As Quatro Estações 2 - Romione escrita por Verônica Souza


Capítulo 3
Primavera 3




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Olhei para Hermione deitada na cama do hospital, e me senti péssimo. Se eu pudesse fazer alguma coisa para nunca mais vê-la daquele jeito, eu com certeza faria.

– Oi. – Ela disse com a voz fraca, sorrindo de lado.

– Oi meu amor. – Eu entrei no quarto e me sentei ao lado dela na cama. – Como se sente?

– Cansada e aflita.

– Não se preocupe... Doutor Victor disse que vocês dois estão bem.

– Sim, mas até quando? Aqueles pesadelos que estou tendo Ron...

– Não se preocupe, são apenas pesadelos. Não deve ser grave o que aconteceu hoje.

– Eu espero que não.

Iara abriu a porta do quarto e suspirou. Percebi que não tinha notícias muito boas.

– Conheço essa cara. – Hermione suspirou e se ajeitou na cama. Segurei a mão dela e olhei para Iara.

– O que aconteceu?

– Odeio quando o Doutor Victor me deixa com a pior parte.

– Ah não... – Hermione fechou os olhos.

– Não... Não é tão ruim assim Hermione. – Ela se aproximou. – Olha... Se você se cuidar, e se tratar, seu bebe vai nascer tão saudável quanto nós.

– Então diga... O que é? – Perguntei aflito.

– Parece que houve uma complicação na gravidez... Pode causar hemorragia se não for bem tratada, e pode levar... – Ela parou de falar e nos olhou com pena. – Mas olha só Mione... – Ela sorriu para Hermione. – Eu sei que você vai se cuidar muito bem, não vai?

Hermione olhou para mim, e depois olhou para Iara.

– Quais são as chances disso acontecer? – Ela perguntou com a voz tremula.

Iara olhou para mim, e soltou um longo suspiro.

– Oitenta por cento.

– Oitenta? – Hermione soltou a minha mão e colocou as mãos em sua barriga. – Mas isso é muita coisa.

– Hermione... Você sobreviveu a um acidente. – Falei olhando para ela. – Isso também era quase impossível. Nós podemos conseguir.

– Eu sei que posso. – Ela disse nos surpreendendo. – Eu vou conseguir Rony. Eu não vou deixar o meu filho perder a vida. Chegamos tão longe... E vamos conseguir. – Ela olhou para sua barriga. – Mamãe vai cuidar de você meu amor, não se preocupe. Você logo vai estar aqui nos nossos braços, e ganhando muito amor, assim como sua irmã.

Olhei emocionado para ela, e Iara sorriu. Do fundo do meu coração, eu esperava mesmo que aquilo tudo fosse apenas um pesadelo.




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– Chegamos! – Falei ajudando Hermione a entrar em casa. Já era de manhã, e nós dois não tínhamos conseguido dormir.

– Mamãe! – Rose correu em direção a Hermione, mas parou quando eu a interrompi.

– Calma princesa, a mamãe ainda está se recuperando. – Eu disse pegando ela no colo.

– Você melhorou mamãe? – Ela perguntou.

– Estou melhor sim meu amor.

– E o meu irmãozinho também?

Hermione me olhou triste.

– Ele está sim. Logo vai estar aqui com a gente. – Ela disse para Rose.

– Graças a Deus vocês já chegaram. Estava morrendo de preocupação. – Gina apareceu na sala, com Alvo e Tiago. – Eu preparei o café, vocês devem estar com fome.

– Na verdade eu estou muito cansada, queria dormir...

– Não, não. – Falei rapidamente colocando Rose no chão. – Você vai comer primeiro, tem que se alimentar.

– Rony tem razão Hermione. Agora você não pode pensar somente em você.

– Hey... Está bem gente. Eu vou me alimentar. – Ela sorriu. – Eu só espero que tenha feito ovos com bacon... Porque estou com muita fome. – Ela riu e nós também.

– Claro que eu fiz! Vem as crianças também precisam comer.

Alvo e Tiago comemoraram, e Hermione foi para a cozinha com eles e Rose. Gina ficou na sala, e o sorriso dela sumiu quando ela me olhou.

– É muito grave?

– Oitenta por cento de chance do bebe não nascer.

– Oh não Rony... – Ela se aproximou e me deu um abraço. – Mas não fique assim. Hermione é forte, e nós sabemos muito bem disso.

– É disso que tenho medo. – Suspirei e passei a mão em meus cabelos. – Hermione está otimista demais. Se... Se caso... – Suspirei e fechei os olhos. – Eu só não quero que ela sofra.

– Eu sei que não quer. Nenhum de nós quer. Mas vai ser o que tiver de ser. Hermione não voltou pra você? Quem sabe um milagre aconteça e o bebe nasça bem e com saúde?

– Eu espero que sim... Porque tudo o que eu mais quero é ter meu filho nos braços...

– Você terá. – Ela segurou minha mão e apertou. Gina se parecia muito com minha mãe quando ficava daquele jeito, e eu nunca tinha admirado tanto ela por isso.

– E então... Estou com fome, espero que tenha feito muitas panquecas. – Eu sorri quebrando o clima e ela sorriu de volta.

– Claro que fiz! Acha que ia me esquecer do meu irmão que tem fome de leão?

– Ah não, você ainda lembra disso! – Eu ri constrangido, e fomos juntos para a cozinha tomar o café da manhã.



