Na Ponta Dos Pés. escrita por Hikari


Capítulo 1
"...'Cause you gave me all you had and more [...]"


Notas iniciais do capítulo

Isso é uma poesia, certo? Suponho que sim. É a primeira que posto no fanfiction, e eu mesma já relutava em postá-la.
Aproveitem a leitura. Dedicada a Hinata e a Yui - Angel Beats. ^^/



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Na ponta dos pés... talvez se você tentasse na ponta dos pés, você entenderia. Talvez se você fosse preparar-se na ponta dos pés, você conseguisse. Talvez se andasse na ponta dos pés, você compreenderia, e aceitaria.

Algumas pessoas não o podem, talvez saiba disso. Portanto insisto: continue. Continue dedilhando seus dedos pelo chão, deslizando, titubeando e cambaleando. Não se importe se cair. É assim que você aprende. Talvez dessa maneira, você se lembre.

Aja como se fosse uma missão. Uma missão de quando éramos pequenos, e queríamos fugir de nossos respectivos quartos. Quando queríamos um pouco de liberdade, e assim nós alcançávamos. Quando tudo isso acontecia e íamos em busca de explorações pela noite. Com lanternas, com casacos, e andando na ponta dos pés.

Talvez naquela época fosse mais fácil. Eu não sei. Não poderia tentar agora, mesmo que eu o queira. Pode ser uma obra planejada. Pode ser que isso não seja como eu queira, mas foi como tinha de ser. E agora estou aqui, e você também. Você ao meu lado, dizendo-me palavras mansas. Pelo menos posso vê-lo, observá-lo. Assistir enquanto você caminha na ponta dos pés para beijar o topo de minha cabeça no meio da noite escura e fria, pois não quer acordar ninguém. De quando você chega na ponta dos pés em uma tarde ensolarada enquanto leio para me abraçar e sussurrar em meu ouvido, pois quer me surpreender. De quando, na ponta dos pés, você se aproxima de mim enquanto durmo, para poder se aconchegar ao meu lado e repetir aquelas palavras conforme eu acordo vagarosamente, meus olhos ainda sonolentos e sua voz idílica acalmando-me e embalando-me novamente em sonhos onde nós dois estamos andando, também, na ponta dos pés, diante de um campo, onde posso me mover novamente, e você pode me envolver com seus braços e nós dançamos, sempre na ponta dos pés, para não incomodar a pequena e gloriosa vida que nos cobre, para não perturbar a natureza, ou a noite cheia e inundada de estrelas reluzentes e faiscantes.

Na ponta dos pés, nós poderíamos ficar para poder enxergar um novo dia, um novo amanhecer, pela janela alta de um misterioso amanhã, ou detrás de um rochedo onde nós poderíamos escalar, nossos dedos agarrando cavidades e içando-nos para cima, na beira de nossos pés iríamos chegar ao topo, onde poderíamos sentar juntos, a ponta de nossos pés entrelaçadas naquele início de manhã dardejando suas expectativas, e suas esperanças.

Eu também poderia estar na ponta dos pés enquanto inclinava-me em sua direção, suas mãos familiares e calorosas apoiando-se em minha cintura carinhosamente, e a minha acariciando seu cabelo, e nosso toque seria ingênuo, delicado, puro e sincero. Na ponta dos pés você também me colocaria no galho de uma árvore alta, enquanto eu protesto e você ri. Também poderíamos ser felizes quando competiríamos quem pega primeiro aquela laranja que se encontra pronta a ser colhida naquela mesma árvore, pois você é alto, e eu não, e seria uma competição onde já saberíamos quem venceria, entretanto, do mesmo modo, ficaríamos na ponta dos pés. Nós gargalharíamos, divertindo-nos no empenho um do outro.

Tudo isso, seria possível na ponta dos pés. Porque assim seria genuíno e leviano. Como antigamente era. Quando éramos menores e eu podia acompanhá-lo. Mas, infelizmente, não posso mais realizar isso. Sinto muito, peço desculpas sinceramente a você. Não posso conseguir o que eu quero, que é manter-me de pé e girar em suas mãos como ponto fixo, na ponta dos pés. Não posso ficar na ponta dos pés para você me segurar e acobertar-me com seus braços, puxando-me para perto de seu corpo enquanto me levanta e rodopia na segurança de seu calor. Porque aquele carro me atingiu, em minhas costas. E assim minha paralisia se alastrou, dispersando-se pelo meu corpo até ele não mover-se mais.

Entretanto, você está bem. E é isso que importa agora. Você pode ficar na ponta dos pés e fazer isso por mim. Você me acompanha em meu ritmo monótono e consegue deixá-lo em harmonia.

Porque eu te amo. E descobri que isso é recíproco.

Pois você ficou na ponta dos pés por mim, e me abraçou, e me disse que tudo estava bem. Beijando minha bochecha você murmurou que ficaria comigo, ao meu lado. Para toda a eternidade. E assim nós poderíamos ficar na ponta dos pés, novamente, um dia. Pois você me prometeu, e promessas nós cumprimos. Porque nós fizemos essa promessa, naquele dia, na ponta dos pés, com os dedos interligados e unidos, sorrindo um para o outro.

E nós nunca iremos esquecer.


"[...] You taught me how to be so fearless;
Always pushing me further each day
Saying, 'You can overcome it all
and find happiness along the way if you try' [...]"

Ichiban no Takaramono - Yui Version.


 




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Notas finais do capítulo

Comentem, comentem, comentem! Digam-me, o que acharam? Ficou muito asldjlaksdja? Meu irmão ficou meses me provocando com 'na ponta dos pés', porém, espero que tenham gostado!
COMENTEM, por favor! Agradeço a todos que reservaram um tempo para ler meu texto!
—ReynaPotter.



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