Era tudo tão estranho... Eu estava ainda inconsciente... Mas eu ouvia vozes... Eu não tinha morrido afinal? Então uma luz muito forte se fez presente a minha frente. Eu ouvia risos de bebês e crianças, podia ouvir o coro de anjos. A alegria e a paz naquele lugar era uma coisa que podia se sentir de longe. Então eu ouvi portões de ferro se abrindo e uma voz falando: 

 – Venha!

 Eu morri.

 Eu senti vontade de ir, mas senti que estava deixando algo pra trás. E eu olhei pra ver o que era.

 Era a sala de parto, a mesma onde eu tive minhas filhas. E eu estava lá. Ensanguentada. Meus olhos eram opacos e sem vida. Eu ouvi Carlisle dizendo:

 - Não é possível! Nós fazemos tudo certo não fazemos?

 Eu vi Alice chorando incontrolavelmente nos braços de Jasper que tentava acalma-la, mas não estava conseguindo , pois não conseguia nem controlar os próprios sentimentos. 

 Eu vi meu pai com uma aparência cansada e sem esperança. E ele soluçava e falava: 

 - Porque ela Deus? Porque minha princesinha? Minha filha!

 Logo minha mãe entrava na sala e ia calmamente até mim. Ela tinha uma expressão de dor e agonia. Ela chegava perto de mim. Passava a mão nos meus olhos os fechando e fechava minha boca, onde antes de partir havia um sorriso cansado. Beijava minha testa e falava: 

 - Descanse em paz minha Isabella. Siga a luz meu anjinho

 Ela começava a soluçar. Meu pai a abraçava e falava:

 - Porque ela?

 - Talvez porque ela era boa demais pra ficar aqui... Ou talvez o céu precisasse de mais um anjinho - minha mãe olhava pra mim sorrindo.

 Todos saíram da sala e eu vi que Edward olhava pra mim com dor e choque. Eu vi que seus olhos não tinham vida. Era como se ele tivesse partido junto comigo.

 Depois disso eu comecei a ouvir 5 vozes diferentes na minha cabeça. 4 eram de meninas e uma era de um homem. Minhas filhas e meu Amor. As vozes estavam falando mentalmente comigo.

 'Mamãe você não morreu!' - A primeira gritava com uma voz confiante. Não como se não estivesse acreditando. E sim como se estivesse avisando, afirmando.- Eu ainda sinto você aqui!

 'Acorde mamãe! Você está deixando o papai preocupado e triste' - A segunda falava com mais calma.

 'Vamos lá mãe! Respire! Respire!'- A terceira falava aflita.

 'Volte para a gente! A gente precisa de você mãe!' - A quarta voz pedia.

 'Você não morreu! Você vai ficar bem meu anjo! Você vai ficar bem! Eu vou estar aqui quando você acordar! Eu vou cuidar das nossas filhas até você poder fazer isso. Mas volte pra mim, meu anjo. Eu não posso existir sem você'

 Então eu ouvi quatro tosses de bebês em seguida. E quatro corações que batiam freneticamente pararam. Vi Edward olhar assustado e temeroso para o lugar de onde as tosses tinham sido reproduzidas. 

 - Vamos voltar mamãe? - ouvi uma voz infantil do meu lado.

 Eu olhei pro lado e vi quatro menininhas. elas eram minhas filhas. Espera! o que elas estão fazendo aqui? 

 - Nós nos engasgamos com o leite que nos deram e também tínhamos que falar com você- respondeu minha pergunta mental uma das minhas filhas. Renesmee.

 Renesmee: https://si0.twimg.com/profile_images/1801551307/20110725072619_Renesmee_Cullen_Curly_Hair_1_.jpg

 - O Leite tinha gosto ruim! Era estranho! Blerg! - Disse Blair.

Blair: http://2.bp.blogspot.com/-grhOImzxauw/UK-cAfiT1aI/AAAAAAAADIg/4q0TRysOIIw/s1600/Renesmeeuntaggedpic.jpg

 -Então mamãe? Vamos? - Disse Elizabeth.

 Elizabeth: http://www.childstarlets.com/lobby/bios/portraits/mackenzie_foy.jpg

 - Temos que ir logo. Papai já está apavorado com a ideia de perder você e nós no mesmo dia.- Disse Carlie.

 Carlie                                   :http://blu.stb.s-msn.com /i/1B/54136AEF5272339FF2FB89C938A14.jpg 

 - Então vamos? - Disse minha ruivinha. 

 POV. Edward.

