saindo de um lugar qualquer.

            -Claro que não. Você já os conhece!

            -Exato. –como eu estava afim de sair dali... Mas como?

            -Hum... Quer dar uma voltinha por aí?

            -Hum... Pode ser. –disse meio duvidosa, mas eu estava entediada mesmo. –Por onde você esteve todos esses anos, aliás?

            -Vim com os meus pais morar aqui, e agora trabalho na Media Market que tem aqui.

            -Então... Você não deveria estar trabalhando?

            -Hoje é meu dia de folga.

            -Hum...

            -Er... Tá afim de ir aonde?

            -Hum... Gostaria de ir ao Estúdio, os garotos já devem estar de saída logo logo.

            -Quer que eu a leve de carro?

            -Se não for incômodo algum...

            -Nenhum! –estava com um mal pressentimento... Mas enfim...

            Ele me levou até o estacionamento do Karstadt e me mostrou o seu carro. Um Toyota preto.

            -Que carro bonitinho! –deixei escapar sem querer.

            -Valeu.

            Entramos no carro e ele ligou o motor. Ficamos em silêncio durante quase todo o trajeto, até que eu sinto uma mão boba em meu ombro. Olhei para a mão dele e rapidamente a tirei.

            -Aff...-ouvi ele murmurar para si mesmo.

            -Nada de dar em cima de mim, moleque!

            -E posso saber o por quê, mocinha?

            -Porque já estou comprometida!

            Ele fechou a cara ao ouvir isso, mas logo deu um sorriso que me deu medo.

            -Bom, isso é mais um motivo para eu dar em cima!

            Fingi não ter ouvido isso, mas enfim vi que já estávamos na rua em que se encontrava o estúdio da Bravo TV. O semáforo, para meu pavor repentino, fechou, e então Andreas pegouna minha centura e me puxou para mais perto dele. Fiquei com medo.

            Desviei a minha cara da dele antes que ele me desse um beijo, mas foi inútil, porque ele pegou com a outra mão o meu queixo e forçou um beijo em mim. Com as forças que eu tinha, dei um soco em seu rosto, o que fez ele gemer de dor, abri rapidamente a porta do carro, por sorte ele me soltou para colocar as mãos no próprio rosto (eu era tão forte assim?) e consegui fugir em meio ao trânsito.

            Corri o mais rápido que pude em direção à porta do estúdio que, como era de se esperar, estava entupido de fãs doidas querendo ver os Tokio Hotel, então pensei melhor e decidi ir à procura do ônibus da turnê antes que os garotos saíssem do local.

            Não foi tão difícil quanto achei, pois o ônibus estava na mesma rua que o estúdio, então corri mais ainda para alcançar o veículo e pedi para o motorista abrir as portas. Ainda bem que ele me reconheceu, senão eu ficaria para fora e as fãs íam conhecer de pertinho quem é a namorada do Bill. Entrei e fui até a cama de Bill e fiquei encolhida lá, ofegante. Eu já não ía com a cara daquele Andreas antes. Agora não vou com a cara dele muito menos do que antes depois dessa!

            Alguns minutos depois o motorista ligou enfim o motor e andou alguns metros adiante, para que pudesse pegar os garotos, e com isso pude ouvir alguns gritos mega histéricos das fãs. Presumi que os garotos já estavam saindo.

            Ouvi os passos de “alguéns” subindo as escadas do ônibus, e vozes masculinas muito alegres, as dos garotos. Levantei da cama e fui até Bill, abracei-o e tentei mostrar o meu melhor sorriso.

            -Oi! Er... O que houve? Você está com uma cara de que aconteceu algo que te assustou! –ele perguntou.

            Pelo visto, o meu sorriso não deu muito certo.

            -Er... Eu encotrei o Andreas aqui por acaso e...

            Bill olhou para mim desconfiado.

            -E...?

            -Ele foi legal e me trouxe aqui, mas ele está dando em cima de mim!

(Narração Lisa off)

“Who knows what could happen?

Do what to do, just keep on laughing.

One thing’s true. There’s always a brand new day!

I’m gonna live today like is my last day.”