The Hybrid's Sweetheart escrita por JessicaC


Capítulo 2
Capítulo 1 – Ponto final


Notas iniciais do capítulo

Falamos lá em baixo =)
Boa leitura!



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Observo o diário à minha frente, esboçando um sorriso sincero.

Não posso dizer que sou uma Elena Gilbert, ou um Stefan Salvatore, mas começo a compreender a necessidade que ambos têm de passar para papel, os sentimentos que vão surgindo com o decorrer dessa nossa vida tão agitada. Deixar as coisas por escrito acaba por torná-las mais reais, como se fosse um contrato assinado por nós próprios, ao qual não podemos fugir.

Deslizo a mão pela página escrita por mim há instantes atrás, e prendo o olhar nas últimas duas frases…

Apenas continue esperando por mim, meu amor.

Prometo não mais demorar.

Sinto um aperto no peito, e o meu coração, mesmo sem bater, me incentiva a seguir em frente, e só parar quando alcançar New Orleans.

Suspiro fundo e abano a cabeça. Tenho que ser racional, pelo menos uma última vez antes de partir. Sei que preciso me despedir e dar algumas explicações. Não quero deixar nada por dizer, e assim evitar mal entendidos no futuro.

Escuto o barulho de um carro, estacionando em frente de casa. Sei que é a minha mãe e, sem perder mais tempo, resolvo começar a conversa por ela.

– Caroline? – oiço chamar – Filha está tudo bem? Você parece nervosa – me olha apreensiva.

Tento dar um sorriso sem sucesso, e acho que pelo olhar preocupado da minha mãe, acabei fazendo uma careta. Ela tem razão, estou nervosa, e toda a minha postura me denuncia.

– Não é nada grave – digo por fim, não querendo assustá-la – Vamos sentar? – pergunto, já puxando a minha mãe em direção ao sofá mais próximo.

A xerife Forbes fica me analisando atentamente, parece não acreditar na minha resposta. Quero abraça-la pelo simples facto de se preocupar, mas acabo me retraindo. Preciso me apressar, sei que vou explodir se continuar guardando tudo para mim mesma.

– Estou apaixonada – solto sem pensar.

– Tyler voltou? É isso? – a sua expressão muda num ápice, a tranquilidade aparece em seu rosto.

– Escute, eu sei que é meio complicado de entender mas… - começo a explicar hesitante – Eu amo o Tyler, mas não estou apaixonada por ele. E respondendo à sua pergunta, ele ainda não voltou, pelo menos que eu saiba. - encolho os ombros, mostrando o meu desinteresse sobre esse assunto.

– Você disse que está apaixonada, e não é pelo Tyler? – assenti sem falar – Eu não entendo – continuou aparentemente confusa – Ainda há poucos dias você andava triste porque o Tyler estava fora da cidade, e agora diz que está apaixonada por outro?

Encarei a mulher à minha frente, com todas aquelas dúvidas, com todo aquela pose maternal. Se isso já estava sendo complicado com ela, imagino como será quando chegar a vez de explicar aos meus amigos. Ainda assim, prossigo firme na minha decisão.

– Mãe eu sei que isso é tudo muito confuso, mas preciso que a senhora me entenda –fez sinal para que eu continuasse a falar – Eu estava revoltada por não ter opção de escolha, por ter que ficar longe do Tyler por vontade de outra pessoa que não eu. Acontece que agora… - busquei na minha mente as palavras ditas por Klaus, no dia da minha graduação – Agora Tyler está livre para voltar a Mystic Falls.

– E isso não é bom? Não é o que você queria? – fui interrompida por poucos segundos.

– No começo achei que sim. Acreditei ser o melhor presente que poderia receber – respondi sincera – Mas bastaram alguns minutos de reflexão, para descobrir que isso não mudava nada. A minha vida e a de Tyler seguiram rumos diferentes, e aquilo que eu sentia por ele, a paixão, desapareceu. É verdade que lutei contra isso, me agarrei às lembranças do que haviamos vivido, mas agora não consigo mais.

