Eu sentia a dor se intensificar.

– Pare com isso!!! - Gritei.

– Delicioso - Ele lambia os beiços - O melhor sangue que eu já tomei.

– Q-Quem é você? - Disse enquanto tentava recuperar os sentidos.

– Me chamo Jayden... e sou um vampiro. - Ele me respondeu com um sorriso sádico.

– Vampiro?! - Disse em pânico. - Não é possível, já que isso é apenas uma lenda.

– Não, vampiros existem sim, somos a famosa fera que toma a forma humana, vive na escuridão, se alimenta de sangue e blá-blá-blá. E você como se chama?

– R-Rahzel. - Disse gaguejando. - O que você pretende fazer comigo?

– Huhuhuh, vamos fazer assim, você não conta a ninguém o que viu aqui que em troca eu não te mato.

– Me matar?!

– Sim, de acordo com o protocolo, quando um humano descobre nossa existência sua memória deve ser apagada, ou ele deve ser morto. E eu não quero que você se esqueça de mim, então você não irá falar para ninguém o que você viu aqui. Simples assim!

– Eu acho que prefiro esquecer...

– Vai conseguir se esquecer disso?

Senti algo envolvendo a minha cintura e me puxando bruscamente de forma que fui empurrada para a frente. Senti algo movimentando-se ferozmente dentro da minha boca. Involuntariamente devolvi os movimentos sentido um leve prazer que acabara por anestesiar a dor que sentia em meu pescoço. Após aquele "beijo" que havia sido levemente satisfatório, ele se separou de mim. Um fio de saliva havia permanecido lá, estirado entre nós, o que havia sobrado de tantos movimentos excitantes.

– Agora vá para a sua casa e mantenha em segredo o que aconteceu aqui.

Eu aproveitei a chance pra sair correndo de lá, quem ele pensa que é?! Não demorei muito tempo para chegar em casa, cheguei exausta subi as escadas e fui para o meu quarto pegar o meu pijama e ir tomar banho. Entrei no chuveiro, a água escorria sobre o meu corpo, a mordida ainda doía um pouco, mas a dor havia diminuído. Sai do banho e me vesti rapidamente e fui procurar curativos. Logo após, fui dormir, pois havia aula de manhã cedo. Levantei bem cedo e fui me arrumar pra ir a escola. Soltei o meu cabelo castanho chocolate que ia até a minha cintura e coloquei o uniforme que consistia em uma blusa com um laço, um blazer, e uma saia, um uniforme típico de colegial no Japão apesar de estarmos na Inglaterra. Chegando lá encontrei minha melhor amiga Catherine, uma garota baixinha com cabelos castanhos curtos e olhos verdes.

– Rahzel, você está bem? Você me parece cansada.

– Sim, eu estou bem, só não consegui dormir direito.

– Hum.. por que será? - Catherine deixou um sorriso malicioso brotar em seus lábios.

– C-Como assim?! Você sabe muito bem que eu não sou desse tipo...

– Hahahaha, brincadeira, Rahzel. Mas então, o que seria esse curativo no seu pescoço?

E agora, o que eu digo? Ela não pode suspeitar... O que eu faço?! - Pensei

Catherine me lançou um olhar expressivo, não sabia definir o que se passava pela cabeça dela, provavelmente mil e uma hipóteses sobre o que aconteceu, e creio eu que novecentos e noventa e nove são levemente eróticos...

– Isso é... - Antes que eu pudesse terminar a frase, uma sombra me puxou pelo braço.

– Olá!

Fiquei paralisada. Como ele me encontrara?

– O-O que você veio fazer aqui?! - Perguntei espantada.

– O que está acontecendo aqui? - Catherine parecia confusa com toda aquela confusão, quem não ficaria? - Quem é você?

– Hum, desculpe, meu nome é Jayden, sou um amigo da Rahzel.

– "Amigo" ? Hehehe - Senti Catherine me dar umas cotoveladinhas leves no ombro, como se estivesse insinuando algo.

– Catherine!!! - Disse vermelha igual a um tomate.

– Prazer "amigo" da Rahzel. Sou a Catherine. - GRRR! ELA DISSE "AMIGO" NAQUELE TOM DE VOZ! Ela me paga... ela me paga!!

Pouco antes de eu matar a Catherine o sinal tocou:

– Trimmmmmmm

– Bom vamos indo. - Disse tentando escapar o mais rápido possível da situação.

Tentei chegar na sala o mais rápido possível, eu tinha a esperança de que Jayden tenha ficado em uma turma diferente, ou até mesmo em um outro ano. Eu me sentei no meio da fileira e Catherine sentou logo atrás de mim. Eu já deveria esperar por isso. O professor entrou e logo atrás dele se aproximava a última pessoa que eu queria encontrar naquele momento. – Silêncio todos, esse é o aluno novo, seu nome é Jayden. Vamos o digam olá para ele - Disse o professor.

– Jayden? - Disse uma garota que estava do meu lado. - Ele é bem bonitinho.

– Sim, mas acho que alguém como ele nunca daria atenção para alguém como nós. - Disse outra garota.

– Quietas! Ele está vindo em nossa direção! - Disse uma outra garota.

– Rahzel. - Disse Jayden. - Não pense que eu esqueci o que aconteceu ontem. - Ele piscou para mim.

As garotas me olhavam com tom de raiva.

Ele se sentou atrás da Catherine, que começou a me passar bilhetinhos. Eu abri o papel e estava escrito:

"Rahzel, conta tudo. Quem era aquele cara? Sem mentir para a sua melhor amiga."

Eu não sabia o que responder. Não podia escrever algo como : "Ah, ele é só um vampiro depravado que fica me agarrando e me beijando a força. Mudando de assunto...". Deveria ficar quieta se eu estivesse algum apego por minha vida. Por sorte, o professor acabou pegando o bilhete e essa confusão toda acabou com uma ida para a coordenação com Catherine. Sentamos em um sofá para esperar nossa advertência.

– Agora me conta, Rahzel. - Insistia Catherine

– Ele é apenas um idiota folgado. - Respondi ainda com raiva de Jayden.

– Pelo menos é um idiota folgado bonito. - Respondeu ela com um sorrisinho.

– Não sei em que planeta.

– No planeta Terra, Rahzel, no planeta Terra.

Resolvi não falar mais nada. O diretor entregou nossas advertências e nós voltamos para a sala. O restante do dia passou voando e já era hora da saída. Catherine saiu antes de mim, acabou ficando só eu e Jayden.

– Você é bem problemática. - Disse ele com um tom de gozação.

– Olha só quem fala.

– Quer dizer que você é desse tipo?

– Que tipo? - Perguntei furiosa.

– Do tipo que late mas não morde.

– Quer ver se eu não mordo?

– Vamos ver...

Em um impulso, seus lábios tocaram o meu, docemente de forma doce, porém com certa volúpia. Correspondia o beijo com luxúria, já deixando pensamentos racionais e corretos de lado, sendo guiada pelo prazer. "Ah, droga, Rahzel!" pensava. Jayden avançava aos poucos em direção a meus pescoço, perfurando o mesmo sem hesitar. Continha-me para não deixar alguns gemidos escaparem, mas eram inevitáveis. Já não sentia dor, mas sim... prazer? Era o que me faltava, virar masoquista.