Capítulo 21 – Por onde ela anda?

Gerard ficou ali, na porta da igreja sem reação. Tinha perdido a mulher de sua vida, a mãe de seu filho por ter sido burro ao ponto de acreditar em alguém que nem conhecia direito. Tinha sido enganado mas ia fazer de tudo para encontrar Sophie novamente, nem que procurasse o mundo inteiro iria encontrá-la.
Aos poucos os convidados começavam a sair da igreja. Não haveria mais casamento, isso estava claro, então não tinham mais o que fazer ali. Mikey veio correndo e abraçou o irmão, seguindo de Frank que fez o mesmo.
- eu sabia que você ia fazer a coisa certa, Gerard. Você é meu irmão, cara! Eu te amo! – Mikey disse choramingando e sorrindo ao mesmo tempo.
Donna chegou já gritando, desesperada pelo que aconteceu.
- Arthur, você quer me explicar por favor o que está acontecendo??? – ela gritava.
Sam saiu da igreja junto com a mãe, que fazia cara feia pra Gerard.
- mãe, essa garota é uma falsa! Ela me enganou, enganou a todos nós!
- do que você tá falando, filho?
- eu ouvi mãe, ela tava no telefone planejando uma fuga com um falso médico que eu conheci. Eles só queriam nosso dinheiro.
- oh meu Deus, isso é muito grave Gerard! Você deve ter entendido errado, não é possível. – Donna custava a acreditar que tinha sido enganada também.
- não mãe, eu entendi tudo. Ela é uma falsa.
- ele tá certo mamãe, eu também ouvi a conversa dela no telefone ontem. Sempre que Gerard não estava por perto, ela ligava pra alguém e se trancava no quarto de hóspedes. – Mikey disse olhando pro irmão.
- então essa garota merece ir presa! Chamem a polícia!
Donna chamou um policial que passava na hora e ele levou Sam presa, vestida de noiva mesmo, aos gritos da mãe dela de que a filha era um anjo.

Depois de toda a confusão, Gerard estava esgotado. Ele contou a Mikey e Frank que Sophie tinha ido embora e os dois também ficaram super espantados. Os três choraram muito mas sem dúvida, Gerard era o que mais sofria com tudo isso. Ele queria achá-la, mas não tinha a mínima idéia de onde ela poderia estar naquele momento.

O tempo passou e no fim do ano, Gerard conseguiu se formar. Ele sofria muito por não ter tido nenhuma notícia de Sophie nem sobre seu filho. Pelas contas, ela estaria com quase sete meses de gravidez. A música o ajudou a se livrar da depressão. Passou a escrever letras e mais letras de músicas sempre que se sentia triste e abatido. Em pouco tempo resolveu montar uma banda com seu irmão e Frank, que conhecia mais alguns amigos e resolveu colocar-los na banda também, Bob e Ray. No começo não era nada muito profissional até que um produtor os ouviu tocando e quis patrociná-los.
Para que o contrato fosse assinado, a banda deveria viajar até NY e apresentarem um show particular para o dono da produtora. Se o cara aprovasse, eles estariam contratados. Trato feito, em dois dias eles estariam tocando em NY.

- cara, eu nem acredito que vamos tocar em NY!!! – Mikey estava todo bobo.
- temos que torcer pro cara lá gostar do nosso som senão será uma viagem perdida.
- vira essa boca pra lá Ray, vai dar tudo certo. Vocês vão arrasar!
- obrigado pelo apoio, meu amor. Eu já disse que te amo hoje? – Frank disse dando um selinho em Jamia.
- já, mas pode dizer de novo que eu não ligo. – Jamia disse sorrindo e Frank a agarrou dando um beijo super ‘caliente’ na frente de todos.
- hum.. hum... – Bob fingiu uma tosse e eles se largaram vermelhos. Todos riram, menos Gerard que estava pensativo.
- cara, o que foi? – Ray perguntou.
- nada, to bem... – mas ele continuou perdido.

O vôo foi tranqüilo. Frank se tremia todo, pois era a primeira vez que viajava de avião. Os outros riram da situação e o deixavam mais nervoso.
Quando pousaram em Miami, estavam famintos.
- ai que fome! Meu estômago está roncando.
- e quando ele não está, Bob? – Frank zoou e todos riram do amigo.
- vamos passar numa lanchonete, por favor pessoal. Rapidinho. – ele insistia.
- primeiro vamos deixar nossas coisas no hotel. Depois procuramos algo pra comer. Foi o combinado durante a viagem, Bob. – Gerard disse sério, como um líder.
- ah.. droga. – Bob fez cara feia mas aceitou a condição.

Enquanto isso....
- Sophie, vá pra casa. Você precisa descansar menina. – Jen falava.
- não Jen, eu to bem, juro.
- você tá falando isso, mas eu vejo que seu bebê pede uma cama. Vá pra casa, descanse. Amanhã se estiver melhor pode vir trabalhar.
- tem certeza que não vai atrapalhar?
- claro que não. Aliás, tem a Claire que pode ficar no seu lugar hoje. Hoje não tem muito movimento. Vá, anda.
- tudo bem então. Até amanhã.
Apesar do barrigão de sete meses e uma gravidez considerada de risco, Sophie trabalhava em uma lanchonete no centro de Miami. Jennifer, sua chefe, era muito legal e gostava muito de Sophie. Era como uma irmã mais velha.
Seguindo os conselhos de sua chefe, Sophie voltou pra casa. Um minúsculo apartamento alugado na periferia, onde ela se sustentava com o único dinheiro que recebia do trabalho na lanchonete. Ela deitou em sua cama e ficou alisando a barriga que lhe dava tanto trabalho e cansaço, mas que era a razão de sua felicidade naquele momento.
- oh meu bebê... como eu quero ver a sua carinha... será que você será parecido comigo ou com o.... – ela parou e pensou nele. Como ele estaria agora? Será que tinha mesmo se casado? Será que ele se lembrava que ia ter um filho ou mesmo que ela ainda existia? Dúvidas permaneciam em sua cabeça e pensando nele, ela adormeceu sem saber que ele estava mais próximo do que ela imaginava.

>>>>>>>>>>>>