 Eu estava desesperado. Do nada eu estava fazendo as pazes com Bella. Estávamos nos acertando e tinha ficado tudo bem. Do nada nós estávamos na sala de parto. Ela estava tendo nossas filhas. Eu estava pensando que tinha perdido sua gravidez toda. Minhas filhas não iam me reconhecer... Quer dizer... Quando uma criança ainda está na barriga da mãe ela conhece quem é quem pela voz. Eu não falava com Bella. Minhas filhas não iam saber quem eu sou...

 Logo aquilo virou um banho de sangue. Então eu vi que a dor estava diminuindo. Logo ouvi um chorinho. Acho que deve ter sido o momento mais emocionante da minha existência. Nossa filha mais velha nasceu. Blair. 

 Bella pediu pra vê-la e Eleazar a colocou no braço dela. Se não fosse meio desesperador seria lindo. Blair era igual Bella. Se eu pudesse eu teria chorado.

 Logo Rose tirou Blair da sala e Renesmee nasceu. Ela tinha meus cabelos e os olhos da Bella. Igual ela tinha falado.

 Depois veio Claire e Elizabeth. Eu fiquei emocionado ao ver que Elizabeth tinha os olhos da minha mãe e os cabelos do meu pai. 

 Mas logo Bella se foi. Eu senti meu mundo ruir. Era como eu estava agora. Todos estavam em desespero. Eu não conseguia me mexer. Não conseguia fazer nada. Eu estava morto. Eu tinha ido embora com ela.

 Então todos foram saindo da sala aos poucos. Eu fiquei lá. Então eu só pude fazer uma coisa. Prometer pra ela que eu ia cuidar das nossas filhas e pedir pra ela voltar.

 Então eu ouvi. Quatro tosses infantis. Os quatro coraçõezinhos das minhas filhas pararam. Elas não! Minhas filhas também não!

 Eu corri pro andar de cima e eu vi Rose, Kate, Tanya e Esme segurando quatro bebês sem vida. Esme aparentemente não acreditava. Ela olhava assustada pra minha filha mais nova. 

 Ela tinha perdido uma neta. Quatro. Eu tinha perdido minha família inteira pra falar a verdade. Eu tinha perdido todas elas. E eu nem pude aproveitar elas. Por idiotice. 

 Eu só pude cair de joelhos no chão. Eu comecei a me perguntar. Porque elas? Porque tudo o que eu construi?

 Porque me abandonaram. Senti Alice chegar soluçando e me abraçar.

 - Droga! - Eu ouvi Dereck gritar.

 Eu quero elas de volta. Por favor. Não leve elas. Eu pedi pra quem eu por muito tempo eu incrédulo que existisse.

 A verdade é que... Você só sabe dar valor quando você perde. Nós somos todos ignorantes o bastante pra não dar valor a única coisa que precisamos. Amor.

 Eu por muito tempo fui um idiota. Porque eu não sabia o que era amor de verdade. Eu amava mas não sabia reconhecer direito. Porque eu nunca perdi. Quando eu tive uma ligação com Bella eu entendi o que era amor. Porque de repente eu necessitava de outro alguém. Eu amava e era amado. E eu só sabia que se perdesse ela eu ia morrer.

 Quando eu soube que Bella estava grávida eu fui um idiota por não aceitar. Mas eu tinha medo. Medo de perdê-la. Medo dessa gravidez anormal machucar ela. De isso tirar ela de mim. E em vez de eu apoiar ela quando ela tomou a sua decisão. Em vez de eu ficar com ela, fazendo ela feliz em suas últimas semanas. Eu me afastei. Eu não fiquei com ela. Não aproveitei os seus últimos dias. E quando eu quis fazer isso era tarde de mais. 

 E agora. Eu não tenho minha Bella. Eu não tenho minhas filhas.

 E não há ninguém pra culpar além de mim mesmo.

 http://letras.mus.br/legiao-urbana/22488/

 PAIS E FILHOS - Legião Urbana

 Estátuas e cofres e paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu.
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender.

 Dorme agora,
é só o vento lá fora.

 Quero colo! Vou fugir de casa!
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo, tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três.

Meu filho vai ter nome de santo

Quero o nome mais bonito.

 É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há.

 Me diz, por que que o céu é azul?
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos
Que tomam conta de mim.

 Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua, não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar.

 Já morei em tanta casa
Que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais.

 É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há.

 Sou uma gota d'água,
sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não te entendem,
Mas você não entende seus pais.

 Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser,
Quando você crescer?

 Continua...