Vigésimo segundo capítulo – Novidades a caminho (parte I)

 

 

Pov Leah

 

Jake me deixou em cada prometendo retornar. Minha mãe tinha aceitado – depois de tudo que aconteceu comigo! – o nosso imprinting, mas não sabia ela e nem aceitaria que o Jake dormisse aqui comigo. Por isso, ele sempre entrava escondido pela janela de madrugada. Não era certo – eu sei – mas como ficar longe do Jake e sem as suas carícias?

Isso era impossível.

Abri a porta de casa e notei uma única luz fraca que iluminava a sala. Era a televisão ligada, no canal de esportes. Minha mãe e Charlie trocavam carinhos no sofá da sala. Ver aquilo me deixou um pouco desnorteada. Assim como eu não gostava de presenciar nenhuma cena de afeto entre mamãe e papai eu não ia gostar de presenciar tal cena dela com o Charlie.

Os dois estavam tão sei lá... entretidos, posso assim dizer que passei direito e subi as escadas. Precisava tomar um banho mais que urgente para exterminar o beijo desentupidor de pia que vi mamãe dar em Charlie.

Entrei no meu quarto e tranquei a porta, encostei-me à parede e deixei-me escorrer por esta, até estar no chão. Eu tinha que aceitar, não é? Charlie e mamãe?! Mas era tão... esquisito.

Enfiei a cabeça entre as pernas e fiz um balanço do dia percebendo que a visita de Alice não me fez bem. Eu contei ao Jake e agora tudo se resolveria, não é? Mas porque eu sentia que ainda tinha outras coisas a se resolver antes de definitivamente eu ter o meu final feliz?

Não sei precisar por quanto tempo permaneci ali, ouvindo o som da minha própria respiração e batimentos cardíacos. Só sei que ao sentir uma mão quente em meu ombro e o cheio delicioso terra molhada do meu lobo já me deixou aliviada.

- Que houve Lee? – perguntou sussurrando sentando ao meu lado.

- Nada! – forcei um sorriso.

- Vi que Charlie ainda está ai – comentou.

- É eu sei – disse desanimada.

- Será mais fácil se você aceitar! – comunicou.

- É eu também sei disso – me aconcheguei nos braços de Jake roçando meus lábios no seu pescoço.

- Já tomou banho amor?

- Não – respondi no automático.

- Então me deixa adivinhar – pediu. – Você chegou, viu sua mãe com Charlie na sala, subiu para o quarto e ficou aqui até agora pensando em como a sua vida poderia piorar?

Olhei para Jake surpresa.

- Jake você tem algum dom que eu não sei? – inquiri.

- Não – ele riu gostosamente. – Só aprendi a decifrar os seus olhares.

Abracei Jake com mais força e pousei minha cabeça nos seus ombros e deixei que este me afagasse os cabelos e roçasse com doçura seu nariz na minha orelha. Jake murmurou-me palavras de conforto me trazendo paz e abrandando o meu coração. Amanhã seria um novo dia e com Jake ao meu lado tudo se tornava mais fácil de resolver! Aconcheguei-me mais nos braços do meu lobo e deixei que o cansaço me dominasse.

- Lee, amor – Jake me chamava.

- Hum – reclamei.

- Acorda amor! – ele tirava os cabelos do meu rosto para me olhar.

- Ah, Jake – voltei a me ajeitar nos seus braços musculosos.

- Vamos tomar banho? – segurou meu rosto com as mãos e fitou-me nos olhos.

Fiz uma cara de desanimada, pois já estava dormindo nos braços de Jake, mesmo que fosse no chão do meu quarto.

- Não – disse manhosa.

- Não? – indagou brincalhão. – Você vai tomar banho sim senhorita! – me levantou junto com ele.

- Por favor, Jake – como o Jake é estraga prazer, eu já estava até sonhando. Com ele é claro, mas estava!

- Pronto! – me colocou no chão do Box. – Anda! – exigiu.

 

Ciara e Justin Timberlake - Amor Sexo Magia (Hiperlink do clip! Letra da música em negrito!)

