No meio da Guerra escrita por Camyarsie


Capítulo 4
Família nova


Notas iniciais do capítulo

" Ela nos deve a vida, já que a salvamos da hidra que estava prestes a engoli-la. Então pouco me importa os sentimentos dela. "



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ALEX

Quando a imagem retorcida termina o seu trabalho, o que víamos ilustrando era um homem de barba castanha e bem cuidada. Seu rosto não era o dos mais jovens – devia ter lá pela casa dos cinquenta anos – mas seus olhos pareciam ter séculos de idade, castanhos e observadores. O ambiente em que permanecia era um quarto com um painel cheio de fotos e algumas bugigangas antigas ao redor. Não sabia quem era a pessoa, contudo os meus companheiros ou nem tanto assim aparentavam reconhecê-lo.

– Quíron! – Alan fala como se fosse um alívio de ele ter aparecido justo no meio da discussão.

– Olá garotos. Gostaria de saber o que se passa por aí. Algum sinal dos Romanos?

– Negativo senhor. – responde David – Mas acabamos de encontrar uma semideusa que irá nos ajudar – disse me puxando para o campo de visão da mensagem. Indignada, o fuzilei com o olhar enquanto tentava me desvincular, inutilmente é claro graças à minha perna.

– Uma semideusa? Sozinha? – disse Quíron, que estranhando me avaliava.

– Ela estava em apuros, Quíron. Uma hidra queria jantá-la. Já nos certificamos que não é uma espiã. – Alan se meteu.

– Eu não... – tentei falar que não queria ajudar bosta nenhuma, mas não deu muito certo, pois fui interrompida por Quíron. Mas percebi que aquela não era a intenção dele.

– Qual é o seu nome garota?

Hesitei – prestes a falar que não iria entrar na guerra, mas pensei melhor. Se eu não ajudasse em nada, David me mataria. Isso era uma certeza, pelo olhar que me lançava.

Além disso, não queria ser chamada de covarde ou fraca.

– Alex Falconi. – resmunguei.

– Quantos anos você tem?

– Dezesseis.

Quíron murmura alguma coisa que não entendi muito bem, mas parecia ser: ela deveria ter sido reclamada há anos. Não que isso ajudasse a minha situação de confusão que passava pela minha cabeça.

– Muito bem. Alan e David tragam-na para o acampamento, quando outros semideuses forem ajuda-los a voltarem em segurança. Por enquanto, expliquem para ela o que puderem e continuem com a tarefa.

– Mas Quíron, por quanto tempo teremos que ficar por aqui ainda? Os monstros estão nos rastreando cada vez mais. – Alan perguntou, preocupado.

– Estejam atentos. Recebemos uma mensagem que o nosso acampamento será atacado em breve pelos romanos e quem sabe pelas forças de Gaia. Só iremos arriscar mantê-los de sentinela na estrada por no máximo dois dias. Precisaremos de todos para obter sucesso na batalha. Annabeth, Percy, Jason, Leo e Piper estão fazendo o possível com dois outros semideuses romanos para selar as Portas da Morte, mas está... Complicada as coisas para eles. Temo que não consigam lacrá-las a tempo.

– Certo senhor. – prosseguiu David – Então recapitulando, ficaremos aqui por no máximo mais dois dias até recebermos ajuda para voltar são e salvo no acampamento, correto?

– Sim s.r. Lincoun. E quanto aos monstros, improvisem um pouco. Tenho certeza que darão conta do recado.

– Claro senhor. – disse Alan, não parecendo muito satisfeito.

– Lamento, mas agora preciso sair para ver os equipamentos para o combate. Boa sorte, guerreiros. – Quíron finalizou passando a mão na névoa, e os dois garotos pareceram satisfeitos com o apelido.

* * *

ALAN

Tive que tirar a Alex das garras de David, mesmo com o ombro machucado, ou senão resultaria numa briga feia. Se ela tivesse dado o soco na cara dele, a americana estaria ferrada.

– EU DISSE QUE NÃO IRIA AJUDAR! – ela gritou se contorcendo enquanto eu tentava separá-la de David, que assistia a tudo –, mas vocês ligam para isso? Não! Só se importam com a minha espada decepando inimigos na batalha, NÃO É MESMO?

– VOCÊ PODE NÃO TER PERCEBIDO, MAS AS COISAS ESTÃO FEIAS PARA O NOSSO LADO TAMBÉM! PRECISAMOS DE TODA A AJUDA POSSÍVEL! – também gritava o David.

