Já havia se passado horas, que estávamos todos na piscina dançando, fazendo guerras de água, bebendo muito e o mais importante se divertindo. Fazia muito tempo que eu não ia a festas, que me sentia tão bem perto de amigos. Já estava escuro quando se pode ouvir um grande estrondo dos grandes, logo em seguida acabou a luz e com isso a música, todos gritaram em protesto. Até que alguém teve a excelente ideia de fazer uma fogueira, coisa que eu não achei tão correto até porque, um bando de adolescente bêbado mexendo com fogo, não é uma boa ideia, mas ninguém nunca me ouve. No breu que nós estávamos quem tinha bateria era deus, essas pessoas ficavam iluminando as coisas para ninguém cair. Lá estava eu com um celular, iluminando caminho para mim e para Josh até a casa de madeira no final da propriedade.

—Nunca vi você tão sorridente. – Disse Josh com passos largos.

—Estou tendo grandes motivos para isso. – sorri. – A sua namorada não pode vir? – perguntei, ouvi Josh bufar enquanto iluminava aonde nos pisávamos.

—A Jennifer? Bem, ela não é minha namorada. – dei uma tossida. – É sério, mas ela não pode vir por causa da faculdade.

—Não sabia, que você a sua namorada estava na faculdade.

—Ela é mais velha. – Pude jurar que Josh sorria malicioso. – Não é minha namorada! – Ele teimou.

—Tá. – Estávamos perto da casa de madeira, bem pequena. O telhado era inclinado para o lado esquerdo.

—Leo, falou com você né? – Perguntou Josh, ouvi um barulho de chave.

—Sim. – Apontei para a porta de madeira. – Ele está muito feliz.

—Eu não pensei que você falaria tudo aquilo, para ele. – Josh disse enquanto entramos na casa de madeira.

—Eu não confio nele, porém. – Respirei fundo. – Todos nos merecemos a verdade. – Me lembrei de Thalia, cara como aquilo doía. Ela era minha melhor amiga, minha irmã, a quem eu confiaria minha vida e agora era uma estranha.

—Achei. – Disse Josh me tirando dos pensamentos e pegando algumas madeiras empilhadas cortadas, peguei o máximo que consegui acho que seria o suficiente e Josh também. – Acho que vamos ter que ir no breu.

—Só tenta não derrubar tudo. – disse rindo, guardei o celular e peguei mais madeira e tentei não cair e nem tropeçar. Estamos no escuro quando a porta que nos dava uma mínima iluminação bateu, foi tentar pegar o celular com uma mão e ele caiu. -Josh... O celular caiu no chão... - Larguei as madeiras no chão. Tapei o chão em busca do celular e nada.

—Achou?

—Não.

—Vamos voltar. -Me levantei e a porta fechou com muita força, nos tirando a iluminação que vinha do pessoal que estava na piscina com celulares.

—Nós vamos morrer. – Disse Josh, fiquei sem reação. – Percy, onde você tá? Não morre agora. – mais um barulho, só que dessa vez da janela, que estava fechada por fora, que tipo de janela

—Acho que é um guaxinim.

—Guaxinins não fecham portas. – Ele gritou e eu tentei enxergar alguma coisa-Onde tá a porta? - Perguntei tentando acostumar minha visão com a escuridão, coisa que não é fácil até porque eu não sou um morcego.

—Acho que ali. - Josh disse e eu revirei os olhos, como eu saberia o que é ali. Comecei a tentar ir para a parede da casa de madeira, mas não era uma tarefa fácil até porque eu não sabia onde eu pisava. - MEU PÉ!

—Desculpa. - Ri e ouvi Josh bufar, ele começou a fazer a mesma coisa eu acho, porque dava para ouvir os passos indo para lá e pra cá. Achei a parede, comecei a passar a mão nela tentando achar a porta. Até que senti a maçaneta e a virei, mas não obtive sucesso. -Acho que estamos presos, a porta não abri.

