É preciso amar as pessoas,

como se não houvesse amanhã,

porque se você parar para pensar,

na verdade não há.

-Renato Russo

-Vitor, meu velho amigo, vai fingir que não me conhece? -falou ele sorrindo sarcástico.

Eu poderia continuar andando normalmente, fingindo que nem ao menos havia escutado ele falando meu nome, mas não demonstraria que o que ele fez comigo no passado, viesse novamente, ou que ele visse que isso meio que me assombrava.

-O que você faz aqui Gabriel? Já não bastou estragar a minha vida inteira? Agora, ainda por cima, tem que vir terminar? -perguntei sínico, me virando para ele.

-Mas que belo jeito de se receber um grande amigo do passado... -disse ele rindo. -Até parece que ficou desapontado em me ver aqui.

-Que bom que adivinhou! -disse ironicamente. -Agora pode dar o fora daqui. Já viu que eu não fiquei nem um pouco feliz em ver você por aqui. E se me chamar de amigo mais uma vez, eu faço retirar essas palavras na força. -ameacei.

-Então você pensa que eu tenho muito medo de você? -disse irônico. -Pois é você que sempre me temeu.

Eu iria continuar andando, se ele não tivesse dito uma coisa, que me fez virar-me imediatamente.

-Vamos ver se você vai continuar me ameaçando depois de tudo que eu te fiz. Primeiro a Alice, e se não for uma boa pessoa, eu posso adicionar a loirinha na minha lista também. -prosseguiu.

-De quem você está falando Gabriel? -perguntei nervoso.

-Da sua namorada. Quem mais seria? -disse ele rindo. -Ou você acha mesmo que eu viria pro Rio de Janeiro atrás de você, tão mal informado? Acho que não anda tratando a sua irmãzinha muito bem... Porque foi ela mesmo que me deu todas as pistas de onde você estava, e dezenas de outras coisas.

-A Luana? -falei. -Como você tem coragem de fazer isso? Você matou a Alice, você amava a Alice. Viu como é perder alguém que se ama, assim como eu vi como era. Seria mesmo capaz de fazer alguma coisa com a minha namorada, depois te ter matado a pessoa que você amava. E que eu amava também?

-Meu caro Vitor... O seu amor pela Alice não me interessa. Ela já foi. Não tenho como faze-la viver novamente. Mas um dia vou me encontrar com ela, você vai ver e se lamentar. Mas como você me fez perder uma pessoa que eu amava, nada mais justo como eu fazer você perder uma pessoa que ama também. Assim ficamos kits. Que tal? -falou.

-Se fizer alguma coisa com alguém, eu vou te matar. Desta vez você não vai sair ileso. Você pode cantar vitória por enquanto, mas não por muito tempo. Uma prova sequer pode te mandar pra cadeia, porque você sabe muito bem que os pais da Alice se lembram dela...

-Acontece que nem você, e muito menos ele, tem qualquer prova contra mim, e sem provas, ninguém vai preso. Nem mesmo a sua testemunha. E sabe por que? Porque eu sei sobre o seu passado, e você é que esta nas minhas mãos. -disse ele me interrompendo.

-Eu já te mandei ficar longe da Lia, e é isso que importa. Você segue com a sua vida, e eu com a minha. Chega dessa história. -pedi.

-Então o nome dela é Lia? -disse ele sorrindo. -Isso a sua irmãzinha não me falou Vitor. Quando ''seguir com nossas vidas''... Nada feito. Eu nunca esqueci a Alice, e nunca vou esquecer. Por isso, fique bem esperto. -disse em tom ameaçador, antes de sair.

Pov: Lia On.

Sinceramente eu estava morrendo de vontade matar o Vitor. Ontem nós combinamos de sair com a turma, e vocês acham mesmo que ele deu as caras por aqui? Não. Ficamos esperando a tarde inteirinha, e eu fiquei tão irritada com os comentários da Paty, que acabei jogando o molho de tomate que a Marcela estava preparando para a Tatá todinho em cima do vestido dela. Assim como a Paty, a Marcela também ficou ''P'' da vida, e por causa delas, meu pai me colocou de castigo.