 

1, 2, 3 Vai

Sexo

Aqui vamos nós (fale comigo)

 

Seu toque é tão mágico para mim

As coisas mais estranhas podem acontecer

O jeito que você reage a mim

Eu quero fazer algo que você não imagina

Imagine se tivesse milhões de mim falando desse jeito sexy para você

Você pensa que consegue aguentar, garoto

Se eu te apertar eu vou precisar que você faça o mesmo.

 

Fiz uma careta e o lancei um dedo bem feio. Jake só riu da minha cara e virou as costas para sair do banheiro.

- Hey – o chamei e ele parou me encarando. – O senhor fica! – apontei-lhe o dedo.

- Leah eu já tomei banho e ...

- Problema é seu Jake – retruquei. – Você me acorda dos braços do homem mais gostoso do mundo – ele riu com vergonha. – E o pior é que eu estava tendo um sonho erótico com esse homem – enrugou a testa. – E agora você vai me deixar tomar sozinha o banho? – interpelei irritada cruzando os braços.

- Eu já tomei banho – disparou fugindo.

- Legal! – dei de ombros. - Mas mesmo assim você vai ficar ai, me vendo então – ordenei.

- Tubo bem eu fico – encostou-se à parede.

 

Baby mostre-me, mostre-me

Qual é seu truque favorito que quer usar em mim

E eu serei voluntária

E eu estarei fluindo e indo a um lugar distante

E nada em mim além de sapatos

Oh, baby

 

 

Pov Jacob

 

 

Leah estava irritada, só que vê-la daquela forma era a coisa mais linda do mundo. Quando a minha loba ficava irritadinha, as maçãs do seu rosto se elevavam e ficavam levemente corada, seus olhos cor de ônix ficavam maiores, seu corpo parecia se expressar sozinho com seus peitos indo para frente e bunda empinando mais do que já era. Sem contar que ela gesticulava e mordia esporadicamente os lábios inferiores.

Aquilo era uma visão. Uma visão do inferno! Pois nem estressada e brigando comigo ela conseguia ficar feia.

A minha deusa da beleza e do estresse, iniciou o processo de tirar a roupa e como só estava de vestido foi bem rápido. Jogou este com o lingerie no cesto de roupa suja, tirou a sandália jogando para perto de mim. Fechou pela metade o Box transparente e ligou o chuveiro.

 

A noite toda mostrando, apenas você e a multidão

Fazendo truques que você nunca viu

E eu aposto que posso fazer você acreditar

Em amor e sexo e magia

Só me deixe guiar seu corpo ao seu redor

Eu aposto que você sabe o que eu digo

Porque você sabe que eu posso fazer você acreditar

Em amor e sexo e magia

 

Eu senti inveja da água quente que molhava o seu corpo com intensidade, senti inveja do sabonete e da esponja que ela empregava com sensualidade passando por todas as partes do seu corpo curvilíneo.

Como não conseguia ficar mais em pé, encostado a parede, eu sentei no vaso com a tampa fechada e afundei o rosto nas mãos. Não era normal essa vontade de ter Leah em meus braços a todo o momento! Não fazia nem quarenta e cinco minutos que acabamos de nos amar no meio da floresta, mais precisamente em cima do capô do meu carro, e eu já estava rijo entre as pernas só em olhar Leah tomar banho.

Normal? Bom, não era normal!

Mas quem disse que eu era um cara normal?

E quem disse que Leah era normal?

 

Tudo não é o que parece

Eu mexi minhas mãos e peguei você

E você se sente tão leve quando me dá assistência

Mas agora é minha vez de te olhar

Eu não vou te parar

Se você quer agarrar meu pescoço

fale daquele jeito sexy comigo

Apenas faça o que eu te ensino, garota,

quando eu te der meu coração e eu preciso de você para trazer isso de volta

 

Éramos lobos! Mas do jeito que o nosso desejo estava latente, nos parecíamos dois cachorros no cio.

