Angels And Nightwalkers escrita por Annie ONeal


Capítulo 10
Doce Retorno


Notas iniciais do capítulo

Estamos chegando ao final o/
Penultimo capítulo jah?! É isso msm produção??

Finalmente o passado do River q vcs esperaram lol



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A noite havia sido especialmente tensa, Crouser chegou no quarto com os nervos em frangalhos e explodindo de frustração e cansaço. Já era quase meio dia e até agora tudo havia sido cansativo; Acordar trocando “gentilezas” e patadas com Parish, coisas como “Você está um trapo. Excepcionalmente essa noite. “, “Não preciso de conselhos de moda ou aparência de um anjo metido a besta.”, “Deveria, você anda por aí como se não soubesse da gloriosa existência da Prada.”, “Meu deus, você é insuportável”, “Eu me esforço”, “Posso perceber” e por aí foi.

As aulas foram particularmente cansativas, o que significava que Char estava mais teimosa do que de costume e os garotos mais agitados. Para completar ele não tinha visto a única pessoa que o acalma ultimamente; Other. Ele estava em campo e Crouser tentava se sentir feliz pelo amigo mas a verdade é que ele estava se consumindo de inveja e ainda faltavam dois meses, isso por que a sentença tinha sido encurtada.

Tudo estava contribuindo para deixa-lo de mau humor. Chagou no quarto com os olhos flamejantes, tirando a jaqueta de couro e jogando no chão. Deus, estava exausto. Sentiu uma presença angelical no quarto, mas não se virou para não incentivar nenhum comentário de Parish. Ele podia acabar perdendo a paciência e arrancando as preciosas asinhas com as próprias mãos.

- Ui, alguém chegou nervoso. – Crouser quase se virou para mandar o Guardião à merda, quando para. Sente cada musculo ficar tenso. Aquela não era a voz de Parish. Era a voz de... Não era possível. Ele se vira lentamente como se um movimento brusco pudesse de alguma forma quebrar o momento ou afastar a aparição. Por que só pode ser isso certo? Enche os olhos com a visão de River, parado ao lado de sua cama envolto em sombras já que não havia velas acesas.

O anjo parece de alguma forma mais velho, como se tivesse crescido apesar de estar do mesmo tamanho. Se vestia de branco, as calcas a camisa e os coturnos pretos e a gargantilha prateada no pescoço. O olhar parecia mais maduro de alguma forma, parecia que a hiperatividade dele havia diminuído. Crouser não sabe o que dizer. Mesmo que soubesse, mal consegue falar.

- Riv-... – Antes que ele possa terminar de dizer o nome do anjo, este ultrapassa todos os limites de autocontrole e decoro e corre até ele, lançando seus braços ao redor do vampiro. Depois de se recuperar do choque e da surpresa, Crouser o abraça de volta enterrando a cabeça na curva do pescoço dele respirando fundo e sentindo o familiar cheiro de framboesas. Era pra ele ainda estar bravo com River... Mas ele simplesmente não consegue.

- O que você está fazendo aqui? – O vampiro pergunta meio com medo da resposta. Pode ser só uma visita, e isso ia estragar tudo que ele viera trabalhando com tanto esforço pra esquecer.

- Eu... – River fez uma pausa, ainda preso nos braços de Crouser sem saber se devia ser sincero sobre a saudade que sentira ou não. Por fim ele fechou os olhos com força e permitiu que as palavras se derramassem de sua boca. – Eu pedi transferência para meu antigo posto de seu Guardião.

- Ótimo, eu não suportava o Parish. – Crouser o interrompeu se afastando apenas o suficiente para fitar os olhos azuis- violeta que tanto sentira falta.

- Eu não queria que você pensasse que tinha sido só interesse por que não foi. Eu juro. Pode ser que tenha começado assim, mas eu... Você me conquistou. Eu senti tanto sua falta.

