POV CARLISLE.

A noite para mim foi bem longa. Não conseguia dormir de maneira alguma. Sentei na poltrona. Com uma mão segurava um copo de whisky e com a outra segurava a escritura da casa de Esme. Será que ela e sua família sabiam que esse documento me pertencia agora? Eu tinha que dar um jeito de descobrir e é isso que pretendo fazer assim que o dia amanhecer.

POV JASPER.

Acordei ao lado de... Bem não importa saber seu nome. Acordei com uma baita dor de cabeça devivo ao grande consumo de álcool da noite passada. Aos poucos fui me lembrando de Edward e da escritura. Precisava saber se ele deu ela e pra quem ele deu. Me recompus e fui bater na porta do escritório de Edward.

- O que te trás aqui tão cedo Sr.Platt?

- Não seja cínico Edward. Falei berrando.

- Cínico, eu?

- O que fez com a escritura da minha casa?

- Bom, a sua escritura agora pertence ao Sr. Cullen.

- Como???

- Isso mesmo que ouviu Sr.Platt.

E agora o que eu ia fazer? Se ao menos Esme aceitasse Carlisle, ele poderia me devolver a escritura e o principal, sem divulgar a minha família sobre o ocorrido. Rapidamente fui para casa. Precisava tomar um banho, por as ideias no lugar e é claro convencer a tonta da minha irmã a se casar com o Dr.Cullen.

POV ESME.

Estava sentada no jardim, tomando um ar fresco, quando de repente aparece na minha frente Charles, meu Charles.

- O que faz aqui? Por acaso ficaste louco?

- Eu vim conversar com seu pai, assim como te prometi. Vim pedir sua mão em casamento meu amor.

POV AUGUSTA.

O dia estava tranquilo. O baile tinha sido um evento memorável e o Sr. Cullen parece mesmo ter gostado de Esme. Tudo estava saindo muito bem. Olho o movimento da rua pela janela e não pode ser! Com quem Esme está conversando. Desci quase que correndo as escadas e fui até o jardim.

- Bom dia senhora. Sou Charles Evenson e vim aqui falar com seu marido sobre as minhas intenções com relação à Esme.

Olhei o rapaz de cima a baixo. Era bonito, não podia negar. Mas suas vestes e seu sobrenome lhe entregavam, ele não era um homem do nosso ciclo social. Se fosse eu me recordaria dele. De onde Esme o conhecia? Será que eles vinham se encontrando as escondidas? Estava tudo tão perfeito, que eu não iria permitir que um simples rapaz estragasse tudo.

- Esme querida, suba para seu quarto. Quero falar a sós com este rapaz. Ordenei e esperei Esme sair de vista para poder conversar melhor.

- O que tem a oferecer a minha filha Sr. Evenson? Porque está claro que não pode oferecer o melhor para ela.

- Senhora Platt, eu amo sua filha e quero muito fazê-la feliz.

- Amor não enche barriga Sr. Evenson. Minha filha está acostumada a ter tudo do bom e do melhor. Pretende deixá-la sozinha quando estiver em serviço ou pior quando for convocado para guerra. Deixará minha filha aflita sem notícias suas, sem saber se voltará vivo ou não.

- Senhora Platt, eu só gostaria de conversar com marido.

- Meu marido é um homem doente, que morrerá de desgosto se souber das suas intenções. Assim como eu, ele procura o marido ideal para nossa filha. Eu acho melhor o senhor não incomodá-lo e pensar melhor em tudo o que eu te disse.

- Mas...

- Foi um prazer Sr. Evenson.

POV CHARLES.

Sai transtornado da casa de Esme, eu nem pude conversar com seu pai para que ele soubesse que minhas intenções com sua filha eram as melhores possíveis. Eu não ia desistir assim tão fácil. Amanhã irei de novo tentar falar com o Sr.Platt. Não posso imaginar Esme com outro homem, eu a amo e ela também me ama. Nosso destino é sermos felizes juntos.

POV ESME.

Queria muito ter ouvido a conversa de minha mãe com Charles. Mas a obedeci quando ela me mandou subir. Nesses assuntos, as prometidas não participavam da negociação.

- Como foi com Charles mamãe? Perguntei ansiosa.

- Ele preferiu não incomodar seu pai hoje. Disse que viria outro dia.

