Como Seguir A Vida?? escrita por Amanda Amaral Pretula Silva


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Gente agradeço se comentarem o que estão achando.
Obrigada.



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Senti como se tivesse levado um soco no estomago, senti doer cada músculo do meu corpo, não conseguia respirar direito, era como se eu fosse desmaiar ali mesmo na frente do Peeta. Meus olhos pareciam um mar de tantas lágrimas, eu estava paralisada, petrificada, não conseguia me mover, nem falar, nem gritar. Nada.
-Katniss, Katniss, KATNISS, por favor, fala alguma coisa, DOUTOR – grita Peeta quase histericamente. 
- Katniss- senti o toque do doutor no meu ombro, então ele colocou uma luz no meu olho e ficou ali observando. Eu estava ali, conseguia escutar eles, conseguia sentir eles me sacudindo, conseguia ver o desespero do Peeta, mas não conseguia me mexer, era como se tivesse em um pesadelo. Quando de repente eu o vi se agarrar nas costas de uma cadeira do consultório e abaixar a cabeça, eu sabia o que estava acontecendo, eu sabia que ele ia ter uma crise ali mesmo, eu sabia que se eu não fizesse alguma coisa ele poderia até matar alguém, poderia até ser o doutor. Eu tinha que fazer alguma coisa, de repente ele quebrou a cadeira sem fazer esforço aparentemente, o barulho da cadeira fez com que o doutor desse um pulo pra trás, foi o suficiente pra me despertar daquele transe, me levantei da maca tão rápido que senti aquela tontura novamente, mas não tinha tempo pra isso, teria que deter o Peeta antes que fizesse uma bobagem, quando cheguei perto ele se virou com os olhos vermelhos e os punhos cerrados pronto pra o ataque, então segurei suas mãos e coloquei na minha barriga respirei fundo, olhei bem no fundo dos seus olhos e disse – Está tudo bem Peeta, eu estou bem. – Ele ficou me olhando ainda desconfiado, mas ele acreditou em mim e então acariciou minha barriga com uma mão e com a outra alisou meu rosto e me deu um beijo rápido, respirou fundo e então seus olhos voltaram à cor natural. 
- Vamos pra casa? – perguntei já puxando sua mão.
- Não – ele me puxou com força – Vamos ouvir as instruções do doutor, deve ter alguma certo Doutor? Nós dois olhamos para o doutor ali parado com uma cara de assustado provavelmente pela cena mais bizarra que já viu em sua vida.
- Si- sim, tenho algumas – Gaguejou.
Ouvimos todas as instruções cuidadosamente, eu por que já que não tem como evitar mais isso quero que essa criança nasça pelo menos saudável já que sua vida vai ser difícil, mas o Peeta parecia estar muito mais preocupado, então percebi por algumas perguntas que ele fez que sua preocupação não era apenas com o bebe e sim comigo, ele tinha medo, ele não aguentaria me perder, não depois de tudo.
Fomos pra casa em silencio, não imagino o que passava na cabeça dele, mas na minha parecia um turbilhão de pensamentos todos juntos, passado, presente e futuro, lembrei-me da Prim, do sofrimento da minha mãe, do Finnick, da Annie criando seu menino sozinha. Parei por um segundo nesse pensamento, imaginando ela criando o Finn durante todos esses anos, sempre me arrepio quando eu o vejo, ele é exatamente igual ao Finnick é uma copia viva bem ali em nossa frente, Annie quis homenagear o marido colocando seu nome de Finn então tornou tudo mais difícil, só de olhar pra ele já me dá vontade de chorar, tenho que engolir a seco sempre, ele gosta de se parecer com o pai que nunca conheceu então sempre que tem oportunidade faz milhares de perguntas sobre o Finnick pra poder ter mais informações e logo depois faz tudo o que contamos. A primeira vez que ele me viu disse: - "Quer um cubo de açúcar?!" – Eu paralisei na sua frente e todas as imagens do Finnick vieram a tona e de repente tive que balançar a cabeça pra me livrar daquelas lembranças e só então percebi que não era ele e sim seu filho bem ali na minha frente exatamente igual, ele teria orgulho e iria se gabar muito sobre isso. Dei um sorriso ao pensar nisso, e só então me dei conta com o que Peeta estava preocupado, em que ele estava pensando durante todo o caminho, ele também estava pensando na Annie, mas não como eu que acabei me perdendo nas lembranças, ele tava pensando o que a Annie teve que passar sozinha com um filho, e o que ela ainda passa tendo que sobreviver todos os dias com a perda do seu grande amor e ainda ter forças pra amar seu filho que é exatamente igual ao pai o que deve fazer ela sofrer todos os dias. Peeta não sobreveria a isso, não sem mim, me senti um pouco egoísta ao pensar isso, mas ele já foi muito mais forte que eu em outra época, era ele que me acalmava na verdade ainda faz, mas é ai que está o segredo, nós não conseguimos viver um sem o outro, só ele é capaz de me tirar dos meus pesadelos e só eu só capaz de tira-lo de suas crises. Somos um pacote agora e isso não pode ser desfeito, e era isso que o Peeta estava pensando, eu sabia.
- Eu vou ficar bem Peeta.
-Eu sei – disse sem olhar pra mim.
Parei de caminhar então ele foi forçado a parar e olhar pra mim. Quando ele me olhou, eu puxei seu corpo mais perto do meu, ficamos em uma distancia que conseguia sentir seu halito quente em minha pele, então acariciei seu rosto e mordi meus lábios, fiz tudo que podia pra provoca-lo, então ele cedeu me puxou e me beijou. Não costumamos fazer isso em publico ainda mais agora que somos celebridades por aqui, mas eu precisava fazê-lo sentir que não ia me perder, não sem eu lutar como sempre fiz.
- Eu não vou a lugar nenhum, não importa o que aconteça Peeta.
-Eu sei, por que se você for eu quero que saiba que vou te achar.
-Assim espero, vamos pra casa agora? – ainda estávamos abraçados, estava bom assim não queria soltar, então ele me pegou no colo e me carregou até em casa, não estávamos longe então eu o deixei fazer isso, ele parecia feliz de conseguir fazer isso sem sentir a perna, então apenas nos permitimos. Todos nos olhavam e sorriam como se aprovassem isso, estávamos parecendo recém-casados foi engraçado pensar nisso, fiquei imaginando o que essas pessoas iriam achar quando descobrisse que eu teria um bebe. Vai ser uma festa com certeza, mas uma festa que ainda não estou muito feliz em ser a anfitriã. 
Peeta me carrega até a cama e me deixa ali e vira pra sair, então eu seguro a sua mão e falo – Fica comigo? Sem nem hesitar ele responde – Sempre.


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