O dia estava chuvoso, olhando da janela, via pingos caindo. Mas isso nao seria problema pra mim, afinal, meu pai poderia me levar hoje.

Não demorou muito até que Angie, minha madrasta, me chamasse para tomar café. Foi tudo bem calmo, tomei meu café tranquila e, em seguida, fui me trocar. Estava fazendo muito frio, então coloquei uma roupa bem quente.

No caminho do colégio, estava tudo em silencio, eu e meu pai nao tinhamos muito assunto no momento, mas é melhor assim, gosto de silencio absoluto, ouvir só as gotas da chuva caindo e o forte sopro do vento.

Ótimo, mais um dia com o Vargas. Que empolgante. Na verdade, a única coisa ruim naquele lugar era ele. Aposto que se ele estudasse em outra escola, tudo seria mil maravilhas.

Ficar ao lado dele todos os dias era horrivel, ele até que é legal quando quer. "Mas o que é que estou dizendo? Ele é isuportável!", pensei.

Fui despertada de meus devaneios quando meu pai me cutucou, sim, eu estava com os pensamentos longe.

Me despedi de meu pai com um abraço e saí do carro. Cheguei no colégio um pouco antes do normal, então me sentei em um banco da quadra enquanto uma turma jogava futebol lá, e coloquei os fones de ouvido.

Fiquei viajando ali, até que alguem começou a me cutucar. Fala sério? O que é preciso fazer para ter um pingo de paciencia naquele lugar?

Antes que pudesse ver quem era, ja fui falando na maior grosseria.

–O que é?!- disse irritada enquanto me virava.

Quando vi que era Francesca, fiquei toda vermelha de vergonha.

E quando percebi que todos da quadra estava me olhando, fiquei de olhos arregalados.

–Ah! Qual é?! Nao tem nada pra ver aqui!-disse me levantando e saindo. Francesca veio logo atrás de mim.

Ficamos conversando na sala, esperando que Beto chegasse. Bem, na verdade o nome dele era Roberto, mas ele prefere ser chamado por seu apelido.

Ficamos conversando lá por 15 minutos, até uma turminha de descolados sem graça chegar.

Sim, era Leon e com sua turma nada agradável. Ainda tinhamos mais 15 minutos, cheguei muito, muito cedo.

Quando eles entraram, eu e Fran fomos até a porta, nao gostavamos de ficar no mesmo ambiente que eles. Mas para nossa surpresa e falta de sorte, nao nos deixaram sair.

–Ei! Onde voces vão?

–Vamos para um lugar bem longe de voces.-Disse e saí empurrando eles.

Fomos para o refeitório, o lugar mais cheio da escola. Nos sentamos em uma das mesas vagas, para poder conversar em particular...

Ficamos lá por dez minutos e depois voltamos para a sala. Era tudo muito corrido naquele lugar. Chegamos na sala e nao tinha absolutamente ninguem, somente os...ah, voce sabe.

Revirei os olhos e fui para a carteira de Fran, já que aquele grupo insuportavel estava na minha mesa e na do Leon. Que ódio tenho desse...imprestável.

Pois bem, logo Beto chegou, e em seguida, foram chegando os demais alunos.

A aula foi bem normal, assim, nao teve nada de interessante. Mas o professor nos surpreendeu.

–Bem turma, antes de irem, quero avisar que Domingo, depois de amanha, vamos ir para um tipo de trilha. Vamos passar uma semana na mata.- ele dizia mais o idiota do Leon o interrompeu.

–Vai valer nota?

–Calma, deixa eu terminar de falar. Sim, vai vai valer nota. Voces vão falar sobre o que estão vendo de diferente, vao pesquisar e fazer um trabalho. Bem, voces vao ir de dupla em dupla. Do jeito que está. Vai haver uma pulseira de cores variadas para cada dupla e, nao adianta trocar com outra pessoa, vai estar tudo anotado aqui na planilha. Bem, quem nao quiser ir, nao vá. Porem, vai ganhar zero neste bimestre. Esse trabalho é como se fosse a prova deste bimestre. Então, Domingo voces vão ter que estar aqui às 7:00 da manhã. Ah, e eu aconselho voces virem de berrmuda ou short, pois vai fazer muito calor. E as meninas, por favor, não entendam isso como: "pode vir de saia ou short curto" Ok? Então, até Domingo. Estão dispensados.-Beto disse e se retirou.

Fiquei paralisada. Como assim? Trilha? E o pior, com Leon?

Definitivamente, hoje nao era meu dia de sorte.

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Fui para casa com um guarda-chuva. Nao liguei pro meu pai, pois queria aproveitar o caminho para poder esfriar a cabeça.

Bem, confesso que ajudou bastante, aquele som da chuva que permanecia caindo ainda me relaxava. Mas um maldito carro passou e me molhou toda. Contive meu nervosismo dentro de mim. Eu suspirei fundo e continuei andando, afinal, o que mais poderia acontecer?

–Violetta!-uma voz totalmente irritante me gritava sem parar. Fingi nao ouvir, mas a pessoa continuava me chamando.

Me virei brutamente para trás e vi Leon vindo correndo até mim.

–Voce é surda?-ele perguntou enquanto colocava as maos nas pernas, tentando recuperar o fôlego.

–Será que nao percebeu que eu nao queria falar com voce?- perguntei estressada. Fala serio, todos da minha turma já perceberam que nao vou com a cara dele.

–Olha, eu nao vim aqui atrás de voce para discutir...

–Ah, duvido.-disse o desafiando.

–Violetta, eu gosto de voce...Como amigo, nao se assuste. Eu nao sei, algo em voce é interessante. Quero ser seu amigo, e agora, vamos ficar muito tempo juntos, e...-ele ia terminar, mas nao deixei.

–Olha Leon, seria ótimo ser sua amiga mas, nao vou muito com sua cara. Nao me leve a mal, mas prefiro te conhecer primeiro e, torcer, para que eu esteja errada de que voce é um babaca.-disse na maior cara de pau. Afinal, sou muito sincera.

–Ok então, magoou.-disse fazendo cara de ofendido e voltou pelo caminho que veio.

Me senti um monstro. Poxa, o cara vem aqui tentar ser meu amigo, e eu digo que acho ele babaca? Coitado.

Bem, nao posso fazer nada.

Voltei a fazer meu percurso de antes. Queria chegar em casa, tomar um banho quente e me enfiar debaixo das cobertas.

Queria descansar bastante. Hoje e amanhã, para ter grande disposição no Domingo.