Elizabeth

O treinamento foi bem difícil, mas eu dei o meu melhor. Nenhum dos aceitos poderia ver o treinamento dos recrutas, a não ser agentes escolhidos e o próprio diretor. Nenhuma das pessoas que eu havia visto quando fui resgatada estava lá. Nem me lembro de quais eram seus nomes.

Todos os outros que estavam treinando, e os inspetores, ficaram olhando para mim. Afinal não é todo dia que se vê uma mutante com uma cauda e orelhas tão distintas e bem feitas, mas não gostava que ficassem olhando, isso estava me atrapalhando. Por sorte o diretor ficou os corrigindo. Todos param de olhar para mim eventualmente.

...

Uma semana depois eu terminei o treinamento. Não sabia do meu resultado, mas antes teve um inspetor que falou que o diretor ficava tão atento numa pessoa no treinamento se ela fosse muito boa, ou muito ruim. Isso me deixou preocupada, sei que ele havia dito que eu viraria a codiretora só se eu passasse pelo treinamento básico, mais um treinamento especial que ele prepararia. Mas ele tinha falado só isso, não explicou nada mais. Caramba, eu nem sabia o nome dele.

...

Eu me dirigi à sala sua sala, a cada passo eu ficava cada vez mais receosa, e estava encontrando coragem para continuar. Mas finalmente eu chequei a sala.

Felix

Ela entrou na sala com um olhar de medo, percebi que algum maluco decidiu falar para ela do porque eu ficava olhando para os recrutas em treinamento. Isso deve tê-la deixado muito tensa.

– Olá, sente-se, sinta-se a vontade – Falei tentando acalmá-la – Quer alguma coisa? – Ofereci.

– Não, obrigada – Falou.

– Certo, desculpe se acabei deixando você preocupada, mas você passou do treinamento – Falei ainda com um tom calmante.

Ela suspirou profundamente relaxada e feliz.

– Ótimo. Você realmente me assustou – Disse ela aliviada.

– É isso às vezes acontece – disse me desculpando.

– Então, qual é mesmo seu nome? – Perguntou ela.

– Felix – Respondi.

– E o seu sobrenome? – Perguntou.

– Eu não sei – Respondi.

Ela pareceu confusa, como se ter um sobrenome fosse obrigatório.

– Como assim você não sabe? – Perguntou.

– Quando eu era pequeno, ele tinham feito uma lavagem cerebral em mim, fazendo com que eu só me lembrasse do meu nome. Depois eu fui treinado para proteger o príncipe do reino unido, e estava indo tudo bem, até que tentaram assassiná-lo – Expliquei.

– E o que aconteceu depois? Ele morreu ou algo assim? – Perguntou.

– Não, eu consegui escapar junto com ele para fora do reino, mas eles nos encontraram, e acabamos sendo encurralados, em um penhasco. Então, nós caímos. Eu ia amortecer a queda dele, mas ele insistiu em me lançar para um lugar seguro, enquanto ele caiu nas pedras duras do penhasco. Ele não morreu, mas ele perdeu a memória e teve de fazer diversas cirurgias. Mas hoje está bem, e bem, ele está na AIA – Expliquei.

Depois da história ela parecia bastante comovida. Mas ela tinha ainda uma cara de curiosidade, com se quisesse saber mais sobre a história. Mas eu percebi que até aquele ponto eu já estava derramando lágrimas.

– Mas só posso falar isso. É melhor você ir descansar, amanhã terá um dia bem puxado – Falei.

– Certo. Mas quem é o príncipe aqui na AIA? – Perguntou.

– Ele é aquele com cabelo castanho bem claro, baixinho, e se chama Richard, mas não conte para ele, não seria uma boa ideia – Respondi.