Kyodai - The Awakening Of Chaos (Interativa) escrita por Wondernautas


Capítulo 53
Capítulo 47 - Yujo Senshi


Notas iniciais do capítulo

Yooooo..



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– Onde foi que ela se meteu? – pergunta Senshi, para si mesmo, procurando Tsubaki Seijitsu por cada canto do colégio.

Ele sabe que precisa estar ao lado dela durante o confronto contra Fênix. Porém, preocupada com Daisuke, a curandeira sequer se lembrou desse detalhe e saiu correndo como uma desesperada em busca do melhor amigo. Por fim, Senshi foi atrás dela e se separou tanto de Tsubaki quanto dos outros. No fundo, ele queria estar mesmo é com Nagashi. E, com toda a confusão, acabou que ninguém tratara dos ferimentos no corpo do “prateado” – apesar disso ser apenas um detalhe, pois sua incrível resistência faz com que tais ferimentos não sejam lá tão problemáticos.

– Afz, quando mais se precisa, não se acha ninguém por aqui. – pensa ele, enquanto corre e observa as chamas por todos os cantos do colégio.

– Senshi! – grita alguém.

O garoto para e se vira de uma só vez. Está surpreso por encontrar logo ele...

– Yuki-sama? – conclui, sendo que o vice-diretor vai se aproximando a passos calmos até se colocar bem perto, o suficiente.

– Onde estão os outros jovens da profecia? – pergunta o filho de Raiabaru Yamagato. – Vocês precisam estar reunidos para vencer Fênix.

– Acabamos nos perdendo uns dos outros. – admite, levando sua palma direita para trás da nuca, um pouco envergonhado com tal verdade.

– Então se reencontrem! Sherry! – o homem, virando seu rosto para trás, chama a garota que o acompanhara até aqui, sendo que Senshi não havia notado a presença dela, seja lá por qual razão for.

A loira, que estava invisível, agora se torna visível bem ao lado direito do Senshi, assustando-o de certa forma.

– Nossa, que susto! – exclama o garoto, voltando seu olhar para ela.

A garota, sem a intenção de lhe devolver qualquer palavra, apenas sorri da forma que apenas ela é capaz. Então, no segundo seguinte, Yuki deixa bem claro:

– Não posso me juntar a vocês, pois preciso ajudar as pessoas que estão sendo vítimas das chamas de Fênix. Porém, sem o auxílio de Sherry e de Sugaku, os jovens da profecia se manterão em individualidade e serão derrotados, um a um. Portanto...

– Entendido, Yuki-sama! Não precisa se dar ao trabalho de explicar mais nada! – exclama a garota, virando-se para o outro lado, deixando seus cabelos serem lançados ao ar de modo gracioso e chamativo. – Isso é uma guerra, não há espaço para conversinhas desnecessárias.

Sem esperar nada mais, Sherry lança sua mão esquerda no pulso do garoto ao seu lado. Veloz, ela sai correndo, segurando-o – aliás, quase arrastando-o pela escola.

– Boa sorte! – grita Senshi, para Yuki, acenando com sua mão livre.

E, com poucos segundos, eles se afastam do vice-diretor, que agora tem o objetivo de combater o fogo que tomara conta de Kyodai: algo que pode, até mesmo, comprometer a estrutura do colégio e fazê-lo ruir. Morrer vítima de um desabamento não é o desejo de ninguém por aqui...

– Onde estamos indo? – pergunta o empático, quando a loira solta seu pulso e ele se vira para a mesma direção que ela, correndo agora por conta própria.

– Sugaku poderá se conectar à mente de todos, descobrir o paradeiro de cada um dos seus amigos e explicar a situação sem que ninguém fique fora disso. – responde ela. – Sei que você têm que encontrar Tsubaki Seijitsu e Nagashi Swords. Com a telepatia dela, isso será possível.

– Mas...

– Sua empatia está, de fato, evoluindo muito. – opina ela, observando-o por alguns instantes, mas voltando a olhar somente para frente, enquanto correm, segundos depois. – Porém, você ainda não tem um bom domínio sobre tudo o que ela pode te oferecer. Por isso, é melhor não confiar nas suas detecções empáticas por enquanto.

Sherry está falando, simplesmente, sobre a habilidade de empatia do garoto. Esse é um dom muito amplo e vasto, pois permite primeiramente entender os sentimentos das pessoas e se conectar a eles: podendo até usar essa ferramenta para interferir no que o outro sente, acalmando alguém domado pela ira, por exemplo. Quando se alcança um bom nível, é possível também rastrear mentiras ou as próprias pessoas, sempre se baseando nos sentimentos que o empático detecta. Porém, como a Soldada da Carmesim em questão falou, Senshi ainda não tem o controle necessário para utilizar tais vertentes do seu superpoder por vontade própria.

