Angels escrita por Akiel


Capítulo 6
Viagem sem Volta




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Na manhã seguinte, Daniel acordou se sentindo particularmente bem. Pela primeira vez em anos, não tinha pesadelos. Mas ao olhar seus amigos se prepararem para partir, uma sensação ruim tomou conta de si e um nó se formou em sua garganta. Medo. Angústia.

Hoje eles partiriam para o reino dos vampiros  e enfrentariam a pior batalha de suas vidas.

- Algum problema, Dan?

- Hã? O que disse, Gabriel?

- Perguntei se está tudo bem?

- Sim, está.

- Tem certeza?

- Tenho. Só não acordei ainda.

- Então acorde e pegue a armadura. Nós já vamos.-disse Rafael dando tapas em suas costas.

- Ok. Já vou.

Daniel pegou a urna e a abriu. Viu a armadura reluzente. Começou a vesti-la. Era toda preta, certos detalhes davam a ela um ar angelical. Sua cor destacava ainda mais seus belos olhos verdes e seu longo cabelo negro. Estava muito bonito.

Terminou de vesti-la e seus olhos caíram sobre a espada. A puxou. A lâmina era azulada e o cabo preto. Pôde sentir seu poder.

Viu, também que havia um pequeno papel dentro da urna. O pegou e leu. Era um bilhete do Soberano:

"Desligue-se do passado"

Talvez posse melhor ele fazer isso mesmo:

- Vamos?-chamou Miguel.

Antes de responder, Daniel olhou seus amigos, todos com suas armaduras prateadas. Prontos para a batalha. Agradeceu a Deus por tê-los ao seu lado.

- Vamos.

Saíram. Dirigiam-se ao reino de seus piores inimigos. A sua pior batalha e talvez....a sua morte.

  


Halo

Blinding wall between us

Melt away and leave us alone again

Humming, haunted somewhere out there

I believe our love can see us through in death

Saíram em direção ao reino dos vampiros. Seria uma viagem de quatro dias. Uma longa viagem.

A floresta era acolhedora, até. Ao amanhecer o aroma de orvalho preenchia as narinas dos quatro anjos, mas, ao anoitecer, o clima sombrio e obscuro ao qual a floresta sucumbia, deixava os guerreiros com uma certa angústia, um pouco de receio pelo que iriam passar.


Assim foram os quatro dias de viagem. Até que eles avistaram o enorme portão que guardava as terras dos vampiros.

Respiraram fundo e seguiram até lá. Os vampiros que ficavam de guarda logo os interceptaram:

- O que querem aqui, guerreiros?-perguntou um, enquanto mais dois se aproximavam.

- Queremos falar com Lucas.-disse Gabriel.

- O que o faz pensar que Lorde Lucas falará com vocês?-perguntou outro em tom de desafio. Os olhos brilhando.

- Temos algo que interessa a ele.

- E o que seria?-perguntou um terceiro.

- Diga que Daniel Torres está aqui.-disse Daniel.

Os quatro anjos e os três vampiros de encaravam olhos nos olhos. O sorriso nas faces dos vampiros desaparecendo. Os anjos com as faces sérias.

- Esperem aqui.-disse o primeiro se afastando, enquanto os outros dois se postavam na frente dos anjos, como que para impedir que eles avançassem.

- E agora?-sussurrou Rafael.

- Esperamos.-Gabriel sussurrou de volta.

- Só?

- Rezar também ajuda.-sussurrou Miguel.

Daniel se mantinha quieto. Sua cabeça estava a mil. Era agora.

O vampiro voltou e disse:

- Lorde Lucas os aguarda. Sigam-nos.

Os quatro anjos respiraram fundo e seguiram e seguiram os vampiros, enquanto o negro portão da capital dos vampiros se abria.



Passaram pelos portões. A cidade-capital dos vampiros não era diferente da deles. Tirando o clima altamente sombrio , o céu sempre escuro não se podendo diferenciar o dia da noite e vice-versa. Do resto, parecia uma aldeia com um enorme castelo no centro.

Por onde passavam, vampiros os observavam . Tochas iluminavam um pouco as ruas. Tudo muito escuro e sombrio.

Dirigiram-se até o castelo. Todo negro. Nos portões uma cobra fazia a divisão das portas e deslizava pelo resto do portão.

- Entrem-disse um dos vampiros.

Eles entraram e seguiram os vampiros pelos corredores cada vez mais sombrios.

Até que chegaram a um aposento. As portas negras. Uma rosa que parecia sangrar fazia a decoração.

