Estávamos eu (linda e maravilhosa no glamour), Atena e Sofie (que por sinal estava no sétimo sono) atrás da porta do banheiro. Eu e Atena estávamos pensando, que nossa amiga, Ártemis, uma deusa
ex-casta (ou seja lá como se chama uma deusa que jurou pelo rio Estige que não teria relacionamentos e acaba quebrando a promessa com o irmão, em uma chalé no meio do mato e fica “presa” no banheiro com ele, beija, agarra, e abraça o irmão e ainda por cima dorme na mesma cama que ele e para piorar em uma casa com duas deusas e uma criança prodígio) havia nos trocado pelo banho com Apolo e seus músculos delineados, o cabelo mais sedoso que já vi, o sorriso mais... Ai, para Afrodite! Você já tem Ares (e Hefesto, mas não quero parecer galinha). Ártemis aparece com o cabelo parecendo um ninho de cobra e com as pernas tremendo.

            - Oi gente. Desculpa a demora. – ela disse arrumando o cabelo – Apolo tá... Hã... Querendo ajuda para tirar a espuma do cabelo. – disse de forma nada convincente

            - Ok Ártemis, não precisa mentir. Já sabemos que você e Apolo andam se pegando. Eu sou a deusa do amor, eu sei quando duas pessoas se gostam. E vocês dois esbanjam isso. – eu disse compreensiva.

            - Agora nos conte tudo o que aconteceu! – Atena leu meus pensamentos – Mas antes, vou colocar a Sofie no berço. Me esperem na sala.

            Descemos para a sala, e quando Atena chegou (demorou um tempo, acho que ela estava mimando a neta), Ártemis começou a contar.

            Quando terminou sua “aventura” amorosa com Apolo, lágrimas escorriam lentamente pelo meu rosto, mas em grande quantidade. Vi pelo canto de olho, Atena limpando uma lágrima que insistia em cair. Lenços de papel estavam espalhados pela sala, formando montes e mais montes de papel, que apenas EU havia usado.

            - Que robance bais bonito! – eu disse assoando o nariz entupido – Podia virar um LINDO romace. Eu leria com certeza.

            - Verdade Ártemis, a história é bem triste. – disse Atena – Bem, vou ver se Sofie continua dormindo. – dizendo isso, subiu as escadas.

            - Avó coruja. – cochichei para Ártemis e ela entendeu a tirada – Ok. Mudando de assunto, o que você pretende fazer com assunto “Zeus e seu romance com Apolo”? – perguntei compenetrada na resposta.

            - Não sei. – ela disse apreensiva – Acho que eu posso retirar o voto, ou apenas reformular o juramento. – ela começou a... ROER AS UNHAS!

            - Na-na-ni-na-não! Você sofre e suas unhas crescem felizes, fortes e lindas! Roer as unhas devia ser um crime! Isso é um assassinato! Afinal, elas tinham uma linda vida pela frente. – sorri.

            - Ai Afrodite, o que seria do Olimpo sem você? – ela disse caindo na gargalhada.

            - Ele seria um lugar monótono e sem brilho nenhum! – eu a acompanhei na risada.

            Ficamos rindo como duas adolescentes, até que Apolo desceu as escadas. Eu o vi, ele levou a mãos a boca pedindo que eu ficasse quieta. Assenti. Ele grita algo do tipo:

            - MONSTRO!!! – Ártemis levanta em um pulo e arma seu arco e flecha pronta para atirar. Quando ela vê seu irmão (e futuro companheiro para o resto da eternidade), ela se desarma e grita:

            - APOLO! – agora mais calma, diz – Nunca. Mais. Faça. Mais. Isso. De. Novo. – ela disse pausadamente – Eu poderia ter te matado!

            - Foi mal. – Apolo disse parecendo. Eu disse PARECENDO. Envergonhado – Eu não resisti. Mas, afinal, por que vocês estavam rindo tanto?

            - Afrodite contou uma piada. Não é deusa do amor? – ela me mandou um olhar de tipo: Se você não concordar, eu vou mirar o arco e flecha em você.

            - Claro, eu estava contando uma piada sobre o cabelo de espuma – “E descer a escada apenas de toalha, e agarrar a irmã/namorada e puxá-la para dentro do banheiro” completei mentalmente, se falasse em voz alta, uma certa deusa da caçada, iria me matar – você já ouviu falar?

            - Nunca. – ele disse arqueando uma sobrancelha – Mana, você quer ver algum filme comigo?

            - Claro. – Ártemis diz com um sorriso – Você também quer ver, Afrodite? – Apolo lhe lançou um olhar indignado.

            - Não. Obrigada. – disse tendo certeza que ficaria de vela se assistisse com eles – Vou dormir, boa noite e se comportem.

            - Vamos tentar. – disse Apolo dando um sorriso malicioso e Ártemis ficou vermelha como um camarão. Pra variar.

            Subi as escadas e cheguei ao corredor. Quando estava chegando ao meu quarto (lindo e magnifico, pra variar) ouvi Atena chorar.

            - Atena?! – entrei correndo no quarto de Sofie. Mil e uma coisas passavam pela minha cabeça. Como, Sofie ter sumido, ou capturada (de novo, isso tá ficando chato) ou sei lá ela estar grávida (nunca se sabe do rolo dela com Poseidon né?)!

            Quando entrei no quarto Atena me olha e recita:

            - A linhagem do cavalo e da coruja

            Entrelaçada está

            A menina dessa relação

            Um destino trágico terá

            A pequena garota está destinada a morrer

            Pelas mãos do inimigo daquele

            Que renegou a vida eterna

            - Atena o que é isso? – perguntei sabendo muito bem de quem se tratava a profecia.

            - Sofie, Afrodite. – Atena disse entre lágrimas – Sofie nasceu para morrer.