Vigésimo Capítulo – Quem avisa amigo é!

 

Pov Leah

 

Desci as escadas e lá estava ela, analisando tudo com os seus lindos olhos dourados, usava um vestido listrado, casaco preto, meias calças da mesma cor e bota. Seus cabelos Chanel estavam esvoaçantes e repicados, como sempre. Alice Cullen era muito linda, só o que a estragava era o fato de ser uma vampira ou como nós os chamávamos “sanguessuga”.

 

Ficamos nos olhado por um tempo e aquilo já estava me incomodando, foi então que ela quebrou o silêncio.

 

- Fico feliz que o Jake tenha conseguido lhe salvar – informou rindo.

 

- Eu também, mas como você sabe disso? – indaguei confusa. Tudo, bem que meu irmão não saia da casa dos Cullen agora que tivera um imprinting com a tal filha meio humana e meia vampira de Bella e Edward.

 

O imprinting de Seth era tão singular quanto o meu e do Jake. Há seis semanas tudo parecia normal, até Bella voltar corrida da lua de mel, com o seu marido sanguessuga, grávida. Bom, nem preciso falar que foi um alvoroço em La Push, os lobos queriam entrar em guerra e proibi-la de ter a criança, eu era a favor de tal ato. Se eu dissesse que não, estaria sendo hipócrita, mas como umas das minhas qualidades é ser sincera ao extremo e digo que o aborto seria melhor para Bella no caso. A menina estava morrendo aos poucos e a criança crescia de uma forma absurdamente rápida no ventre dela!

 

Foram dias tenebrosos, dias que eu pensei que perderia Jacob para sempre. Ele não saia de lá, isso me matava por dentro e por fora. Ficava pelas redondezas fazendo a ronda junto com o Seth, já que o bando havia se dividido, mas o nosso relacionamento não era mais o mesmo. Jacob estava tenso com tudo, com medo na verdade de perder Bella e isso me enciumou ao extremo.

 

A criança nasceu, e para alegria e surpresa daqueles que ansiavam sua chegada ao mundo, ela era saudável. Seth teve um imprinting com ela, o que evitou uma guerra entre lobos e vampiros. E por muito pouco não houve uma guerra entre os Volturi e os Cullen - que os lobos tiveram que participar já que nosso dever é proteger as redondezas de quaisquer sanguessugas -, por conta da filha de Bella, Reenesme. Oh nome mais feio!

 

- Há sete semanas quando você estava mal por conta da briga entre Jake e Sam, o Jake quebrou o pacto de convivência que cela essas terras e adentrou nossos terrenos em busca de ajuda – respondeu-me Alice.

 

- O Jake... como assim?

 

- Entenda, ele estava desesperado e pensou que o Carlisle a podia ajudar! – Alice tentou amenizar a situação ao me ver irritada. Como o Jake não me conta isso?

 

- Ele devia ter me contado! – disparei magoada.

 

- Dê um crédito para o Jake! – pediu paciente. – Ele deve ter se esquecido depois de todos os acontecimentos – argumentou.

 

Acontecimentos?! É, vamos a esses: Nosso imprinting, Bella voltar grávida da lua de mel, o imprinting de Seth com a filha de Bella e uma quase guerra com os sanguessugas Italianos. Vou dar um crédito a ele só por isso tudo, mas ele não escapa de um sermão!

 

- Eu tive uma visão com você! – disse Alice ao me estudar por tempo, após o meu silêncio repentino.

 

- Você não pode ter visões comigo, eu sou uma loba! – rebati.

 

- Bom, eu já tive uma visão com você – ignorou o meu argumento. - Eu tive a visão que você morreria se a sua alma não retornasse para o seu corpo.

 

Essa experiência extracorpórea eu quero deixar no passado, porque muito me confunde ainda.

 

- A questão é...

 

Alice parou de falar repentinamente, seu olhar desfocado e depois de um estalo retornou.

 

- Podemos conversar em outro lugar? – perguntou séria. – Não acho que Jacob vai gostar do que vou te falar! – alegou e eu gelei. O que ela queria falar de tão importante para mim, que o Jake não podia ouvir?

 

- Er...acho, que...

 

Titubeei.

 

- Leah você não corre perigo comigo – alertou-me. – Além do mais, seu namorado reconheceria o meu cheiro fedido, como ele gosta de chamar, à distância – disparou.

