Fiquei a tarde toda deitada, mofando feito um móvel antigo e mal usado. Fiquei lá na cama, parada feito uma estátua, feito um vegetal. Como eu disse, queria descansar MUITO para poder ter forças suficientes para aguentar o mala do Leon à viagem inteira. Só de pensar nisso, entrava em desespero.

Nao gosto muito de redes sociais, nao sou como a maioria das adolescentes de minha idade, acho que nasci vinda de outra dimenssao ou coisa parecida. Pareço ser uma daquelas pessoas meio chatas que ficam "Sai desse computador, vai ficar cega!".

Nao, definitivamente eu nao faria isso, mas confesso que prefiro os livros, e eles estaram sempre comigo.

Bem, acho que estou falando besteira na verdade. 

Saí de meus devaneios ridiculos e, quando me dei conta, já era hora de arrumar as coisas da viagem. Estava tudo bem calmo naquele dia, e acho que a previsão do tempo do professor estava completamente errada. Estava neblinando um pouco, e parece que ia chover, e muito.

Enfim, comecei a arrumar as mochilas, coloquei varias tralhas lá dentro, afinal, tudo pode acontecer nesse acampamento, pricipalmente pelo fato de Leon ser meu companheiro.

Serio, que ódio. Acho que nao poderia ser pior. 

Após ficar arrumando tudo e colocando várias coisas na mochila, fui arrumar minha roupa de amanhã. Mesmo que o professor tenha errado sobre o clima, segui seus conselhos, afinal, os mais velhos sabem mais. Certo?

Bem, após tudo feito, fui tomar um banho e em seguida fui jantar. Nada de interessante aconteceu naquele jantar totalmente insignificante. Bem, devo desculpas ao meu pai e todos que estavam á meu redor, na verdade, depois que o professor disse que fariamos uma trilha com nossos companheiros,fiquei irritada com todo mundo, e eles nao me dão tantos motivos para ser assim com eles., tirando os problemas familiares.

Bom, acho que tirando o fato de Leon estar nesta jogada, eu me diverttiria um pouco, pois poderia esquecer todos os problemas, mini problemas na verdade, que havia naquela casa.

Bem, fui para meu quarto e abri a cortina, deixei que a luz de fora entrasse um pouco no meu quarto. Após isso, fiquei deitada pensando no dia seguinte, e de repente, já estava em transe com o sono profundo.

No Dia Seguinte...Acampamento...

Acordei com o sol batendo em meus olhos. Droga, nao devia ter aberto aquela cortina maldita.

Bem, hoje é o acampamento, e eu nao estou nem um pouco a fim de ir. Custei a abrir os olhos, estava tão desanimada com essa trilha que, estava a ponto de pegar fogo e, de brinde, soltar fumacinha pelo nariz.

Bem, parei de ficar feito uma louca na beira da cama, e fui me trocar. Nao sou muito caprichosa no visual, tipo, pego a primeira peça de roupa que vejo e visto. (N/A:Garotas, nao sou muito boa com visuais do Polyvore, mas pra imaginar mais ou menos como a Vilu está, ta ai: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=92245188 ). Logo em seguida, fui tomar meu café. Meu pai começou com os 'cuidados' que temos que ter no meio da trilha, fiz até uma listinha:
1. Use protetor e repelente 
2. Nao se perca.
3. Não desrespeite seu professor.
4...

E assim vai...

Bom, já estava impaciente, nao queria ficar ali ouvindo sermões de meu pai, e pra piorar e fuder com tudo, Angie foi na jogada dele. Até desanimei de ficar ali, entao resolvi tomar meu café sair, nao aguentava mais aquela falaçao na minha cabeça.

Entre ficar em casa ouvindo as idiotices das pessoas daquela casa, ou ficar perto do Vargas, eu escolheria a segunda opção.

Fui andando em passos apressados, queria chegar um pouco mais cedo, pra poder tirar algumas dúvidas com o Beto. E aproveitar para já ir adiantando as coisas, e principalmente, pegar um lugar bom no ônibus.

Mas para minha infelicidade e falta de sorte, Leon já tinha chegado. Quando o vi, resolvi colocar a franja no rosto e disfarçar, nao queria conversarcom ele, bom, nao no momento. Bem, nao obtivemuito sucesso nisso, ele me viu, e veio caminhando justo em minha direção.

Droga, já vai começar com a irritação justo agora?

-Oi Vilu.- ele veio sorrindo, fingindo ser alguem.-Nossa, está...diferente.

-Ah. Valeu.-falei sem animação.

-E então, eu já tirei umas duvidas minhas com o Beto, já peguei nossa pulseira de ID, e já escolhi nossos lugares.- Serio?Ele ta de brincadeira comigo, só pode. 

-Nossa...que ótimo.-pra nao dizer o contrario.

-Pois é. E então, o que a gente faz enquanto o resto do pessoal nao chega?- que pessoal ele tava falando? Nao quero nem saber, nao vou andar com a turminha dele nem morta.

-Bom, eu vou ficar lendo. Enquanto isso voce pode ficar com seus amigos.-disse dando as costas e simplesmente indo me sentar em um lugar com sobra, e onde eu teria um segundo de paz. 

Estava um pouco enganada, Leon se interessou pelo livro. Ai Meu DEUS! O que é preciso para ser feliz por um dia?

Ok, acho que posso estar sendo malvada com ele. Acho que no fundo, bem no fundo, ele até que é uma pessoa legal.

Enfim, começamos a ler. Ficamos ali, parados. Mas estavamos muito perto, conseguia ouvir as batidas de seu coração acelerado e sua respiração ofegante. Então, comecei a sentir algo diferente, algo que nunca havia sentido por ninguem, era meio que complicado. Eu estava nervosa, e queria tê-lo perto e longe de mim ao mesmo tempo.

Comecei a sentir seu cheiro e do nada, basta.

Fui salva pelo professor, que nos chamou para ir pro ônibus. Fui correndo, mas nao queria pagar mico, nem sabia onde era o lugar em que eu e Leon iriamos sentar.

Assim que ele chegou, fomos para nossos devidos lugares marcados. Coloquei minha mochila no canto, me sentei na janela.

O caminho foi tranquilo, bem, a maior parte do tempo. Do nada, as pessoas começaram a sentir vontadede vomitar, e aquilo era nojento, então eu estava quanse indo na deles. Leon me abraçou com força, fazendo com que eu sentisse somente seu cheiro. E no momento, eu nao podia negar aquele abraço. 

Mentira, eu podia negar sim, mas na verdade, algo em mim nao queria me deixar soltá-lo. Que tipo de sentimento é esse que está nascendo em mim?