– Isso vem de encontro ao que você começou por me dizer? Que se apaixonou por outro? – questionou com pertinência.

– Sim e não. – faltava pouco para falar de Klaus, mas ainda precisava concluir o que tinha a dizer sobre a minha relação com Tyler. – Como eu disse anteriormente, a vontade que eu possuia, em ter Tyler de volta, tinha a ver com possibilidades, escolhas. Isso foi me tirado, eu não gostei, e me rebelei contra. Só agora me dei conta disso, e por isso parei de lutar contra os meus verdadeiros sentimentos. Descobri que não vale a pena fingir algo, isso não vai mudar a realidade.

– Certo – a minha mãe pareceu entender, ou pelo menos estava tentando seguir a minha linha de raciocínio – E onde é que a sua nova paixão entra no meio disso tudo?

A hora tinha chegado. Senti um formigueiro no estômago, mas sabia ter a coragem necessária para desabafar.

– O homem pelo qual me apaixonei é o Klaus. – declarei com firmeza – Calma! – pedi, já prevendo o ataque verbal que iria sofrer em seguida – Eu sei o que disse, não fiquei louca, e não estou sendo obrigada a dizê-lo – alertei, tendo em conta que a compulsão era a principal desculpa usada pelos moradores dessa cidade.

– O quê? – um grito vindo da porta parou a conversa, e o rosto de uma Elena chocada apareceu no meu campo de visão.

– Elena – fechei os olhos, lamentando que ela tivesse escutado a minha confissão daquela maneira.

– Dessa vez você se excedeu barbie – uma voz irônica se fez presente.

Como se as coisas não estivessem más o suficiente, vejo que atrás de uma Elena ainda sem reação, estavam os meus amigos mais próximos, e o idiota do Damon, que não perdeu a oportunidade para me provocar.

– Eu posso explicar – iniciei o meu discurso, sem tanta certeza quanto parecia ter.

– E há explicação para uma coisa dessas? – acusou Bonnie, mais irritada do que qualquer pessoa à minha frente.

– Para Bonnie – pedi me levantando do sofá, permanecendo no mesmo lugar em pé – Você sabe que não escolhemos quem amar, é um sentimento que acontece naturalmente, sem se importar com os mil e um motivos que todos têm contra essa relação.

– Relação? Mas já existe relação? – Elena pareceu recuperar a fala, e a sua face parecia tão transtornada quanto à da morena de olhos verdes.

– Não. – disse amargamente - Pelo menos não ainda – retifiquei, querendo deixar a situação bem clara.

– Isso significa exatamente o quê Caroline? – Stefan se pronunciou pela primeira vez.

– Significa que eu pretendo lutar por esse sentimento. Significa que estou cansada de fingir ser uma pessoa que não sou. Significa que não posso mais ficar presa nessa cidade e deixar escapar pelos dedos a pessoa que, mesmo não tendo as melhores qualidades do mundo, roubou o meu coração. – falei honestamente, já com lágrimas nos olhos.

– E nós Care? - inquiriu Matt, num misto de surpresa e ternura.

– Vocês serão sempre os meus melhores amigos, a minha família – encaro a minha mãe, pedindo silenciosamente pelo seu apoio, e recebendo um abraço carinhoso como resposta.

– Eu só quero que você seja feliz meu amor – sussurrou ao meu ouvido enquanto choramingava.

– Obrigada mãe – agradeci aliviada, dando um ligeiro sorriso, e voltando a minha atenção para os meus amigos – Gente? – sabia não estar sendo fácil, para nenhum deles, mas a diferença de postura entre as cinco figuras à minha frente, era notável.

– Só posso dizer que estarei sempre aqui Care, não importa as escolhas que você faça – Matt quebrou o silêncio, chegando perto de mim, e beijando o topo da minha cabeça.

– Tome cuidado, aconteça o que acontecer, certo ou errado, você terá que aprender por você mesma. Mas não esqueça que existem pessoas que te amam, e que nunca te abandonarão – disse um Stefan controlado, deixando de lado todos os argumentos que poderia usar para contestar esse meu comunicado, e mostrando mais uma vez o amigo incrível que é.