– Hey, pessoal! – exclama Senshi, ao acessar outro corredor, juntamente com Sherry, e ver ao longe, Jimmy e Lucy se aproximando de si.

– Senshi-kun! – James, surpreso, vindo correndo ao lado direito de Lucy.

Desse modo, os quatro se juntam, cessando seus ágeis passos quando tal fato acontece. É então que a garota da invisibilidade e projeção astral articula:

– Estão fugindo do Fênix?

– Mais ou menos. – Lucy decide responder, cruzando os braços. – Ele nos atacou, mas Sugaku ficou para enfrentá-lo. Estávamos com o Jayden, mas mesmo quando ela disse para fugirmos, ele decidiu ficar lá e ajudá-la.

– Então vamos atrás deles! – exclama Senshi, voltando a correr, fazendo com que os outros três olhem para ele no processo. – E... Lucy-san, o que houve com seu rosto? – e pergunta, olhando para ela, sem deixar de avançar.

As queimaduras que a garota sofrera após perder sua habilidade de regeneração ainda estão em sua face. Assim que escuta a pergunta do amigo, se sente frágil, por se lembrar de tudo o que acontecera quando o ruivo assassino atacou ela e os seus companheiros. Torna-se cabisbaixa e não responde.

Por outro lado, mesmo se afastando dela e dos outros dois, Senshi é capaz de detectar – imediatamente – a terrível dor no coração da garota. Desse modo, pensa, voltando sua atenção para o que há em sua frente:

– Saito-kun... Se foi.

– Não podemos perder tempo! – exclama Sherry, decidindo correr e seguir o empático. – Vamos depressa!

Ouvindo isso, James e Lucy, que ainda estavam parados, escolhem aquele caminho também. E, em menos de um minuto, o quarteto se agrupa devidamente e cessa a corrida. Afinal, agora já estão no corredor em que Jayden Valentine, sem fazer nada, observa o confronto entre Sugaku Megumi e Fênix.

– Jayden-kun! – Senshi, à frente de Sherry, Jimmy e Lucy, chama por ele.

– Pessoal! – o desenhista, ao se virar para os quatro outros humanos avançados, mas sem se aproximar um centímetro sequer deles.

Enquanto o empático e os três que lhe acompanharam até aqui se juntam a Jayden, a disputa entre as habilidades de Sugaku e Fênix continua acirrada: de um lado, toda a energia telecinética dela; de outro, a eletrocinese e a hidrocinese dele unidas. Alguns metros os separam e o encontro dos dons dos dois se faz exatamente no centro, como uma impressionante esfera de energia em movimento.

– Desista, mulher. – aconselha o ruivo. – Não vai me vencer apenas com isso.

– Não seja presunçoso, moleque. – fala, por ser consideravelmente mais velha que ele. – Você será detido aqui e agora!

– Como estão as coisas por aqui? – Senshi pergunta para o filho da professora, estando agora ao lado direito dele, observando o confronto diante dos seus olhos assim como todos os outros.

– Difíceis. – define o artista, sério. – Faz tempo que os dois estão nisso e nada se resolve.

– Não adianta! – exclama Sherry, pouco atrás dos dois, tal como Jimmy e Lucy. – Sozinha, Sugaku não será capaz de vencê-lo!

– Então como podemos fazer isso? – questiona Senshi, sem deixar de observar o confronto entre o ruivo assassino e a “professora maluca”.

– Precisamos do máximo possível de jovens da profecia aqui. – alega a loira, preocupada. – Fênix adotou esse codinome após roubar o dom da reencarnação de uma das suas vítimas. Não importa quantas vezes ele seja morto, ele sempre poderá possuir o corpo de outra pessoa e reviver!

– Mas como esse processo de reencarnação funciona? – pergunta o empático, tentando entender melhor o caso.

– Quando Fênix morre, a sua alma abandona o corpo e se torna visível. Daí em diante, ela procura um corpo compatível que possa aceitá-la. Dessa forma, ao achar, possui a vítima e a destroça de dentro para fora. – a loira explica.

Repentinamente, ao escutar tal comentário, Lucy se lembra do que aconteceu com seu querido Saito. Mais uma vez, Senshi sente o sentimento de plena tristeza dela se elevando. Por isso, ele se vira para trás e, com alguns passos, se coloca diante da “cientista maluca”. Repousando ambas as suas mãos sobre os ombros da amiga, ele sorri, dizendo:

– Vamos honrar a memória do Saito-kun!

