"Não vale a pena mergulhar nos sonhos e esquecer de viver."

"As consequências dos nossos atos são sempre tão complexas,

tão diversas,

que predizer o futuro é uma tarefa realmente difícil."

Harry Potter

-Vitor, o que foi que a Fatinha ouviu então?

Enquanto eu ficava com cara de quem queria umas boas explicações, o Vitor ficava me olhando com cara de quem não sabia o que me falar. Mas se ele pensa que vai ficar se fazendo de vítima e me enganando, ele é que está redondamente errado, por quê eu não sou idiota.

-Vai Vitor. Responde ai. O que foi que ela ouviu se você me garante que não tem mais contatos com esses caras que mataram a tal da Alice, se é que essa moça existiu de verdade. -insisti.

-Ela existiu sim. E não é ''tal'' moça. -defendeu Vitor. -O que a Fatinha ouviu não foi nada mais, nada menos, do que uma ligação qualquer minha ao telefone.

-Quer que eu acredite? -disse ironicamente. -Pra ela querer me separar de você, tem que ter escutado alguma coisa, e eu quero saber o que é. Ou prefere que eu pergunte pra ela? -perguntei já irritada.

-Tá bom, tá bom. -rendeu-se. -Esses caras me ligam as vezes. As vezes falam algumas coisas. Eu sempre quis vingança, ainda mais naquela época que estávamos separados. Eu nunca atendia, mas atendi, e pra minha surpresa, eles acabaram falando, e eu acabei por conversar com eles. Nada mais. Eu prometo que isso não vai se repetir. -contou.

-Bom mesmo Vitor. -disse. -Espero que isso seja verdade... Por que se eu descobrir que você está escondendo alguma coisa, por mais inofensiva que ela seja, você vai me pagar, e eu não vou estar nem ai pro seu passado.

-Você não contaria pra ninguém sobre ele, porque eu sei que você gosta de mim, e que não seria tão cara de pau a esse ponto. Portanto, aprenda que não é a rainha do mundo, e que existem limites. -falou segurando meu braço.

-Experimente. -disse me soltando. -Experimente mexer comigo, ou me enganar, pra você ver o que eu sou capaz de fazer com você. Eu sou vingativa, e eu faço qualquer coisa, pra qualquer pessoa. As consequências vem, é claro, como sempre, mas eu não estou nem ai. -ameacei, para depois sorrir debochada e sair.

Pov: Vitor On.

A Lia não falou comigo até bater o sinal para entrarmos na aula. Ficou o tempo todo conversando com a Morgana, a Fatinha, e o Gil -além do Pilha, que agora resolveu andar atrás da sua ''musa'' -, e sendo observada pelo idiota do Ricardo.

Vi ele abraçando a Juliana, assim que ela chegou. Pelo jeito ele tem algum envolvimento forte em relação a infância dela. Eu sabia que a Lia se aproveitaria ao máximo da situação, e da presença dele, caso eu fizesse alguma coisa de desinteresse pra ela, e eu não iria curtir nada isso.

Entrei na sala, e o Mathias estava na sala. Alguma coisa ele queria falar. A turma estava bem animada. Logo após de mim, chegou o César, atrasado.

-Alunos, alunos, quietos! -pediu Mathias, tentando controlar a gritaria que permanecia na sala. -Esse assunto é do total interesse de vocês, e acho que não vão querer perder por nada.

-É festa meu diretor? -perguntou Pilha.

-Não Pilha. Não é festa. Vai ser muito melhor que uma festa. Com certeza vocês vão aproveitar bastante. Mas espero a atenção de vocês, por quê isso vai ser matéria em galera! -disse César antes de Mathias.

-Fala logo. -disse Fera impaciente.

-Vocês vão acampar! Uma semana inteirinha explorando a natureza. Não é demais? -disse César animado, enquanto a classe toda permanecia em silêncio, sem animação nenhuma.

-Que animação em! -disse Orelha. -Desse jeito vamos acabar ficando aqui... E isso vai ser melhor que qualquer coisa, apesar de valer um bom TV Orelha, especial!

-Álvaro Gabriel, eu não estou perguntando nada sobre suas opiniões. O aviso está dado, o professor César vai explicar mais coisas á vocês. E comportem-se. -disse Mathias saindo da sala.