A Morgana só ficava rindo da cena, enquanto o Ricardo tentava ao máximo não rir, para não ser morto por ela. Nem posso falar do Gil, porque ele não estava na sala, naquele momento, no mínimo, hilário.

(...)

Na Manhã Seguinte...

Estava indo pro colégio com a Fatinha, enquanto tentava pensar em pelo menos um motivo, para o Vitor não ter aparecido em casa ontem. Se eu brigaria com ele? Não. Já cansei de brigar com o Vitor. Ele vai ter que escolher de uma vez o que ele quer pra vida dele.

-Lia, pelo menos ouve a amiga mais linda que você tem! -disse Fatinha rindo. -Espera até você chegar no colégio, e cobra logo explicações do Anjo.

-Cobrar explicações dele de novo minha amiga mais linda do mundo? -disse tentando repetir a mesma coisa que ela havia falado, no mesmo tom de voz. -Dessa vez eu vou é tomar uma decisão mais importante que apenas cobrar explicações.

-O que é que você vai fazer em Lia? -perguntou.

-Você vai ver Fatinha. E eu tenho certeza de que estou fazendo a coisa certa, pelo menos por enquanto. -disse convicta assim que chegamos no colégio.

Sai de perto da Fatinha, e comecei a andar pelo colégio tentando ver se eu achava o Vitor. Mas ao tentar achar o Vitor, acabei cruzando com outro garoto, que por sinal, nunca havia visto por ali.

-Ai garoto! -falei. -Presta atenção por onde anda.

-Desculpa! -falou. -Eu não vi você e acabei esbarrando... Juro que foi sem querer. -desculpou-se.

-Claro que foi sem querer! Agora você esbarra nas pessoas porque quer e depois finge que não tem nada acontecendo? -falei sem paciência. De gente falsa eu já estava cheia.

-Não precisa ficar irritadinha também. Meu nome é Gabriel, e eu sou novo aqui. Pode pelo menos se apresentar normalmente e fingir que nada aconteceu? -perguntou o garoto sorrindo.

-Meu nome é Lia Martins, e eu não tenho prazer nenhum em te conhecer. -disse sínica. -Agora pode, com licença. -disse saindo enquanto o idiota ficava me olhando de um jeito estranho, que eu não consegui intender.

Pov: Vitor On.

Ontem, com aquela história toda, acabei esquecendo do meu passeio com a Lia e ela deve estar super brava, mas super brava mesmo comigo, e eu sei que isso não era nada bom.

Ela passou a aula inteira pensativa, e eu não tinha mínima ideia do que isso poderia significar. Mas minhas perguntas se resolveram assim que vi ela conversando com o Gabriel. Isso. Ele mesmo. O Mathias anunciou a chegada de um novo aluno, e tinha que ser logo ele...

-Lia, será que eu posso falar com você um minuto? -perguntei olhando com raiva para o Gabriel, que conversava com ela.

-Eu é que deveria pedir pra falar com você não é mesmo Vitor? Até porque ontem você me deixou esperando feito uma tonta lá em casa, e nem apareceu. Todo mundo saiu e eu fiquei a noite inteira preocupada com você, achando que tinha acontecido alguma coisa... Mas você está mais vivo do que nunca, e nem me mandou uma mensagem! -disse ela irritada.

-É, eu não mandei mensagem porque perdi meu celular. Esqueci do nosso compromisso, sei lá o que deu em mim. -falei.

-Esqueceu que eu existo? É isso que você está me dizendo Vitor Machado? -perguntou ela se levantando, encabulada.

-Claro que não Lia. Não foi isso que eu disse. Eu disse que esqueci do COMPROMISSO, não que me esqueci de você. Entre uma coisa e outra tem muita diferença. -me defendi.

 -Sei não em Lia...-sei intrometeu Gabriel. -Seu namoradinho tá de muita enrolação pro seu lado... Esquecer que tinha compromisso com você ontem, é um pouco demais né? Nenhum namorado que se preze vai esquecer da namorada... Ou do compromisso que tem com ela.