—Meu Deus, guaxinins vão dominar o mundo. - Tá Josh estava exaltado e como qualquer pessoa normal eu ri. - Força a porta aí, eu não vou morrer virgem!

—Você é? - Puxei a maçaneta e senti-a afrouxar.

—Abre logo essa porta. - Comecei a rir alto, se Josh me visse ele provavelmente me daria um tapa. Mais um barulho alto só que dessa vez na porta do lado de fora, agora eu fiquei com medo. -Não se quero sair, você ouviu isso?

—se ficar o bicho pega se correr o bicho come. - Disse Josh e eu revirei os olhos, tentei empurrar a porta e nada, comecei a me jogar contra a porta de madeira. Fui fazer isso pela terceira vez a porta se abriu e eu cai no chão. - Liberdade!

—AÍ. - Disse caído no chão, me ralei todo, porém ok. Olhei para o lado da casa e vi uma sombra, eram duas eu acho. -Josh. - sussurrei, ele me encarou sem entender enquanto pulava na grama. -Da à volta na casa e grita quando chegar ao lado direito. - graças a Deus, ele não me questionou e foi devagar. Eu me levantei e fiquei perto das sombras, Josh gritou e dois marmanjos saíram correndo de trás da casa.

—EU VOU MATAR VOCÊS DOIS! -Gritou Josh correndo atrás de um suposto Travis e Connor. Josh corria rápido e puxou os dois, fazendo eles caírem e rolarem na grama recém cortada. Comecei a rir alto e lembrei que o celular ainda estava no chão da casinha, deixei  a porta bem aberta e com uma mínima luz, achei ele lá sozinho, solitário, nas trevas. Coloquei no bolso.

—Venha ajudar a gente levar a madeira lá pra cima, já estamos tempo demais aqui em baixo. - Disse e Josh semicerrou os olhos para os dois que ainda riam.

(...)

Já estávamos perto da piscina, arrumando as vigas de madeiras com vários celulares apontados para onde estávamos arrumando e esperando alguém trazer um fosforo ou um isqueiro. Daniel foi até a cozinha e voltou com uma lanterna, o celular em uma das mãos e muitos doces, ele jogou os doces para algumas pessoas que estavam ali, com as mãos vazias pegou o suposto fosforo e entregou a Leo, que jogou um pouco de bebida em cima das toras de madeira e logo em seguida os fósforos, BUM tínhamos fogo e luz.

—Finalmente! - Gritou Thalia, com um pacote de doces na mão. -O que vamos fazer agora?

—A dança do fogo é claro. - respondeu Connor, dando voltas em circulo no fogo, saltitando e fazendo que nem índio com a boca. Eu fui até lá e Annie me puxou pelo braço.

—Você vai se queimar. - sorri ela ficava tão bonitinha brava. -É sério Percy. - sorri mais ainda.

—Vou nada. - Ela levantou a sobrancelha e eu fui lá seguido de varias pessoas, fazendo a dança do fogo, rindo até que eu tropecei e pisei em uma tora que estava em chamas. -QUEIMEI MEU PÉ! - Gritei e cai no chão, pude ver Annie revirar os olhos e Thalia abrir um sorriso, é essa menina é psicopata.

—Eu avisei. - Annie disse me ajudando a levantar, o fogo fazia seus olhos tempestuosos ficarem mais assustadores que o normal. Era incrível como aquela garota conseguia me fazer sentir, um misto de sentimentos apenas com o seu olhar.

Meu pé ardia, estava vermelho eu acho, porque a fogueira que estava iluminando tudo. Fui mancando com annie até onde ela estava sentada, vi que ela estava brava e talvez com razão, mas não tirei o sorriso divertido do rosto.

—Quem queimou o pé? - Perguntou Josh, com mais doces, um violão nas costas e provavelmente uma pomada na outra mão. Levantei a mão e ele balançou a cabeça negativamente. - Tinha que ser.

—Eu avisei. - murmurou Annie, Josh soltou uma risada e veio em minha direção, entregou a pomada e o violão.

