E foi tão que tudo aconteceu.

Ares me agarrou pelo pescoço enquanto Brad prendia meus braços em algemas. Eu me debatia contra eles dois, mas eles eram mais fortes. Enquanto isso, as pessoas da vila começaram a atacar, assim como os soldados de Ares. Ao longe eu pude ver Paul correndo em minha direção, mas Jack o jogou longe e o impediu de chegar mais perto.

Foi então que Ares começou a me movimentar, me levando em direção a escuridão, assim como ele fez com Jack. Eu tentei de todas as maneiras lançar um raio, mas com as minhas mãos presas era muito difícil. Mas não era só eu que estava tentando, por que um raio passou por mim e acertou Ares em cheio, porém sem o ferir. Eu olhei em volta e vi que quem havia lançado o raio era uma linda mulher de cabelos loiros e olhos claros. Eu não sei como, mas no mesmo momento eu soube quem era ela. Ela era a minha mãe. Os anjos estavam aqui.

Ares rosnou para a mulher e andou mais rápido em direção a escuridão. Assim como minha verdadeira mãe, que se materializou de repente em nossa frente.

– Você não vai conseguir tirar ela daqui, Ares. - respondeu minha mãe e eu reconheci sua voz instantaneamente, era ela que estava na minha mente no dia da minha chegada aqui na vila.

– Isso é o que nós veremos. - respondeu Ares e então meus pais adotivos se lançaram em direção a minha mãe anjo, derrubando-a.

E Ares finalmente conseguiu me levar para a escuridão. Eu não conseguia ver nada, mas Ares parecia que sabia exatamente o que estava fazendo, pois se mexia com passos confiantes em alguma direção. Ele então parou bruscamente e eu comecei a ficar nervosa, mas ele apenas falou com alguém que eu não pude ver.

– Mande os outros se retirarem e retornarem para o castelo imediatamente.

Eu então senti uma batida muito forte em minha cabeça e caí desacordada.

Quando eu acordei, eu não estava mais na escuridão da floresta. Pelo contrário, eu estava em um quarto muito confortável e bem iluminado. Eu olhei em volta e percebi que a luz vinham de lampadas e não do sol. É claro, já que a luz do sol podia machucar aqueles que abraçaram a escuridão. Havia também uma porta ali e mesmo sabendo que ela estava fechada, eu mesmo assim cor

ri em direção a ela e tentei abrí-la. Foi quando eu percebi que minhas mãos continuavam amarradas, dessa vez na frente de meu corpo. Eu voltei a minha tarefa de tentar abrir a porta e para minha surpresa ela abriu e revelou um longo corredor.

Eu segui em direção ao corredor sem saber ao certo o que eu estava fazendo, meu único pensamento era que eu precisava achar uma saída de qualquer maneira.

Acho que a esse ponto da história vocês devem saber que eu amo as costas de um homem, é o meu fetiche. Especialmente as costas de Jack Hoswood. Então não me julguem por quando eu ter avistado as costas dele meu coração ter batido mais forte e minhas mãos terem começado a soar. Especialmente por que eu sentia falta das costas de Jack, MUITA falta.

Eu comecei a me aproximar lentamente dele, na esperança de que o novo Jack não me percebesse, mas seus instintos e rapidez continuavam tão bons quanto antes. Ele girou e se lançou em direção a mim e eu sequer tentei desviar dele, por que meu foco não estava não luta, mas no vazio de seus olhos. Eu não conseguia olhar para aquilo sem me surpreender. E u não conseguia olhar para aquilo sem que uma dor enorme atravessasse meu corpo.

Jack, então, me prendeu contra a parede, seu braço pressionando dolorosamente meu pescoço. Parte de mim esperava que ele fosse me libertar para não me machucar, como o antigo Jack faria, mas essa parte esperançosa de mim foi tristemente esmagada quando essa nova versão de Jack, que mais parece um irmão gêmeo do mal, pressionou ainda mais forte o braço contra o meu pescoço, fazendo com que o ar fugisse de mim. Eu inutilmente tentei lutar contra seu aperto, mas minhas mãos estavam fortemente amarradas e eu mal podia movê-las.

Sabe aquela história de pior que tá não fica? Então, fica sim. Por que quando eu voltei meu olhar para o rosto de Jack, seus olhos estavam vermelhos e duas presas no maior estilo Damon Salvatore apareceram em seus dentes. O choque que aquilo me causou foi tanta que eu mal percebi que outras pessoas se aproximaram de nós, não até um ouvir a voz de Ares soando clara e estridente ao meu lado:

– Já chega!

Jack se afastou como se eu instantaneamente tivesse começado a pegar fogo e desapareceu em meio a multidão de homens de preto que tinham se formado. Já eu escorreguei até o chão e lutei para recuperar meu ar.

– Oh, TIffany, querida! Eu sinto muito por essa recepção tão desagradável. - disse Ares se ajoelhando ao meu lado.

– Bom, eu não estava esperando um banquete de boas vindas, então não estou tão surpresa. - eu respondi me afastando dele.

– Oh, você está surpresa. Eu posso ver em seus olhos que você não gostou do brinquedinho que eu fiz para você. Mas diga, o que posso fazer para agradá-la? Quero que se sinta em casa.

– Então devolva a alma dele! Deixe-o ir, ela não tem nada a ver com isso.

Risadas começaram a surgir em meio a multidão. Parece que de repente eu me tornei o palhaço da turma, pelo que eu pude perceber. Essa conversa, esse lugar, essas pessoas, esse novo Jack, nada disso estava me fazendo bem. Eu podia sentir a escuridão crescendo e eu não posso deixar isso acontecer. Eu não posso perder o controle. Não aqui, onde não há ninguém para me ajudar. Aqui em estou por conta própria.

– Não é assim que funciona, Tiffany. Não há como recolocar o que tirei. Além do que, não há motivo para isso. Jack já provou ser um dos meus melhores e mais confiáveis soldados, com sua ajuda vou construir um exercito invencível.

– Exceto pela parte que eu irei derrotá-lo. - eu disse tentando soar o mais ameaçadora possível.

– Não, querida, você vai se juntar a nós, mais cedo ou mais tarde. - disse Ares enquanto tocava meu rosto. - Você não faz ideia dos planos que eu tenho para você.... Mas primeiro, café-da-manhã. Quero você forte para lançar aqueles raiosinhos.