Miracolo escrita por P r i s c a


Capítulo 4
Dívida


Notas iniciais do capítulo

8DDDDDDDDDD

Sim, eu cortei o capítulo em dois. Mas gostei do resultado
xDDDDDDD

Boa leitura!!



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Orgulho

Sentimento de satisfação pela capacidade ou realização; um senso elevado de dignidade pessoal.

Algumas pessoas consideram que o orgulho para com os próprios feitos é um ato de justiça para consigo mesmo... que deve existir, como forma de elogiar a si próprio, dando forças para evoluir como indivíduo rumo a um projeto de vida mais amplo e melhor.

Outras… garantem que, em excesso, pode se transformar em vaidade, ostentação, soberba, sendo visto apenas então como uma emoção negativa: a Arrogância.

A, B ou C… Hibari se encontrava agora, pela segunda vez, em completa humilhação.

Ansiava por boas lutas e não se enganem, não temia derrotas… Nosso querido Reborn é prova disso.

Mas odiava trapaceiros. Pessoas cuja própria força era tão débil que dependiam de outros poderes para assegurar vitória e simular mérito. Um tipinho simplório de gente que se gabaria eternamente por um triunfo que não lhes pertencia.

E Mukuro era essa pessoa. Um ilusionista.

Um mentiroso.

Mas o pior… era saber que caíra na mesma mentira… duas vezes.

Um dente quebrado provoca uma dor insuportável… (sem falar nas cáries. Cáries são a morte... não se esqueçam disso. Escovem os dentes.)

Disciplina

Possui a mesma etimologia da palavra "discípulo", que significa "aquele que segue".

Hmm… me pergunto… a quem, neste pequeno mundo arredondado, poderia ser conferido o título de Mestre do terrível Guardião da Nuvem? Estavam ainda muito longe dos anos em que Tsuna se tornaria digno de chefiá-lo, então... ao que Hibari seguia?

Regras.

Suas regras.

E dentre as mais importantes delas…

A de nunca dever nada a ninguém.

Restava um único canino, ao qual se apegara de tal forma que perdia a paz. A este ele jurara não permitir nada estragar.

Afinal… uma fera sem caninos… não passa de um herbívoro.

ooo

“PRO CHÃO! PRO CHÃO!” atiravam descontroladamente, sem mirar e no entanto sem errar. Os garotos que o seguiam se abaixaram a tempo mas seu parceiro fora atingido. “HOMEM FERIDO! ATENÇÃO! TEMOS UM FERIDO AQUI!”

Imediatamente outros três topetudos os alcançaram, oferecendo socorro ao colega caído e perguntando o que os alunos do segundo e terceiro ano faziam ali.

“Eles querem ver a Kusakabe-san...”

O topetudo os olhou uma segunda vez. Uma bola de macarrão com queijo atingiu a parede na qual se refugiavam e explodiu molho pelo corredor.

Eram Sawada, Yamamoto e Sasagawa… os mesmos indivíduos com os quais Hibari-sama costumava andar de vez em quando. Faltava um… o mais explosivo e intimidador do grupo. O que era uma pena, precisavam de mais aliados daquele tipo no campo de batalha.

Aquilo devia ser importante.

“Entendido. Sigam-me.” e em meio à tão intensa emoção o homem morde o canto de um pote de salada de frutas, deslacrando-o com um puxão e arremessando-o no grupo da resistência. Gritos foram seus sinal de largada “PELO COMITÊ!!!”

“OSSU!” gritavam outros cinco grandalhões, escoltando-os feito uma tropa mirim dos anos 60 ou 70, durante todo o refeitório e até o Escritório de Hibari.

Correndo com aquele bando de loucos, um pobre Tsunayoshi também gritava:

“MAS O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUIIII?!”

...

Em plena manhã de segunda feira, a escola estava um caos. Pelos corredores repletos de arruaceiros, os prefeitos faziam o que podiam para pôr os alunos em ordem, mas era impossível.