- Eu também. – Crouser finalmente confessa. Estava tão aliviado com a volta que mal podia respirar. – Me desculpe por ter duvidado. – O vampiro disse desconfortável. Pedir desculpas não era bem o forte dele. – Eu devia ter dado uma chance pra você se explicar...

- Está tudo bem, eu também devia ter dito antes. – Parecia que toda a tensão e exaustão tinha se esvaído dele como ar de um balão estourado. Rápido, num estouro e de repente tudo estava bem de novo. Era estranho como ele conseguira perdoar River tão rápido. Ele era do tipo que guardava rancor, mas com o anjo tinha sido fácil demais.

River sorri e ignorando todos os limites que havia imposto para si mesmo, Crouser se permite inclinar-se na direção do anjo e beijá-lo lentamente, como se o estivesse testando. O anjo corresponde com tanta urgência que o faz perder o folego. Mas não era hora de pensar em coisas banais como oxigênio. Ele tinha sentido falta demais, esperado demais, e agora nada o faria parar.

Antes que percebesse, já estava na cama, por cima do anjo, que ainda parecia frágil e ele precisou se esforçar para se lembrar que não era bem assim. River tirou a boca da sua e a moveu pelo seu pescoço, o fazendo delirar com uma facilidade assustadora.

- Me morde. – Crouser precisou de todo o controle para não realizar o pedido sussurrado sem pensar duas vezes.

- Não posso... – River se mexeu embaixo dele e meu Deus, a fricção que causou. Crouser fechou os olhos e rezou para ter forças.

- Quem disse que não pode? Morda-me. Beba de mim. Faça-me seu. – Era impossível resistir a isso. Crouser sentiu as presas se alongando involuntariamente e um impulso animal tomar conta de si. River não sabia com o que estava brincando. A provocação podia virar algo perigoso.

Mas aquele anjo nunca tinha dado a mínima para segurança perto de Crouser. Ele tinha uma confiança cega no vampiro, e nada mudava isso. O anjo virou a cabeça expondo o pescoço esguio num pedido silencioso. Era a abstinência. Tinha que ser. Sem conseguir se controlar mais, ele afundou as presas, ouvindo River arfar. Sentiu uma das mãos do anjo agarrarem seus cabelos, mas não em um sinal de dor. Num sinal de luxúria louca, incontrolada.

Segundos depois, quando as primeiras gotas do sangue dele chegaram aos seus lábios, Crouser soube que não havia nenhuma maneira de voltar atrás. Se lembrou da noite que tinha provado do sangue dele a primeira vez, fechando o corte mortífero na suave pele de River. Era a sensação multiplicada.

Era como se ele tivesse encontrado o sangue perfeito, o gosto perfeito, a sensação perfeita. Tudo ao mesmo tempo e tão subitamente que ele quase perdeu as forças. Um gemido contido de River o trouxe de volta a realidade, e ele começou a beber sentindo o corpo pegar fogo. Sentiu o anjo arquear-se contra ele e isso só serviu para excitá-lo ainda mais. Se é que isso era possível.

Só quando se sentiu satisfeito foi que tirou a boca da pele macia de River. O anjo estava ofegante e com um olhar vidrado. Mais o menos um reflexo dele próprio. Carinhosamente o vampiro lambeu o ponto do pescoço limpando o sangue e fechando o ponto perfurado mas não conseguiu apagar a marca roxa. Retraiu as presas tentando fazer a respiração voltar ao normal e só então percebendo o que tinha feito.

Não conseguia se lembrar da última vez que tinha mordido alguém. Mas tinha a sensação que fora algo certo. Perfeito. Baixou os olhos para checar se River estava bem, devia estar fraco devido à quantidade de sangue que havia sido tirada dele, mas ele o fitava com um olhar cheio de desejo, numa intensidade fora do comum, como Crouser nunca tinha visto.

- O que foi isso... – Não tinha soado bem como uma pergunta. River o puxou com a mão que ainda estava em seus cabelos. – Acho que eu nunca te quis como eu quero agora.