E por mais que Leah se sinta humana agora, que Alice possa ter visões com ela e que seja evidente a mudança no seu corpo. Eu tenho por mim que essa fase dela é transitória e que tudo vai voltar ao normal, mais cedo ou mais tarde!

Mesmo porque ser lobo não é opção e sim uma herança genética e Leah não perdeu a dela, mesmo que sua alma a tenha rejeitado.

Ela agora lavava os longos cabelos negros fazendo com o que o shampoo escorresse desordenado por suas costas e fosse parar no meio da sua bunda empinada, perfeita e gostosa. Segurei o rosnado, apenas bufando e Leah ao me ouvir voltou à atenção para mim sorrindo.

 

Baby mostre-me, mostre-me

Qual é seu truque favorito que quer usar em mim

E eu serei voluntária

E eu estarei fluindo e indo a um lugar distante

E nada em mim além de sapatos

Ohh baby...

 

- Quer participar Jake? – a não me pergunte isso Leah.

- Não – evitei olhá-la.

- Certeza – sua voz melodiosa invadiu a minha cabeça me fazendo revirar os olhos.

- Absoluta – olhei o teto do banheiro.

- Ah pena – disse resmungando. – Precisava de alguém para ensaboar as minhas costas – o meu membro já pulsava na bermuda jeans. E já possuído pela voz sexy de Leah meu olhar desviou do teto e começou a esquadrinhar com luxuria toda aquela escultura viva. – Pensei que você ia poder me ajudar – ela virou de lado como se fosse impossível esfregar as próprias costas.

 

(Uuuuh) A noite toda mostrando, apenas você e o relógio

Fazendo truques que você nunca viu

(Uuuuh) E eu aposto que posso fazer você acreditar

Em amor e sexo e magia

Só me deixe guiar seu corpo ao seu redor

Eu aposto que você sabe o que eu digo

(Uuuuh) Porque você sabe que eu posso fazer você acreditar

Em amor e sexo e magia (Aaaah)

 

- Er... Não...não posso – gaguejei. Não estava fugindo de Leah. Só não achava certo cansá-la tanto, por que se dependesse de mim...

- Tudo bem, fique olhando – me esfuziou com os olhos.

- Eu gosto de olhar – argumentei.

- É só de olhar mesmo! – provocou.

- Só olhar e mais... eu já tomei banho – aleguei fingindo não me importar que o sabonete deslizava por suas coxas e subia em direção ao seu sexo.

Aquilo não estava dando certo e eu tinha que sair dali, antes que me obrigasse a explodir dentro de Leah! Mas também não era legal me explodir dentro da bermuda!

 

A noite toda mostrando, apenas você e a multidão

Fazendo truques que você nunca viu

E eu aposto que posso fazer você acreditar

Em amor e sexo e magia

 

Oh, merda!

Meu coração começou a pulsar mais rápido e senti a adrenalina palpitando em meu corpo, meu sangue já começava a correr mais rapidamente...

As mãos de Leah deslizaram ao redor dos seus fartos seios me provocando, e eu gemi baixinho admirando àquela visão tentadora. Ela virou para pegar um condicionador despejando um pouco na mão e passando nos cabelos, fechei os olhos suspirando pesado e vi que não valia a pena me torturar daquele jeito e bom mesmo era que sucumbir ao que Leah podia me oferecer.

- Leah por que você faz isso comigo? – perguntei suplicante. Aproveitei que ela estava de costas para mim e começei a me despir rápido e silenciosamente, indo para dentro do Box.

- Por que você não vem tomar banho comigo Jake? – ela ronronou sensualmente após alguns minutos de silêncio.

 

A noite toda mostrando, apenas você e a multidão

Fazendo truques que você nunca viu

E eu aposto que posso fazer você acreditar

Em amor e sexo e magia

Só me deixe guiar seu corpo ao seu redor

Eu aposto que você sabe o que eu digo

Porque você sabe que eu posso fazer você acreditar

Em amor e sexo e magia

 

- Seu desejo é uma ordem amor! – disse girando-a pelos ombros, fazendo-a me encarar.

Leah levou um susto com a minha aproximação, mas ao se recompor começou a deslizar as mãos pelo meu abdômen rumando para as minhas costas arranhando-as.