—Vai tocar? - Travis apareceu do meu lado, tomei um susto.

—Acho que sim, né?

—Toca alguma coisa boa, por favor. - Disse Thalia, revirei os olhos. Imaginando o que ela queria que eu tocasse meu Deus.

—Eu sou o próximo! - Gritou Will, Annie arrancou a pomada da minha mão.

—Não preciso, eu passo. - Disse tentando pegar a pomada de volta, ela revirou os olhos e começou a passar no meu pé, tentei não gritar, porque ardia muito. -Obrigado sabidinha. - Disse quando ela fechou a pomada e ficou ao meu lado.

—Só me escuta, de agora em diante. - Ela disse, jogando o cabelo molhado para trás e se jogando em cima de Piper que estava do seu lado, ajeitei o violão no meu braço. Ainda com o pé, todo esticado. Dei uns acordes antes que percebi que todos me encaravam, com a fogueira no meio, fiquei com vergonha e olhei para o violão preto.

—She's like cold coffee in the morning

I'm drunk off last night's whiskey and coke

She'll make me shiver without warning

And make me laugh as if I'm in on the joke. - ouvi murmuros, não era uma música tão conhecida, porém levantei meus olhos e vi uma Annabeth com um sorriso maravilhoso no rosto, sorri e continuei. -And you can stay with me forever  Or you could stay with me for now.

—Tell me if I'm wrong, tell me if I'm right

Tell me if you need a loving hand. - Annie cantarolou, sorri. Continuei no mesmo ritmo, com as batidas no violão.

—To help you fall asleep tonight

Tell me if I know, tell me if I do

Tell me how to fall in love the way you want me to. - Cantei, não me importei mais com as pessoas falando alguma coisa, só me importei com o sorriso de orelha a orelha que Annie estava.

—I'll wake with coffee in the morning

But she prefers two lumps of sugar and tea

Outside the day is up and calling

But I don't have to be so, please go back to sleep

Stay with me forever

Or you could stay with me for now. – Cantei junto com Annie, nem piscavamos. Era cinza no verde e verde no cinza, ela não estava mais deitada em Piper estava sentada ao meu lado, me aproximei e ouvi palmas porque tínhamos acabado a música, porém não me importei em acabar com os centímetros que nos separavam. A beijei e ela retribuiu na mesma intensidade, senti ela arranhar a minha nuca, fomos separados por vaias e gritos.

—Casal sessenta e nove! - Gritou Leo em protesto.

—Arrumem uma cama. - Gritou Dan e eu revirei os olhos.

—Parem de ser chatos. - Disse Annie, vi Thalia bufar e Piper me encarar e logo em seguida encarar Annie, ela estava com olhos brilhando, menina doida. Comecei a fazer o ritmo da proxima música que eu ia cantar a cara emburrada de Thalia, mudou radicalmente.

—Essa eu acho que vocês conhecem.... I'm not a perfect person. - Comecei e vi o pessoal já entender que música era.

—There's many things I wish I didn't do

But I continue learning

I never meant to do those things to you

And so I have to say before I go

That I just want you to know. - O pessoal cantou junto comigo, os que não sabiam cantar ficaram mexendo as mãos para lá e pra cá.

—I've found a reason for me

To change who I used to be

A reason to start over new

And the reason is you. - Thalia berrou muito alto essa parte, ninguém se atreveu cantar com ela ela, eu só fiz a minha parte no violão e ri.

—I'm sorry that I hurt you

It's something I must live with everyday

And all the pain I put you through

I wish that I could take it all away

And be the one who catches all your tears

That's why I need you to hear. - Cantamos todos juntos, com gritos, palmas.

Depois dessa música, eu deitei na grama e fiquei olhando a lua, com Annie ao meu lado, ouvindo Will tocar alguma música e todos cantavam juntos com ele. A lua estava meio escondida atrás de algumas nuvens, porém o pouco que se via dela, podia se dizer que a Lua estava incrível.