-Cala a boca que ninguém pediu a sua opinião. -falei irritado com o comentário dele.

-Calma Vitor! Até parece que você não tem mais educação. -disse Lia irônica. -Mas tudo bem. Posso falar com você. Mas não agora, mais tarde, estamos combinados? -perguntou.

-Pode. -respondi. -Passo na sua casa. -disse saindo.

Pov: Lia On.

Depois de um tempo a aula finalmente acabou e eu fui correndo pra minha casa. Ninguém estava em casa, então poderia conversar tranquila com ele. Finalmente a campainha tocou e eu fui atender.

-Entra. -falei abrindo a porta e dando passagem para que o Vitor entrasse.

-Lia, não queria que você ficasse chateada comigo, ou algo assim, porque eu não fiz por mal. Eu acabei tendo alguns problemas e sinceramente não deu... -se desculpou.

-Vitor, eu também tenho problemas, e nem por isso falto com os meus compromissos. Mas não é isso que você veio fazer aqui né? -perguntei.

-O que eu vim fazer então? -falou.

-Eu queria falar com você sobre nós dois. Vitor... Eu acho que não dá mais...-falei sem saber o que dizer realmente.

-Como é que é? -perguntou. -Você está terminando comigo, é isso mesmo que eu estou escutando?

-Não estou terminando com você. Mas eu preciso de um tempo intendeu? Nós ultimamente só nos implicamos e as coisas estão ficando cada vez pior. Eu não aguento mais brigar com você. Vitor, sempre tem algum motivo maior, seja ciúmes ou coisa assim... Alguma coisa sempre faz nós dois brigarmos. Isso é ruim... Não é bom. Brigamos até por causa da sua irmã. Toda vez tem alguma coisa que você faz de errado. -falei.

-Você está dizendo que é só eu quem faço as coisas erradas no nosso relacionamento? -perguntou. -Lia, hoje, enquanto estávamos brigados, ou melhor, desentendidos, ao invés de você vir falar comigo, ficou lá com aquele garoto. -se irritou.

-E você queria que eu fizesse o que? Fosse lá te cobrar explicações? -disse irônica. -Vitor, eu não vou fazer isso. Você nunca consegue me explicar o que acontece. Você está redondamente enganado, em pensar isso.

-Tudo bem Lia. Faz o que você quiser, mas depois NÃO diz que eu não falei nada pra você. Você vai ver com quantos paus se pode construir uma canoa. -disse ele saindo irritado.

-Vamos ver! Retardado! -gritei assim que ele saiu.

Foi difícil, claro que foi... Mas eu esperava que seria pior.

Pov: Vitor On.

Dois Meses Depois...

Desde que eu e Lia demos um ''tempo'', as coisas andam mais ou menos normais. Ou pode ser que não. Ela está cada dia mais amiguinha do Gabriel, e não posso falar nada a ele. Sinceramente... Não sei o que ele pode fazer com a Lia, se eu fizer alguma coisa.

-Gente! -chamou Fatinha no meio da quadra de educação física, fazendo todos voltarem sua atenção para ela. -Está chegando o dia do meu Happy Birthiday, e quero dizer que espero todo mundo lá no Misturama para uma festinha! Mas com uma condição: Exijo acompanhante! Sem acompanhante não entra! -disse ela rindo, enquanto um monte de meninas começavam a reclamar.

Enquanto todo mundo fazia o maior fuzuê para arrumar alguém pra festa da Fatinha, eu olhava para a Lia, ver se ela ao menos tinha alguém pra ir. Mas é claro que não né idiota? A Fatinha é melhor amiga dela, e ela não precisa de ninguém pra entrar na festa da melhor amiga!

(...)

Estávamos na hora do intervalo, e a Fatinha estava explicando algumas coisas sobre as ''regras'' da festa dela. A Lia por incrível que pareça, estava longe do Gabriel.

-E então gente, você já sabem com quem vão? -perguntou Fatinha animada, assim que o Dinho e a Morgana se distanciaram.

