Eisengard

Isso não podia estar acontecendo, não podia mesmo… Aqueles filhos da mãe foram embora! Os helicópteros que eram para nos ajudar, foram embora! Eu fiquei com tanta raiva… Mas ela foi abafada pelo som de milhares de soldados atrás de nós sacando as armas. Eles não hesitariam em atirar há qualquer segundo. Então, seria assim que eu iria morrer… Não era do melhor jeito, mas não podia fazer nada…

Eu me virei e vi vários canos de armas apontados para nós… De repente, todos eles caem fora e explodem. Fiquei chocado e confuso. Esse era realmente um dia muito estranho. Então todos os soldados se levantaram parecendo confusos, logo depois, cada pescoço de cada um espirrou sangue descontroladamente depois caindo a cabeça numa poça de sangue e depois o corpo sendo totalmente desmembrado aumentando a poça de sangue. No final havia uma fileira de membros caídos em poças imensas de sangue. Estávamos todos boquiabertos e meu estomago revirou. Eu não consegui segurar e então eu vomitei no chão. Depois de um minuto vomitando eu consegui me controlar.

– Mas que merda foi essa…? - Perguntou Jonathan tão confuso quanto eu.

– Não precisa me agradecer… - Ouvimos uma voz vinda de dentro da base, de lá saiu um garoto de 14 anos com um sorriso maroto nos olhos e sangue ao redor das mãos.

Felix

Mas o que diabos foi aquilo? Eu não entendi nada até aquele garoto aparecer com as mão ensanguentadas. Senti uma presença muito forte de magia nele. Comecei a sentir esse tipo de coisa desde que Maria havia tocado minha testa, revelando meus poderes. Era uma magia que eu apenas tinha visto no meu próprio sangue, isso queria dizer…

– Você é um Oliveira? - Perguntei.

– Olha só… Não esperava encontra mais outros três demônios por aqui. Prazer, meu nome é Hiro - Cumprimentou.

…

Já estávamos voando de volta para a base, não encontramos nem Richard nem Amber por perto então deduzimos que eles voltaram com a equipe de busca.

Decidimos que Hiro viria conosco até resolvermos todos os assuntos, sentia que aquele garoto sabia mais do que eu… Eisengard, que estava nas minhas costas não parecia gostar nada do “passeio”. Por sorte ele não havia vomitado, pelo menos até termos pousado.

Quando chegamos na base todos pareciam chocados, não só pelo fato de termos chegado lá voando, mas também de estarmos vivos. Richard e Amber saíram da multidão que se amontoou ao nosso redor. Richard foi ao encontro de David, chorando e o abraçando forte. Amber foi direto para Jonathan fazendo o mesmo, depois ela se aproximou correndo de Eisengard, mas eu a parei.

– Ele está meio enjoado, deixe-o descansa… - Avisei.

– Certo… - Concordou ela.

…

Depois de termos explicado tudo que aconteceu, dei um espaço para Maria explicar nossa situação especial.

– Bem, Demônios, diferente dos estereótipos humanos, não são criaturas das trevas, na verdade muito pelo contrário. Durante milhares de anos, anjos e demônios vem lutando constantemente. Nunca estive inclusa em nenhuma missão de nenhum dos lados, mas soube recentemente que o lado de Lúcifer ganhou… Deus está morto… - Começou.

– Uou, quer dizer então que estamos muito encrencados? - Perguntou Amber.

– Se você quer dizer que a morte de deus fora ruim, você está muito enganada… - Disse Richard, ele parecia meio irritado em pensar naquilo, ninguém além de mim e David sabiam o que ele sofria…

– Richard está certo, deus era alguém cruel, não importa o que as pessoas digam. Ele nem mesmo criou o mundo… Na verdade eu acho isso uma história horrível, o verdadeiro criador já fora esquecido à muito tempo, isso por causa de deus. Ele nem é mesmo o único deus, existe mais outro.

– Shi no Kami, o deus da morte - Completei.

– Exatamente. Mas bem, saibam que toda a história de Lúcifer ser o cara do mal é tudo mentira. Ele na verdade queria o bem para o mundo, fora deus que o privou disso. Existem várias histórias sobre isso… Mas duvido que alguma seja falando mal de deus… - Continuou.

– Essa conversa está me dando vontade de queimar algumas bíblias… - Falou David.

– Vou mandar fazerem isso depois, vou deixar você encarregado - Falei.

Ele sorriu como agradecendo.

– Enfim, quanto aos demônios existe uma explicação para nós três sermos. No mundo mortal, exitem três famílias entegradas apenas de demônios, essas são os Greenward, os Castellan e os Oliveira. Eu sou uma Castellan, Elizabeth é uma Greenward e Felix é uma misigenação entre os Oliveira e os Castellan - Explicou mais.

– Isso até agora não está fazendo sentido para mim… Como esse mundo pode ser escondido dos humanos por tanto tempo? Como ele sequer é possível? - Perguntou Eisengard.

– Não existe lógica cientifica ou fisiológica para nada desse mundo, nem mesmo deus o entendia, ele só o usava, para ele, não importava realmente. A lógica humana não se encaixa em nada, não tem como.

– Então, quer dizer que os povos antigos, que eram politeístas, na verdade e religião de uma forma geral, tudo estava correto, a ciência é errada? - Perguntou ele, parecia desesperado para achar uma lógica naquilo tudo.

– Existem na verdade dois mundos, o mundo mortal, criado pelos deuses, mais como seus experimento particular, e o mundo imortal, que vai do céu até o inferno, no mundo mortal, no qual estamos, existe sim uma lógica, tudo que você descobriram estava realmente correto, mas sem estarmos aqui, não existe - Explicou.

– Não pense muito nisso… - Recomendei.

– É só que… Eu passei toda minha vida querendo ser um cientista, assim como meu pai, mas então confrontar toda essa… ilógica, não faz o menor sentindo para mim…

– Com o tempo você se acostuma - Falou Richard.

Na verdade notei que apenas Eisengard parecia confuso com tudo aquilo. Amber e Jonathan pareciam entender tudo com uma simplicidade incrível…

– Mas e eu?! - Perguntou indignado Hiro, no fundo da sala.

– Certo… Elizabeth, vamos preparar as fichas desse garoto - Disse para ela - Que tal se juntar a AIA? - Perguntei para o garoto.

– Sério? - Perguntou ele contente, ele tinha um brilho nos olhos.

– Sim, mas vou ter que ditar as regras para você… Sabe como é, sou o Diretor e tudo mais… - Avisei.

– Eu farei tudo que estiver ao meu alcance! Agora sou um subordinado do senhor, juro lealdade eterna à você! - Disse ele animado fazendo uma saudação pondo a mão estendida na cabeça. Eu cheguei perto dele e segurei a mão, a fechei e pus em cima de seu peito.

– Essa é nossa saudação, lembre-se disso - Falei.

– Sim senhor!

Eu sorri, um garoto com aquela energia seria ótimo para um agente. Por algum motivo, pensei qual seria o meu grau de parentesco com ele…