Os olhos da garota se arregalam. Jimmy, Jayden e Sherry assistem tal cena, curiosos. E o amado da – no momento, ausente – Nagashi Swords prossegue:

– Você prometeu a ele que seria feliz, não foi?

– Sim... – responde ela, surpresa pelo fato dele saber da tal promessa.

– Então nós, seus amigos, estamos aqui para te ajudar a cumprir com a sua palavra!

Sem mais nada a dizer, Senshi se vira para frente outra vez. De alguma maneira, ele conseguira reacender a chama da determinação de Lucy Rouvier. Os olhos dela, antes perdidos, recuperam a firmeza de sua sólida força de vontade. Entretanto, notando isso, Fênix finalmente desperta o seu interesse pelo dom do empático.

– Senshi Yujo: dom da empatia e da super-resistência... – pensa o ruivo, enquanto continua confrontando a telecinese de Sugaku com sua hidrocinese e eletrocinese unidas. – Se eu adquirir a habilidade dele, poderei aprimorar o meu dom original. Assim, não terei de tocar minhas vítimas para adquirir suas capacidades. Com o superpoder daquele garoto, serei invencível!!

– Senshi! – grita Sugaku, sem se desconcentrar do confronto com o ruivo inescrupuloso. – Saia daqui depressa!

– Por quê?

– Este homem já absorveu a habilidade de Lucy! Caso ele venha a adquirir a sua também, ninguém poderá mais contra ele!

– Cale-se! – ordena Fênix, assim que passa a combinar fogo com os outros dois elementos.

Ao adicionar sua pirocinese, o ruivo consegue superar a telecinese da professora. E, com um grito de fúria, ele lança o turbilhão – de água, fogo e eletricidade – contra Sugaku. Ela grita de dor ao receber tamanho poder destrutivo e, sendo lançada para longe, seu corpo é projetado – passando entre os cinco estudantes – e se choca contra a parede, que inicialmente estava a bons metros de distância dela. Consequentemente, a mulher desmaia e cai de bruços ao chão.

– Mãe!! – Jayden clama por ela, virando-se para a professora e correndo em sua direção.

O garoto tenta ajudá-la, se agachando quando se aproxima o suficiente dela. Porém, ela já está sem consciência – e sem seus óculos também, que caíram próximos do seu rosto quando Sugaku fora ao chão. A mulher, no momento, é incapaz de atender ao chamado do filho.

– Senshi, me conceda o seu poder e permitirei que todos aqui saiam vivos. – Fênix sugere, sorrindo para ele.

Jimmy, Sherry e Lucy estão bem atrás do empático. E decidem não interferir na discussão.

– Eu sei que o que você diz é mentira! – exclama o estudante, sério. – Posso sentir uma leve oscilação nos seus sentimentos me indicando isso! Mas, de qualquer forma, não acreditaria nas suas palavras.

– Ora, ora... Seu dom especial é mesmo especial, hein? – ironiza, com uma leve risada, sem avançar nenhum centímetro por enquanto. – Ele tem que ser meu.

Com um sorriso sádico estampado em sua face, o assassino começa a andar – vagarosamente – em direção ao grupo. Jayden, James e Lucy sentem o medo renascer em suas entranhas e tomar posse de cada célula que possuem. Sherry, por outro lado, não sente nada de relevante. Viveu até aqui para destruir os planos deste homem. Temê-lo não é uma opção, apesar de não ter nada em mente para enfrentá-lo.

– Me dê o seu poder. – exige o criminoso, ao parar e se colocar a centímetros de distância do garoto.

Enquanto isso, um pouco mais atrás, Sugaku desperta e Jayden, sorri, feliz por isso.

– Você está bem? – questiona o filho.

– Sim... – responde ela, se levantando, induzindo o desenhista a se levantar também. – Mas não por muito tempo, se as coisas continuarem desse jeito. – fala, dirigindo o seu olhar para a crítica proximidade entre Fênix e o empático.

– Vamos: me dê o seu poder ou matarei todos os seus amigos. – o patife ameaça Senshi, encarando-o com sua sádica expressão.

– Afaste-se dele! – grita Sherry, chamando para si a atenção do “caça-talentos”.

Com sua palma direita, ela puxa o pulso esquerdo de Senshi. Em seguida, dá alguns passos para trás, pedindo a todos:

– Toquem em mim agora!