Depois de ter que ouvir todos os argumentos do César, e tudo mais, a aula começou, e ninguém se mostrou animado com a ideia de acampar. Muito menos a Lia, que eu sabia que não curtia muito com a ideia. Porém, valia notas então todos teriam que ir, querendo ou não.

O sinal para o intervalo bateu e todos saíram alvoroçados da sala. Decidi que não ficaria fazendo cena para não falar com a Lia, por quê isso só iria complicar mais a minha situação, além de ser ridículo, e deixar a Juliana com um gostinho de vitória.

-E ai galera, animados para o passeio? -perguntei me sentando na arquibancada junto com a Lia e a Fatinha.

-Galera? Se você quer falar com a galera é melhor ir pra outro lugar, por quê aqui as coisas estão desanimadas demais pra sua animação. -disse Lia ironicamente.

-Também te amo Lia. -rebati. -Mas agora é sério. O que vocês estão pensando do passeio? -perguntei.

-Não gostei da ideia. -respondeu Lia. -Odeio acampamentos. Odeio tudo que tem haver com animais, e esses outros bichos horrendos que agente encontra por lá.

-Deu uma de Paty agora em Lia? -disse Fatinha rindo. -Quanto a sua pergunta Vitor. -falou se dirigindo a mim. -Eu gostei da ideia. Amo a natureza, e vou causar muito! -animou-se.

-Nem pense em causar Fatinha. -disse Gil se aproximando sério. -Eu não estou nem um pouco animado com a ideia, e se bobear eu nem vou. E se eu não for, você também não vai.

-Mas nem que santa Clarisse Lispector venha me dar ''oi'' que eu vou perder esse acampamento. Eu falei brincando tá? -disse Fatinha divertida, pelo menos a história da implicância dela comigo tinha passado um pouco.

-Eu também gostei da ideia Fatinha. Parece que vai ser super legal. -falei. -Mas caso você não queira ir Lia, agente pode ficar aqui.

-Prejuízo de vocês. -disse séria. -Mas eu vou PENSAR. Ouviram? PENSAR. Eu posso dizer tanto que sim, como que não, portando, nada de criar coisas que eu não falei nessa cabeça cheia de imaginação de vocês.

-Eu já acho que vai ser super desanimado. Se eu quiser ver a natureza, vou pra qualquer jardim botânico. Não preciso me enfiar no meio da floresta pra observar essas coisas. -reclamou Morgana.

-Até você Morg? -perguntei rindo das reclamações dela.

-Meu caro Vitor, eu posso ser santinha, mas também não me dou bem com essas coisas de acampamento, portanto, me tire da listinha de pessoas, das qual você controla a vida, e pare de fazer comentários idiotas. Todo mundo tá reclamando, e eu não tenho que te dar satisfações. Não gosto, e pronto. -disse Morgana irritada.

-Nossa Vitor, essa foi ruim em mim. -disse Gil rindo.

-Engraçadinho. -disse ironicamente. -E você Morgana. -me dirigi a ela. -Pode deixar que eu vou evitar falar seu lindo nome. Pode ter certeza que dá próxima falo de outra pessoa.

-Não precisa ficar irritado também né Vitor? -disse Lia.

-Tem certeza que é eu quem estou irritado Lia? -perguntei ironicamente. -Pelo que estou vendo, é você que está viajando legal.

-Com motivos né Vitor? -disse Lia.

-Calma que eu to viajando. -disse Morgana. -Do que é que vocês estão falando? -perguntou.

-Assunto deles né Morg... -disse Fatinha. -Agora vamos que eu tenho que falar com você, urgentemente. -falou para depois sair puxando Morgana, e Gil.

-Qual é Lia? -perguntei assim que eles saíram. -Eu já te expliquei o que aconteceu, mas parece que você não quer intender.

-Um pouco difícil né Vitor? É difícil acreditar nisso. Você fala por quê não está no meu lugar, mas se estivesse saberia do que eu estava falando. Se é que me intende... -disse.

-Não intendo. Não intendo e não faço questão de intender.

-Lia, será que eu posso falar com você? -perguntou o idiota do Ricardo, se aproximando de nós dois.

-Cla...

-Não. Ela não pode. Ela está no meio de uma conversa importantíssima comigo, e não pode falar com você agora. Espera mais um minutinho. -disse interrompendo Lia.