 

- Tudo bem Alice – concordei relutante e escada acima eu ouvi um rosnado.

 

Pov Jacob

 

O que Alice quer tanto com a Leah? Há semanas que ela vive perguntando a Seth se pode vir vê-la e eu fico sempre negando. Mas como com a Alice não existe meio termo, ela veio assim mesmo. E como a paz está declarada até segunda ordem em ambos os lados, já que estamos em alerta geral para qualquer ataque dos Volturi, os Cullen podem transitar livremente por nossas terras, assim como nós na deles.

 

- Que foi Jake? – inquiriu Seth me olhando intrigado.

 

Eu emudeci, não conseguia falar nada, meus pensamentos estavam a mil por hora. Se a Alice veio falar com a Leah talvez a minha dedução esteja certa...

 

- Jake, está me ouvindo?

 

- Estou Seth – respondi. – Eu tenho que ir – disse me levantando da cama e rumando para a janela. – Depois eu passo para ver a Leah, vou tomar um banho e comer algo – informei.

 

- Mas cara o que houve? A Alice não vai fazer nada de mal a Leah – disse ele sorridente, mas não era isso que me preocupada. Leah sabe se cuidar sozinha, e Alice não ousaria tocar em um fio de cabelo da minha namorada, a menos é claro, que ela quisesse ficar sem a cabeça!

 

Eu apenas dei de ombros para o comentário de Seth e pulei a janela, rumando para a minha casa. Precisava tomar um banho frio e deixar sair da memória, toda e qualquer suspeita que me assolava nas últimas semanas.

 

 

Pov Leah

 

 

- Está bom aqui, Alice? – perguntei pela milésima vez, daqui a pouco estávamos em outro estado.

 

- Sim... aqui está  - ela olhava em volta caçando com o olhar sei lá o que. Essa vampira não bate bem!

 

- Então...

 

Balbuciei para que ela começasse a falar, aquele suspense todo estava me matando!

 

- Quando você vai contar a ele? – indagou Alice me encarando com decepção.

 

- Contar o que, a quem? – retruquei.

 

- Ao Jake, que você não consegue mais se transformar? – sua voz soava maternal, era como se Sue estivesse me dando uma bronca por fazer algo errado. E, bom era errado! Desde que a paz retornara a La Push que eu tenho evitado me transformar, e como Jake tomou a liderança do bando, tratou de fazer uma reunião e anunciar que poucas seria as vezes que eu faria ronda.

 

Jake se mostrou excessivamente ciumento depois do nosso imprinting e não me queria mais andando nua por ai. Não que eu andasse, mas às vezes a falta de privacidade era normal no bando. E como única mulher, todos os olhares se voltavam a mim!

 

Eu não sabia como contar ao Jake, não sabia como dizer a ele que estava com dificuldades para me transformar. E a questão não era só dificuldade, o mais gravoso era que muitas das vezes não conseguia entrar em fase!

 

- Alice eu...

 

- Você tem que contar a ele Leah! – disse em reprimenda. – Ele pensa que você sabe se cuidar sozinha, não que você não saiba – se corrigia. – Mas se algo acontecer com você o Jake não vai se perdoar – anunciou, e naquela hora um frio intenso, que parece cortar a pele, correu pela minha espinha.

 

- Alice, eu não estou entendendo aonde você quer chegar? – esforcei-me para não transparecer o quanto aquelas palavras me fez mal, porém algo me dizia que Alice sabia o que se passava comigo.

 

- Seth me disse que o Jake anda tendo uns pensamentos estranhos com você, disse que ele anda temendo pela sua segurança... - Alice tragou o ar violentamente como se precisasse dele e continuou. - Olha, eu estou aqui para dizer que a visão que tive com você não foi das melhores, mas tudo pode mudar entende? Minhas visões são subjetivas!

 

- Você está me assustando – confessei.

 

- Eu não sei muito bem o que acontece com você, mas o lugar que você estava era frio e escuro, eu ouvi até um barulho de um riacho por perto, mas o principal é que na minha visão você estava morta!

 

- O que você quer que eu faça? – inquiri aterrorizada. - Que conte ao Jake que sou uma humana imprestável agora? – irritei-me.

 

- Você sempre renegou a sua espécie, não foi por isso que a sua alma resolveu desistir de você? – ela estudava cada gesto meu, como se eles comandassem a sua fala seguinte.