Achei bem estranho esse comportamento. Charles não é assim. Ele sempre corre atrás do que quer. Se bem que meu pai anda pior a cada dia. Talvez Charles só não o quisesse incomodar.

POV AUGUSTA.

Como eu pude ser tão desatenta. Só agora percebi que minha filha estava apaixonada pelo Charles. Não podia deixar uma coisa dessa acontecer em hipótese alguma. Resolvi tomar uma decisão imediatamente. Para o bem de Esme e de nossa família.

POV CARLISLE.

            Esme mexia comigo de um jeito que mulher nenhuma mexeu em toda a minha vida. Isso parece exagerado e até doentio, mas eu tinha certeza de que a queria como esposa. No finzinho da tarde fui à casa dos Platt.

- Que prazer recebê-lo Sr.Cullen. A que devo a honra?

- Eu vou ser bem direto Sra. Platt. Eu gostaria de poder cortejar sua filha?

- Claro que sim Sr.Cullen. Eu e meu marido fazemos muito gosto nessa união.

- Acha que eu poderia passear com ela pelo jardim amanhã? Gostaria de lhe conhecer melhor.

- Claro. Venha amanhã às 15h.

Não estava acreditando que tinha conseguido permissão da família de Esme para corteja-la. Ela devia ter muitos pretendentes e eu era só um novato na cidade. Esperarei ansioso por amanhã e espero que Esme possa realmente gostar de mim.

Dia seguinte...

- Sr. Charles Evenson?

- Sim, sou eu.

- O senhor está preso!

- O que?

- Está preso, vamos. – Disse o superior já algemando e levando Charles.

-Eu não fiz nada. Não pode me levar preso. Exigo falar com seu superior.

- Eu sou o superior. Disse sarcástico, com um sorriso nos lábios.

*

- Srta Esme, acorde! Acorde!

- Porque Rosário? Perguntei ainda sonolenta.

- Estava comprando tecidos para senhora sua mãe, quando ouvi um boato de que Charles foi preso.

- Preso? Dei um pulo da cama. Como preso?

- Eu não sei senhorita. Só sei que ele foi levado para a delegacia de Santa Cruz.

POV ESME.

Vesti toda minha roupa, mas rápido do que de costume. Rosário me ajudou com as anáguas e o espartilho. Sai em disparada para fora de casa. Iria à delegacia saber o que aconteceu.

- Srta. Delegacia não é lugar para mulher frequentar. Você vai ficar falada e sua mãe não vai gostar nada de saber disso.

Não dei ouvidos a Rosário. Sai correndo em direção à delegacia. Não sabia o que estava acontecendo nas ruas. Estava uma bagunça total. Ao que parecia, um grupo de bárbaros invadiu a cidade e estava destruindo tudo. Tentando sair de perto da confusão, não percebi quando alguém me acertou com uma paulada e fui parar no chão.

POV CARLISLE.

Assim que amanheceu fui a uma loja comprar um buque de flores para Esme. Hoje seria nosso primeiro encontro e minhas mãos suavam só de pensar na possibilidade dela me rejeitar. Alguma coisa de muito errada estava acontecendo na cidade. Tentei voltar correndo para casa, quando de repente vejo uma mulher caída no chão. Fui levantá-la. Ela estava desacordada. Quando a virei, não podia ser. Era Esme. Minha Esme. Peguei-a no colo e a levei imediatamente para minha casa. Deitei-a em minha cama. Esme estava com uns arranhões pelos braços. Peguei um pano com água quente e fui limpá-la. Percebi que também tinha arranhões em suas pernas. Fiquei preocupado de haver arranhões em mais lugares do seu corpo. Pedi a uma empregada que retirasse o vestido de Esme para que eu pudesse examiná-la. Ela o retirou, deixando Esme com suas roupas de baixo e coberta por um lençol fino. Entrei no quarto e olhei para Esme, parecia um anjo dormindo. Olhar para ela nunca foi uma tarefa fácil e vestida assim era mais difícil ainda. Limpei e cuidei de todos os seus machucados.

Depois de mais alguns minutos, Esme foi abrindo os olhos lentamente e se assustou ao me ver em sua frente. Deu uma rápida olhada para o local onde estava e principalmente para si mesmo, vendo que estava apenas com sua roupa de baixo e gritou.