Esse perfume, eu poderia pegar ele e passar por todo meu corpo só pra não ter que parar de sentir ele. Abri os olhos, a cama estava toda desarrumada e Peeta não estava lá. Levantei e percebi que estava só de roupas íntimas então peguei uma blusa que estava no chão, a que Peeta estava usando ontem, antes que eu a tirasse. Vesti ela, cobriu só metade da minha coxa mas tudo bem. Fui para o banheiro, lavei o rosto, tentei dar uma arrumadinha no meu cabelo porque ele estava MUITO bagunçado. Quando meu cabelo estava apresentável sai do banheiro e voltei pro quarto. Sério, a blusa estava com um perume tão bom que eu por um segundo pensei em não tira-la mas.  A porta do quarto abriu, era o Peeta, ele estava sem camisa, provavelmente porque eu estava usando a que ele iria usar. Ele me fitava.

- Linda... – Ele disse se aproximado, ficando corpo a corpo comigo.

- Eu? Tem certeza que ta falando comigo? – Eu disse.

- Toda certeza do mundo. – Ele disse enrolando os braços pela minha cintura. – Você não me deu uma resposta...

- Resposta? – Tentei disfarçar, mas sou péssima nisso. Ele estava falando do eu te amo, que eu por algum motivo não respondi.

- Eu te amo... – Ele disse olhando profundamente nos meu olhos, ele sabe que esses olhos azuis são meu ponto fraco.

- Eu te ... – A porta abriu, era o Cato.  Eu e Peeta nos desgrudamos rápido, tentando disfarçar mas Cato não era idiota.

- Ãhn, desculpa, não queria incomodar... – Cato disse.

- Magina... – Eu disse abaixando a cabeça.

- Dá licença cara. – Peeta disse fechando a porta, quase que fecha a porta nos dedos do Cato. – Você estava dizendo...

Eu olhei nos olhos dele, tudo fazia sentido agora, o porque de eu não me sentir bem quando vi ele com a Glimmer, o porque de eu brigar com ela por causa disso, o porque de o beijo dele nunca sair da minha cabeça, e porque desses olhos azuis sempre aparecerem nos meus sonhos.

- Eu te amo Peeta. – Eu disse tirando um peso das minhas costas.

Peeta sorriu e logo depois me beijou, não queria soltar ele, isso é normal?

...

Peeta me trouxe pra casa, minha mãe ainda não estava, o negócio tava bom mesmo.  A campainha tocou e adivinha quem era? Annie.

- Kat, pode ir me contando tudinho mocinha. – Ela disse sentando no sofá e cruzando os braços. – Eu não saio daqui até você me contar tudo.

Eu contei tudo pra ela, tudo mesmo...

- Então... você e o Peeta..?

- Sim... – Eu disse, não consegui evitar um sorriso. – E depois de tudo, ele disse que me ama.

- Que? O Peeta? TE AMA? MEUDEUS.  – Ela disse eufórica. – E oque você respondeu?

- Eu disse ... eu te amo.

Ela mudou o humor totalmente.

- E o Finnick? Como ele fica?

- Não sei, só sei que não quero magoar ele, mas se eles quiseram desse jeito, eu não posso piorar.

XXX

Já estava pronta, fui para o carro tentando achar um jeito de contar pro Finnick oque tinha acontecido sem parecer como uma traição. Chegando na escola fui direto pra sala, eu já estava com os meus livros então não ia precisar prassar no armário. As pessoas foram chegando, os meninos, meninas, até que o Peeta chegou, e é claro que ele sentou do meu lado.

- Oi amor.. – Ele disse sorrindo.

- Oi amor.. – Eu disse.

Ele segurou minha mão, foi quando Finnick entrou na sala. Nos separamos rápido demais, igual quando Cato entrou no quarto do Peeta. Não queria contar pro Finnick agora, ia ser doloroso demais.

....

A primeira aula já tinha acabado, graças. Sai da sala sozinha, indo pro meu armário pegar os livros da segunda aula. Peguei eles e fechei o armário, e quem eu encontro? Ele mesmo, Peeta.  Ele se aproxima até que eu fico colada no armário.

- Peeta... aqui não, a gente ta no colégio..

- Eu sei... mas eu não consigo ficar longe de você. – Ele disse tentando me beijar, mas a tentativa vai por água abaixo quando o Finnick aparece.

- Eu sabia... – Ele disse

- Finn, eu posso explicar. – Eu disse empurrando o Peeta.

- Não precisa explicar Kat, eu já sei de tudo.

- Você já sabe de tudo? – Espero que o “tudo” dele não seja “tudo” mesmo.

- Sim, já sei que você dormiu na casa do Peeta e que dessa vez não foi só uma noite de sono. – Ele disse, dava pra ver a raiva nele, nunca tinha visto ele assim.

- Calma cara, lembra do combinado? – Peeta disse.

- Lembro, mas isso foi antes de tudo “aquilo” acontecer. – Finnick disse.

- Ele tá certo Peeta. – Eu disse. – Ele tem todo o direito de ficar assim, mas, Finn... – Eu disse me aproximando dele.- Eu gostei mesmo de você, não foi uma mentira.

- Eu sei Kat mas... – Ele disse olhando pra mim. – Eu amei você.

Ótimo, só que não.

- Oque? – Eu disse confusa. – Porque você não me contou?

- Eu tinha medo Kat, medo do que está acontecendo agora. Mas já é tarde demais. – Ele disse triste.

- Finn, eu tenho certeza de que você vai encontrar alguém que faça você feliz, é só dar um tempo...

- Verdade Finnick, eu sei que a gente brigou e que a gente não se gosta, mas cara, olha pra mim, até eu me mudar eu não me via com ninguém. Eu dei meu tempo e olha só aonde eu estou agora. – Peeta disse.

Finnick pareceu enteder, ainda bem, não ia conseguir me livrar da culpa se ele tivesse ficado com raiva de mim.

- Gente? Tudo bem aqui? – Era a Annie.

- Tudo sim Annie. – Finnick disse. – Só preciso tomar um ar.

Finnick saiu do corredor, deixando um clima tenso no ar.

- Parece que tomou a sua decisão.. – Annie disse.

- Com certeza. – Eu disse pegando a mão do Peeta.

~Pov. Annie

Assim que eu sai do corredor pra deixar o novo casal “Peeniss” sozinho, não tive sorte nenhuma, encontrei Clove a Cato  ”conversando “ pra não dizer se pegando.  Não consegui ficar quieta, fui na direção deles e soltei tudo oque estava na minha garganta.

- Cato, pelo amor de Deus, toma logo uma decisão, não quero ficar nessa angustia. – Eu disse

- É Cato, fala logo, vai ser melhor pra todo mundo. – Clove disse.

Cato ficou lá, parado, acho que ainda não estava preparado pra tudo aquilo.

- Gente..

- Gente nada, fala logo. – Eu disse cruzando os braços. – Eu não vou ficar chateada, você vai Clo?

- Não.. – Clove disse.

- Então, só quero que saibam, eu gosto muito de vocês, mesmo, mas... – Cato parou pra suspirar. – Eu vou escolher a Clove.

Eu não sei porque, mas quando ele disse “Clove” eu não senti nada, nada de irritação, nada de raiva, não senti nada, apenas alívio.  Saí de lá, deixando também o casal “Clato” sozinho. Fui para a sala, aonde só estavam eu e ele, Finnick.