Abracei-a apertando-a contra o meu corpo a fim de demonstrar o quanto excitado eu estava com aquele jogo dela. Seus olhos esbanjavam desejo e provação descarada. E naquele momento eu soube que a nossa chama nunca se apagaria e que sempre seriamos duas bombas prestes a explodir.

Encostei-a na parede recoberta por azulejos e tomei-lhe a boca em um movimento rápido. Leah ergueu uma das coxas envolvendo-me e sem esperar pelo seu consentimento eu a penetrei.

A penetração foi brusca, mas altamente desejável. Eu acelerava os movimentos à medida que ela gemia baixinho no meu ouvido, tocava-a com fervor todas as partes molhadas pelo suor e água do seu corpo, sugava-lhe os seios, o pescoço e os lábios carnudos. Deleitava-me naquele corpo mais uma vez.

 

A noite toda mostrando, apenas você e a multidão

Fazendo truques que você nunca viu

E eu aposto que posso fazer você acreditar

Em amor e sexo e magia

Só me deixe guiar seu corpo ao seu redor

Eu aposto que você sabe o que eu digo

Porque você sabe que eu posso fazer você acreditar

Em amor e sexo e magia

 

Fui aumentando as investidas gradualmente, roçando-me nela com necessidade grudando-a mais na parede fria, o clímax já estava perto e eu deixei que este chegasse e jorrasse todo o meu néctar dentro de Leah.

Ofegantes, permanecemos abraçados, sentindo a água quente lavar todo e qualquer resquício de mais uma loucura nossa de amor. Beijei docemente os lábios de Leah apertando-a ainda com força para que não caísse, pois era a sua franqueza que eu temia quando esta começou a me provocar. E agora era evidente à falta de força nela já que seu rosto estava um pouco pálido.

- Foi bom para você amor? – deslizei meus lábios nos seus.

- Você vai acabar me matando um dia – ela sorriu, mas eu enrijeci ao escutar aquilo. Eu não deveria ter sucumbido à tentação de tê-la novamente.

- Vamos terminar de tomar banho – mudei de assunto me afastando e começando a ensaboá-la.

 

Eu te vejo na pista

Vamos lá garota (em amor sexo e magia)

Eu te vejo na pista (você sabe o que eu quero dizer)

Vamos lá garota

Eu aposto que posso fazer você acreditar em amor e sexo e magia

Eu te vejo na pista

Vamos lá garota

 

 

Pov Leah

 

 

Acordei toda dolorida e cacei com a mão o Jake na cama, mas este já tinha ido embora. Bufei de raiva por ter que acordar sozinha em mais uma manhã depois de uma tórrida noite de amor e me apressei até o banheiro para fazer minha higiene pessoal.

Eu estava péssima, com fundas olheiras, cabelos desgrenhados e alguns roxos no colo. Bom isso era sinal de uma coisa: humanidade!

Revirei os olhos e peguei a pasta e escova de dente, quando ouço o estridente toque do meu celular. Larguei tudo voltando para o quarto, atendendo-o sem nem se quer olhar quem me incomodava àquela hora da manhã.

- Alô – atendi impaciente por ter acordado sozinha, por estar com o cabelo parecendo um ninho de periquito, por estar toda dolorida, com roxos pelo corpo e ahhh, eu já estava super estressada.

- Poderia falar com a senhora Leah Clearwater – a voz doce e simpática do outro lado da linha pediu.

- Esta falando com ela – balbuciei me sentindo extasiada.

- Boa dia senhora Clearwater – disse a voz feminina com alegria. Nossa essa mulher toma Red Bull, será possível? Que entusiasmo!

- Bom dia – bocejei me jogando na cama sem muita emoção. Nossa eu estou um tédio hoje! Também pudera, o Jake me deixou acordar sozinha!

– Quem fala é Anne Green da Ferro & Venézia Assessoria Jurídica S/A – anunciou a tal de Anne.

- Pois não – disse com mais firmeza.