Hibari sumira no fim do intervalo do dia anterior… e não retornara. Se seus ditos seguidores tivessem mantido o sigilo e a pose, talvez nada daquilo estivesse acontecendo… mas seu líder nunca ficara mais que alguns dias fora e, quando o fazia, era geralmente com o grupo de Tsuna que o Skylark se encontrava.

Só que não daquela vez.

Percebendo a insegurança dos prefeitos, o descontrole tornara-se iminente e ao toque do sinal para o mais fabuloso intervalo de suas vidas, os jovens estudantes surtaram. Alunos do primeiro apostavam corrida pelos corredores, o segundo ano quase inteiro se amontoava fazendo grandes lanches comunitários no telhado proibido, enquanto o terceiro, no refeitório…

“GUERRA DE COMIDAAAAA!”

ooo

Chegaram à Sala do Comitê de Disciplina, mas não sem perder três de seus companheiros. Fizeram três segundos de silêncio em honra aos que caíram… dois para cada prefeito e um para Ryohei, pego de surpresa por um par de tennis (ainda presos ao dono) na última curva do corredor.

Entraram.

Lá, o segundo em comando se encontrava debruçado sobre a mesa de escritório, murmurando e lamentando.

Os topetudos sobreviventes se curvaram e se retiraram. Ryohei entrara no segundo seguinte, o olho roxo, a boca cheia de bolota de macarrão com queijo e um sorriso enorme no rosto.

“Acharam ele?”

Kusakabe fitou o trio com olhos inchados. A boca contorcida abria e fechava, mas palavra alguma saía de lá.

“Kusakabe-san... onde está Hibari-san…?”

O rapaz sacode a cabeça, atribulado. O que quer que fosse, era terrível demais para ser pronunciado. Se levantou e fez um gesto para que o seguissem.

Uma curta caminhada pelo corredor os levara a um laboratório que fora misteriosamente desabilitado no ano anterior, pouco antes de sua ida ao futuro.

Entraram… e o que viram… fora uma sala repleta de passarinhos. Mas não de qualquer tipo…

“Miiidori tana... biku... Na-mi-mo-ri noooo~!” cumprimentaram-nos as pequenas e amarelas bolas de penas, em uma sincronia impecável.

“Q-quantos… Hibirds!!”

Todos juntinhos, cada ninho com cinco ou seis que ocasionalmente voavam para a morada de um amigo, aproximando-se dos visitantes pelas prateleiras antes repletas de animais empalhados ou modelos de órgãos feitos de plástico.

Kusakabe soltou um soluço. Dentre o que parecia ser uma prateleira mais vazia, ele puxa um objeto e lhes mostra...

“Contemplem… o HORROR!”

Um ninho vazio.

ooo

Estava tarde e esfriava. Caminhara por toda a redondeza do colégio e além, sem qualquer pista do paradeiro do filhote. Três outros Hibirds (nome com o qual ainda não concordava, apenas tolerava) o ajudavam. Quando os pequeninos se cansaram, no entanto, ele os manda retornar.

Escuro do jeito que estava, a última coisa que precisava era de outro pássaro perdido.

Bufou.

Havia um tempo criava as bolinhas amarelas de canto agradável e embora nunca o fosse compartilhar com alguém, Hibari se orgulhava de já ter testemunhado duas gerações das pequenas aves, do ovo ao descanso.

Então tinha esse pequeno rejeitado.

Ainda não descobrira se os pais o largaram lá e foram embora ou se o filhote encontrara seu caminho para junto do grupo por conta própria… só sabia que estava sempre sozinho. Pulava e caminhava mais do que voava, pois as pequenas asas, ainda com mais penugem que penas, não o sustentavam por muito tempo. Bicava as outras aves quando assustado e se recusava a aprender o Hino da escola, para completo desprazer do rapaz. Piava pouco… mas aprendera seu nome. Os olhinhos grandes e escuros era ligeiros e o enchiam de curiosidade com o que o bichinho faria a seguir.

Infelizmente, a resposta até agora fora: se perder.

Tsk. Criaturinha tonta.