-Eu vou com o Gil! -disse a Ju, fazendo com que o sorriso de Fatinha desaparecesse imediatamente. -E você?

-Eu estava pensando em convidar o Gil, mas parece que ele se comprometeu a um novo compromisso antes não é mesmo? -falou Fatinha irritada. -Incrível como você usa as pessoas como peças de brinquedos Paty.

-Não tenho culpa se ele gosta mais de mim do que de você. -disse Ju, recebendo um olhar de repreensão de Gil. -Mas acho que o meu irmão ia adorar ir com você. Ele tem vocação pra viver atrás de periguete...

-Começando por você, não é mesmo? -provocou Fatinha.

-Olha aqui...

-Chega Ju! Não liga para o que ela fala. Você não vê que ela só quer te provocar e te irritar? -falou Gil interrompendo a Ju. -Vamos. -disse ela para depois sair a puxando pelo braço, enquanto Fatinha lançava um olhar mortal para os dois.

-E você Lia... Já tem alguém para ir? -perguntei.

-Claro que não. Não tenho e nem vou arrumar alguém para ir comigo. A festa é da minha melhor amiga, e eu entro como eu quero. -respondeu simpática.

-Quem foi que te disse isso Lia? -falou Fatinha. -Regras são regras, e na minha festa só entra com acompanhando. Tem um monte de gente por ai querendo ir, sem par, e você também não vai sem par!

-Fatinha, não tem nem com quem eu ir, intendeu? -falou.

-Tem sim. O Anjo, o Dinho, O Gabriel... Desacompanhada você não entra nem pagando mais da metade do meu salário querida.

-Mas...

-Mas nada! -disse Fatinha a interrompendo. -Minha Santa Clarisse Lispector vai me perdoar, mas você não entra se não estiver acompanhada. -disse Fatinha, para logo em seguida, sair rindo da cara de Lia.

A Lia me olhou sorrindo, com cara de quem tinha odiado o que eu havia acabado de fazer, e sei que ela não estava mesmo gostando nada disso. Mas sua próxima atitude me surpreendeu muito.

-E ai, não vai dizer nada? -perguntou.

-O que você quer dizer com ''não vai dizer nada''? -disse sem intender absolutamente nada.

-Ai como você é idiota Vitor, meu amor! -disse ela rindo. -Não vai me convidar pra ir para a festa da Fatinha com você?

-Não... Já tenho acompanhante! -disse recebendo um olhar de fúria vindo da Lia. -Brincadeira! Quer ir comigo Lia Martins? -perguntei.

-Claro! -respondeu sorrindo abertamente.

Pov: Fatinha On.

Estava quase chegando no Hostel, acompanhada pelo Gil e pela Paty, que estavam indo em direção ao Misturama. Assim que cheguei lá em frente, dei de cara com o Bruno, segurando um buquê de rosas vermelhas na mão. No principio achei que era presente de aniversário adiantado, mas depois... Vi que estava totalmente ENGANADA.

-Bruno? O que você está fazendo aqui? -perguntei.

-Fatinha! Estava mesmo esperando você chegar! Esse louco não saiu daqui de frente durante a manhã inteira e eu já estava quase mandando ele embora. -disse o Michel.

-Ele já é de casa né Michelzito? -falei rindo.

-Mas isso tudo tem um motivo especial! -disse Bruno.

-Acho que você errou o dia do meu Happy Birthiday Bruneco! Faltam 2 dias, e você já está me dando presentes. -disse divertida.

-Seus presentes ainda nem começaram! -falou sorrindo.

-Como assim? -perguntei enquanto ele se ajoelhava na minha frente, com uma caixinha na mão. Não poderia ser o que eu estava pensando, mas estava causando de tanto sambar na cara do Gil e da Paty, que estavam paradinhos olhando a cena.

-Quer namorar comigo Fatinha? -perguntou Bruno sorrindo.

Do nada toda aquela história de não querer misturar as coisas, ou qualquer sinônimo disse desapareceu. Tudo aquilo que eu falei sobre não brincar com ele, por conta do Gil sumiu. A saudade também... Percebi que estava tão feliz, quanto o dia em que o Gil me pediu em namoro.