– Vocês pelo menos acham que estou pronta? Pelo menos chegaram a pensar que posso não conseguir MATAR PESSOAS? Monstros é uma coisa, mas humanos...

– Se você não sabe quão sério é a nossa situação, saiba que A PORRA DO MUNDO INTEIRO VAI ACABAR! Não entende? Gaia pretende acabar com TUDO E TODOS! Humanos, monstros, semideuses, deuses, TUDO!

Alex parou de falar um pouco, respirando forte e perplexa com a situação.

– Se não obtermos sucesso na batalha contra Gaia, uma força até mais poderosa que os titãs, pais dos deuses, nosso mundo vai desmoronar. E nossa situação é crítica. Os romanos não se tocam que a verdadeira inimiga é Gaia, não nós! Estamos nos preparando para dois confrontos pesados. Só queremos ajuda, Alex!

“Agora você já sabe que é uma semideusa, sabe que faz parte da nossa família! Depois que a guerra acabar, te deixaremos viver a sua vida em paz, mas agora só queremos viver também! Então dá para colaborar um pouco? Te ensinaremos a lutar e a se defender – e quanto a matar, vamos fazer isso o mínimo possível com os romanos. Tudo bem?” – David terminou a olhando com expectativa, e eu o olhando admirado. David normalmente não era de explicar primeiro antes de lutar.

Alex olhou para o chão, se decidindo. Ficamos cerca de dez segundos imóveis, esperando a resposta. David parado a cerca de meio metro de nós e eu entre os dois.

Ela respirou fundo. – Portanto que me tratem bem e parem de me obrigar a fazer coisas, por enquanto ajudo. Pelo bem do mundo e... Da minha família. – disse, dando uma olhadinha para nós dois no final da frase.

Eu e David sorrimos (na verdade o de David foi um meio sorriso, mas para ele está valendo).

Duas horas depois, lá estava eu de vigia no primeiro turno. Foi um parto convencer a Alex a dormir, mas finalmente conseguimos depois de meia hora. David foi o mais fácil de aceitar, ele simplesmente desmaiou no colchão e começou a roncar levemente.

Eu não me importava de ficar acordado. Mesmo que eu tentasse descansar, iria ser difícil me livrar dos sonhos, cada vez mais devastadores.

Mesmo com o curativo improvisado no ombro, o meu machucado ardia bastante. Pelo menos o sangue parara um pouco, contudo mesmo assim incomodava bastante ainda. Ao meu lado direito, Alex se contorcia enquanto dormia. Provavelmente pesadelo.

Passado alguns minutos, David acordou. Tentou me convencer para relaxar um pouco, porém não conseguiu. Então ficamos nós dois de vigia. Dado um momento, olhamos para a Alex.

– De quem você acha que ela é filha? – David perguntou casualmente.

– Não sei cara. Hum... Pela ousadia que te enfrentou e aturou a dor na perna e tal... Eu diria que tem algumas características de Ares. Mas não tem estatura para isso... Então não tenho a mínima ideia.

– Tomara que não seja realmente filha de Ares. Já estou cheio de irmãs. Ainda mais daquelas que só querem se dar bem sem fazer nada.

– Mas também não precisava de tudo aquilo, não é? – disse, pensando na briga de mais cedo. – Já deve ser duro ter que enfrentar a verdade de ser um semideus, e ainda falamos que ela terá que lutar na guerra? Não sei se reagiria de outra forma.

– Olha, eu pelo menos já passei por coisas muito piores do que uma guerra, então posso dizer certamente que essa não é a pior sensação do mundo. E estamos dando uma ótima proposta! Poxa, a tiramos da rua e em troca pedimos uma ajuda na batalha. Por um lar, faria até mais do que isso.

– Pra você falar é fácil, já que é filho do deus da guerra...

– Ela nos deve a vida, já que a salvamos da hidra que estava prestes a engoli-la. Então pouco me importa os sentimentos dela.

Isso não me surpreende, penso, contudo não ouso dizer em voz alta.

De repente, Alex sentou-se, encharcada de suor.

– Temos que sair daqui! – ela fala ofegante – Agora!


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Notas finais do capítulo

Enfim... sabia que comentar não mata?? C'mon... Quero saber a opinião de vocês!! O que tenho que melhorar?? Têm alguma ideia que acham interessante ser comentada??? Fiquem à vontade.



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