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Já era noite. Passamos uma tarde agradável, e tentamos distrair Hermione para que ela não pensasse tanto no que tinha acontecido. Ter uma tarde com três crianças era muito cansativo, e nós estávamos exaustos. Ajeitei o travesseiro para Hermione, e ela se deitou. Tinha um sorriso diferente no rosto, enquanto olhava para o nada.

– O que foi? – Perguntei cruzando os braços.

– Estou imaginando quando o bebê chegar. Vai ser bom lembrar a sensação de cuidar de um bebê.

– Você sempre foi boa nisso. – Eu sorri lembrando quando Rose era um bebê.

– Eu não sei se ainda sou boa.

– Claro que é... É uma coisa de mãe. E também, você se sai bem em tudo o que faz. – Deitei ao lado dela na cama e a abracei.

– Desse jeito que estou sendo mimada, vou ficar mal acostumada. – Ela sorriu.

– É bom mesmo ficar... Porque eu vou mimá-la pra sempre. – Beijei o rosto dela.

– A pessoa tem que ter muita sorte... Casar com um marido tão maravilhoso, perder a memória e mesmo assim continuar casada. – Ela sorriu. – Ter uma filha maravilhosa, e um bebê a caminho. Sou muito sortuda mesmo. – Ela olhou para mim com os olhos brilhando.

– Acho que o sortudo aqui sou eu. – Eu sorri. – Por ter me casado com uma mulher incrível, pensar que a perdi durante tanto tempo, e depois consegui reconquistá-la.

– Acho que estamos muito melosos hoje. – Ela riu.

– Um pouco de açúcar não faz mal a ninguém. – Segurei o rosto dela delicadamente e a beijei. E nunca ia me cansar de dizer o quanto eu adorava sentir o sabor daquele beijo.



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– Hermione? Está tudo bem? – Abri a porta do banheiro. Coloquei as mãos em minha boca e meus olhos quase saltaram do meu rosto. Aquela tinha sido a pior cena que eu já tinha visto em toda a minha vida. – HERMIONE O QUE ACONTECEU? – Perguntei olhando para todo o sangue no chão. Hermione estava em um canto, dentro da banheira vazia. Chorava segurando sua barriga, enquanto o banheiro estava repleto de sangue.

– Eu o perdi... – Ela sussurrava enquanto chorava. – Não consegui Ron, sou um fracasso...

Tentei fazer alguma coisa, mas não consegui me mexer. Não sei se estava em choque, ou se eu realmente não conseguia me mexer.



– Amor! O que foi? – Hermione me balançou. Abri os olhos assustado e olhei para ela. A luz do abajur estava acesa, e ela estava assustada. – O que aconteceu?

– Eu... Tive um pesadelo.

– Agora é você?

– Foi a coisa... Mais horrível... Que já vi na minha vida. – Eu me sentei, passando a mão no rosto.

– Agora sabe como eu me sinto.

– Sério Hermione, se você tinha pesadelos assim, eu não sei como você consegue manter a calma desse jeito.

– Meu emocional ficava abalado.

– Sei como é. – Olhei para ela. – Está tudo bem?

– Acho que eu que tinha que perguntar isso. – Ela riu.

– Não, eu digo... Com você e com o bebe?

– Ele chutou agora a pouco, está tudo bem. – Ela sorriu.

– Que bom... Meu pesadelo foi realmente horrível.

– Mas esses pesadelos vão passar logo. – Ela segurou minha mão.

– Eu espero que sim. – Beijei a mão dela. – Agora... Sabe do que eu preciso?

– Do que?

– De um cafuné da minha esposa, para que eu consiga dormir bem e sem pesadelos.

– Mas isso é fácil. – Ela sorriu e eu voltei a me deitar. Apagou a luz do abajur e se aproximou de mim o suficiente para que eu sentisse a respiração dela. – Boa noite amor.

– Boa noite meu amor.

Pensei que não ia conseguir dormir mais naquela noite, mas os carinhos de Hermione eram tão doces, que não tinha como não dormir. Por sorte, eu teria aqueles carinhos para o resto da minha vida.




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Cheguei ao trabalho morrendo de dor de cabeça. Os funcionários me cumprimentaram, e eu apenas retribuía com um aceno. Meus olhos estavam se fechando aos poucos por causa do cansaço, e eu ainda tinha que estar animado para atender centenas de clientes.

– Bom dia! – Harry disse animado, como sempre estava.

– Bom dia. – Respondi desanimado.

– Ihh, o que houve?

– Não dormi direito a noite.

– Por quê? Ficaram tão felizes por estarem de volta em casa? – Ele sorriu maroto.

– Antes fosse. Tive um pesadelo, o pior que já tive na vida.

– Pesadelo? Tipo os da Hermione?

– Se não foi pior. Sério Harry, só de lembrar aquele pesadelo eu... – Olhei para ele e suspirei. – Não gosto nem de lembrar.

– Você quer ir embora e eu cuido da loja?

– Não, não precisa. Só vou tomar um remédio para dor de cabeça e já começo o trabalho. Iara está com Hermione em casa, mais tarde eu ligo para saber se estão bem.

– Olha Rony, não se preocupe tanto com essas coisas. Falta pouco tempo.

– Eu sei, mas não aguento mais esperar. Quero meu filho nos meus braços logo, quero Hermione bem e feliz.

– E isso logo vai acontecer cara, você só precisa ter um pouco de paciência.

– Acho que mais do que eu já tenho é impossível.

– Quem diria Rony Weasley o paciente.

Nós rimos.

– Vamos logo Senhor Paciente, tem vários clientes para atendermos.










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