-Eu não perguntei pra você Vitor. Eu perguntei pra Lia. -rebateu Ricardo, para depois se dirigir a Lia. -E então Lia? -perguntou.

-Desculpa Ricardo... Mas realmente eu estou falando com o Vitor agora, e não posso falar com você. -disse Lia.

-Que fora em play boy? -falei o provocando.

-Tudo bem Lia. -disse me ignorando. -Falo com você depois então. E por favor, diz pro seu pai que eu quero falar com ele mais tarde.

-Falar com ele sobre o que? -perguntei.

-Sobre as suas companhias. Posso apostar que ele não conhece seu namorado ainda, e nem sei se vai gostar de conhecer. -respondeu.

-Ricardo, se você falar alguma coisa, eu juro que quebro a sua cara. -ameacei.

-Chega. -disse Lia. -Ricardo, pode falar com o meu pai, mas não sobre as coisas que dizem respeito a minha vida.

-Que assim seja. -disse ele saindo.

-Ainda bem que deu um fora bem dado nesse mané. -falei.

-Claro... Você viu as cantadas que ele está mandando pra mim pelo olhar? -perguntou. -Parece que ele, sei lá... Tá querendo alguma coisa...

-Ele está querendo alguma coisa, e sim, ele está te dando várias cantadas, e eu não estou gostando nada desse história... -disse.

-Como você é ciumento. -disse Lia sorrindo. -Mas pode ficar tranquilo que eu não quero nada com ele. -garantiu.

-Sou ciumento sim, mas você adora, né? -disse também sorrindo.

-Adoro, e muito. -disse ela me beijando.

Pov: Ju On.

Mas aqueles dois são sínicos em? Depois falam que a culpa é toda minha... Vivem brigando, e depois tendo reconciliações. O Vitor é e sempre foi meu. E ainda é. Se a Lia pensa que vai ser tão fácil pra ela ter o Vitor, está muito enganada. É de mim que ele gosta, e é comigo que ele vai ficar.

-E ai dona Juliana Menezes? O que está observando? -perguntou meu amigo Ricardo se aproximando.

O Ricardo era um antigo amigo meu e da Lia quando criança. Nós éramos tipos melhores amigos e a Lia várias vezes tentou juntar ele comigo, mas eu nunca quis nada com ele. Agora ele voltou, e percebi que temos muitas coisas em comum.

-Sabe o que estou observando. -respondi. -Eles são muito sínicos e falsos. Não tem nada de perfeito...

-Ju, você tem que intender que eles gostam um do outro.

-Até você Ricardo? -perguntei. -Nem vem por que eu sei muito bem que você também não está gostando nem um pouco daqueles dois.

-E não estou mesmo... Eles dois nem combinam...

-Combinar combinas mas... Mas eu já tenho um jeito de fazer esses dois se odiarem, e não vai demorar muito... -disse em tom ameaçador.

Pov: Fatinha On.

A Paty já estava me assustando com seu olhar pra cima da Lia e do Vitor. Ela parecia querer a todo custo tê-lo para ela. E esse Ricardo então? Me parece muito suspeito esses dois juntos... Nem tanto o Dinho. Mas sinceramente meu melhor amigo está irreconhecível.

-Minha musa, minha musa... Tenho um convite único e especial pra fazer pra você. Irrecusável! -disse Pilha, que desde ontem está diferente comigo.

-E que convite seria esse Pilhote? -perguntei curiosa.

-Estou te convidando para ir ao Misturama comigo. Irrecusável né? Eu sei. -disse ele convencido.

-Pilha, desculpa, mas eu sempre vou no Misturama.

-Mas a melhor parte você só vai saber lá minha musa... Agora deixa o seu Pilhote ir, e combinamos tudo mais tarde, pode ser? -perguntou ele feliz.

-Pode Pilha, pode. -disse rindo da animação dele.

''Minha Musa''? De onde foi que ele tirou isso minha Santa Clarisse Lispector?

Depois de algumas aulas tediantes, chegou a hora de finalmente irmos embora. Eu ia direto para o Hostel, já que a Lia e o Gil almoçariam no Misturama, pois a Marcela teria que resolver algumas coisas com o Lorenzo, e a Lia não queria ter que cruzar com a Raquel. A Tatá ficaria com a mãe.