- Há três semanas a senhora deixou um currículo aqui e estou ligando para saber se ainda está interessada em trabalhar conosco? – indagou a mulher e eu me ajeitei na cama surpresa.

- Er...sim, sim...claro – gaguejei e ouvi-a sorrindo do outro lado.

- A senhora pode estar comparecendo na nossa empresa hoje as onze da manhã para fazer uma entrevista? – inquiriu.

- Sim, é claro – minha voz saiu limpa dessa vez.

- Estaremos aguardando a senhora para a entrevista, tenha uma ótima manhã senhora Clearwater – me desejou Anne se despendido.

- Pra você também – disse, mas ela já tinha desligando.

Quando o meu cérebro processou que eu tinha acabado de ser chamada para uma entrevista de emprego eu surtei legal!

Sai correndo do meu quarto gritando minha mãe pela casa e a encontrei no jardim plantando algumas mudas.

- Mãe – parei ofegante ao lado dela com as mãos no joelho. – Preciso de ajuda! – disse forçando a voz.

- Que foi Leah? – ela se assustou ao me vê daquele jeito.

Então expliquei rapidamente tudo a ela. Que há três semanas eu tinha espalhado uns currículos em algumas empresas de Sealtte e Port Angeles porque queria um emprego e que desanimei porque ninguém me chamou para fazer entrevista e que agora que eu tinha uma entrevista e não tinha roupa parar ir.

- Filha eu acho que tenho alguma roupa que sirva em você para que faça a entrevista – comentou a minha mãe apreensiva.

- Eu estava pensando se você não poderia passar o cartão mãe – disse mordendo os lábios inferiores nervosa.

- Eu extrapolei o limite dele esse mês Leah, eu sinto muito – meus olhos encheram de água quando ela falou isso.

Ah, droga! Agora mesmo que eu perderia o emprego, sem nem mesmo fazer a entrevista!

- Acho que tenho uma roupa social, que com uns ajustes rápidos ficara boa em você – alegou.

- Mãe a entrevista é hoje – disparei.

- Nossa filha!Então...

- Então esquece mãe – disse triste. – Vou ver se posso improvisar – comentei voltando para dentro de casa cabisbaixa e irritada comigo mesma.

Minha mãe não tinha culpa e muito menos eu ia adivinhar que hoje receberia um telefonema para uma entrevista de emprego, já que fazia três semanas desde que coloquei os currículos e mais ninguém tinha culpa de eu ser uma loba (no caso agora uma ex) que não tem roupa. Mesmo porque as que eu tinha (leiam-se todas) eu perdi quando o Jake me salvou do acidente de carro.

Abri o guarda roupa na esperança de ter algum vestido que eu pudesse adaptar para que se tornasse mais apresentável na entrevista. Mas não, eu não tinha nenhum. Todos eram curtos demais, ou floridos de mais, ou decotados de mais. Peguei uma calça jeans e um sapato que se passaria por social, fui até o guarda roupa da minha mãe e escolhi uma blusa social e me apressei para tomar um banho. Eu não podia perder uma oportunidade como esta por falta de roupa. Quem sabe eles nem reparassem que eu estava de calça jeans? Talvez tivessem outras meninas na mesma situação que a minha lá?! É talvez!

Enrolei-me na toalha, saindo do banheiro para o quarto quase tendo uma síncope no meio do caminho.

- O que você faz aqui? – inquiri aos gritos.

- Bom dia para você também – respondeu Alice zombeteira.

- Alice eu não estou bem hoje – alertei.

- Percebe-se – continuou zombando de mim.

Ah, vampira dos infernos! Agora que o meu dia estava completo.

- O que a trás aqui? – indaguei. – Ah, não precisa falar – pedi esticando a mão calando-a. – Outra visão, não é?

- Sim – respondeu rindo.

- Desembucha – ordenei. – Anda!

- Vai ficar enrugada cedo estressada assim! – argumentou. – Eu trouxe algumas coisas para você, já que previ a quatro dias que você ia ser chamada para uma entrevista de emprego e precisaria e muito da minha ajuda! – confidenciou.