 

- Sim... – minha voz era apenas um sussurro. – Mas agora é diferente, agora eu tenho o Jake!

 

- Você tem que contá-lo, caso contrário será pior – aconselhou-me. – E eu não vou poder ser a sua madrinha de casamento! – agora ela sorria largamente.

 

Madrinha de casamento? Uma vampira?! Ah, eu vou surtar legal agora!

 

- Alice eu agradeço pela sua visão e por você ter me avisado – disse. – Muito obrigada também por informar ao Jake que minha alma estava me rejeitando – continuei. – Porém, madrinha de casamento? – censurei. – A gente nem se conhece e você é uma vampira!

 

- Algo contra isso? – ela cruzou os braços como se fosse uma criança e me fitou sorrindo com uma das sobrancelhas arqueadas. – O preconceito continua mesmo você sendo humana...

 

Ela não terminou a frase, pois seu olhar saiu de foco mais uma vez e quando voltou a me encarar o sorriso de outrora ainda estava lá.

 

- Você vai mudar a sua opinião – predisse. – Não volto com você para a reserva para te fazer companhia e ser sua segurança particular – quando ela disse isso eu fechei a cara. – Porque o Jacob logo virá atrás de você, vi você o encontrando no meio do caminho! – revelou. – Então... até mais Leah.

 

Ela partiu tão rapidamente floresta adentro que meus olhos se confundiram no meio do caminho.

 

Droga! Droga! Droga! Mil vezes droga!

 

Por que isso agora? Já não está bom demais quase morrer por duas vezes, e agora eu tenho que morrer uma terceira vez? Mesmo que está seja na visão da vampira sanguessuga da Alice!

 

Pé ante pé iniciei o meu caminho para casa, mas a floresta estava tão quieta que chegava a me agoniar.

 

Que isso Leah, Alice só teve uma visão.

 

Disse a mim.

 

Um barulho entre as árvores me fez parar, olhei ao meu redor e não vi nada e isso que mais me enfurecia. Nunca gostei da ideia de ser uma loba, mas os sentidos aguçados que tinha me ajudava a se defender.

 

Nada vai acontecer Leah!

 

Tentei me acalmar.

 

Só foi uma visão e Alice disse que você encontraria o Jake.

 

Sussurrei ao voltar a andar e me abracei ao perceber como a noite estava fria e sai tão apressada com a visita de Alice que me esqueci de por um casaco. A minha temperatura estava diminuindo a cada dia, e não dava mais para desfilar por ai apenas de vestido (como eu estava), ou de shorts jeans e camiseta regata.

 

Mais uma vez o barulho e agora eu não ficaria ali, igual uma protagonista de filme de terror esperando a morte aparecer com a sua foice. Me deu até vontade de gritar perguntando quem era, contudo me pareceu muita estupidez fazer isso.

 

Fiquei se lembrando das mocinhas histéricas dos filmes de terror, que quando se vêem acudas perguntam:

 

“- Quem está ai?”

 

Ridículo, eu sei... mas quando o estado de tensão da pessoa a deixa em pânico (como eu) , fazer perguntas idiotas as parece acalmar.

 

Porém, eu não a fiz, só apressei mais o passo, até...

 

- Hey tem alguém com medo ai?

 

Ao reconhecer a voz eu retrocedi para encarar a pessoa.

 

- Embry o que faz aqui? – eu já ofegava.

 

- A ronda! O que mais eu faria? – perguntou zombeteiro, algo me dizia que Embry estava me espreitando por entres às árvores.

 

- Então volte a fazê-la! – disse ríspida.

 

- Ow, calma ai Leah! – em menos de três passos ele já estava a minha frente. – Te assustei? – seus olhos castanhos chegaram a me esfuziar ao esquadrinhar todo o meu corpo.

 

- Embry vai te catar! – ralhei.

 

Ele gargalhou ainda me fitando maliciosamente e disse:

 

- Já te disseram que você está linda hoje?

 

Como? Esse garoto andou bebendo escondido, ao invés de fazer a ronda?

 

- Tchau Embry – disse voltando a andar.

 

- Você podia me fazer companhia?! – parou a minha frente me impedindo de continuar andando.

 

- Sei...porque a criança está com medo do escuro? – inquiri irônica.

 

- Você parece gostar de cuidar de crianças! – disparou sem alterar o semblante.