Me despedi do Gil, da Lia e da Morgana, que iria almoçar com eles, e fui direto para o Hostel. Chegando lá, o Michel veio falar comigo, e para minha surpresa, ou não, adivinha quem me esperava? Bruno, é claro. Quando é que esse garoto vai parar de andar atrás de mim?

-Fatinha, tem um garoto esperando você lá no seu quarto. Como ele estava atrapalhando aqui, eu mandei entrar. Tem algum problema? -perguntou Michel.

-Não queria ter que falar com ele Michel, será que tem algum problema em você dizer que eu tive que sair, por favor? -perguntei. -E da pró...

-Viu cara, quando será que a Fa... -disse Bruno entrando na recepção, e dando de cara comigo. -Já chegou. -disse sorrindo.

Pronto... Agora eu teria mesmo que falar com ele.

-Viu Fatinha... Eu tinha que falar com você. Será que pode ser agora? -perguntou ele ainda sorrindo.

-Pode, pode sim. Eu só não posso me prolongar muito. -respondi também sorrindo. -Michel, eu volto na hora do meu expediente. -disse me dirigindo a ele. -Bruno, vamos conversar lá no meu quarto que é melhor.

Ele me acompanhou até meu quarto, sempre com um sorriso no rosto. Aquilo não iria prestar. Não era bom me envolver demais com o Bruno. Ele era um ótimo amigo. AMIGO. Lemos certo, tá?

-E então Brunito? O que você quer? -perguntei.

-Gostei do meu apelido Fatinha... -falou. -Mas o que eu queria falar, era sobre nós dois. -respondeu.

-Sobre nós dois? -perguntei. -Desculpa, mas eu acho que não tem o que falar sobre nós dois. Somos amigos, e apenas isso.

-Eu não queria ser só seu amigo, e tenho certeza que você também não. -disse ele me puxando, para depois me beijar.

Pov: Lia On.

Uma Semana Depois...

Uma semana se passou, e eu continuava firme e forte com o Vitor. Durante esses dias não discutimos por nada, uma vez sequer. A PsicoPaty deu uma trégua pra nós dois, pois estava ocupada demais organizando as suas rouptchas pro acampamento.

A Fatinha também estava bem animada, e com uma vontade de causar, que o Gil não estava aprovando nem um pouquinho. A Morgana vivia reclamando deste passeio.

Nesta semana todo mundo estava até mais animado com a ideia de acamparmos, e a semana passou rápida. Hoje já era dia de irmos, e no momento eu estava no Hostel com a Fatinha.

-Se você não andar logo Fatinha, vão acabar indo sem nós duas. Já estamos atrasadas mais de 15 minutos. -disse impaciente.

-Não exagera amiga! Nós causamos muito, e somos muito adoradas. Ninguém iria embora sem nós duas. -disse convencida. -Até por quê meu namorado lindo, e o meu super anjo não deixaria isso acontecer.

-Não sei por quê levar tanta roupa pra tão poucos dias. Uma semana só. -disse ignorando o que ela tinha falado.

-ACABEI! -gritou assim que conseguiu fechar sua mala. -Anda logo Lia, você que está atrasando todo mundo. -disse ela rindo.

Essa é a minha melhor amiga!

Pov: Vitor On.

Cadê a Lia e a Fatinha? Já estão super atrasadas. Posso jurar que só faltam aquelas duas. Todo mundo já estava pronto, menos elas.

-Vamos pessoal? -perguntou César.

-Calma, a Fatinha e a Lia estão atrasadas. -pedi.

-Não vão fazer falta nenhuma. -comentou Juliana.

-Ninguém te perguntou. -rebati.

-Nossa! Vai pro Tv Orelha. -provocou Orelha.

-Ignora Vitor. Com certeza a Lia e a Fatinha já estão chegando. -disse Morgana, também preocupada.

-CHEGAMOS! -gritou Fatinha assim que chegou.

-Demorou em Fat? -disse Gil.

-Sua irmã não parava de colocar roupas nessa mala.

-Tem certeza que era eu? -disse Lia rindo.

-Vamos logo galera! -pediu César impaciente.

-Vitor, pode ir mudando suas opções por quê quem vai sentar com a Lia sou eu. Ela é minha BFF e quem senta com ela sou eu. -disse Fatinha puxando Lia para perto dela.