Jimmy, Lucy, Jayden e Sugaku obedecem. Todos eles usam suas mãos para encostar em algum dos ombros da loira. Logo depois, ativando a sua habilidade de invisibilidade, Sherry faz com que todos, inclusive ela, fiquem invisíveis.

– Garota intrometida! – grita Fênix, irritado com a atitude da Soldada da Carmesim.

Ambas as mãos do ruivo se erguem. Com tudo o que tem, o homem dispara um atormentador turbilhão de fogo, que preenche todo o espaço existente no corredor a partir dali. Sherry e os outros mal têm tempo para escapar e são tragados pelas chamas. Em poucos instantes, o grupo se torna visível outra vez. E, com exceção de Senshi, todos caem de joelhos ao chão. Haviam formado uma espécie de fileira: sendo o primeiro, o empático. Atrás dele, respectivamente: Sherry, Jimmy, Lucy, Jayden e Sugaku.

– Senshi-kun! – James, assustado, chama por ele.

Como foi o único a permanecer de pé, o “prateado” foi também o único a receber as chamas de modo direto. Porém, foi algo opcional. O determinado garoto decidira proteger os outros, abrindo seus braços e sendo inteiramente queimado no lugar deles. Sherry e os demais acabam não sofrendo nem a mínima queimadura e tal processo se estende por “bons” instantes.

– Neutralize a pirocinese do Fênix agora! – grita Sugaku, falando com James. – Depressa, pivete!

– C-certo! – Jimmy corresponde.

De imediato, as chamas desaparecem. Por ora, o estudante com o dom da neutralização de habilidades irá segurar os superpoderes do assassino. Porém, sabendo o quão difícil é bloquear todos os dons que o inimigo possui, o garoto deixa claro para todos:

– Não vou conseguir neutralizar por muito tempo! Precisamos detê-lo o quanto antes!

Sherry se levanta do chão. Em seguida, os demais também. Olhando para o dorso de Senshi, a loira pede:

– Pode deixar conosco agora. Você já fez demais protegendo todos nós.

– Não. – responde ele, abaixando seus braços, que foram terrivelmente queimados, assim como o restante do seu corpo. – Minha missão é proteger meus amigos e é isso o que farei!

– Está louco!? – Sugaku, desta vez. – Veja só o seu estado! Não há como...

Senshi corre contra Fênix, para a surpresa de todos. Ninguém por aqui desconhece a alta resistência dele, mas jamais imaginariam que ele conseguiria se movimentar de modo tão ágil mesmo após receber violentas chamas de forma direita como recebeu. Mesmo sem ser capaz de se regenerar ou de curar as próprias feridas, o jovem passa a lutar fisicamente contra o “caça-talentos”: e com um desempenho impressionante.

– Não pode ser... – fala Sugaku, enquanto o empático e o ruivo criminoso vão disputando socos e chutes um contra o outro, tão surpresa quanto os outros espectadores. – É inacreditável!

Mesmo com Jimmy neutralizando seus dons, Fênix consegue desviar de todas as investidas de Senshi. E, desse modo, usa sua palma direita para atacar seu pescoço, pará-lo e sufocá-lo.

– Nada pode deter a minha capacidade de absorver habilidades alheias. – ele deixa claro, quando sua vítima do momento para, também, de tentar acertá-lo com pontapés e socos. – Basta somente cinco segundos e eu tomarei o que é seu!

– Senshi, não! – grita Sherry, aterrorizada com a possibilidade de Fênix tomar os superpoderes do garoto.

Tanto ela quanto os demais espectadores da disputa estão assustados com essa possibilidade. Entretanto, não conseguem fazer nada, senão assistir. Os cinco segundos necessários, então, passam. E, por consequência, o sorriso do ruivo desaparece: ele não conseguiu roubar os poderes do empático.

– O que aconteceu? Eu deveria ter tomado os seus dons! – ele grita, furioso.

– Você jamais será capaz de roubar os poderes desse garoto, Fênix. – Sugaku se manifesta, fazendo com que todos, exceto Senshi, olhem para ela. – Acabei de comprovar uma teoria antiga minha, que havia deixado de lado por falta de sucesso em minhas pesquisas.

– Do que você está falando, sua louca? – questiona o sujeito, fitando-a ao longe.

– Veja os olhos de Senshi para entender o que estou dizendo. – aconselha ela.

Fênix acaba por obedecer. Voltando sua face para Senshi, – que ainda está sendo sufocado sem reagir, reclamar ou se debater – o ruivo fica perplexo. Tal como acontecera com os olhos de Tsubaki Seijitsu, os do garoto mudaram de cor: assumiram uma coloração azul celeste, estranhamente incomum.