O beijo ardente e desesperado que se seguiu tirou o folego de ambos, e foi outro pedido sem palavras que Crouser não teve como negar.

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Crouser estava exausto. Dessa vez, era uma exaustão boa. River era hiperativo em todas as áreas, ele notou. Não havia tido nem mesmo um intervalo de dez minutos para recuperar o folego. Intenso demais. Nada que ele já tivesse experimentado na vida. Agora que o fogo do anjo finalmente tinha baixado, eles estavam num daqueles momentos de calmaria pós sexo. Crouser estava perdido em pensamentos do tipo como ele tinha mudado depois de conhecer River e como beber dele e aquele ‘te amo’ sussurrado pelo anjo, quase inaudível, tinha mudado as coisas.

A pergunta escapou de seus lábios antes que ele pudesse pensar a respeito:

- Você já esteve no Phace...? – Crouser, claro sabia muito bem a resposta, mas queria ouvir do anjo. River que estava deitado largado do seu lado ficou tenso de repente e ergueu o corpo apoiando-se nos cotovelos.

- Como foi que você soube? – Ele perguntou espantado. Crouser deu ombros sem querer dizer que esteve por aí conversando com espíritos. Principalmente aquele espirito. – Eu não... Me orgulho disso sabe. Foi há muito tempo e eu venho tentando apagar, ou ao menos esquecer essa parte do meu passado. Mas acho que não se pode fugir pra sempre.

- Não precisa contar se não quiser. – Murmurou Crouser puxando-o para perto de si. River apoiou a cabeça no peito dele e fechou os olhos.

- Eu preciso. Preciso aceitar que isso fez parte de mim. E acho que a gente... Já está intimo o suficiente para você conhecer essa parte de mim sem me deixar né? – Ele riu, mas Crouser podia ver que ele estava tenso.

- Nada poderia fazer eu me afastar de você. – River pareceu relaxar um pouco e deu um suspiro.

- Tudo bem. – O anjo cede. De alguma forma sente que pode confiar nele. – Digamos que quando eu era mais jovem, eu era meio rebelde. Anjo rebelde, difícil de imaginar né? Mas eu era revoltado, eu achava que eram regras demais, muitos “não pode isso”, “não pode aquilo”. Eu já fazia uma travessura aqui outra ali, quebrando regras simples, gerando um conflito aqui, chegando perto demais de lugares proibidos, etc. Eu... Não fazia coisas que anjos geralmente devem fazer. Eu só pensava em mim, e em diversão e aí eu conheci o Parish.... Bem, as coisas meio que evoluíram. Ele também não gostava de regras e a gente começou passar dos limites juntos. Fomos advertidos diversas vezes, mas a gente simplesmente não conseguia parar. Cada vez a gente fazia algo um pouco maior. Até que um dia a gente passou de todos os limites – River fez uma pausa e respirou fundo. Crouser afagava seus cabelos loiros lentamente num gesto silencioso de carinho e um sinal para que ele continuasse.

- E aí...?

- Aí a gente.... Foi um acidente. A gente andava com um grupo de humanos e era um racha, uma espécie de corrida. Os anjos fazem isso no céu, mas é mais seguro e totalmente amistoso, e aqui embaixo... Era perigoso e meio violento. Eles estavam de moto e a gente ia voando por cima, as vezes dando um rasante só para bagunçar sabe? E no meio da confusão... A gente perdeu o controle e-... – River engasgou e fechou os olhos tentando controlar as emoções.

- Não precisa continuar se você não se sentir b-...

- A gente matou um deles. Foi sem querer eu juro, foi um acidente, todo mundo estava indo rápido demais e ele caiu da moto e.... O Parish entrou em pânico e voltou para o Céu, mas eu não consegui deixar ele sozinho. Eu nunca nem soube o nome dele. Quando o ajuda chegou, eu fui levado de volta para o céu, e o Anjo Superior do Conselho veio falar comigo. Ele disse que não tinha escolha. Se fosse só o acidente isolado eu ia ser absolvido e tudo bem, mas devido ao histórico de antecedentes e advertências, a única saída pra mim era ser rebaixado. Anjos rebaixados viram Demônios. – Crouser sentiu um calafrio ao pensar nos seres sem essência, que vagavam pelo Inferno sem nunca ter paz. Eram mortos vivos sem propósito, que sofriam até desaparecer por completo. Algo que, em geral demorava.