-Nem vem Fatinha. A Lia é minha namorada, portando, vai sentar comigo. -disse a puxando para perto de mim.

-Vai nada. Ela gosta mais de mim, portanto vai sentar comigo. -disse a puxando de volta.

-Quem disse? -perguntei.

-Eu. E quando eu digo, eu digo! -disse Fatinha, para depois pensar no que tinha acabado de dizer.

-A Lia é minha irmã, portanto eu é que vou sentar com ela. -disse Gil puxando Lia para perto de si.

-PODEM PARAR TODOS. -gritou Lia. -Eu vou sentar com a Fatinha, e basta! -falou enquanto Fatinha comemorava, rindo da minha cara, e da cara do Gil.

-Eu quero, eu posso eu vou! -disse Fatinha comemorando.

-Vai te catar Fatinha. -disse sem paciência.

-Ai Vitor. Calma... Na volta eu venho com você. -disse Lia.

-Viu? -comemorei olhando pra Fatinha.

-Não gostei Lia. Mas na ida é mais legal! -disse ela.

-Garotada, vocês vão ficar aqui. -alertou César.

E assim nós fomos. A Fatinha e a Lia riam o tempo todo, enquanto eu, que tive que sentar com o Gil, por quê minha graciosa namorada sentou com a amiga dela, ficava me perguntando do que elas estavam achando graça.

A viagem foi bem animada. Todo mundo estava se divertindo bastante. A Fatinha então nem se fala. Percebi a graça, quando olhei para a Ju, e vi que o cabelo dela estava todo embaraçado. Motivo? Chocolate.

-Lia, não acredito que você fez isso. -disse entre risos.

-Foi a minha amiga de imaginação grande Vitor, e pra qualquer circunstância, o chocolate derreteu. -disse ela também rindo.

-Gostou amor? -perguntou Fatinha para Gil.

-Isso Fatinha. Coloca ela no seu quadrado! -respondeu.

Infelizmente a chata da Kika acabou alertando a Ju sobre seu cabelo, e está saiu correndo. Tenho certeza que ela teve que cortar, por quê voltou em menos de 10 minutos, com o cabelo normal.

-Você vai me pagar por isso Martins! -ameaçou Juliana, para depois sair irritada, enquanto todo mundo ria dela.

Assim que chegamos lá, o César avisou que todos ficariam em barracas. A única parte chata, é que as pessoas que dormiriam nela, teriam que ser sorteadas.

-Todo mundo concorda com as regras do sorteio? -perguntou César depois de um breve discurso.

-Sim. -respondemos todos juntos.

-Lembrem-se que o Robson vai suspender os amados pontinhos de vocês, se tiver confusão aqui em... -alertou. -Mas vamos começar o sorteio.

-Anda logo César! -pediu Fatinha impaciente.

Ele pegou dois papéis, e leu em voz alta. Os únicos que faltavam eram a Fatinha, Lia, Juliana, Morgana, Kika, Gil, Ricardo, Dinho, Pilha e eu. Agora a coisa iria complicar.

-Vamos lá... -disse César com mais um papel. -Dinho e Morgana. -foi o que bastou para que Morgana começasse a reclamar, enquanto Dinho só ria, e recebia tapas vindo delas.

-Mas uma duplinha, meus amores... -falou retirando mais um dos papeis. -Hum... Gil e Kika. -disse para o espanto de ambos.

-Mas nunca que eu vou deixar o meu namorado dormir na mesma barraca que essa periguete de franjinhas. -se intrometeu Fatinha, não concordando com o sorteio.

-Olha aqui FACINHA. A única periguete que eu vejo aqui é você. -provocou Kika, usando o nome que Fatinha menos gostava.

-Ferrou. -disse Gil baixo.

-Olha Kika... Como diria Clarisse Lispector: O seu recalque bate nos meus olhos brilhantes, e volta, portanto, cuida mais da sua vida, e deixa a minha pra lá. -disse Fatinha.

-Ponto pra Fatinha! -disse Pilha, fazendo todos rirem.

-Olha aqui Faci...

-CHEGA. -disse César se colocando no meio das duas. -Desculpa Fatinha, mas as regras são essas. Posso continuar? -perguntou.

-Pode né? Fazer o que... -disse debochada.

