Jogos Meio-sangrentos escrita por Lord Camaleão


Capítulo 3
Capítulo 3 - Narvais no cardume


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Enfim, muito feliz por ter todas as vagas preenchidas! Uma salva de palmas pra vocês que são muito criativos e enviaram fichas sem muitos clichês.
Esse capítulo está quentinho, feito à noite e que eu não revisei porque não tenho vergonha na cara. Mas espero que gostem.



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Percy Jackson iria adorar o tumulto que é agora seu chalé.

Obviamente ele também iria dar urros de raiva ao saber que dois de seus irmãos iriam para uma possível execução. Mas ele a essa hora não deve tempo para pensar em como estaria seu chalé. Na verdade ele está mais ocupado em salvar sua pele e a de Annabeth.

Desde a entrada de Tyson, e consequentemente, alguns ciclopes filhos de Poseidon, o Chalé 3 passou por grandes reformas. Agora o chalé era o segundo mais avançado no quesito tecnologia, perdendo apenas para o chalé de Hefesto. Fontes termais de água com controle de temperatura e climatizador para recriar o clima de uma praia; tudo feito pelos seis ciclopes recém-chegados.

Suas mais novas invenções foram os baldes com os nomes a serem sorteados dentro de conchas. Cada uma tinha um código diferente, que ao serem abertas revelavam um nome. As conchas eram distribuídas em dois baldes idênticos, mesmo contendo números diferentes. Ambos tinham a textura de areia com alguns cavalos-marinhos de brinquedo. A diferença era que em uma havia dezesseis conchas e a outra apenas cinco, indicando o número de garotos e ciclopes, respectivamente.

Por determinação de Gaia e para compensar o número de Caçadoras, apenas garotos iriam poder participar dos Jogos no chalé de Poseidon, que sempre foi conhecido pela forte masculinidade. Sim, havia sete garotas no chalé, que já se sentiam aliviadas por não terem a chance de serem enviadas para o abate. Mesmo assim a tensão reinava.

Sentados em bancos feitos de toras de palmeiras, os semideuses e ciclopes esperavam quem sorteasse seus nomes. De acordo com as ordens de Quíron, alguém ligado ao olimpiano em questão iria sortear os dois nomes e acompanha-los na viagem até a Arena. E de repente alguém entrou no Chalé 3.

Para começar: ela era linda. Com uma simples blusa regata branca e uma saia azul estampada com peixes que pareciam se movimentar. Usando apenas um colar fino com o pingente de um tridente, ela conseguia parecer deslumbrante, como se após o sorteio fosse sair para um luau. Era Anfitrite.

Os ciclopes ficaram perplexos com a beleza da madrasta, mesmo tendo-a visto algumas vezes no reino de Poseidon. Mas alguns semideuses não se deixavam enganar pelos cabelos negros e a pele bronzeada da deusa. Ela não era furiosa com seus enteados como Hera é, mas o que faltava de fúria sobrava de falsidade. Por trás do sorriso encantador e o brilho nos olhos escuros, Anfitrite mataria todos os semideuses e ciclopes daquele chalé, um a um, se lhe fosse entregue ao menos uma navalha.

–Boa tarde, queridos – ela saudou e dirigiu-se à frente do chalé – Alguns de vocês devem me conhecer, sou Anfitrite. Como sabem, estou aqui para sortear o nome de um ciclope e um garoto para representar o pai de vocês nos Jogos Meio-sangrentos – ela disse a palavra “pai” com um certo nojo, logo tratando de recompor a voz – Creio que as meninas devem ser consideradas sortudas ao não terem a chance de serem sorteadas – disse ela dirigindo um sorriso amarelo para o grupo de garotas sentado à direita do chalé – mas sabemos que todos nós somos uma única família, um único reino, e devemos prestar apoio uns aos outros.

Dando passos com sua sandália rasteira, Anfitrite chegou aos baldes apoiados em cima de uma mesa também feita de palmeiras. Ela examinou as conchas e com o mesmo sorriso no rosto perguntou.

–Lindas conchas, quem teve a ideia de fazê-las?

–Eu, Rainha Anfitrite – uma voz tímida veio do pequeno grupo de ciclopes. Era Jim, o ciclope mais novo, de doze anos. Apesar da voz ainda de criança, Jim já conhecia reproduzir a voz do Sr. D e de Drew Tanaka, do chalé de Afrodite. Ele pediu passagem e dirigiu seu grande olho azul para Anfitrite – A propósito, tia... Rainha Anfitrite, a senhora é muito bonita.