- E onde estava Parish durante esse tempo todo?! – O vampiro perguntou com certa raiva. – Você disse que vocês passaram isso juntos.

- Sim, mas... Ele veio pro céu antes, como eu disse, e contou uma história meio diferente. Ele disse que veio pro racha, mas desistiu, voltando pro céu por que tinha percebido que essa não era a vida dele, que queria se redimir etc. Quando eu cheguei com a história do humano, tecnicamente só eu estava lá.

- Como é?! – Crouser fervia de raiva. Parish tinha deixado River se ferrar sozinho. Ah, da próxima vez que visse ia arrancar as penas das asas mentirosas do anjo uma. Por. Uma.

- Calma. – River pôs as mãos nos braços tensos de Crouser como se já soubesse o que ele estava pensando. – Eu perdoei ele. Por que se fosse o contrário, se eu tivesse subido antes dele eu provavelmente teria feito a mesma coisa. – Crouser não estava convencido, mas relaxou um pouco, deixou o anjo continuar. – Eu fui pro Phace e implorei por uma segunda chance no julgamento. Parish meio que me ajudou a com isso, ele intercedeu a meu favor mesmo que não tivesse muita moral para fazer coisas como uma intervenção.

- Era o mínimo que ele tinha que fazer. – Rosnou Crouser entre dentes. River sorriu;

- De qualquer forma, deu certo. Eles me enviaram no que seria a última missão, e se eu me saísse bem, ia ficar recluso um tempo e depois absolvido se mantivesse a conduta. Eu me esforcei ao máximo, realizei todos os deveres dos anjos que nunca tinha feito e fui recluso e quando eu saí, me mantive a risca. Aí surgiu o cargo do Anjo de Platina. Achei que se conseguisse, ia conseguir apagar todo esse meu passado... E me indicaram na missão de ser seu Guardião. – Crouser ergueu uma das sobrancelhas.

- Achei que essa fosse sua missão final, pelo nível de dificuldade. Eu sei, lidar comigo não é fácil. – River riu.

- Não mesmo, mas quando eu fui aceito, me disseram o motivo. Pela primeira vez eu tinha feito algo, me arriscado pensando somente em outra pessoa. Quando eu fui atrás do pessoal do Norte, eu-...

- Espera, você foi atrás deles? Você disse pra mim que tinha esbarrado neles!

- Eu não podia te dizer que tinha ido de propósito. Você ia perguntar por que e eu ia ter que dizer que... Eu tinha ido por você por que eu... – River fez uma pausa desviando os olhos e ficando ligeiramente mais corado. - Me apaixonei por você. Queria te proteger. E eu não estava pronto para admitir isso, e mentir para um Protegido, mesmo que a mentira não afete nada, não faz parte do bom comportamento que eu preciso manter.

Crouser sente uma mistura de emoções explodindo dentro de si, e faz a única coisa que pode pensar em fazer no momento: puxa o anjo pelos ombros o esmagando num abraço apertado. Se sentia tonto, era muita informação para absorver, mas deixaria que as palavras fizessem efeito mais tarde. Sentia uma pequena ponta de culpa por ser a razão de River arriscar a vida assim, mas também se sentia especial como nunca tinha se sentido para ninguém.

River o abraçou de volta sentindo um sorriso se espalhar por seus lábios e era como se o peso do mundo tivesse acabado de ser tirado de suas costas. O vampiro era simplesmente a melhor coisa que tinha lhe acontecido.



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Notas finais do capítulo

É isso aí... Continuam amando o River?

Quero comentários u.u

Espero vcs na reta final ;3



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