- E quem disse que preciso da sua ajuda? – retruquei irônica. – Não preciso! – dei um passo à frente e quase cai ao sentir uma tonteira que não sei da onde veio.

- Olha por onda anda Leah? – Alice me segurou antes que encontrasse o chão.

- Me solta Alice! – exasperei.

- A noite foi boa ontem para você ainda estar meio aérea – afirmou a meio metro de imortal.

- Foi, foi sim – nisso eu tinha que concordar com ela.

- Bom vamos ao que interessa – começou ela toda eufórica, com aquele sorriso anormal nos lábios andando de um lado para outro. – Na minha visão você ia precisar de roupas para uma entrevista de emprego e ia ficar desesperada, mas eu não esperava que você estivesse tão horrenda – Alice me fitou enojada.

- Ah?! – contorci o rosto. – Não enche Alice!

- A questão é que seu rosto de alguma forma tá sem muita luz sabe – ela não me perguntava e sim afirmava o que eu já sabia. E me rodeava analisando meu corpo, cabelo e rosto meticulosamente como seu eu fosse um manequim vivo. – Para tudo na vida se tem um jeito e eu estou aqui para ajudá-la – cantarolou.

- Não, você não está – cortei o cantarolar dela. – Agora chispa daqui que eu tenho que me arrumar e ir a Sealtte para a tal entrevista! – empurrava-a para fora do meu quarto, mas a chata não saia do lugar.

Nossa Alice Cullen era a treva!

- Leah eu trouxe umas coisas para você – me ignorando completamente ela foi até a minha cama que tinha duas malas de viagem e abriu uma delas. Que droga é essa agora? Afinal quem deixou Alice entrar?

- Meninas eu estou indo na casa de Charlie – avisou minha mãe com a metade do corpo na porta do meu quarto.

- Tudo bem Sue! – disse Alice sorridente. Agora ela é uma vampira que faz propaganda de pasta de dente?!

Legal mãe! Obrigada por ter estragado o meu dia, deixando a Alice entrar! Forcei um sorriso para a minha mãe que saia.

- Alice...

- Leah deixa de ser orgulhosa e aceita as roupas, são novas, sem cheiro de sanguessugas como vocês falam – fez uma careta me interrompendo.

- A questão não é...

- A questão é que você não que dá o braço a torcer, porque sabe que eu vou salvar o seu dia! – alegou. – Mas se você quiser ir igual a uma faxineira na entrevista! – disse dando de ombros.

Faxineira eu?! Ela tá de sacanagem com a minha cara!

- Alice eu não vou igual a uma faxineira! – bradei.

- Ah, mas essa roupa é horrorosa, convenhamos? – segurou a blusa branca que peguei da minha mãe emprestada com a ponta dos dedos. – Leah a empresa que vi na minha visão é internacional e tem uma sede agora aqui, não cai bem você ir assim – engoli em seco quando ela falou isso. E, bom era mesmo chique o prédio onde eu coloquei o meu currículo.

- Alice o que você quer em troca? – perguntei ríspida. Porque ela só podia querer alguma coisa em troca para estar me atazanando assim.

- Nada! – respondeu fazendo biquinho.

- Nada?! – refiz a pergunta.

- Eu só quero ser a sua madrinha, sabe de casamento – lá vinha ela com essa história de casamento outra vez. Eu e Jacob só namorávamos, tínhamos acabado de descobrir o nosso imprinting, estávamos nos conhecendo e nada haver casamento. Casamento?! Essa palavra até embrulhava o meu estômago!

- Fora de cogitação – disse. – Não vai haver casamento nenhum!

- Mas as roupas você vai aceitar? – nossa como ela era insistente. Acho melhor aceitar para ela calar a boca, não é?

- Vou – revirei os olhos. – Eu vou aceitar suas roupas – em uma velocidade fora do comum ela me abraçou e me girou.

- Alice eu vou ficar tonta assim – alertei.

- Desculpa, desculpa Leah é que eu fiquei feliz! – depois dessa eu me calei, acho que a Alice era uma vampira carente sabe?!