– O que isso significa?

– Senshi é um Flamming. – revela a professora. – É um raro tipo de humanos avançados que possuem seus dons diretamente relacionados aos seus sentimentos. Quando o que eles sentem chega ao clímax, adquirem um poder extraordinário. Sempre suspeitei que ele fosse um, mas a mudança na cor de suas íris é a mais inquestionável das provas.

– Flamming... Nunca ouvi falar. – admite Lucy, alternando seu olhar entre ela e Fênix.

– É impossível absorver os sentimentos de outra pessoa. Portanto, é impossível absorver os dons de um Flamming. – afirma Sugaku, cerrando seus punhos bem ao lado de suas coxas.

De repente, um brilho começa a envolver o dorso de Senshi. Preocupado, Fênix o solta e recua com três passos para trás. Assim como ele, o restante dos presentes observam tudo, esperando o que está para acontecer.

– Vai se arrepender do que fez com meus amigos. – o empático declara, assim que a luz cessa e dá lugar para duas grandes asas prateadas.

– Quem é você, afinal? – o criminoso pergunta, fitando-o.

– Sou apenas... Senshi Yujo! – e, ao responder assim, o garoto usa suas asas para alçar voo e se aproximar do adversário de maneira extremamente veloz.

Enquanto isso ocorre, um feixe de sangue escorre da narina direita de Jimmy. Na sequência, as pernas dele fraquejam e ele cai de costas: já não suporta mais neutralizar os superpoderes do inimigo.

– Jimmy-kun! – Jayden, preocupado com ele, se posiciona atrás do mesmo, para segurá-lo e impedir que o mesmo vá ao chão.

Sentindo que suas habilidades já estão libertas, Fênix direciona ambas as mãos para Senshi, disparando raios elétricos com a direita e chamas ardentes com a esquerda. Porém, com destreza, o estudante, voando contra ele, desvia de ambos facilmente: para o espanto do “ladrão de dons especiais”.

– Farei com que se arrependa de tudo! – exclama o “adolescente alado”, ao acertar um forte pontapé com sua perna direita no rosto do oponente, fazendo-o ir ao chão.

Sem piedade, o jovem dispara uma ágil sequência de socos e chutes, danificando-o tão rápido quanto a regeneração celular espontânea recupera os ferimentos. De costas ao chão, o invasor de Kyodai se vê totalmente na defensiva. Não consegue atacar, nem reagir, pois a brutalidade e destreza dos ataques de Senshi sobrepujaram todas as suas artimanhas. É quando passa uma ideia na mente de Fênix, a melhor coisa a se fazer no momento: fugir!

Uma grande cratera se abre no chão sob o corpo do ruivo, produzida pela geocinese que absorveu de Yuko Kurama. De imediato, o assassino entra nela e o solo se fecha novamente. Apesar da sua força física considerável, Senshi não teria o suficiente para abrir o chão e prosseguir com os ataques. Por isso, ele para de voar e coloca seus pés de volta ao piso do colégio, reassumindo uma posição ereta.

– Para onde ele foi? – Sherry pensa, ainda impressionada com tudo o que vira.

– Sugaku-sensei! Cuidado! – grita Senshi, ao mudar sua face para ela, bruscamente.

Só há tempo para os olhos da mulher se arregalarem. Pois, no segundo seguinte, um grande buraco se abre no piso, pouco atrás dela. Da cratera, Fênix surge, usando seu braço esquerdo para envolver o pescoço da professora. Com seu outro braço, prende a cintura dela.

– Não se aproximem! – ele exige.

– Jayden! – a professora grita.

O filho dela, assim como Senshi, Lucy e Sherry, agora observa a mulher como refém do bandido sem escrúpulos. Sem perder nenhum segundo sequer, Sugaku olha diretamente nos olhos de Jayden. E diz, com um timbre de voz parecido com o que ela usava antes de “conhecer a escuridão”:

– Você sabe o que tem que fazer...

Sim. Ele sabe. Afinal, a mensagem telepática da mulher, na qual ela explica exatamente o que é preciso ser feito, já chegara na mente do estudante. Por um segundo, o desenhista fecha seus olhos. E no outro, os reabre. É quando a mão direita de Sugaku Megumi é estendida para o filho: ela deseja alcançá-lo. Porém, a realidade é que nunca mais o alcançará. Pois, tal como a solitária lágrima do seu olho esquerdo cai ao chão, solidificando-se como pedra, todos os sonhos da grande telepata se perdem... Eternamente.


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