O filhote já deveria ter sido devorado àquela altura. Seus punhos quentes estavam cerrados, sem que sequer percebesse.

Maldita fragilidade.

Olhou em volta uma última vez, concentrando-se em ouvir alguma coisa. Nada. Hibari esfregou os olhos e suspirou fundo. Hora de ir.

E foi quando se virou para voltar que sentiu uma presença…

Aquela presença.

Sacou a tonfa.

“O quê, só uma...? Ah...!” sussurrava debochante. “É mesmo, como pude esquecer….” da sombra do bosque, Mukuro Rokudo aparece “Eu quebrei a outra...”

Não houvera tempo sequer para terminar de formar o sorriso, desviou e a árvore na qual se escorava sacudiu, enviando todos os pequenos habitantes para longe enquanto sua madeira rangia, lamentando o estrago.

Aquele não era um bom dia para provocá-lo…

Sem esperar pela recuperação, o Skylark ataca de novo, erguendo o braço pronto para despedaçá-lo como ele fizera com sua arma.

Dessa vez, no entanto, Mukuro não saiu do caminho. Estendeu o braço, punho cerrado... abriu os dedos e, pronto para receber o golpe...

“Hibari~! Hibari~!”

!!

A tonfa parou no ar. Penugem amarela e macia chegara a se soltar diante do impacto evitado e os olhos aterrorizados de Kyoya ainda esperavam ver a saudosa feição da ave se desmanchar e desfalecer nos dedos de seu inimigo… por sua culpa.

Suava frio, inundado por um sentimento horrível ao qual sequer conhecia o nome.

Hibird piava nervoso, bicando as pontas dos dedos de Mukuro.

“Tão pequenino.. tão vulnerável….” maldito… Maldito! Maldito!! “Um aperto entre os nós dos dedos e uma criaturinha adorável dessas nunca mais volta a piar."

Ignorando as bicadas, leva o polegar à cabecinha de Hibird…

Sorria tanto… e o pôs na cabeça de Hibari.

São e salvo.

Sem dizer nada, o rapaz se vira para sair.

“O que quer?” soara mais como uma ameaça do que como pergunta… mas não havia como fugir da resposta.

“Hoho… você é rápido.”

O terrível e temível Hibari Kyoya… Imbatível, incontrolável, inconsequênte… E imobilizado pelo poder da própria honra.

Patético.

Apesar do silêncio, o Skylark não se iludia com a ideia de Mukuro estar se decidindo. Tinha uma estranha certeza de que aquele pedaço de lixo não apenas sabia bem o que queria pedir, como também o sabia havia bastante tempo…

Lealdade contra Vongola…

Se livrar de alguém pra ele…

Simplesmente assumir derrota…

Podia ser qualquer coisa.

O sorriso sempre tão cínico, sempre tão seguro e apático do Rokudo se desfez. No momento em que proferiu tais palavras, um terror quase tão intenso quanto ao que se apoderara dele quando quase despedaçara a pequena ave agora o paralizara. Podia ser qualquer coisa…

Mas não era

"Cuide de Nagi para mim."

“Eu tenho uma flor” dissera a Sombra. “Morre um pouco mais a cada dia, soltando as pétalas até nada sobrar e ela sumir por completo.”

“O que espera de mim?”

“Não a deixe murchar. Nem secar, nem uma só pétala a mais cair… Este é o preço pelo favor que me deve. Falhe... e o mesmo Sol que tanto nos maltrata haverá de nunca mais brilhar sobre sua cabeça e não encontrará em toda a terra, lugar onde possa se esconder de mim.”


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Notas finais do capítulo

Eu deveria começar a escrever livros infantis, não concordam...? =w=

A história é extremamente centrada no casal, então serão poucos os momentos como os da guerra de comida que contam o que se passa com os outros. A maior parte das ações será rasa e não muito detalhada, vou tentar centrar bastante do que eles pensam e sentem e o resto é adereço xDDDDDDD

Espero que gostem!!! Desculpem a demora e não deixem de me dizes o que estão achando!!!!!

ja ne o//