 

- O que você está querendo insinuar Embry? – indaguei irritada, não ia ficar perdendo o meu tempo falando com ele sobre a minha relação com o Jacob.

 

- Não preciso insinuar nada, está na cara! – disse como se fosse óbvio. – Você e Jacob?! Ainda não acredito nesse imprinting, mas tenho inveja do Jake por ter feito uma ótima escolha.

 

- Por que você não vai atazanar outra? – o empurrei, mas este não saiu do lugar.

 

Perplexo com a minha fraqueza ele cruzou os braços e alargou mais o sorriso e inquiriu:

 

– Que foi; cadê aquela menina forte?

 

- Não quero me indispor com você, não vale à pena! – aleguei. – Me deixa passar?! – eu quase gritei para que ele saísse da minha frente.

 

- Está surdo agora Embry ou está querendo ficar? – perguntou Jake amargo.

 

 

Pov Jacob

 

 

Passei na casa de Leah para ver se esta já tinha voltado. Sue me informou que não e perguntou se eu não queria levá-la para passear. Nem preciso dizer que achei isso super estranho, mas quando vi o carro de Charlie estacionar na porta da sua casa eu compreendi que era melhor não contrariá-la.

 

- Tudo bem Sue – disse sorrindo e peguei algumas coisas para surpreender a minha namorada e fui atrás dela.

 

Nós precisávamos de um tempo a sós e os últimos acontecimentos nos afastaram um pouco.

 

Já estava perto quando escutei uma conversa e reconheci a voz de Embry. Aquele canalha estava dando em cima da minha namorada? Fiquei com tanto ódio daquilo que minha vontade era parti-lo em dois, mas Leah sabia se defender sozinha e nunca cairia na lábia de Embry.

 

Mas o cara era insistente, porém eu não os interrompi e ouvi-la o rejeitando elevou o meu ego. Só quando Leah gritou irritada que eu resolvi me revelar e mostrar que eles não estavam a sós.

 

- Está surdo agora Embry ou está querendo ficar? – o encarei enraivecido.

 

Diante a inércia e espanto dele, Leah se adiantou para o meu lado.

 

- Não vai me responder? – indaguei dando um passo a frente, senti Leah segurar o meu braço impedindo-me de avançar naquele idiota.

 

- Um bom namorado, não deixa suas namoradas andar por aí sozinhas! – alertou ainda com aquele cínico sorriso nos lábios, eu soltei um rosnado e Leah apertou com mais força o meu braço.

 

- Jake, não vale à pena! – a voz melodiosa chegou aos meus ouvidos me acalmando. – Vamos! – pediu num fio de voz.

 

- Sai da minha frente Embry, antes que eu faça uma besteira! – ordenei, ele me deu as costas e foi embora. – O que ele queria? – fitei Leah.

 

- Torrar a minha paciência! – respondeu-me.

 

- Porque você não entrou em fase e calou a boca dele? – cadê aquela Leah que não levava desaforo para casa?

 

- E você acha que eu ia estragar o meu vestido por causa do Embry? – deu de ombros.

 

- Hum...pensando bem... – puxei-a grudando nossos corpos. – Deixa que eu estrago! – sussurrei no seu ouvido.

 

- Ah, Jake nem vem! – me repeliu. – Daqui a pouco fico sem roupas! – exasperou-se.

 

- E é isso que eu quero – a puxei de volta me aproveitando para roçar nela. Leah soltou um pesado suspiro, mas não se deu por vencida me separando novamente.

 

- Jake eu quero ir para casa! – alegou, foi ai que notei que ela não estava bem. Leah não rejeitava nunca uma investida minha!

 

- O que Alice te fez? – a segurei pelos ombros.

 

- Ela não me fez nada – respondeu evitando me olhar.

 

- Nada?! – a minha voz sou especulativa e ao perceber isso vi o rosto de Leah se enrijecer mais.

 

- Quero ir para casa – disse novamente fugindo do assunto.

 

- Sua mãe e Charlie estão lá, não acho...

 

- Sério?! – inquiriu desanimada.

 

- Sério – disse.

 

- Droga! – exaltou-se.

 

- Estava pensando se você não queria passear na praia? – comentei. – Trouxe umas coisas, estão lá no carro – informei.

 

- Ok! – aceitou ao não ver alternativa.

 

Leah ficou calada durante todo trajeto e não desviou o olhar da estrada, essa atitude dela me deixou tenso e me fez se lembrar de tudo que tentei me esquecer durante a tarde.