-Claro que eu aceite Moreno! -disse o beijando.

Pov: Lia On.

Dois Dias Depois...

Hoje seria finalmente o dia da festa da Fatinha, e eu não poderia estar mais contente! A Fatinha estava super feliz, e eu estava muito feliz por ela também! Tenho muitas novidades... Nos últimos dois dias, o Gil deu uns foras bem dados na Paty, depois que o Bruno pediu a Fatinha em namoro na frente de todo mundo em frente ao Hostel.

Acho que nenhum dos dois nunca estiveram tão feliz, pois nunca vi a Fatinha tão contente com o começo de um namoro. Ela dançou valsa na cara do Gil, não só sambou. Ele e a Paty ficaram paradinhos com a cena, no momento em que viram a cena, e agora o Gil não quer nem saber de historinhas de ciúmes, pois a Fatinha não está nem ai.

-Amiga! -disse a própria me tirando dos meus pensamentos alheios. -Como você e o Anjo estão? -perguntou.

-Bem. Estamos melhor assim. Quem sabe mais pra frente as coisas não comessem a voltar ao normal, assim como voltou pra você. -respondi. -Estamos melhor sendo amigos do que namorados. -confessei.

-Concordo! Mas quanto a mim... -falou. -Eu e o Bruno estamos maravilhosamente bem também! Nunca achei que o Gil não faria falta... Mas... Parece que não faz. -disse ela rindo.

-Hey! Ele continua sendo meu irmão Fatinha! -disse rindo.

-Para de ficar filosofando Lia! -falou. -Agora deixa eu ir, porque daqui a pouco as coisas vão ficar atrasadas. Espero você na minha festa mais tarde! -disse ela saindo.

-NEM VOU! -gritei assim que ela fechou a porta.

-Não minta! -disse a Paty chegando na sala, pronto, agora tudo virou um inferno. -Por culpa dessa garota, o Gil anda muito estranho comigo.

-Quem mandou dizer pra ela que ela não conseguia segurar um namorado... Segura bem melhor que você. Agora o seu recalque voltou contra você, porque tudo que vai, volta. Intende agora? -provoquei mexendo no celular, sem olhar pra ela.

-Recalcada é ela, e você também. Fica usando o meu irmão pra fazer ciúmes no Gil, e está conseguindo. Parece mesmo que ele tem vocação pra periguete.

-Tipo você... Né? -ri.

-Tipo você! -ela disse imitando a minha voz.

-Seu irmão não é idiota. E está muito mudado. -falei.

-Não aguento mais casais perfeitinhos ao meu redor. O que é que você tem que EU não tenho? -perguntou irritada.

-Senso de humor. -provoquei sem tirar os olhos do celular.

-Eu é que não vou ficar rindo enquanto falo ao telefone. Ou rindo de piadinhas completamente sem graças. Principalmente porque ser uma pessoa séria ajuda. As vezes. -disse brava.

-Tá, tá. Continua latindo e me deixa em paz... -falei.

-Lia, com que roupa você vai pra festa da Fatinha? -perguntou Marcela entrando na sala, desesperada.

-Não sei. Não tem nada bom no meu guarda-roupa. -respondi.

-O Lia, dá pra sair desse celular e responder as coisas direito?

-Ok. -disse me levantando. -Vou pro Shopping comprar alguma coisa pra vestir. -falei saindo de casa, sem falar mais nada.

Pov: Vitor On.

Anoitece...

Cheguei na casa da Lia e fui recebido pela Marcela, que já estava arrumada. A Ju estava sentada no sofá, vendo revistas, e não demorou muito para a Lia aparecer, toda arrumada.

-Nossa Vitor, já chegou? -perguntou.

-Não tinha uma saia mais comprida pra ir não dona Lia Martins? -perguntei ignorando a pergunta que ela havia me feito. E a saia estava CURTA mesmo.