–Obrigada, meu bem – sorriu Anfitrite, fingindo comoção. Seria muito divertido para a Rainha dos Mares se ela “sem querer” sorteasse o nome do pequeno, que já tinha um metro e setenta. Ele não duraria um dia – Vamos torcer para que seu nome não seja sorteado, afinal, seria uma pena perder um garotinho tão talentoso quanto você.

Alguns semideuses estavam prestes a vomitar de tamanha falsidade da deusa. Alguns meninos chegavam a rosnar e estavam provocar um terremoto naquele instante.

–Agora vamos para o que interessa. O quanto antes acabarmos com isso, melhor. Vou começar pelo nome dos nossos corajosos meninos – Anfitrite pôs a mão no balde com maior número de conchas. Ela queria sortear todos eles de uma vez só, seria ainda mais em conta do que apenas um. Assim que ia retirando uma concha ouviu um chamado.

–Eu me ofereço! – exclamou o garoto levantando do penúltimo banco. Agora que havia dito não tinha como voltar atrás. Ele aspirou quantidade suficiente de ar e coragem para andar até a deusa. Ele penteou para cima com os dedos os cabelos que antes estavam para o lado e seguiu até a deusa.

Anfitrite estava furiosa. Queria ver o pavor no rosto dos garotos, pavor que nunca vira no marido. Engoliu o orgulho e quando ele chegou, perguntou serenamente.

–Qual seu nome, querido?

–Noah. Noah Mitchell.

–Ah que lindo nome. Que lindo seus olhos azuis também.

–Obrigado – disse Noah, com desdém.

–Você pareceu tão corajoso quanto seu irmão Perseu Jackson – Anfitrite sorriu.

–Ah sim, Percy Jackson, o famoso, herói, renomado, salvador do Acampamento e do Olimpo. Sei, sei. Acho que deveria me sentir honrado em ser comparado com ele – Noah quis acrescentar um “mas eu não me sinto honrado”, porém queria manter a educação que sua finada mãe lhe dera.

–Ah sim, você deveria Noah. Mas agora é a hora de sabermos quem o acompanhará na disputa. Temos ali apenas cinco ciclopes que devem estar ansiosos para saberem o resultado.

Jim, Sam, Fred, Peter e Sean deram as mãos. Cinco olhos e dez ouvidos atentos ao nome que Anfitrite leria na concha. Ela pegou uma concha qualquer e abriu-a. O sistema reconheceu o sinal de abertura e exibiu um nome na forma de holograma. Anfitrite, decepcionada por não ser o nome do pequeno Jim, pronunciou – Peter Black.

Peter piscou o olho verde-água.

–Sou eu? – ele perguntou incrédulo.

–Sim, querido. Venha até aqui para que eu possa apresentá-lo.

Os outros ciclopes cumprimentaram Peter, parabenizando-o. Sim, eles encaravam os Jogos como uma simples olimpíada ou um jogo de pega-pega.

–Vai lá, Peter! – bradou Sean, com orgulho – Vou apostar uma caixa de rosquinhas em você, certo?

–Pode deixar, irmão – Peter deu um sorriso fraco.

Peter levantou-se, e com seus mais de dois metros de altura dirigiu-se também à frente. Suor escorreu por seus cabelos loiros encaracolados. Seu irmão Noah era pequeno, e provavelmente os outros campistas também seriam, mas surgiu de repente uma insegurança em Peter. Insegurança que ele nunca havia sentido antes. Talvez seria a realidade chegando. Realidade de que aquilo não era um simples pega-pega.

–Parabéns Peter – desejou Anfitrite. Finalmente aquele sorteio havia acabado. Agora era só esperar os dois morrerem.

–Obrigado, Rainha Anfitrite.

–Agora, quero que vocês apertem as mãos em sinal de cumprimento entre os filhos de Poseidon. Vamos, não tenham vergonha.

–Vamos acabar com eles, irmão! – disse Peter a Noah, tentando soar confiante. Os dois apertaram as mãos, mas logo depois Peter deu um abraço de urso no irmão.

–Ah, tá bom Peter. Obrigado – Noah também tentou soar receptivo.

–E esses, semideuses e ciclopes – anunciou Anfitrite em tom triunfante – são os tributos do Chalé 3!

Foram ouvidos aplausos. Aplausos piedosos, encorajadores ou sádicos.


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Notas finais do capítulo

Ah, e uma surpresa: eu vou desenhar os tributos!
Eu comecei a fazer os rascunhos na aula, mas a minha Reyna não ficou muito boa e ainda preciso ajustar o cabelo da Gabrielle, então tenham paciência comigo, que um dia eu posto.
Espero que tenham gostado. Se sim, envie um review me elogiando, meu ego agradece. Se não, também envie um review, vou tentar consertar meus erros.
Lord Camaleão