-Próximo grupo... Lia e Ricardo. -falou César me deixando nervoso. -Vamos ao pró...

-MAS NUNCA QUE EU VOU DEIXAR A MINHA NAMORADA COM ESSE RETARDADO DO CARAMBA. -gritei o interrompendo. -VAI QUE ELA É RAPTADA POR ESSE IDIOTA DE TOPETES?

-Toma cuidado mesmo... -provocou.

-César, eu não quero mesmo ficar na mesma barraca que ele. Correndo o risco de ser atacada por ele no meio da noite. -pronunciou-se Lia.

-Regras são regras minha querida, e segundo elas, vocês não podem mudar. -disse Juliana sínica. -Continua professor.

-Isso é verdade. -afirmou César. -Próximo...

Agora era torcer para cair com a Fatinha ou com o Pilha...

-Vitor e Juliana. -disse César, enquanto Juliana se fazia de inocente, e ria com um sorriso vitorioso, olhando para Lia. -Sendo assim, o grupo final é: Pilha e Fatinha. -concluiu. -Comecem a organizar as barracas. -disse ele saindo.

-Meu namorado não vai dormir com essa Barbie paraguaia. -disse Lia irritada.

-Regras são regras. -rebateu Juliana sínica. -Agora vamos Vitor, meu amor, temos que montar NOSSA barraca.

-Se me chamar de meu amor de novo vai...

-Não. Eu vou. Vou enfiar sua cabeça num buraco. -disse Lia em tom ameaçador.

-Morrendo de medo. Olha! -disse ela fingindo estar tremendo. -Vamos Vitor.

Tive que sair com a Juliana, e parece que os únicos que ficaram um pouco satisfeitos foram a Fatinha e o Pilha.

Pov: Lia On.

Eu queria matar aquela PsicoPaty paraguaia. Eu juro que ainda vou me vingar dela, tirando até o ultimo fio daquele cabelo.

-Sem sorrisinhos Ricardo. -disse notando seu sorriso.

-Fica tranquila que eu não vou te atacar no meio da noite.

-Cara, eu não gosto de você, deu pra intender? -falei.

-Deu. -respondeu ironicamente.

Enquanto montávamos a barraca, percebi que devia ter deixado cair em algum lugar meu celular. Se ele pegava ali? Claro que não. Mas também não poderia perde-lo.

-Ricardo, você viu meu celular? -perguntei procurando por todos os lugares. -Acho que perdi em algum lugar.

-Se quiser ir procurar... -falou.

-Não podemos sair daqui. E outra: Eu iria com o Vitor, não com você.

-Não tem perigo, por quê todo mundo tá montando barracas, enquanto nós já terminamos. E outra. -disse repetindo o que eu tinha falado, tentando imitar minha voz. -O seu namoradinho não faria isso. Estaria agindo contra regras.

Pensei por um momento e aceitei, alias, o que ele tinha dito fazia sentido. Todos estavam ocupados demais pra notarem nossa falta.

Começamos a andar, no mesmo caminho pelo qual viemos, e eu sabia que encontraríamos meu celular em algum lugar. Droga! Por que fui sair de lá por um celular? Agora estou morrendo de cansaço.

-To muito cansada. -disse me sentando. -E acho que vai chover. -falei vendo as nuvens escuras.

-Pois é...

Ficamos mais um tempo por ali, e nem notamos quando anoiteceu, por quê mesmo cansada continuei andando.

-Lia, nós não vamos achar. Se quiser continuar continuamos, mas vai ser tempo perdido. Não tem como. Já andamos por quase tudo onde passamos. -falou Ricardo.

-Pois é... Vamos voltar logo que estou cansada.

Reparei que continuamos andando, e o tempo todo, Ricardo permaneceu com uma cara estranha. Não sabia o que estava havendo. Quando ele parou, tomei coragem para perguntar o que estava acontecendo.

-O que foi Ricardo? Está tão estranho... -falei.

-Não é nada. -disse sem me olhar.

-Então por quê parou, ao invés de continuar? -perguntei.

-Por nada Lia. Para de fazer perguntas. -respondeu grosseiramente.

-GAROTO, DIZ LOGO O QUE TÁ ROLANDO. -gritei já perdendo a minha paciência.

-AGENTE TÁ PERDIDO, TUDO BEM PRA VOCÊ?