 

Ela estava diferente, a temperatura do seu corpo estava quase estabilizada e toda vez que se machucava, o corte demorava mais de um dia para cicatrizar. Notei também que ela se cansava mais rápido toda vez que fazíamos amor ou quando percorria um trecho longo de uma casa a outra, a pé.

 

A minha loba estava com problemas e não queria me contar!

 

- Chegamos – disse quebrando o silêncio.

 

- Vamos fazer o que? – perguntou antes de sair do carro. – Passear na praia – fez uma careta. – A noite parece tão... – abaixou um pouco a cabeça para alcançar com os olhos o céu negro e frio. -... tão sei lá, estranha talvez, fria...pode ser – tentava arrumar as palavras certas. – Vamos ficar no carro? – me fitou e nesse momento a calei com um doce beijo.

 

- Se você quiser – não me fiz de rogado arqueando uma das sobrancelhas. – Porém, se você quiser acampar... – comecei. – Eu trouxe uma barraca de camping, comida, edredom e algumas outras coisas...

 

- Nossa Jake, você pretende acampar ou morar na praia? – perguntou brincalhona e essa era a Leah que eu conhecia.

 

- Acampar com você até amanhã de manhã – informei a puxando para um novo beijo.

 

 

Pov Leah

 

 

Se o Jake continuasse a me beijar daquele jeito eu nunca que saia do carro. Só ele afugentava os meus problemas, era como se fosse um remédio que me entorpecia a cada beijo, toque ou simples olhar.

 

- Você quer acampar comigo? – perguntei arfante desgrudando nossos lábios. – Então vamos...

 

Não consegui terminar a frase, pois Jake me puxou novamente. Sua mão boba já subia por uma das minhas pernas, invadindo meu vestido. Os arrepios já passeavam pelas minhas costas, a temperatura do meu corpo já se elevava...

 

- Hey... – o parei bruscamente segurando sua mão pervertida. – Vamos acampar! – disse zombeteira, meu humor estava bem melhor agora que Jake havia me viciado com suas carícias me fazendo se esquecer da estranha conversa com a Alice.

 

- Lee... Vamos terminar primeiro o que já começamos? – ele fez um biquinho tão lindo que eu só me aproximei do seu ouvido e sussurrei:

 

- Se você quiser... – vi Jake suspirar ao sentir minha língua contornando o lóbulo da sua orelha. -...vem me pegar – aproveitei que ele estava aéreo e sai do carro correndo para a praia.

 

Olhei para trás vendo Jacob com cara de quem foi apanhando no improviso e gargalhei, foi quando ele saiu do carro e começou a correr igual um doido atrás de mim gritando: que não adiantava eu me esforçar que ele ia me alcançar. E ele não estava brincando quando falou isso! O lobo alfa, que existia em Jake, acompanhou precisamente todos os meus movimentos – enfraquecidos por eu ter me tornado humana – e me derrubou no não.

 

Rolamos até pararmos, arfantes e rindo. Jake me fitou nos olhos e tirou uma mecha de cabelo da minha face para depois resvalar sua boca no meu pescoço seguindo com esta em direção ao meu colo, explorando com uma das mãos o meu corpo.

 

- Sabe de uma coisa? – indagou parando os beijos na região do meu colo, mas a sua mão ainda continuava a dançar por dentro do meu vestido.

 

- Não – respondi sentindo aonde a mão dele parou, eu já me sentia úmida.

 

- Embry tem razão – vinquei a testa o encarando.

 

- Como assim Embry tem razão? Aquele garoto é louco! – exasperei-me.

 

- Ele disse uma coisa certa – Jake voltou a beija-me subindo agora até roçar seus lábios no meu ouvido. – “Um bom namorado, não deixa suas namoradas andar por aí sozinhas” – relembrou as palavras de Embry e tudo veio à tona, toda a conversa com a Alice sobre a minha possível morte. – Ando muito preocupado com a sua segurança. Tenho medo de perdê-la! Você me entende? – a voz dele saia pesarosa.

 

Engoli em seco tudo o que acabara de ouvir e apenas afundei a minha cabeça nos ombros de Jake e o abracei. O que eu ia falar? Pode ser até uma besteira, pois sei que Jake me ama, mas eu estou com medo de contar que não sou mais uma loba.