-Não. Porque? Tem alguma que queira me emprestar? -ironizou. -Você sabe muito bem que não temos mais nada, portanto, uso o que eu quero, quando eu quero. Chato!

-Você que é chata! Sua chata! -disse rindo.

-Você não poderia ser mais ciumento! -comentou Lia irritada.

-Eu né? -falei. -Você quem está dizendo.

-Ai gente! Chega dessa conversa fofinha, please? -reclamou Ju.

-Ai gente! Vamos parar que a Paty reclamou? -disse Lia irônica.

As duas foram interrompidas pelo meu celular, que indicava uma nova mensagem. A Lia me olhou, e eu sei que deveria estar com um péssima cara.

-Lia, vou esperar lá fora, pode ser? -perguntei nervoso.

-Ahan... -respondeu desconfiada. -Não vamos demorar tá?

-Estarei lá. -respondi saindo.

Pov: Lia On.

-Lia, sem querer me intrometer, mas já me intrometendo... O Vitor não ficou meio estranho não? -comentou Paty.

-Olha aqui Paty, você não...

-Desculpa Lia, mas dessa vez a Juliana tem razão. -interrompeu meu pai. -O Vitor ficou mesmo estranho...

-É... Ele anda estranho... Eu até pensei que poderia ser outra pessoa que ele tinha, mas depois que eu terminei com ele, ou pedi um tempo, sei que ele não ficou com mais ninguém. -contei. -Será que eu deveria ir atrás dele?

-Melhor não... O Vitor deve ter seus motivos... -comentou Gil, chegando na sala, já pronto para a festa de Fatinha.

-Tá lindo Gil! -disse Paty sorrindo.

-Valeu! -agradeceu.

-Voltando a minha pergunta Gente! -falei.

-Concordo com a Juliana! -falou meu pai.

-Eu acho que você deveria ir atrás dele Lia. Alguma coisa tá acontecendo, e você não vai poder ajudar se não souber o que é. -falou Marcela.

-Para Marcela! Não é bom que a minha filha aprenda a ser curiosa, e vigiar a vida dos outros! -repreendeu a Raquel.

-Quer saber? Eu vou é ir atrás dele mesmo. Se ele tá escondendo alguma coisa, eu tenho que descobrir. -decidi.

-Nós vamos indo pra festa da Fatinha, encontra agente lá depois? -perguntou a Paty, e eu assenti, saindo de casa logo em seguida.

Cheguei em frente ao meu apartamento, e não vi o Vitor por lá. Agora era a hora, ou eu descobria de uma vez o que estava acontecendo com ele, ou eu não descobriria mesmo...

-Olha aqui Gabriel, eu já disse pra você definitivamente me deixar em paz. Eu estou afastado da Lia, não tem nada que você tenha que temer. Sacou? -escutei uma voz que parecia do Vitor, e segui até achar ele conversando com o Gabriel. Claro que ele não me viu.

-Olha Vitor, eu não queria que você fosse tão teimoso. Eu no seu celular já tinha me mandado pra nunca mais aparecer. -disse Gabriel rindo sarcástico.

-Eu amo a Lia. -falou Vitor sério.

-Por isso mesmo. Nada mais justo do que acertarmos as contas. Só que eu não vou matar o amor da sua vida, como fez comigo. Se lembra? -perguntou Gabriel.

-Fala uma coisa pra mim Gabriel... Você tá gostando da Lia? -perguntou Vitor, sem responder a pergunta.

-Eu não gostaria de mais ninguém depois da Alice... Mas pra afastar a Lia de você, eu gostaria até da mãe dela. Outra que não presta, concorda? -respondeu.

-Não estamos aqui pra falar sobre a Raquel. Quero é que você se mande daqui garoto. Você já viu que não vai dar em nada mesmo. -falou Vitor.

-Enquanto eu não fizer você pagar por tudo que fez pra mim... Eu não vou te deixar em paz. -sorriu Gabriel.

-Você já não me deixa em paz. -disse Vitor praticamente indo pra cima dele.

-O que tá acontecendo aqui? -disse quando vi que as coisas iam piorar.

Agora eu quero ver!