- Lorde Lucas já se reunirá a vocês-disse o vampiro.

No instante seguinte, as portas se abriram e eles entraram. O aposento era decorado em tons de vermelho. A escuridão do reino e as sombras das tochas espalhadas davam um sombreado, escondendo certas partes do lugar. Havia uma enorme janela da onde dava-se para se ver toda a cidade. Uma estante no canto, ao lado de uma escrivaninha e uma enorme cama de casal com lençóis também em vermelho e os travesseiros em preto.

Os anjos estavam distraídos observando o aposento que não se deram conta que em um dos cantos mal-iluminados, um ser os observava. Foi se aproximando aos poucos, rastejante como uma cobra.

- Daniel!-chamou.

Daniel se virou e deu de cara com Lucas o observando.

- Como vai, maninho?-perguntou. Daniel engoliu em seco e um arrepio correu por sua espinha. Não tinha mais volta.


I long to be like you

Lie cold in the ground like you

There's room inside for two and I'm not grieving for you

I'm coming for you

- O que foi, Daniel? Não cumprimenta mais sua família?-Lucas perguntou com um sorriso zombeteiro no rosto.

- Como vai, Lucas?-Daniel respondeu seco.

- Vai me tratar tão mal assim, maninho?

- Você não é meu irmão desde que sofreu o acidente.-quando Daniel mencionou o acidente, por um segundo, o sorriso de Lucas perdeu a força.

- Você realmente acha isso?

- Acho.

- Duvido-Lucas olhou no fundo dos olhos dele e Daniel tremeu.

- O que acha de irmos direto ao assunto, Lucas?

Lucas desviou o olhar se seu irmão, que abaixou a cabeça e se dirigiu ao outro rapaz:

- Sempre sério, não é Gabriel?

- Não estamos aqui para brincadeiras.

- Sério, Rafael?-riu-Pois vocês aparecerem no meu reino sem reforços é no mínimo, brincadeira.

- Temos uma proposta para você.-disse Miguel, embora por dentro desejasse não fazê-la.

- E qual seria?

- Um duelo mortal.-veio a voz de Daniel.

- Com quem?-Lucas parecia estar se divertindo.

- Comigo.

- Com você, Danny?

- Exatamente.

Os dois irmãos ficaram se fitando olhos nos olhos por um bom tempo, até que sério, Lucas disse:

- Eu aceito. Com uma condição.

- Qual?-perguntou Gabriel.

- Os quatro terão que passar por três provas. Se passarem, duelarei até a morte com Daniel.

- Se não passarmos....-perguntou Miguel.

- Morrerão.-respondeu Lucas, os olhos brilhando.

Daniel se preocupou. Já não bastasse terem que vir até aqui, seus amigos teriam que passar por três provas, que conhecendo seu irmão como conhecia, seriam mortais para que ele consiga o que quer? Injusto, em sua opinião.

- Feito.-ouviu a voz de Rafael. Se virou para seus amigos que assentiram com a cabeça. Acentiu de volta. Nada do falasse faria eles desistissem. O jeito era torcer e dar o melhor de si para que todos saíssem vivos de lá.

- Ok. As provas começam em três horas. Esperem no salão principal.

- Ok.-disse Gabriel se dirigindo a saída sendo seguido pelos outros três.

- Vejo que está usando a Armadura Negra, Daniel. Está tão desesperado assim para me vencer?

Quando Daniel ia se virar para revidar, sentiu seu braço sendo puxado por Gabriel que o levava até a saída.

- Ainda protegendo os três, Gabriel?

Gabriel não respondeu a provocação, pegou seus amigos e saiu dos aposentos de Lucas em direção ao salão principal. Mas pode ouvir a risada que Lucas deu antes se saírem.





Fora dos aposentos de Lucas:

- Por quê me puxou? Eu podia muito bem revidar!

- Não. Não podia.

- Por quê não? Ele provocou a todos nós, Gabriel!-disse Rafael.

- Para nos desconcentrar. Precisamos ficar calmos e frios se quisermos vencê-lo. Não temos tempo para antigas richas, ok?

- Sim.-responderam os outros três.

- Agora, precisamos relaxar e nos preparar. Pela cara de Lucas as provas não serão nada fáceis.

Os outros concordaram e começaram a treinar, meditar e se concentrar para as provas.

Em seus aposentos, Lucas bebia uma taça de vinho e pensava em bons três testes para seus antigos amigos e seu querido irmão, enquanto um sorriso brincava em seu rosto.

You're not alone

No matter what they told you you're not alone

I'll be right beside you forevermore


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