– Elena? Bonnie? – suspirei ao não obter resposta.

– E eu loirinha? – Damon, sendo Damon, se manifestou – Também posso dar a minha opinião sobre o assunto – sorriu torto.

– Não obrigada – cortei, sendo ignorada logo em seguida.

– Posso dizer que não estou surpreso, você tem tendência para escolher os caras maus, embora dessa vez se tenha superado. Klaus? Sério? Você não escolheu apenas um bad boy, escolheu o pior de todos, o vampiro mais monstruoso que existe. Mesmo assim, você é quem sabe. Se precisa quebrar a cara para entender a péssima opção que está fazendo, vai em frente. – concluiu debochado.

Respirei fundo e resolvi ignorar.

– Vocês não vão mesmo falar? – mordi o lábio, esperando alguma palavra vinda das duas mulheres à minha frente.

A face delas demonstrava desilusão. A repreensão se manifestava através do olhar, mas nenhuma frase foi dita.

– Ótimo. – reclamei – Não poderia esperar outra coisa de vocês, não é mesmo? Vão agir como duas crianças birrentas? Ok, mas não contem comigo para ficar aqui olhando para vocês. – fiz menção de sair da sala, quando Bonnie resolveu ripostar.

– Vai se fazer de ofendida Caroline? Depois de tudo o que acabou de dizer, acha que tem o direito de criticar a minha reação e a da Elena? – cruzou os braços.

– Eu tenho o direito de ficar chateada por não ter o apoio das duas pessoas que eu sempre apoiei. – reafirmei a minha frase, olhando na direção do Damon, e acabando por fixar o olhar em Elena.

– Não tente comparar – Elena despertou, e adotou uma postura defensiva – Damon não tem um terço da maldade de Klaus. Nunca matou nenhum dos seus amigos, ou fez mal às pessoas que você ama.

Sorri incrédula, mas não hesitei em responder.

– Se você considerar que tudo o que eu vivi nas mãos dele é igual a nada, talvez possa concordar – relembrei – Talvez seja realmente nada, tenho em conta que você não se preocupou minimamente comigo, quando escolheu ficar com ele. – balancei a cabeça, ainda sem acreditar no que tinha acabado de ouvir. - E ainda tem a coragem de me apontar o dedo, incrível – acusei magoada.

– Já chega meninas – a minha mãe interviu – Essa troca de acusações não vos irá levar a lugar nenhum. Acima de tudo, não esqueçam a vossa amizade. – aconselhou, querendo evitar mais uma ronda de dura troca de palavras.

– Por mim também chega, você tem razão mãe – concordei, só querendo sair dali.

– Acho que todos precisamos de tempo para digerir essas… - contorceu o rosto - informações. – Bonnie falou um pouco mais calma.

– Tempo, isso é algo que eu posso concordar. – afirmei.

– Quando irá embora Care? – perguntou o loiro de olhos azuis.

– Hoje mesmo. – tomei a decisão no momento, não querendo levar mais tempo para sair de Mystic Falls.

O silêncio voltou a ocupar o ambiente onde nos encontrávamos, e sem voltar a querer quebrá-lo, dei costas e procurei refúgio no interior do meu quarto.

Já não havia motivos para protelar a minha viagem. Bem ou mal, a conversa com a minha mãe, e com os meus amigos, tinha sido o ponto final.

New Orleans era tudo o que eu pensava.

Klaus era tudo o que eu precisava nesse momento.

Agora era pra valer, já nada me faria voltar atrás.


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Notas finais do capítulo

Bom dia gente! Antes que perguntem, o próximo capítulo já terá Klaus!Senti que nesse primeiro capítulo precisava fazer Caroline se despedir de Mystic Falls, por isso não avancei logo para New Orleans. O que acharam?Quero agradecer a todas as pessoas que comentaram o prólogo. Espero que continuem acompanhando essa short :)Beijos grandes,JessicaC



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